Sunday, October 21, 2007

7 Days to the Wolf

Lembranças de Alucard W. Chronos

The wolves, my love, will come
Taking us home where dust once was a man
Is there Life before a Death?
Do we long too much and never let in

“Especialistas não conseguem explicar sucessivos ataques de lobos.

Em menos de uma semana, já ocorreram cinco ataques por lobos, três deles em plena Londres. Especialistas da área, e estudiosos de animais mágicos, procuram, em vão, explicações para o estranho comportamento dos lobos.
“- Lobos já são raros na região de Londres e seus arredores, uma matilha sangrenta e violenta ainda mais. Há anos, talvez décadas não se tem notícia de tantos ataques feitos por lobos” – Diz um dos empregados do setor de controle de animais do Ministério.
As autoridades não sabem como explicar esse comportamento, mas deixam claro que estão caçando a matilha, para que ela possa ser retirada dos arredores de Londres. Mas o maior mistério surge aí. Não há nenhuma evidência de lobos nos locais de ataques. As únicas pistas que apontam para o ataque lupino, são as mordidas, fora isso, não há sinais de patas, de pêlos, nada. A população começa a acusar o Ministério de não querer revelar a verdade, a de que há um lobisomem a solta em Londres. Mas essa possibilidade já foi descartada, pois os ataques não ocorreram em noites de lua cheia.
Há também uma terceira frente de raciocínio, defendida por um jovem aluno de Hoigwarts, e esse tipo de raciocínio também assusta ainda mais a população. Segue um trecho da carta que o jovem, Xenophilus Lovegood, nos enviou, mas nós do Profeta, deixamos claro nossa discordância com esse assunto:
“ O que vocês não conseguem ver, e que está mais do que óbio, é que não são lobos que estão cometendo os assassinatos. É um vampiro, pelo menos um vampiro. Ele talvez esteja até mesmo controlando lobos, mas é ele que faz as mortes. As marcas são claras. Há mordidas nos corpos das vítimas, principalmente no pescoço delas. Há marcas de sangue em todas as cenas dos crimes, sangue espalhado por todo os lugares, mas há pouco ou quase nenhum sangue nas vítimas, deixando claro que é a ação de um vampiro.”
Outro fato que deixa a comunidade bruxa curiosa e até mesmo alarmada é o fato de todas as vítimas serem importantes bruxos, puro-sangues e que todos tinham uma estranha tatuagem no braço direito. Mas não se sabe ainda explicar se há alguma ligação entre as mortes e essas tatuagens.
Leia mais sobre o jovem Xenophilus Lovegood, conhecido em seu colégio por seus colegas de escola como Xeno, o Lunático, que tem a fama de acreditar nas coisas mais absurdas e que até mesmo seus professores não o consideram digno de confiança.”

Eu ri quando terminei de ler a reportagem. O Xeno como sempre estava certo, só que o Profeta não acreditaria nele, nem o Ministério queria acreditar que um vampiro estava a solta. Não um vampiro comum, mas um vampiro membro de um dos clãs anti-trevas mais poderoso da Grã-Betanha, e atual co-líder deste. Fora que eles estavam felizes desse vampiro estar fazendo o trabalho sujo que eles não queriam fazer, pois lidavam com pessoas poderosas, e ele as matava sendo quem fossem.
Amassei o jornal e o joguei fora, parando para cheirar o ar. Passaram-se 4 dias desde a morte de meus pais e desde que fugi da escola e comecei a caçada. Já matei cinco dos oito vermes. Logo na primeira noite eu matei dois deles, ambos em Londres. Eles comemoravam em um bar de uma esquina dedicada às artes das trevas, e senti nojo ao me alimentar deles, ainda mais pelo fato de estar repleto de álcool. Com os dois consegui poucas informações, pois eram apenas peões e fracos querendo parecer poderosos. Mas com o terceiro eu consegui informações melhores. Eu o encontrei sozinho em sua casa em Londres, pois eu havia esperado a tarde toda para que sua família saísse. Invadi sua casa, ignorando as defesas dele, que sequer me arranharam. Antes de matá-lo, invadi sua mente e extrai cada pedaço de lembrança que ele tivesse, uma a uma. Fiz isso da pior maneira possível, causando-lhe a maior dor que eu pudesse causar. Antes de matar seu corpo, eu destrui sua mente, torturei-o mentalmente, fazendo ele sentir a dor que já causara. O matei com uma mordida no pescoço e depois o joguei longe, fazendo-o cair sobre o carpete verde, sem deixar uma gota escorrer... Com ele eu consegui o nome de todos os outros comensais que mataram meus pais e os aurores. Consegui também seus cheiros, suas localizações, seus hábitos. Consegui poucas informações sobre o líder deles, mas sabia que com o líder do grupo que matara meus pais eu saberia mais.
Os outros dois eu matei fora de Londres. Um vivia sozinho em uma casa campestre e foi fácil matá-lo, apesar dele ter lutado até o último minuto, quando arranquei sua última gota de sangue nojento. Foi nesse dia que Alex tentou me localizar e falar comigo usando a projeção astral. Eu pude sentir a energia de Mirian nela, assim como da Endoras, mas as ignorei. Eu não voltaria, até ter matado os oito. O quinto eu matara depois de fazer toda sua família ir visitar um parente em Londres e invadi sua casa. Ele estava preparado, pois a notícia da morte de seus amigos espalhara-se, e eles estavam mais precavidos. Mas suas barreiras não eram nada para mim. Eu as quebrei com um ódio ainda maior, e pela primeira vez usei os lobos de trevas. Os lancei contra casa, destruindo janelas e portas, fazendo-os caçar e encurralar o maldito. Ele tentava atingi-los com feitiços e maldições, mas não adiantavam nada. Retirei mais informações dele e o hipnotizei, fazendo-o acreditar que estava diante de todos que ele matara. Ele morreu gritando enquanto achava que meus pais e suas vítimas o atacavam.

Howl
7 days to the wolves
Where will we be when they come7 days to the poison
And a place in heaven
Time drawing near as they come to take us

Agora eu estava em frente a casa onde se escondiam dois comensais. Um deles participara da morte de meus pais, e o outro era outro verme, que também iria morrer. A casa ficava em uma região remota de York, uma outra casa de campo. Mas havia poderosas barreiras. Eu as ignorei novamente e fiz minha magia que agora dominava com perfeição. Ainda era de tarde, mas manipulei as sombras, fazendo uma nuvem de neblina e trevas envolver a casa, tornando o tempo nela noite. Lançei os lobos, e corri junto deles, saltando por uma janela. Os dois Comensais aguardavam algo assim, mas ficaram chocados por eu ser novo, e ainda mais chocados quando viram o olhar de fúria em mim. Alimentei-me de seus medos e sorri antes de apontar a mão para o outro comensal, e os lobos de trevas avançaram, atacando-o sem piedade, deixando-me sozinho com o outro comensal, do grupo que matara meus pais.
- Não, por favor... Quem é você?
- Eu sou seu pior pesadelo, verme... Não sabe quem eu sou? Vou refrescar sua memória. – O empurrei com força e invadi sua mente, fazendo-o se lembrar do dia em que matara meus pais. Ele gritou ao se lembrar e me reconhecer, como um dos filhos deles.
- Não, misericórdia, eu imploro!
- Misericórdia? Você teve isso com meus pais? – eu gritei, cortando os últimos sons do outro comensal ao ser mordido na garganta por um lobo.
- Eu não queria fazer aquilo, eu não queria! Eles me obrigaram, eu estava sob a Maldição Imperius!
- Não minta pra mim verme! Eu vi em sua mente esquecesse? E pelo menos morra como um homem! Como um guerreiro! Os seus outros companheiros morreram como tal, mas já vi que você é um verme mesmo...

Howl
7 days to the wolves
Where will we be when they come
7 days to the poison
And a place in heaven
Time drawing near as they come to take us

This is
Where heroes
And cowards
Part ways

Falei com forte desdém na voz e em um piscar de olhos eu o agarrava pelo pescoço, levantando-o meio metro acima do chão. Ele tentou soltar minha mão e gritar, mas quebrei seu pescoço e o mordi com raiva, retirando cada gota... Fiz um pequeno barulho entre os labios e os lobos desapareram, agora eu iria atrás do penúltimo. E ele estava em Liverpool, confirmei a localização com o cheiro, e aparatei no ar.
Este eu matei rápido, pois queria fazer algo ainda naquela noite e ele era mais um peão que só queria se sentir poderoso, sem nada de importante para me informar. Agora só faltava um para eu me vingar... Eu já sabia onde ele estava, e por um momento senti pena dele, pois ele irá sofrer muito antes de morrer, o farei sofrer tudo que causou aos meus pais, a mim, a meus amigos e minha irmã. O farei desejar nunca ter tido aquela máscara e aquela tatuagem, e retiraria cada informação que eu pudesse dele, nem que tivesse que drenar todo seu cérebro. Mas antes precisava fazer algo...
Aparatei e, Hogsmead, e já era de madrugada. Não havia ninguém nas ruas, e mesmo se houvesse eu me esconderia para que não me vissem. Rumei para Hogwarts e ao chegar aos portões parei sentindo o ar, e testando as defesas da escola. Mas senti-me seguro para entrar e saltei os altos portões. Senti que em algum lugar alguém foi avisado, mas pouco me importava e corri para o castelo, na direção da torre da Grifinória. Localizei o dormitório feminino e saltei rapidamente para lá, entrando com facilidade por uma porta aberta. E a vi!
Não havia luz no dormitório, mas mesmo se eu não fosse vampiro eu a encontraria em qualquer lugar... E lá estava ela. Minha querida Mirian, dormindo, mas com os olhos pesados e cheios de olheras, marcando suas horas sem dormir e de choro. Aproximei-me com remorso e chorei sentado ao lado de sua cama. Ela se remecheu um pouco e acariciei seus cabelos para acalmá-la. Ela aquietou-se e sussurrou meu nome em seus sonhos. Senti vontade de parar a perseguição, mas não podia parar por meus pais, minha irmã e ela mesma. A beijei na testa gentilmente e deixei um recado para ela, saltando pela janela rapdamente, antes que não tivesse força de vontade para ir embora de novo. Nos jardins preparei para correr, quando um movimento as minhas costas chamou minha atenção e me deixou alerta.
- Eu sabia que uma noite ou outra o senhor voltaria, Sr. Chronos. Não acha que está na hora de parar com essa loucura? – Era a voz do diretor, me encarando nas sombras. O encarei com respeito e acenei com a cabeça. Fiz um movimento até o bolso e retirei vários frascos transparentes, jogando-os para o diretor.
- Professor, perdoe-me invadir a escola assim, mas precisava vê-la... Essas são as memórias que extrai dos comensais que matei até agora. Quero que fique com elas, talvez façam algum sentido para o senhor. Eles estão agindo, e cada vez mais intensamente, o líder deles, que eles chamam de Lord Voldemort, o Lord das Trevas, está subindo rapidamente em poder. Posso sentir...
- Eu sei disso, Sr. Chronos, infelizmente também acompanho a ascensão dele, mas farei de tudo para impedir. Mas queria que o senhor ficasse aqui. A Srta. Capter iria ficar maravilhada se o senhor voltasse, assim como seus amigos.
- Eu quero voltar... Mas antes preciso terminar minha vingança, limpar completamente desse ódio. E agora ainda estou muito sujo de ódio e sangue. Não posso sequer pensar em chegar perto deles. E falta apenas um. Eu o farei sofrer, e trarei suas lembranças quando voltar. Mas agora eu preciso ir, professor.
- O senhor é tao teimoso quanto seus pais e sua irmã eram, e ainda mais do que a Srta. Capter e a Minerva dizem. Não vou impedi-lo, estou ficando velho, mal escuto e enxergo direito.
Ele piscou pra mim e entendi que ele fingiria não saber do alarme nem de ter me visto, assim como soube que se ele quizesse ele seria capaz de me reduzir a pó. Nunca em toda minha vida encontrei alguém tão poderoso quanto ele e sei que nunca vou encontrar, assim como nunca encontrei alguem tão bondoso e compreensivo ao mesmo tempo. Mas senti uma pontada que me dizia que em meu caminho ainda encontraria muitas pessoas bondosas. Acenei a cabeça com respeito pela última vez e desapareci na estrada que levava ao povoado...


N.A.: 7 Days to the Wolves, Nightwish
Alucard Wingates Chronos às 6:19 PM