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Das anotações de Elizabeth McFust O’Hara Weasley

Com as férias de fim de ano chegando, pudemos respirar aliviados em poder voltar para casa e dar um tempo dos estudos. Como a escola estava um pouco mais vazia, pois toda a turma do sétimo ano, estava em Durmstrang para o Torneio Tribruxo, os professores resolveram que iriam fazer a turma dos NOM’s compensar, e nos davam muita materia para estudar e trabalhos imensos para entregar. O que em parte era bom, porque entregar os relatórios da monitoria, os estudos, os treinos puxados que Johny estava nos impondo, faziam com que eu não tivesse tempo para pensar na saudade que eu sentia de Garret, desde que ele havia ido para a Bulgária, para fazer seu último ano antes de se formar.
Haviamos decidido manter nosso namoro a distancia através de cartas, afinal só poderiamos nos ver nos passeios a Hogsmeade, ou nas férias escolares, então sempre que havia algo para me manter ocupada, eu estava dentro. Até mesmo, quando uma tarde para descontrair da maratona de estudos, eu, Arte e Johny e Leo, fomos treinar com Haley, Keiko e Julian um pouco de quadribol, so para que Clara pudesse fazer algo que a acalmasse. Todos estavam querendo ajuda-la a se manter tranquila, e evitar as transformações em lobisomem.

No começo nossas trocas de cartas eram frequentes, até que da parte dele começaram a demorar mais para chegar. Mas como estavamos ambos ocupados com nossas provas futuras, não dei muita atenção.
Na volta para casa para as festas de final de ano até pensei que encontraria Garret na estação, mas ele havia mandado uma mensagem dizendo que passaria as festas na escola, pois teria muita matéria para estudar para os NIEM’S, já que ele queria ser auror e teria que ter ótimas notas.

No dia de Natal, além dos presentes dos meus pais e dos meus amigos, recebi um presente de Garret, e achei estranho a mudança em seu tom, pois suas cartas antes eram sempre longas e carinhosas,e esta estava mais fria. Não sei se eu estava me sentindo frustrada por sentir saudades, que posso ter imaginado que além da distancia física, havia uma distancia emocional da parte dele.
Então estranhei quando recebi uma coruja dele, me perguntando se eu poderia encontra-lo em Ballyshannon. Não seria nenhum problema, já que meu pai sempre enviava garras e pele de dragão para as lojas de poções que abasteciam Ballyhara, a escola de magia irlandesa, e papai poderia me levar e depois me trazer de volta para casa.
Enquanto meu pai ia cuidar dos negócios, eu iria passar o dia no vilarejo com meu namorado, e eu estava animada. Claro que papai ainda não gostava de Garret cem por cento, mas ele não pegava mais no meu pé por isso. Então, logo encontrei um pub, que lembrava e muito o 3 Vassouras, chamado Gallagher’s, e quando entrei ouvi musica tocada ao fundo, e vi muitas pessoas de idades variadas se divertindo. Garret estava sentado numa mesa de canto, e esse levantou quando me viu chegar. Me deu um beijo rapido nos lábios e nos sentamos, enquanto ele pedia cerveja amanteigada para nós, vi o quanto ele estava bem arrumado. Começamos a conversar sobre tudo que estava acontecendo em nossas escolas e sobre o torneio tribruxo. Ele dizia que todos os alunos de Hogwarts estavam empenhados em ajudar o Jake em tudo que ele precisasse e eu contei que era bem provavel, que eu fosse com tio Ben, assistir a ultima tarefa, ele havia prometido que nos levaria. Ele sorriu contente, e começou a falar dos novos amigos que havia feito na outra escola, e eu contei sobre as novidades dos times da Sonserina e Grifinória.
O tempo foi passando e eu notei que em nossas conversas, antes tão fluidas, às vezes havia silencios constrangedores e ele desviava os olhos. Ele perguntou se eu gostaria de passear um pouco pelo vilarejo e eu aceitei. Andavamos de mãos dadas, pois havia trechos com gelo fino e escorregadio, mas como eu o sentia perto de mim e não comigo, achei que deveria dar logo o primeiro passo.
- Porque você...Porque me chamou aqui Garret?
- Lizzie, me desculpa, mas não dá mais para continuar assim!- disse Garret me encarando e após tomar fôlego ele disse:
- Nunca temos tempo para nós, para conseguir uma chave de portal é muita burocracia e mesmo quando podemos ter alguma folga como as festas de final de ano, eu quase não pude vir, porque estou tendo aulas extras de DCAT, em preparação para os exames de admissão da Academia. Não acho justo ter uma namorada e não estar com ela, e também não é justo com você.
- Quando a gente ama, faz dar certo. Dava certo até há pouco tempo...- disse baixo e ele suspirou dizendo:
- É...dava.Mas as coisas acabam mudando...As pessoas mudam, e este tempo longe me fez mudar,desculpa.
Eu teria ficado zangada se não visse o pesar em seus olhos e em sua forma de me segurar os ombros. As cartas, de alguma forma foram me preparando para este momento, mas era dificil de aceitar que realmente estávamos rompendo.
Abracei-o e afundei o rosto em seu pescoço e após ficarmos ali por alguns segundos, eu disse me separando dele, piscando para as lágrimas não cairem e ele perguntou inseguro:
- Acha que poderiamos continuar amigos?
- Sim, claro, a gente se vê por aí...- mas nossos olhares diziam o contrário.
Me afastei dele, para ir encontrar meu pai para voltarmos para casa, e quando percebi que estava a uma distancia segura, comecei a correr, queria me afastar de Garret o mais rapido possivel. Eu só queria ir para casa, e chorar abraçada ao meu travesseiro, eu não iria me permitir desabar no meio da rua. Eu devia estar muito distraída, porque não ouvi gritarem o meu nome e só parei quando me seguraram forte:
- Elizabeth o que aconteceu?Porque está agindo assim?- Era Edward e quando olhei para seus olhos tão preocupados, tudo o que fiz foi agarrar seu casaco e dizer enquanto lágrimas traiçoeiras rolavam pelo meu rosto:
- É o Garret...
- O que aquele palerma fez? Vou bater nele se ele tentou alguma coisa.- arfei assustada pois seus olhos sempre dourados, deram um flash em vermelho.
- Não vou matá-lo, calma. Só vou limpar o caminho pro tio Carlinhos.- disse Edward e ele realmente estava de cara feia. Naquela hora me lembrei que nas poucas vezes em que Garret havia estado na Ilha, e Edward estava por lá, eles nunca foram simpáticos um com o outro.
- Garret terminou comigo...Ele não me ama mais....- e chorei mais e Edward, acabou me abraçando e dava tapinhas em minhas costas, falando de forma gentil:
- Não chora, Liz, ainda mais por alguém que não vale a pena. Não faz bem para você. E isso está borrando sua maquiagem, você nunca gostou disso. – dizia enquanto me dava um lenço. Enxuguei as lagrimas e perguntei:
- O que você faz aqui? Está longe de sua casa em Londres...
- A banda se apresentou ontem a noite no Ponei Saltitante, e eu fiquei numa pousada, quis aproveitar para conhecer o lugar.Eu estava indo até o vilarejo comer alguma coisa, antes de ir embora, quando vi você passar com cara de que tinha morrido alguém, fiquei preocupado.
Enquanto ele falava, fui me acalmando e devolvi o lenço para ele, que me olhou e perguntou:
- Como você vai voltar para casa?
- Vou encontrar papai, na loja de poções. Droga! Estou com os olhos muito vermelhos não é? Bom, pelo menos ainda tenho umas duas horas antes de encontra-lo, posso enrolar.
- Hey tive uma idéia! Vamos tomar sorvete?
- Pirou? Ainda nem almoçamos...
- Mas no sorvete tem leite, frutas, chocolate... O que mais precisamos para uma refeição nutritiva??- acabei rindo com a empolgação dele e aceitei. Ficamos conversando e rindo, enquanto por duas horas consumiamos todo tipo de sorvete que nos chamava a atenção e ao final, eu tinha voltado a chorar, mas de tanto rir.
Acho que tive uma overdose de açucar, mas pelo menos não doía tanto pensar em Garret. As pessoas têm razão quando dizem que para você superar um chute, nada melhor que sorvete e um amigo verdadeiro.

Some say the heart is just like a wheel
When you bend it you can't mend it
And my love for you is like a sinking ship
My heart is on that ship out in mid-ocean

They say that death is a tragedy
It comes once and then it's over
But my one only wish is for that deep dark abyss
For what's the use of living with no true lover

N.Autora: trechos da música Heart Like a Wheel, The Corrs