Friday, February 12, 2010


Lembranças de Tuor H. E. Mithrandir

Quarta-Feira da semana do Baile do Dia dos Namorados.

- Ei, Mithrandir. – Ouvi alguém me chamando e me virei a tempo de ver Stefan Salvatore caminhando rapidamente na minha direção, saindo de dentro do Retrato da Mulher-Gorda.
- Oi, Salvatore. Pode me chamar apenas de Tuor, parece que está brigando comigo. Que eu lembre é a Arte que gosta de aprontar as delas!
- Você só não se envolveu ainda porque esses calouros andam quietos depois das broncas do ano passado. Está ocupado?
- Não, acabei de sair de uma aula muito chata de Herbologia! Passei no dormitório para pegar algumas coisas. Estava indo almoçar.
- E a Artemis?
- Ela ficou conversando com o Professor Longbotom, ela adora aquela matéria. – Eu falei enquanto andávamos ao longo do corredor do 7º andar. Notei que ele queria falar algo comigo e estávamos chegando ao ponto. Fora que estávamos sozinhos. – Ei, Stefan, o que você quer de mim?
- É só impressão sua, eu descia também quando te vi saindo.
- Sei, quer realmente que eu acredite? É sobre a Arte, certo?
- Não, por que seria?! – Ele falou, meio gaguejando.
- Ah, ta bom. Eu não sou idiota. Vi o jeito como você olhava para ela no treino e como tem seguido-nos com os olhos. – Ele ficou um tempo quieto e parou, me encarando nos olhos. Ele era dois anos mais velho que eu e muito mais alto.
- Está bem, serei direto: O que você e a Arte tem?
- Como assim? – Foi minha vez de ficar confuso.
- Vocês estão saindo, namorando, ficando? – Ele perguntou sério e eu o olhei ainda confuso, antes de cair na gargalhada. – O que foi? Estou falando sério, Tuor.
- Ai, Stefan, você está me divertindo tanto! Eu sou só amigo dela! Somos apenas amigos, nunca tivemos nada.
- Vocês estão sempre juntos...
- Ela é minha melhor amiga, e não nego que gosto muito dela, mas como amiga.
- E por que a defende tanto?
- Porque é minha amiga. Ela é uma garota especial por quem eu tenho um carinho especial... Mas, então, você realmente está interessado na Arte!
- Sim, estou. – Ele falou, suspirando mais aliviado e me sorrindo.
- Que maravilha! Mas, já deixo avisado, é bom estar gostando mesmo dela, ou vai se ver comigo. Ta, eu não vou nem precisar fazer nada...
- Eu gosto muito dela, ela atraiu minha atenção... E eu a tratarei bem, como ela merece. Mas por que você disse que não precisaria fazer nada?
- Você ainda não conhece a Arte... Vamos lá. Você sabe de qual família ela é?
- Sim, dos Chronos.
- Então sabe como existem Chronos fortes e poderosos. E não se deixe levar pela aparência frágil dela. A Princesa é capaz de te dar uma surra. – Ele sorriu, mas vi que não acreditava. – Estou falando sério, ela tem uma mão pesada!
- Não consigo imaginar.
- Bom, se levar um soco dela vai entender. – Dei de ombros e continuei andando, com ele me seguindo logo em seguida.
- Escuta, acha que tenho chances?
- Pô, ta parecendo um adolescente! Não se garante não? Você é o garoto mais velho!
- Não é isso. É que eu não sei como chegar e falar com ela.
- Eu vou te dar uma ajuda. Você parece um cara legal, e como falei, se fizer algo a ela, eu serei o último que você deverá se preocupar. Antes tem ela mesma, os irmãos, o pai, o padrinho, os tios, a mãe... Acho que sabe quem são, né? – Eu perguntei, andando enquanto enumerava os dedos, lembrando dos famosos parentes de Artemis. Stefan engoliu em seco, mas me seguiu, falando que estava disposto a tudo por ela. Uau, Arte, você está podendo!

Final de Semana do Baile do Dia dos Namorados – Visita a Hogsmead.

Eu e Arte havíamos combinado de passarmos a nossa última, e minha primeira, visita à Hogsmead juntos, pois queríamos muito conversar juntos e ela prometeu me mostrar todos os lugares do vilarejo. E, claro, eu pretendia conversar com ela sobre o Stefan. Nós passamos a maior parte do dia visitando as lojas, como a Filial das Gemialidades, que a Arte me falou que era onde ficava a antiga Zoncos, e o Três Vassouras, onde tomei a melhor Cerveja-Amanteigada que já provei.
Durante a semana, eu participei de várias conversas com os garotos. Eles estavam fissurados em perder o BV e haviam feito um pacto de perdê-lo no Baile. Eu não participei do pacto, não que eu tivesse experiência com garotas, mas porque não estava desesperado. Logo, eu e Jamal conversávamos muito juntos, ele sendo o único garoto com tais experiências. Eu ainda não convidara ninguém e não estava com pressa, sem querer ser metido, eu sei que conseguia um par para o baile. Mesmo assim já estava passando da hora...
E pelo que a Arte me contava, as garotas pareciam estar no mesmo clima. Todas muito entusiasmadas com o baile e Jam estava certo sobre elas todas serem iguais, pois estavam todas mais sentimentais e a todo momento eu as via conversando e dando risinhos enquanto olhavam para os garotos. Por esse motivo, as vezes eu me pergunto se a Arte não era um garoto... Raramente a vi conversando dessa maneira, mas sei que elas andaram conversando sobre o Stefan e o Damon, pois todos notaram como eles a haviam tratado no treino.
- Arte, você não se interessa por nenhum garoto? – Perguntei, enquanto sentávamos em um muro próximo dos limites do vilarejo. Fazia um pouco de frio e havia neve fofa nos caminhos. Arte era uma garota muito bonita, e se ela desejasse, ela faria sucesso entre os garotos. Ela sem querer conquistara um garoto mais velho.
- Por que a pergunta, Tuor? – Ela perguntou, me olhando curiosa.
- Porque eu vejo você falando tão pouco deles com teor romântico. Acho que nunca vi, você é uma garota mesmo? – Perguntei, e ela me deu um soco no braço, que me fez massageá-lo. – Ai, esqueci que a Princesa tem mão pesada!
- Quer levar outro? – Ela perguntou, e notei que ela não gostara da brincadeira de “você é mesmo uma menina?”
- Desculpa, de verdade... – Eu pedi sincero e ela viu que eu estava falando a verdade. Apesar de nos conhecermos a apenas alguns meses, nós havíamos desenvolvido uma ligação extrema e nossos olhares diziam muito e ela viu que eu realmente estava arrependido. Ela sorriu e riu, me dando um tapa de leve no braço.
- Não é que eu não note. É apenas que eu cresci cercada por homens, e peguei muito do jeito deles. Então não me assusto nem fico louca só de ver um garoto, porque não é novidade alguma para mim.
- Entendo... Você é a única menina da família?
- Não. Além de mim há minhas primas Gaia, que é a mais velha, Bela, Luthien e Mina. Você conhece todas elas, menos a Gaia, ela se formou ano passado.
- E suas primas são lindas... – Falei, lembrando das três primas que conhecia. Não pude deixar de imaginar como a Gaia seria. E bloqueei o pensamento da Arte mais velha.
- Elas são crianças, seu maluco. Ainda não consegue parar de babar pelas minhas meninas? – Ela falou, me olhando cínica. Era verdade, eu ainda não conseguia ficar próximo das gêmeas vampiras sem ficar tonto.
- Ah, eu não tenho vacina contra vampiros! – Eu falei, vermelho, fazendo-a rir. – Mas, Arte, você não quer perder o BV?
- Isso foi algum convite, Tuor? – Ela falou, me olhando irônica e desafiadora. Eu retribui o olhar, usando todo o meu charme, e ela caiu na gargalhada, e eu ri junto dela. – Faz essa cara que vai conseguir o coração de todas as garotas, mas elas vão te achar um comediante!
- Ah, muito obrigado pelo elogio! Bom, vou considerá-lo como um elogio. Mas eu consigo uma garota com facilidade!
- Duvido. Você baba para minhas primas ainda, esqueceu? Deve gaguejar na presença de uma garota!
- Estou gaguejando na sua frente? – Eu falei, ficando de frente para ela, colocando meus braços do lado de sua cabeça, enquanto apoiava as mãos na parede. Ficamos com os olhos colados um no outro e vi que ela parecia se divertir. – Então, gostaria de perder o BV comigo? Seria um treino.
Ela apenas sorriu, mas sequer piscou e aproximou o rosto de mim, o que me deixou meio confuso. No momento seguinte, eu estava massageando a barriga, pois ela me dera uma espécie de tapa com a mão aberta, mas que doera muito.
- Faça de novo, querido amigo, e não vai ser sua barriga que vou acertar. – Ela falou, mas sorria.
- Ai, eu esqueci como sua mão é pesada. – Ela riu, enquanto eu me sentava novamente ao lado dela.
- Não me vejo com nenhum garoto no momento.
- Nem mesmo o Stefan?
- Você também?! – Ela revirou os olhos, levantando-se, porém a segurei pela mão e a puxei para sentar novamente.
- Eu notei como ele te olhava no treino. Mas e você o que você sente?
- Afff Keiko e Haley estão me perseguindo com isso, e todas as garotas já ouviram essa história. Ele é apenas meu companheiro de time!
- Mas o que sente por ele? – Perguntei sério, olhando-a nos olhos.
- Isso não vale... Tudo bem. Ele é um cara legal e confesso, acho-o bonito. – Ela falou corando, e eu sorri vitorioso.
- Ahhh eu sabia! Então por que não vai com ele ao baile?
- Como é que é?! – Ela falou surpresa.
- Vai com ele ué. Eu sei que ele não chamou nenhuma garota, esperando a chance de te chamar....Mas ele é tímido! Porém, se você aceitar, eu falo com ele hoje mesmo!
- Não! Eu não estou preparada!
- Você não falou que acha ele interessante? Então, vai ao baile para conhecê-lo melhor!
- Não, não, não! – Ela falou, cada vez mais vermelha.
- A qual é, não vou deixar minha amiga ir sozinha!
- Vou com você então. – Ela falou, decidida.
- Não, eu tenho meus planos também.
- Ah, o tal Pacto é? – Ela sorriu. – Mas você ainda não conseguiu ninguém.
- Eu ainda nem tentei. A primeira garota que eu falar, eu consigo. – Eu falei desafiador e ela sorriu também.
- Como já falei: duvido.
- Vamos fazer um trato? Se eu conseguir convidar a primeira garota que vermos na escola, você vai aceitar o convite do Stefan. Que acha?
- E se eu ganhar?
- Então, eu vou com você.
- Grande prêmio. – Ela falou sarcástica.
- E faço o que me pedir por uma semana, até mesmo seus deveres de casa. Até mesmo assisto aulas extras de Herbologia! – Diante da proposta ela sorriu.
- Muito bem, aceito. – Ela falou, e, ficando de pé, nós apertamos as mãos. – Preparado para me obedecer?
- Preparada para sair com o Stefan?
Depois disso nós voltamos para a escola, e ela sorria vitoriosa, pois não havíamos encontrado ninguém ainda. E eu sabia que ela torcia para eu encontrar algum trasgo em roupa de menina. Foi então que vimos Penny, colega de quarto da Haley, Clara e Keiko. Eu sorri para Arte e corri para Penny, enquanto Arte nos olhava ansiosa.
- Ei, Penny, posso falar com você? – Eu falei, chegando perto dela. Ela era uma garota bonita, cheia de energia e que eu me dava bem. Ela parou e me olhou rapidamente, como se nunca tivesse me visto.
- Claro, Viking. – Ela respondeu.
- Tem companhia pro baile?
- Não.
- Gostaria de ir comigo? – Eu falei, próximo de seu ouvido, pegando uma mexa de seus cabelos. Ela me olhou de cima abaixo, e sorriu ao final.
- Claro, achei que nunca ia chamar. – Ela falou, sorrindo, e me deu um beijo na bochecha, que eu retribui.
- Vou buscá-la as 20h na entrada do Salão Comunal Sonserino, tudo bem?
- Perfeito. Até mais tarde, Viking. – Ela falou, dirigindo-se para o salão, me lançando um olhar rápido e dando tchauzinho com a mão. Eu sorri e voltei para Arte.
- Então, onde será que o Stefan está?
Eu falei, já subindo os degraus para procurá-lo, mas sabia exatamente onde ele estaria e fui para o Salão Comunal da Grifinória. Arte me seguia calada, ainda não acreditando no que vira. Foi fácil achar o Stefan, pois havíamos combinado dele esperar na frente do retrato da Mulher-Gorda. Arte ficou parada no início do corredor nos olhando.
- E então, ela não está muito animada, está? – Ele perguntou olhando para ela apreensivo.
- Ela só está chocada de como eu consegui uma companhia tão rápido. Bom, Stefan, ela também ficou interessada em você. Conversei com ela e ela o acha bonito. Agora é com você.
- Obrigado, Tuor, nunca vou me esquecer. – Ele falou, sorrindo para mim.
- Só não se esqueça, trate-a bem, por que se não, você vai se ver comigo e com uma família inteira. – Eu falei, antes dele ir falar com a Arte, e ele assentiu.
Ele andou até ela e vi que estava nervoso, mas ela também. Eu a conhecia bem, e sabia que ela estava ansiosa e nervosa também, pois aparentemente, ela gostava mais dele do que me falou. Ele conversou com ela, cheio de sorrisos, e ao final pegou sua mão e beijou-a, voltando para o Salão Comunal, piscando para mim. Ela o seguiu logo depois, e parou diante de mim. Estava vermelha, porém sorria um pouco.
- Bom, vou com ele no Baile. – Ela falou.
- Que ótimo! Ansiosa pro primeiro beijo? – Eu perguntei, e ela ficou vermelha, me ignorando.
- Vou me arrumar, se não fico muito em cima da hora. Nos vemos mais tarde, Tuor. – Ela falou, sorriu e entrou pelo quadro.
Eu sorri também, feliz por meu plano de cupido ter funcionado! Agora eu tinha uma acompanhante muito bonita e divertida, minha melhor amiga estaria com meu amigo e todos ao que parece cumpririam o Pacto. A noite prometia.