![]() Wednesday, March 10, 2010 - BOM DIA, HOGSMEADE! São 9h, hora de levantar, o café já está na mesa! Começando nossa programação de hoje ao som da banda sensação do momento, The Orcs, com a música “Take Me Away”... - ouvi o locutor anunciar alto uma musica da banda dos meninos antes da minha mão bater no rádio e ele cair no chão. - ELE DISSE 9 HORAS?? – Keiko saltou da cama do outro lado do quarto. - Que horas começam as aulas mesmo? - Haley levantou do meio de um monte de cobertas, os cabelos desgrenhados parecendo tonta. - 9 horas! – saltei da cama também e Keiko já vestia o uniforme e penteava os cabelos apressada. - Ai gente, começar o dia com sermão do Binns é tenso – Haley reclamou vestindo o uniforme por cima do pijama mesmo. - Da próxima vez que eu voltar cansada do treino com o tio Seth, por favor, esperem até a manhã seguinte para me fazerem contar os detalhes que lembro! – fiz o mesmo que Haley e vesti o uniforme por cima do pijama, saindo correndo com a escova de cabelo numa mão e arrastando a mochila na outra pra fora do dormitório. Dividimos a pia para escovar os dentes e lavar o rosto em tempo recorde e em cinco minutos já estávamos subindo as escadas para o quinto andar. Viramos o corredor estreito que levava até a sala e um aluno bloqueava a passagem, tentando carregar quatro livros ao mesmo tempo. Uma olhada rápida e já o reconheci como Bryce McAdams, o grifinório linguarudo do 2º ano, que foi contar pra McGonagall que estávamos com bombas de bosta das Gemialidades Weasley nos bolsos, só porque JJ o forçou a cheirar uma. Fechamos logo a cara. - Com licença, você está no caminho – Keiko falou ríspida. - O que? – ele nos olhou por trás dos livros, com aqueles óculos redondos idênticos aos do tio Harry. Era modinha na Grifinória. - Na frente, na passagem, travando a porta – Haley falou também ríspida, já cruzando os braços. - Que porta? - Essa atrás de você, moleque. Quer que desenhe pra você se achar? – falei já sem paciência. Ele nos custou 20 pontos logo na primeira semana. - O que foi? Porque a cara de panaca? – Keiko o encarou intimidadora. - Gostou das vestes da Sonserina? – perguntei debochada. - Não – ele fechou a cara. - Ele ainda não aprendeu a formar frases – Haley provocou e rimos. - Sai da frente garoto, estamos atrasadas! Dei um empurrão tão forte nele que os óculos chegaram a entortar em seu rosto e os livros foram parar no pé da escada. Ouvimos Bryce resmungar algo que soou muito como “encrenqueiras”, mas ignoramos e abrimos a porta da sala. Como previsto, Binns começou com o monólogo sobre pontualidade, mas apenas balançamos a cabeça como se estivéssemos absorvendo tudo e procuramos nossos lugares reservados pelos meninos, no fundo da sala. - Pensamos que não iam vir à aula – Julian falou quando nos sentamos. - Ficamos até tarde conversando e ninguém nos acordou – Haley justificou olhando torto pros meninos. - Não podemos entrar no dormitório das meninas, e achamos que já tinham saído – JJ se explicou e Hiro e Jamal concordaram. - Bom, não importa, já estamos aqui para 2 horas e 45 minutos de tortura matinal – falei bocejando e olhei para Rupert – Tudo pronto com o mapa? - JJ e eu vamos dar os últimos retoques na hora do almoço, mas está praticamente pronto – eles fizeram sinal de positivo com a mão e a animação foi geral. - Ótimo! Só precisamos sobreviver a Herbologia e Poções e podemos nos reunir para terminar isso de vez! – Haley dava pulinhos na cadeira, mas Binns nem notou. As aulas de Herbologia e Poções nunca demoraram tanto a passar. Via o professor Longbottom falando na frente da turma, mas não consegui absorver nenhuma palavra e tenho plena certeza que nenhum dos meus amigos ouviu qualquer coisa também. A aula de poções foi ainda pior. Tio Yoshi nos mandou fazer uma poção de crescimento, mas nem mesmo Haley e Hiro, os bambambãs da poção, acertaram. No meu caldeirão eu tinha absoluta certeza que continha um poderosíssimo veneno. A ansiedade pela conclusão do mapa era maior que qualquer matéria dada em aula naquele momento. Quando o último sinal tocou nos liberando daquela masmorra sufocante, disparamos escada acima e às 16hs em ponto Julian, Rupert e MJ já nos esperavam na porta da sala de Runas Antigas no 6º andar, lugar onde andávamos nos reunindo há mais de um ano, para trabalhar no mapa. Era o corredor perfeito, pois as aulas de Runas e Estudos dos Trouxas, únicas que aconteciam naquele andar, terminavam antes das 15h e depois ninguém mais circulava por lá. Foram intermináveis horas de confinamento naquela sala, mapeando as passagens que ao longo de dois anos fomos descobrindo e discutindo formas de desenhá-las no mapa, que ficou todo nas mãos de JJ e Rupert, os únicos com alguma habilidade para desenhos. Perdemos muitas noites de sono explorando o castelo e se escondendo de Filch nas madrugadas, mas agora finalmente tudo chegaria ao fim. - Estão com o mapa? – perguntei assim que os encontramos e Rupert mostrou o pedaço de pergaminho dobrado nas mãos. - Toda a parte gráfica está pronta, revisamos tudo na hora do almoço e agora só falta enfeitiçá-lo – JJ respondeu enquanto entrávamos na sala e selou a porta quando o último passou. - Deixe ver como ficou! – Jamal pegou o mapa da mão de Rupert e o desdobrou, abrindo sob a mesa onde todos podiam ver. O mapa não tinha nenhum desenho detalhado e perfeito do castelo, mas sim divisões de todos os 7 andares dentro de um contorno com o formato da base de Hogwarts, e por fora dele cobria toda a área externa da escola, desde as estufas, o lago e o campo de quadribol, passando pela cabana do Hagrid e indo até um bom pedaço da floresta negra. O escritório da diretora McGonagall, assim como as salas de cada professor e do zelador eram as mais visíveis, de fácil localização. As passagens secretas também estavam bem visíveis, com os túneis desenhados com tinta mais fraca, seguindo até os lugares em Hogsmeade onde saiam. Rupert e JJ haviam feito um ótimo trabalho. - Podemos enfeitiçar ele já? – Haley era uma das mais eufóricas. - Calma, ainda não! – Arte interrompeu quando, contagiada pela empolgação de Haley, já ia sacar a varinha do bolso – Não precisamos de apelidos? Pro caso de alguém, um dia, daqui a 50 anos, achar o mapa e quiser pesquisar sobre os autores? - É, verdade! – Keiko entrou na onda – O original era assinado por Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas, podíamos ter uns apelidos legais assim também, não? - Mas nós nem temos apelidos, isso vai levar horas! – Hiro, que também estava impaciente, resmungou. - Não vai ser tão demorado assim – Jamal também apoiava a idéia dos apelidos – A Clara, por exemplo, obviamente seria a Zangada. - Eu não vou ser batizada e eternizada pelo mapa com o nome de um anão – resmunguei também e todo mundo riu. - Não sejam estraga-prazeres, eu quero um apelido legal! – Julian também entrou na onda – Vamos começar a pensar. - Ok, você vai ter que ser o corvo, não vai ter graça nenhum outro apelido – Arte falou rindo e Julian concordou, sem opções. Haley, Hiro e eu fomos obrigados a nos dar por vencidos e sentamos ao redor da mesa com os outros, dando inicio a longa discussão sobre os apelidos. Minhas constantes reclamações da demora só serviram para garantir que o meu apelido seria Zangada e acabei desistindo de lutar, afinal, melhor ser um anão do que um cachorro. Aquilo nos tomou horas, todos queriam reivindicar seus apelidos e tentar impor outros, mas no fim acabavam aceitando o sugerido inicialmente. Já podíamos ver o céu escuro do lado de fora da janela quando finalmente parecíamos ter chegado a um consenso. Puxei a varinha do bolso e apontei para o mapa, mas fui interrompida outra vez. - As palavras de ordem vão ser as mesmas? – MJ perguntou. - Sim, vamos manter a tradição – Haley respondeu impaciente. - E como você sabe o feitiço certo? – Tuor interrompeu agora – É o feitiço certo, não é? - Meu pai ensinou ao meu irmão quando ele tinha 15 anos, por peso na consciência de estar dando mais atenção ao tio Harry do que ao filho, e ele me ensinou. Mamãe quase o matou quando descobriu que Gabriel, tio Ty, tia Myako, tio Seth e tio Griff tinham uma cópia do mapa para Beauxbatons. Ela cumprirá a sentença do meu pai se souber que nós também temos um, então não preciso nem lembrar que esse mapa é segredo absoluto, certo? – e todos concordaram, rindo – Ok, vamos lá então. Respirei fundo e, concentrada, pronunciei todas as etapas do encantamento que Gabriel havia me ensinado nas férias. O mapa começou a tremer na mesa e se dobrou sozinho, voltando a parecer um pedaço de pergaminho comum. Keiko o pegou nas mãos e ficamos nos encarando em silencio, até que alguém resolveu falar. - Será que deu certo? – Rupert perguntou incerto, vendo o mapa dobrado na mão de Keiko. - Só tem um jeito de descobrir – Haley puxou a varinha do bolso e bateu de leve na ponta do pergaminho – Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom. Instantaneamente, o pergaminho se abriu sozinho e linhas de tinta bem finas começaram a se espalhar como uma teia de aranha por ele, partindo do ponto onde a varinha de Haley havia encostado. As linhas corriam depressa e se cruzaram por todos os lados, até que por fim tomaram conta de todo o pergaminho. Em seguida, no alto, começaram a surgir palavras grandes e desenhadas em verde. Nos esticamos todos ao mesmo tempo para ler e foi Hiro quem as leu em voz alta: - Os senhores Bafana, Cenoura, Corvo, Zangada, Pimenta, Mogli, Frodo, Mushu, Gueixa, Viking e Valquíria, causadores de confusão Ordem de Merlin Primeira Classe, têm a honra de apresentar: O Mapa do Maroto – e começamos a gritar e pular dentro da sala, comemorando o sucesso do plano. - Olhem os pontinhos! Está mostrando a gente também! – Tuor apontou pro mapa, fascinado. Os pontinhos vermelhos tomavam conta de todo o mapa, mostrando a localização de cada pessoa presente dentro dos terrenos da escola. Uma olhada rápida nos revelou que tio Ben, assim como tio George e tio Yoshi estavam cada um dentro de sua sala, e que Filch estava andando de um lado pro outro pelo corredor do primeiro andar, provavelmente espantando os alunos que ainda insistiam em perambular fora de suas casas. - Precisamos comemorar esse feito – Arte falou olhando sugestiva para o mapa. - A passagem do espelho, recém-liberada pelo Filch, leva direto às Gemialidades Weasley... – Haley traçou com o dedo o caminho que começava no 4º andar e ia até Hogsmeade. - Precisamos mesmo estocar as bombas de bosta que o otário do Bryce fez McGonagall confiscar – falei sorrindo animada e não foi preciso mais nada para todos se contagiarem. - Todos os professores estão dentro dos alojamentos – Keiko consultou o mapa e fez um sinal positivo com a mão – A hora de sair é agora. - Então vamos inaugurar esse mapa! – JJ falou empolgado e todo mundo assentiu no mesmo tom. Saímos da sala com o mapa aberto nas mãos, sem desgrudar os olhos dele a cada passo que dávamos. Todos os possíveis obstáculos estavam fora do nosso caminho e alcançamos o espelho do 4º andar em menos de cinco minutos. Jamal e Tuor fecharam a passagem pelo lado de dentro depois que todo mundo passou e todos acenderam as varinhas para iluminar o caminho. Agora não precisávamos mais de guia, era só seguir o túnel. Peguei o mapa da mão de Keiko e apontei minha varinha para ele. - Malfeito Feito – e o mapa se apagou, dobrando sozinho na minha mão. I'm a troublemaker Never been a faker Doing things my own way And never giving up I'm a troublemaker Not a double taker I don't have the patience To keep it on the up Troublemaker – Weezer |