Sunday, December 19, 2010 Mudanças Lembranças de Artemis A. C. Chronos
A última visita do ano à Hogsmead estava finalmente chegando e eu estava animada! Eu e Stefan precisávamos de um tempo a sós depois de tanta coisa que aconteceu na Austrália e seria o dia ideal. Porém, já na manhã daquele sábado, meu humor sofreu um baque grande. E o dia só ia piorar. - Arte, leia isso. – Hiro falou, me passando uma edição do profeta diário. Eu peguei curiosa e preocupada, pois ele tinha um semblante estranho. Notei que as pessoas olhavam e apontavam para mim e meus sobrinhos.
“Outra cidade desaparece do mapa! Pela segunda vez em um mês, a população inteira de uma cidade desaparece completamente da noite para o dia. O primeiro caso, já levado aos nossos leitores anteriormente, ocorreu próximo a divisa entre França e Alemanha, na cidadezinha de Flonlmel. No início de Abril, toda a população, um total de 6 mil habitantes, desapareceu completamente, sem deixar vestígios. Moradores de cidades vizinhas encontraram a cidade completamente vazia, sem um único morador. Na noite passada, o mesmo ocorreu à pequena cidade de Sillinhem no interior da Alemanha. Novamente, toda a população sumiu sem deixar pistas, desaparecendo como se evaporassem no ar da noite pro dia. O Ministério da Magia Alemão pediu ajuda aos demais Ministérios, e uma força tarefa foi enviada para as duas cidades. A força tarefa é composta por bruxos e aurores dos Ministérios Alemão, Francês, Britânico e Bulgário, e tem como objetivo descobrir o que aconteceu às cidades. Porém até o momento não foi encontrada nenhuma pista. Não há sinais de magia, de encantamentos e nem mesmo de chaves de portais, e os arquivos de Monitoramento do Ministério Alemão não indica qualquer aparatação ou outra magia para remoção de corpos. Outro fato intrigante presente nos dois casos é o estado dos cemitérios das cidades. Nas duas cidades, seus cemitérios foram totalmente destruídos, com covas reviradas e lápides destruídas, e a pior notícia: sumiço dos corpos. Disso os aurores têm certeza: os corpos dos cemitérios foram transformados em Inferis. Portanto, não apenas os bruxos da região, mas como todos os bruxos devem tomar cuidado e rever com seus pais e parentes como se prevenir contra um Inferi. Para ajuda-los, preparamos um encarte com informações úteis na página 5. O Clã Chronos está participando das investigações, e estas estão sendo lideradas pelo auror Aragon Mithrand, Classe 9 do clã, porém os líderes do clã também participam ativamente das investigações - Nossas equipes de investigação estão trabalhando em conjunto com a Força Tarefa Ministerial, mas ainda não conseguimos achar provas suficientes para o que houve. Porém, peço-lhes que não se precipitem, nem tenham medo sem necessidade. Há realmente algum perigo por trás disso tudo, os Inferi são prova concreta disso, mas tomaremos todas as precauções para que todo mal possa ser evitado. Qualquer informação que tenhamos, passaremos a vocês imediatamente. – O Sr. Alucard Chronos, um dos líderes do clã, falou em uma comitiva de imprensa realizada na sede alemã do clã. Logo depois ele deu a palavra a Aragon. - O que o Senhor Chronos lhes disse é verdade: evitaremos a qualquer custo qualquer mal que possa ser causado a sociedade, portanto não há necessidade para pânico. E gostaríamos de desmentir também qualquer boato de Comensais da Morte em ação. Mantemos vigilância constante para evitar novos ataques. Aragon e Alucard responderam mais algumas perguntas antes de se retirarem para continuar as investigações. Nosso repórter, porém, consegue sentir o cheiro de algo no ar, e nos garante que há alguma coisa que eles não nos contaram. Porém devemos acreditar que o clã fará de tudo para evitar danos a pessoas inocentes, o que eles já provaram serem capazes em anos de proteção a nossa sociedade.”
Eu larguei o jornal em cima da mesa, os olhos arregalados e o coração batendo forte. Apenas de ler aquela notícia eu pude ver e sentir o sofrimento de todas aquelas pessoas da cidade. Elas com certeza foram vítimas de Cadarn. - Foram os vampiros, não foram? – Keiko falou, apreensiva, sentando do meu lado. Todos eles haviam lido o jornal e agora meus amigos se sentavam ao meu redor. Meus sobrinhos estavam próximos também e Tuor olhava assustado em volta. - Foram. Não acredito que eles estão fazendo essas coisas horríveis. – Eu falei, ainda pálida e com os olhos em lágrimas. Eu sentia uma raiva enorme, como jamais senti. - É horrível... Eles estão usando inocentes! – Haley falou, também com os olhos em lágrimas. Todos eles cresceram em meio a aurores e ouvindo histórias dos vampiros e da guerra, menos Justin, Tuor e Julian, mas saber daquela atrocidade abalou a todos. - Ei, Arte, está tudo bem? – Stefan perguntou, passando a mão na minha cabeça. Ele olhou para todos e parecia muito preocupado. Eu esfreguei o rosto e sorri para ele, me animando um pouco. - Tudo bem. – Eu respondi, beijando-o quando ele se abaixou. Meus amigos se dispersaram, sabiam que queríamos conversar. -Eu vi o nome de seu pai no jornal, aconteceu alguma coisa? - Não. São coisas do clã, não quero falar sobre isso. - Arte, porque não me conta? - Não, Stefan, não quero você envolto em nada do clã. - Você não confia em mim, é isso? – Vi como ele ficou chateado. Eu acariciei seu rosto e o beijei antes de responder. - Não, eu confio muito em você. Mas quero que nosso namoro seja normal, não quero você envolto nos perigos que o clã enfrenta. Por favor, não quero falar sobre isso. – Eu pedi e notei que ele queria falar mais algo. Ele sabia apenas que minha família era um clã de aurores, mas nada sabia além disso. - Se você quer assim... Posso te encontrar em Hogsmead hoje? Preciso ir urgentemente à biblioteca para pegar um livro e terminar um trabalho de Aritmancia. - Achei que ia ficar comigo o dia todo. – Eu fiz beicinho, e ele me beijou. - Desculpa, irei o mais rápido que puder para te ver, tudo bem? - Tudo bem, mas vá rápido. – Eu falei e ele logo levantou, beijando-me intensamente antes de sair. Fiquei olhando-o sair do salão, pensativa. Senti que alguém me observava e assustada com a notícia, procurei rapidamente quem era. Damon me observava da mesa da Sonserina, com um sorriso, eu o ignorei e continuei tomando café. Meus sobrinhos conversavam comigo mentalmente, enquanto eu os acalmava e pedia que não pensassem nas coisas horríveis que aquele jornal significava. Mina e Luthien eram as mais sensíveis aquela notícia e as tranqüilizei. Algo estava a caminho, os vampiros estavam se agitando. ------------------- - Oi, Arte, o Stefan não vem? – Tuor perguntou ao andar do meu lado. Ele ainda estava meio assustado, mas estava novamente alegre. Sorri para ele antes de responder. - Não, ele vai me encontrar no vilarejo, ele tem que terminar alguns trabalhos. - Quer que eu te acompanhe até ele chegar? – Ele perguntou, mas eu agradeci. - Não, obrigada. Você também precisa se divertir. – Eu falei, e ele sorriu. Uma garota da Corvinal acenou para ele sorrindo. - Qualquer coisa... Bem, tente me achar! – Ele falou e eu ri. - Vai logo lá, antes que ela fique com ciúme! – Eu falei, acenando para ela também. Ele foi correndo até ela, sorrindo, e eles trocaram um beijo rápido quando chegaram perto. Tuor passou a mão pela sua cintura e começaram a andar juntos, enquanto eu os observava. Fazia frio, então logo me enrolei no cachecol com as cores da Grifinória e fui passar um tempo andando pelas lojas de Hogsmead. Todos os meus amigos estavam ocupados, fossem vendo coisas pessoais ou em encontros e eu queria que Stefan chegasse logo. Fiquei pensando em Tuor e na garota abraçados e me peguei desejando que Stefan chegasse logo para ficar assim. Estava ficando sonhadora, pensei rindo. Encontrei com Bela e por um tempo ela e umas amigas andaram comigo pelas lojas do vilarejo, fazendo compras pro Natal que se aproximava. Eu não via a hora de rever meus pais e meus irmãos, além de meus tios e primos. Estava curiosa em saber como Gaia e Joseph estavam se saindo, e preocupada também. Depois de um tempo, Bela me convidou para ir tomar algo quente com elas, mas disse que esperaria Stefan, e fui para a entrada do vilarejo. Lá achei um banco e me sentei, lendo um livro que Luna tinha me mandado, um livro dela que seria publicado em breve. Pensei logo em como Lenneth adoraria aquele livro e me peguei pensando na nossa amizade, e infelizmente, lembrei de Damon, de Leonora e de Milena. Sacudi a cabeça irritada e voltei a ler, quando me chamaram. - Desculpa a demora, Arte! – Stefan chamou e veio correndo até mim. Eu sorri para ele, feliz por ele ter finalmente chegado. Mas notei algo estranho, ele parecia diferente. Estava com as mesmas roupas que estivera de manhã, mas tinha um ar diferente, mas livre e tranqüilo. - Achei que ia demorar mais. - Não resisti a ficar longe de você. – Ele falou e me puxou para um beijo muito caliente, me segurando pela cintura e me puxando para perto dele. Eu retribui o beijo com vontade, mas então percebi tudo. Aquele não era o Stefan... Era o Damon! Mas não consegui largá-lo. O beijo era bom e eu queria muito companhia naquele dia e me entreguei aquele beijo, passando meus braços em volta de seu pescoço e segurando-o. Mas então aconteceu. - Seu imbecil! – Alguém gritou e no segundo seguinte, Damon foi empurrado para longe de mim. – Como se atreve! Eu fiquei assustada e horrorizada! Stefan, o verdadeiro, aparecera, vermelho pela corrida e pela raiva. Ele deu um soco em Damon antes que o outro pudesse fazer algo e Damon caiu no chão, com o lábio sangrando. - Como você pôde, Artemis! – Stefan falou acusador e eu fiquei irritada. - Eu não sabia! Achei que era você! – Eu gritei para ele, que estava de costas para mim. As pessoas começavam a apontar, assustados. - O que você queria? Largou sua namorada sozinha num dia como esses, queria que alguém viesse tomá-la de você! E eu fui! E ela gostou! – Damon gritou. Stefan correu para acertá-lo, mas agora Damon desviou e deu um soco na sua barriga e logo os dois começaram a brigar feio, rolando na neve. As pessoas começaram a chegar, alarmadas e eu comecei a chorar, enquanto gritava para que parassem. - PAREM! – Eu perdi a paciência e saquei a varinha. Lancei um feitiço no meio dos dois e eles foram jogados em sentidos opostos. Levantei a mão e ambos levitaram no chão. Damon tinha o lábio sangrando e um roxo no braço, e o nariz pingava sangue. Stefan tinha um olho roxo, várias escoriações e machucados, ofegando muito, com as vestes rasgadas. – ODEIO VOCÊS DOIS! Eu gritei e sai correndo chorando. Os dois caíram no chão. Pessoas logo os seguraram, mas Stefan se soltou e correu atrás de mim. Ele segurou meu braço, me puxando com força. - Por que fez isso? – Ele gritava. - Eu não sabia que era ele! Achei que era você! Agora me solta. – Eu me soltei dele, mas ele me segurou de novo. - Não acredito que você foi capaz disso Artemis... – Ele começou a falar. – Eu confio em você, acredito em você e você me trai com meu irmão? - Eu estava te esperando, seu idiota! Estava querendo te ver! Mas ele apareceu se passando por você!! O que queria que eu fizesse?! Estava com saudades! - Você podia ter notado. - Vocês são gêmeos idênticos! Como queria que eu notasse? - Não, você fez de propósito! Você quis beijar o Damon! – Ele mal terminou de falar e eu dei um tapa no rosto dele. Ele ficou um pouco chocado, mas eu estava com raiva e chorava. - Odeio você, Stefan, odeio vocês dois! Seu idiota! Como ousa falar isso?! – Eu falei e virei as costas, ele me segurou de novo. – Não ouse tocar em mim. Eu falei com raiva e senti quando minha energia o fez se soltar. Ele ficou parado me olhando e eu sai correndo sem olhar pra trás. Parei em um lugar afastado da vila e me sentei em um muro e comecei a chorar. Naquela hora eu só conseguia pensar em quatro pessoas que eu queria que estivessem ali: Keiko, Haley, Clara e... Tuor. Pouco depois, Haley apareceu, também chorando e cabisbaixa. Ela olhou surpresa pra mim e se sentou do meu lado. Ela me abraçou e eu chorei mais contando tudo que tinha acontecido. Ela me acalmou e contou o porque de estar triste. Depois Clara se juntou a nós, também chateada e estranha. Passamos o resto do dia falando mal de todos os garotos e querendo ir logo embora. Não via a hora de chegar em casa... Ah, eu também queria a minha mãe. |