Tuesday, January 25, 2011


Lembranças de Artemis A. C. Chronos

- Tio, como é ser um Inominável? – Eu perguntei a Tio Ty, enquanto tomávamos sorvete em um parque de Londres. Ele tinha me chamado para um passeio só nós dois, já que havia muito tempo que não passávamos tanto tempo juntos. Nesse dia tínhamos ido visitar o Museu da História Natural de Londres. Ele demorou um pouco para responder, observando-me atentamente.

- Hummm... Bom não posso te revelar muito, pois é parte da natureza dos Inomináveis trabalharem secretamente. Você se torna uma espécie de fantasma, pois poucos saberão de seu trabalho. Na verdade, nem mesmo o Ministro conhece todos os trabalhos dos Inomináveis.

- É sério?

- Sim, e isso ocorre para manter o departamento um Mistério. Cada pessoa conhece pouco ou nada dos diferentes setores do Departamento e o Ministro conhece um pouco de cada, mas não tudo. Apenas o Diretor do Departamento conhece todos os projetos.

- Isso é tão necessário?

- Eles acreditam que sim. Há muitas coisas perigosas ali e também há algumas coisas ruins, infelizmente. E eles evitam a troca de informações para diminuir a chance de perda de informações ou até roubo. Mas por que a pergunta, Arte?

- E como eu me torno uma Inominável? – Eu fiz a pergunta que eu queria fazer e ele me olhou surpreso. Ele respondeu baixinho.

- Você quer ser uma Inominável?

- Quero, tio. – Eu falei decidida e ele assentiu. Meus olhos estavam decididos e ele viu isso neles.

- Muito bem... Eu posso te ajudar nisso. Primeiro, é óbvio terá que se formar em Hogwarts, depois você deve se tornar especialista em sua área e por último você precisa da indicação de um membro do auto escalão do Ministério ou de outro Inominável. Isso é simples pra você, eu e vários podemos fazer isto, além é claro do próprio Quim. Que lindo, minha afilhada seguirá meus passos! – Ele falou orgulhoso, beijando meu rosto com barulho. Eu ri, enquanto limpava o rosto e joguei sorvete em seu rosto. Ele gargalhou e empurrou o sorvete na minha testa.

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Fevereiro de 2015

- É com prazer e imensa honra que eu anuncio a turma de 2014 da Academia de Aurores. – Tio Quim falou no palanque, enquanto todos batiam palmas. Eu bati palmas junto de todos e sentia um frio na barriga, mas estava feliz. – É com prazer que chamo para falar-lhes um grande auror e amigo, Seth Kamui Capter Chronos, professor da Academia e Patrono da turma de 2014.

Meu irmão levantou-se da mesa onde os professores estavam sentados e foi aplaudido por todos, principalmente pelos formandos, que o haviam escolhido como o Patrono da turma, aquele professor que admiravam e gostavam. Todos os formandos usavam vestes de gala compostas por uma camisa branca, uma capa negra e uma gravata de cor roxa. Eles não levavam nenhum emblema ou insígnia no peito, pois receberiam a insígnia do Ministério. Seth vestia uma veste idêntica, porém em seu peito direito havia o brasão do Ministério e em seu peito esquerdo o brasão dos Chronos.

- Obrigado, senhor Ministro. Gostaria de agradecer também a todos que estão aqui para assistir à condecoração de nossa nova turma de aurores. – Ele falou e novas palmas foram ouvidas, enquanto a turma de 20 alunos parecia brilhar de orgulho. Meu irmão olhou para eles alegre, mostrando orgulho nos olhos. – Eu me sinto mais do que honrado em ser o professor escolhido como Patrono deles, uma turma que sempre mostrou interesse e habilidade em todas as aulas. Mas acima de tudo, mostraram a maturidade que um auror deve possuir. Parabéns a todos.

Ele bateu palmas e logo toda a sala batia. Tio Quim levantou-se e ficou no centro do palanque, ladeado por Seth e pelo Diretor da Academia. Um dos alunos levantou-se então e proclamou o Juramento dos Aurores que foi repetido por todos, também de pé. Na platéia, todos os aurores presentes também ficaram de pé repetindo o Juramento. Minha família inteira estava de pé, e ao lado deles meus amigos permaneciam sentados, assim como eu, porém eu repetia o Juramento mentalmente.

Seth, Tio Quim e o Diretor começaram a chamar cada um dos 20 alunos. Cada um deles recebia o emblema do Ministério no peito e saldavam a platéia levantando a varinha para o alto com faíscas roxas, em seguida, recebiam uma espécie de benção com a varinha dada por Quim. O nervosismo aumentava cada vez mais e quando finalmente o último recebeu sua insígnia, eu não conseguia segurar o nervosismo. Todos bateram palmas, e então Quim sorriu e ergueu a mão e fez-se silêncio no salão. Estava chegando a parte que eu esperava.

- Agora, deixei essa última condecoração por ser especial. A anos eles vem lutando por nós, sempre imbatíveis e sempre poderosos. São aliados importantes para mim e eu mais do que nunca me sinto alegre por ter nosso acordo. Gostaria que todos aplaudissem essa última condecoração e parabenizem-na como o auror mais novo da história da Magia mundial. Ela passou pelo exame de Auror com maestria e mostrou ter a fibra e a coragem necessária para o cargo. – Tio Quim fez uma pausa rápida e sorriu para mim. – É com orgulho e prazer que chamo uma filha dos Chronos. Artemis Arashi Capter Chronos receba a condecoração de auror do Ministério.

Eu senti meu estômago afundar de alegria e me levantei. Eu vestia uma roupa ligeiramente diferente dos demais alunos, pois minha roupa era toda negra e já possuía o emblema dos Chronos em meu peito direito. Ouvi todos baterem palmas e ouvi os gritos dos meus amigos e parentes, mas evitei olhar, com medo de não segurar a emoção. Ouvi quando Tio Ty assobiou e o ouvi comentando para todos ouvirem “É a minha afilhada! Eu que ensinei tudo a ela!”. Eu ri enquanto caminhava até Tio Quim que segurava a insígnia do Ministério e sorria para mim. Seth também sorria ao seu lado.

- Parabéns, minha cara. – Tio Quim falou para apenas eu ouvir, enquanto prendia a insígnia em meu peito. – Sei que será de extrema ajuda para todos nós.

- Obrigada, senhor. – Eu respondi e ele apertou minha mão. Depois, apertei a mão de Seth e do Diretor e meu irmão piscou pra mim. Me posicionei diante do palanque e levantei a varinha pro alto, disparando faíscas brancas. A platéia explodiu em palmas e vi que tinha lágrimas nos olhos, enquanto sorria para meus amigos. Mamãe e as garotas acenavam alegres, com lágrimas também, enquanto os garotos batiam palmas alegres e assobiavam.

Eu estava dando meu primeiro passo para o futuro. Era um auror.

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- Chronos, o que era aquilo? – Eu perguntei assustada, recuperando o fôlego. Hiro me olhou preocupado, em ajudando a me acalmar.

Estávamos em Camelot e eu meditava sentada diante do templo de Chronos. Hiro estava meditando comigo ao meu lado. Enquanto meditava eu deixei minha alma percorrer os caminhos que ligavam-me aos outros mundo e decidi visitar o mundo de Chronos novamente. Em geral, eu via apenas o mundo, sem jamais ver seus habitantes, apenas um grupo de pessoas, que eu sabia serem a família de Chronos, de sangue ou não. Eu via muito um vale envolto em luz onde haviam três templos. Mas dessa vez, eu vi outra coisa. Eu vi a guerra. E nela haviam seres que eu jamais vi e sequer imaginei. Eles pareciam saídos de um pesadelo tamanho era o medo que senti ao vê-los.

- Arte, o que aconteceu, você está pálida! – Hiro comentou alarmado. Ele apertou minha mão e aos poucos comecei a me acalmar.

- Eu vi uns seres horríveis, Hiro! Eram piores do que Inferi ou Dementadores!! Eu senti pavor ao vê-los! – Eu falei e Hiro engoliu em seco.

- Você os viu então. Agora que os viu, posso finalmente voltar a treiná-la.

- O que eles eram? E o que quer dizer?

- Eu quero dizer que você precisava lapidar os seus poderes e seu estilo de luta. Nos últimos meses deixei-a treinar sozinha e com a ajuda de Justin você desenvolveu seu próprio estilo de luta, o estilo que você denominou “Queen of Blades”. Enquanto isso, eu impedia-a de visitar os cantos mais obscuros de meu mundo, mantendo-a pressa apenas nas regiões que não lhe surtiam perigo, como os Templos. Agora, você adquiriu tanto poder e tanto controle que foi capaz de ultrapassar minhas barreiras, meus parabéns.

- Mas o que ela viu, Chronos? Ela está aterrorizada. – Hiro falou, preocupado. Ele sabia que eu não me assustava fácil, mas agora estava apavorada.

- Ela viu os grandes males de meu mundo, os Demônios.

- Como dos escritos trouxas? – Hiro perguntou, enquanto eu apenas escutava.

- Não. Você conhece o termo Akuma, Hiro?

- Claro que conheço, é japonês e significa justamente demônio.

- Mas é com uma conotação diferente do termo religioso “demônio” dos trouxas, não?

- Sim, é isso mesmo. – Hiro falou.

- Então, Akuma é o termo de seu mundo que mais se adapta ao teor que dávamos à palavra Demônio. Eles são espíritos, Youkais seguindo a linha japonesa. Eles eram a força militar de uma das entidades que viviam no meu mundo e eram extremamente malignos. Eles são a encarnação de pensamentos malignos e podres, como vingança, dor, angústia, luxúria, assassinato, dentre outros.

- E por que eles existiam? – Eu finalmente perguntei.

- Meu mundo viveu por centenas de anos em guerra, nela as duas entidades guerreavam entre si. Uma delas possuía os Celetes, uma ordem organizada militarmente, cujos maiores membros eram os Generais. Enquanto a outra tinha a Horda, uma ordem de Demônios organizados em nobreza. Os maiores Demônios eram os Abissais, seres ainda piores que os Demônios comuns. Você deve ter visto um deles. Agora, preciso que decida.

- O que? – Eu perguntei.

- Para continuar seu treinamento, preciso que você enfrente os Demônios de meu mundo e até mesmo um Abissal. É importante para você aumentar seus poderes e também para treinar a sua alma. Além disso, gostaria que seus amigos estivessem presentes, é uma lição que todos devem aprender. Dentro de cada um de nós há poder para mudar o mundo, alguns maiores do que os outros, alguns de forma escondida. E há também em cada um a possibilidade de viajar e ligar-se a outros mundos, principalmente em Justin, Haley e Julian. Porém, todos serviriam de porta de entrada para os Demônios a esse mundo. Artemis, você tem um dom: você é ainda mais ligada ao mundo do que os outros, não apenas aos espíritos, mas à essência do mundo, dos mundos na verdade. Por isso ela é capaz de viajar entre os infinitos mundos.

- E você acha que eu seria capaz de enfrentar um ser daqueles?! – Eu perguntei um pouco assustada, mas para minha surpresa, quem respondeu foi Hiro.

- Claro que tem, Arte! Se tem alguém que seria capaz é você! – Ele falou, me animando. Sua energia me contagiou. – Você não tem força física e mágica apenas, mas também interior e é uma das melhores pessoas que eu conheço. Isso é o que seria necessário para derrotar seres assim, a pureza de coração!

- Belíssimas palavras, Hiro, você realmente é sábio. E está correto, é por isso que você é tão poderosa Artemis. Seu poder não está em sua magia ou armas, mas sim na sua bondade. É ela que a torna tão poderosa.

Eu assenti, ainda com um pouco de dúvidas, mas começava a relaxar. E eu sentia que precisava passar por isso para poder enfrentar os vampiros e Cadarn.

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- Maldição, não temos todos os arquivos dos Chronos! – Cadarn praguejou, batendo com o punho em uma mesa, que afundou com o soco.

- Esses eram todos os arquivos que encontramos. – Um vampiro respondeu, enquanto Gustav o interrogava. – A maioria dos arquivos foram retirados por Alderan e Rigel Chronos.

- Cadarn, esses arquivos ainda possuem informações importantes. Veja, tem uma palavra que aparece uma única vez, mas sinto que é importante. – Gustav falou, indicando uma palavra nos arquivos. – “Rainha”, o que isso significa?

- Os Chronos nunca foram parte da nobreza ou mesmo líderes do Ministério, sempre gostaram de ficar atrás da política. – Maxmilliam comentou, confuso. – Esse termo deve estar errado.

- Não, Gustav está certo, ele significa algo. Precisamos encontrar alguém que saiba. – Cadarn falou e tomou uma decisão. Ele chamou outro vampiro e ordenou. – Quero que encontre um vampiro antigo aqui da Inglaterra, qualquer um deles, mas o encontre. Ao menos tente descobrir sobre essa palavra.

- Sim, meu mestre. – O vampiro respondeu e desapareceu no ar. Todos ficaram em silêncio até que o líder dos vampiros que trouxera os arquivos falou.

- Mestre, encontramos alguns dados que podem ser úteis. Roubamos os arquivos de aurores e também de procurados do Ministério.

- Em que isso pode ser útil? – Maxmilliam perguntou com sarcasmo.

- Isso pode ser muito útil... – Gustav respondeu, pensando. – Estamos atraindo atenção demais. Os Chronos e os Ministérios estão fechando os cercos contra nós, devemos diminuir os ataques à cidades.

- O que tem em mente, Gustav? – Cadarn perguntou, interessado.

- Devemos procurar alguns dos fugitivos do Ministério e usá-los em nosso plano. Os aurores e os vampiros possuem muitas pessoas nos investigando, Cadarn. Nós dois não podemos participar ativamente de nenhuma ação, pois eles nos detectariam... Mas se usarmos um dos fugitivos... Eles não perceberão.

- Gostei de seu plano... E deveríamos usar algum inimigo dos Chronos. – Cadarn falou sorrindo ao achar a pessoa certa. Ele lia os dados de Alexandra Mcgregor, grande aliada dos Chronos e seus olhos bateram na lista de inimigos abatidos por ela. Um nome chamou sua atenção “Lestrange”. Ele sorriu e pegou a lista de fugitivos, encontrando o mesmo nome entre elas.

- Ache essa mulher e todos os Comensais fugitivos dessa lista. Traga-os aqui e diga-lhes que eu tenho uma proposta a fazer. Diga a essa mulher que eu posso fazer os anos de exílio e sofrimento voltarem atrás. – Ele sorriu malignamente, trocando um olhar com Gustav, que também sorrira.

O nome Lestrange era a chave para o sucesso de seus planos, ainda mais com o histórico de sangue e ódio que havia entre Chronos, Mcgregors e Lestrange.


OFF: Com exceção do trecho indicado, todos os textos são "atemporais", sem ligação com nenhum evento dos demais posts. Apenas o trecho final possui ligação com um texto postado no Cafofo do Texugo.