Saturday, February 12, 2011 Answer will be found If you love, I’ll love. Don’t be scared, you’ll be safe, this I swear. Lembranças de Artemis e Tuor Na visão de Tuor - Senhorita Chronos? – Um elfo doméstico chamou Arte, assim que entramos no salão principal. A contra-gosto, Arte se virou para ele e sorriu, enquanto ele tirava um bilhete de cor rosa de uma bolsa e entregava a ela. O elfo fez uma reverência e entrou no salão indo atrás do restante dos alunos que tinha que entregar. O salão ainda não estava cheio, pois era bem cedo e muitos ainda estavam descendo. Arte me pediu que fossemos cedo parar Hogsmeade, pois queria falar comigo e não queria muitas pessoas em volta. - Francamente, esses garotos estão me irritando. – Ela falou, e, sem olhar o bilhete, o amassou e jogou em uma lixeira. Isso me fez rir, e ela me olhou um pouco feio, mas relaxou o olhar. Ela estava muito chateada, eu sabia disso, mas até agora não tínhamos conversado ainda. Eu estava respeitando o seu tempo e esperava, até mesmo ansioso. - Concordo com você. Quer ir logo para Hogsmeade? Os elfos não vão lá. Podemos levar algum lanche e comer no caminho. - Obrigada. – Ela respondeu, aliviada. Meu coração batia forte e eu não sabia o porque. -------- - Eu terminei com ele ontem, Tuor. – Arte falou. Nós estávamos em uma zona bem afastada do vilarejo, quase em seus limites. Ficava perto de uma árvore muito antiga e bela, que começava a ter suas primeiras flores, agora que o inverno começava a recuar e a primavera já começava a surgir. Era uma cena bonita: a natureza voltava à vida mesmo entre os últimos flocos de neve, com energia renovada, em um grande e eterno ciclo. Com a presença da Arte, esse ciclo pareceu se intensificar e logo a árvore parecia ainda mais viva e mesmo os flocos de neve pareciam mais puros. O céu também parecia mais claro e límpido, com uma luz mais intensa e pura. Eu jamais consegui me acostumar com o modo como ela era capaz de mexer na natureza e no mundo. Arte sentou-se em uma das raízes da árvore, que pelo seu comando, surgiu acima da terra, fornecendo-nos um lugar para sentar e conversar. Arte gostava daquele lugar, principalmente quando queria conversar. Apesar de estarmos afastados de todos eu percebi quando ela conjurou uma barreira ao nosso redor. Dificilmente alguém ouviria ou veria algo. Ela estava muito chateada, como eu nunca vi. Desde que ela e o Stefan brigaram eu sabia que eles não voltariam, pois sabia o que ela pensava sobre aquilo. Mas foi duro pra ela e ela estava muito triste. Ela apontava a varinha para o chão e fazia pequenas pedras levitarem, ou acariciava o tronco de árvore. Eu não sabia o que dizer, mas senti vontade de reconfortá-la, só não sabia como. Nossa briga nas Olimpíadas tivera uma reação estranha: nós nos aproximamos ainda mais. Agora os nossos olhares diziam muito e os sorrisos mais ainda. Mas também nós dois ficamos mais sem graça em algumas situações que antes não ficávamos. Era como se tivéssemos medo de nos aproximar demais... - E como você está? – Eu perguntei, de forma meio idiota. - Não sei, não dá pra ver? – Ela perguntou, olhando fundo e m meus olhos. Seus olhos eram assim mesmo difíceis de encarar, pois eram cheios de força, pareciam capaz de ler sua alma. - Não fica assim. – Eu falei, sentando ao lado dela na raiz da árvore. Ela recostou a cabeça em meu ombro e eu a abracei. – Se está triste porque terminou com ele, vá falar com ele, vocês ainda têm chance de dar certo. - Não é isso. Eu não sei disser como estou. Estou confusa. – Eu notei o modo como sua voz estava frágil, o que eu nunca vira. Senti um aperto no peito e a abracei com força, mantendo-a com a cabeça encostada em meu ombro. – Eu já não sinto o mesmo pelo Stefan. Nem pelo Damon. E não quero os dois brigando por mim, cansei disso. - Ei, está tudo bem. Tem alguém na jogada já é? – Eu falei, forçando um sorriso. Senti ela sorrindo. - Não seu bobo. Na verdade... Não sei. – Ela falou num sussurro e eu senti meu estômago afundar e meu coração disparar. Só que eu não sabia se era de felicidade ou outra coisa. - O que foi? – Eu falei, olhando para ela. - Nada... – Ela falou, levantando um pouco a cabeça e me olhando fundo nos olhos. - Ei, eu estou aqui tá? Seu viking fiel, alteza! – Eu falei, tentando animá-la. Ela sorriu, mas ainda havia tristeza e dúvida em seus olhos. - Eu até gosto quando me chama assim. Me sinto próxima a você. – Ela falou baixinho e eu não sei por que fiquei feliz. A voz de Keiko e Tricia me assombravam, dizendo que eu gostava dela. - Então, minha princesa, que tal ficar mais animada, hein? – Eu falei, balançando-a levemente e com carinho. - Por que todos não podem ser como você? Seria mais fácil. – Ela falou, em um sussurro fraco. – Você é especial, Tuor, não sabe o quanto. - Ei, Arte, não fica assim. – Ela começava a chorar e eu não sabia o porquê. Eu a abracei com força, deixando-a chorar em meu ombro. Era uma cena estranha. Arte sempre foi alguém forte, muitas vezes mais do que eu. Desde que entrei em Hogwarts, Arte foi a primeira pessoa que eu falei. A primeira que eu conversei, a primeira que brinquei, a primeira que sorriu comigo e para mim. Crescemos juntos nesse dois anos e nunca me senti tão próximo de uma amiga assim. E esse era meu medo: como saber se o que eu estava sentindo não era apenas amizade? Como saber se aquela vontade louca de querer tê-la para mim não era apenas amizade? Eu também nunca tinha amado de verdade alguém, então não sabia ter certeza. Amei muito Keiko, e ainda a amo, pois ela tornou-se alguém especial. Mas era um amor diferente, principalmente de amizade. E o que eu sentia agora pela Arte? Seria amor? Eu nunca tinha sentido isso, era difícil saber. Vê-la ali chorando, me fez perceber que eu faria tudo para deixá-la bem e que eu queria protegê-la. - Eu estou aqui com você, não estou? – Eu falei, levantando seu rosto com as mãos. Ela, porém, pareceu ficar com os olhos ainda mais tristes e eu percebi o porque: por quanto tempo eu estaria ali? Olhar em seus profundos olhos azuis quase me deixou sem ar. Eu enxuguei suas lágrimas com carinho usando a minha manga, e, enquanto ela fechava os olhos para eu secá-los, beijei seus olhos com ternura, como minha mãe costumava fazer comigo. Ela então abriu os olhos e sorri para ela, e ela sorriu também, depois de um pequeno soluço. Ela parecia serena. Estava linda. Então aconteceu lentamente. Naturalmente. Nossos olhos ficaram fixos um no outro e eu não era mais capaz de ver, sentir ou ouvir mais nada que não fosse seus olhos, seu perfume e a maciez de seu rosto ainda em contato com a minha mão, a respiração ofegante. Nos aproximamos lentamente, ainda com os olhos fixos um no outro. Então fechamos nossos olhos ao mesmo tempo e nos beijamos. Naquela hora eu tive certeza de uma coisa: aquele beijo foi o melhor e o mais especial de todos os que eu beijei. E nenhuma garota jamais me fez sentir o que ela me fez sentir naquele momento. Especial, completo. ººººººº Na visão de Artemis Foi um momento mágico, onde o tempo parou. Eu não conseguia perceber mais nada além de seu beijo. Não pensava em Stefan e Damon, em como briguei com eles, em como terminei com ele. Eu só conseguia pensar em uma pessoa: em Tuor. Foi um beijo doce, calmo, e até inocente. Nossos lábios se tocaram de leve e não conseguíamos mais nos afastar. Seus lábios deixaram uma marca em meus lábios. Eu não pensava em mais nada. Jamais um beijo mexeu tanto comigo. Ele me abraçou docemente, e eu me soltei em seus braços, enquanto nos beijávamos. Não sei quanto tempo ficamos assim, sentados e nos beijando. Depois de um tempo nos afastamos e eu abri os olhos. O vi de olhos fechados e notei como ele ofegava, assim como eu. Aquele beijo também tinha sido diferente para ele. Ele abriu os olhos e nos olhamos novamente. Eu me sentia vermelha, mas feliz. Eu entendi o que era aquilo. Era amor. A certeza disso me acertou ao mesmo tempo que dúvida. Mas ele era e sempre foi meu melhor amigo?! Mas eu não queria mais pensar em nada. Então, nesses poucos segundos em que olhei em seus olhos eu finalmente entendi tudo: entendi porque nunca soube escolher entre Damon e Stefan, entendi porque nenhum dos dois me fazia realmente feliz. Entendi o porquê de eu só me sentir realmente bem e calma ao estar do lado de Tuor. Era de Tuor que eu sempre gostei, era sempre ele que me completava. Foi por gostar dele que eu jamais consegui me decidir de quem gostava, e por causa dele que briguei tanto com Milena. Foi por causa dele também que eu cresci tanto, querendo me tornar alguém digna e importante para ele. Não sei bem o que deu em mim, mas me levantei e tentei andar, apesar de ter as pernas bambas. Ele segurou minha mão e ficou de pé. - Arte. – Havia ansiedade e dúvida em sua voz. – Me desculpa, eu não deveria... Novamente eu não soube o que deu em mim. Eu o olhei novamente, tapando seus lábios com a mão e o fitei longamente. Então o beijei. Ele retribuiu o beijo com carinho. Nos apoiamos no tronco da árvore e eu me deixei cair em seu peito, ainda beijando-o. Nos entregamos a esse beijo, abraçados, como se não existisse mais nada. E acho que não existia. Eu só sentia e me preocupava com ele. Só queria ele. Nunca me senti tão protegida, tão completa. Eu estava amando meu melhor amigo. ººººººº Visão de Tuor Quando ela me beijou novamente, eu senti como se minhas pernas ficassem bambas. Aquilo era diferente de tudo que já experimentei. Nos apoiamos na árvore e nos beijamos por um tempo que me pareceu a eternidade. Quando finalmente terminamos aquele beijo, nossas testas se encontraram e ficamos um olhando o outro, sem fôlego. Eu me sentei, recostado na árvore, e ela sentou comigo, se deixando abraçar. Os últimos flocos de neve misturavam-se às pétalas e folhas enquanto simplesmente ficamos abraçados, olhando o céu. Nossos corações batiam juntos, nossas mãos entrelaçadas. Eu estava amando a minha melhor amiga. Now it is time for you to close your eyes They´ve seen much pain it´s slowly filling your mind Pretty as they are but now so pale You better leave all your worries far behind Not long ago when you had the Fire Burning inside of you brighter than any flame You were the one that I believed in Keeping our hopes up high where are you now? Where do you aim? Let me take you there To the place you know Why don´t you Dream With Me The answers will be found Now it is time to open your eyes again See how all the sorrows have disappeared faded away I am right here waiting for your call If you still need me to guide your pace Through the day Let me take you there To the place you know Why don´t you Dream With Me The answers will be found ººººººººººº No baile de Dia dos Namorados, Artemis e Tuor foram juntos. Foram como amigos, dançaram como amigos, conversaram como amigos... Mas estavam abalados e confusos, sem mais saber ser era apenas amizade. Aquela tarde havia mudado a forma como eles se viam, mudou a forma como se sentiam um perto do outro. Não se beijaram durante a festa, na verdade, eles beijaram-se apenas enquanto estiveram na árvore do vilarejo. Eles queriam primeiro entender o que sentiam, mas não queriam se afastar. Aquela tarde havia mostrado a ambos como um era importante para o outro. Eles voltaram para o castelo no final da tarde, de mãos dadas, e ele prometeu que a buscaria às 19hs. Ela sorriu para ele e foi contar para suas amigas o que tinha acontecido, que a esperavam, ansiosas e curiosas. ººººººº - Eu vim avisá-lo. – O homem falou, surgindo diante de Chronos que estava sentado no chão com as costas para o trono de Arturia. Chronos sabia como aquele momento era importante para sua querida Artemis e lhe deu privacidade. - Há quanto tempo... – Chronos respondeu, ainda de olhos fechados, respirando fundo. - Sim, muitos séculos... As escolhas foram feitas, Chronos. Ele está começando a ganhar forma. – O homem falou, tocando com uma das mãos em um livro acorrentado a seu braço. Chronos abriu os olhos e reconheceu o homem de capa e manto negro. - Imagino que não me deixará vê-lo novamente, deixará? - Você não precisa lê-lo para saber ou imaginar... Ela é preciosa a você não? - Sim, muito. – Chronos respondeu, sua voz marcada por cansaço e preocupação. - Não guardo rancor de você, pelo contrário, eu o respeito agora. Espero sinceramente que as escolhas tenham sido as corretas. – Ele então pareceu perceber algo e tocou o livro novamente. Ele olhou novamente para Chronos, apesar de seus olhos serem vazios e cegos. - Na verdade, resta uma única escolha. A mais importante delas e você sabe quem deverá fazê-la. - Obrigado. – Chronos falou, e o homem desapareceu diante de seus olhos. – As escolhas foram feitas. Agora não há retorno e só me resta esperar e confiar. Música: Dream With Me, Stratovarius. Título: The Misery, Sonata Arctica; Dream With Me, Stratovarius. |