Saturday, February 05, 2011 Winds of Destination Lembranças de Artemis A. C. Chronos
Eu evitei por mais duas semanas falar com Stefan. Eu não sabia o porque de evitar tanto: não sabia se era medo, tanto de magoá-lo quanto de ser fraca na hora e voltar com ele, ou se era ansiedade. Nem mesmo nos treinos de Quadribol nos falávamos. Os treinos estavam ficando mais regulares e intensos, pois o final da temporada de Quadribol se aproximava. Neles, Lizzie e John sabiam de todo o ocorrido e me ajudavam e tudo mais, e em todo final de treino, eu e ela saíamos juntas. Não era da minha índole fugir, mas ainda não queria falar com ele. Sei que eu fui errada também, mas ele me magoou. Mas principalmente: eu precisava descobrir o que eu realmente queria. Algo crescia dentro de mim, algo que eu nunca senti e eu não entendia. Cada vez mais eu procurava o olhar dele, cada vez mais queria estar ao lado dele... Mas ele era meu melhor amigo, será que isso era normal? Será que eu não estava apenas imaginando coisas ou confundindo-as? Não sei... E ainda tinha o fato de que esse era o último ano dele em Hogwarts. Doía só de pensar que ele iria embora... E eu tinha até medo de falar disso, como se não falar pudesse evitar de acontecer. - Arte? – Keiko perguntou, me cutucando. Eu balancei a cabeça e olhei em volta, como perdida. Estávamos eu, Keiko, Haley, Lena e Clara na biblioteca terminando um exercício de Herbologia. Os garotos já tinham ido embora, terminar outros exercícios, pois já estava ficando tarde. Nós ficamos pra trás para terminarmos esse e também até para conversarmos. - Desculpa, acho que estou cansada por hoje. Não consigo manter o olho aberto! – Eu falei, desconversando e empilhando minhas coisas. - Você não nos engana. – Clara falou, me olhando acusadora. – Você estava pensando em Stefan, ou no Damon. - Não! Não estava! – Eu falei, rápido demais e elas riram. – Não no sentido que estão pensando. – Eu falei baixinho e dei de ombros. Elas se aproximaram, meio curiosas e preocupadas. - Conte-nos tudo, não esconda nada! – Lena falou e eu sorri, contando pra elas o que sentia. Contei que ainda tinha receio de falar com o Stefan, por medo de na hora ser fraca e dar a ele outra chance. E contei também que começava a sentir algo por outro garoto, o que as fez darem risadinhas. - Arte, termina de vez com o Stefan. Quando conversou com o Damon tudo se resolveu, não foi? E quanto mais tempo você demorar para dar um fim nisso, mais parecerá ao Stefan que ele ainda tem chances. – Haley falou e eu concordei com ela. - E também esse seu relacionamento só te fez mal em vários sentidos. – Keiko falou, solidária e eu sorri pra ela. – Não dá mais, Arte. - Eu concordo com a Kika. Chegou um ponto que não dá mais. Ele te acusar do jeito que acusou e não confiar em você foi a gota d’água. – Lena falou. - Eu vou terminar de vez com ele amanhã... Chega a ser irônico, tão perto de completarmos um ano de namoro. – Eu falei e elas deram de ombros, mas riram. Me senti mais leve e sorri. - Agora, não pense que eu esqueci. – Clara falou, com os olhos brilhando. – Você falou que acha que está gostando de outro garoto!! - Droga, você lembrou. – Eu falei, ficando vermelha. Tentei levantar, mas Haley e Lena me puxaram de volta e eu sentei derrotada, corando ainda mais. - Quem é? – Haley perguntou curiosa. Eu as olhei fundo nos olhos e sabia que podia confiar nelas, mesmo que fosse para dividir minhas dúvidas. - O Tuor. – Eu sussurrei e recebi olhares que misturavam alegria com vitória. - Eu sabia! – Keiko gritou, batendo na mesa e assustando todos. Eu fiquei ainda mais vermelha, enquanto dizia que ainda não tinha certeza...
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- Stefan. – Eu o chamei no salão comunal, com a voz mais calma que eu consegui fingir. - Arte. – Ele falou, já se virando pra mim. Vi que seus olhos misturavam esperança, alegria e até arrependimento, mas pisquei, apagando isso. - Gostaria de falar com você, mas não agora. Depois do almoço, me espere nos jardins, a caminho do campo de quadribol. Eu terminei de falar e me virei logo, antes que ele pudesse falar algo. Sai dali apressada, mas na saída encontrei com Lena, que me parou. - Arte, o professor Storm pediu que você e o Tuor fossem ao seu gabinete. É para a entrevista sobre aconselhamento profissional. - Obrigado. Por que nós dois? – Eu perguntei, curiosa. - Também não sei. – Ela deu de ombros, e piscou pra mim, olhando em seguida para Tuor. Eu devo ter ficado vermelha demais e ralhei com ela, que riu antes de continuar. – As entrevistas seriam só em Abril, mas pra vocês dois ele deve querer adiantar, já que você já tem o grau de auror e bem... – Ela falou sem jeito, sabendo que era um assunto delicado. – E o Tuor precisa terminar o intercâmbio. - Obrigada, Lena. – Eu agradeci também sem jeito e ela subiu para pegar seus materiais. Tuor sorriu para mim, levantando de uma das poltronas onde estivera lendo um livro de Aritmancia. - Vamos juntos, então? – Ele perguntou. - Claro. – Eu falei e descemos juntos para o 2ºandar, conversando sobre a temporada de Quadribol. Ele evitou falar do Stefan, pois me viu falando com ele, mas tenho certeza que o Tuor sabia o que eu falaria. Eu evitava a todo custo pensar nos sentimentos que começavam a surgir por ele, mas quanto mais eu tentava não pensar nisso, mas eu pensava. Quando chegamos na porta do gabinete de Tio George, professor Storm diante dos demais, ficamos um tempo parados e nos olhamos sem saber o que fazer. Então, Lizzie saiu da porta e sorriu pra nós. - Arte, o professor Storm disse que você já pode entrar. - Boa sorte! – Tuor falou e batemos as mãos no ar e entrei no gabinete de Tio George, que eu já conhecia bem. Essa manhã ele estava empilhado de folhetos e até mesmo mapas e fotos de locais que eu conhecia como escolas de diversas áreas do mundo bruxo e trouxa. Haviam até mesmo alguns informativos de faculdades trouxas. - Bom dia, Arte, como está? Primeiro deixe-me lhe dar os parabéns! A mais nova auror da história!! – Tio George falou sorrindo para mim. Ele levantou-se e permitiu que eu o abraçasse e sentou-se ao meu lado, em vez do outro lado da escrivaninha. - Tudo ótimo, tio. Achei que as entrevistas seriam apenas em Abril. E você esteve na cerimônia já me deu os parabéns! - Não custa dar de novo, fiquei muito feliz. Bom, no seu caso resolvi adiantar a entrevista já que você já conseguiu dar início a sua carreira e achei que gostaria de alguma ajuda nisso. Ter se tornado auror tão jovem é um passo importante para seu futuro e deixou a mim e todos da escola muito orgulhosos. – Ele sorriu de forma amável pra mim e retribui o sorriso sem graça mas feliz. – A Diretora Minerva também ficou orgulhosa! – Eu balancei a cabeça afirmativamente, agradecendo pelo carinho dele, e agora, da Mimi. – Bem, vamos seguir o protocolo... – Ele falou e pegou uma prancheta que eu vi conterem minhas informações. Ele passou um olho rápido e a devolveu, sorrindo. – Não preciso de dados para vocês. Vamos conversar, é melhor... Tem algo que gostaria de saber a mais? - Sei que parece já estar definido que quero ser auror, mas ainda estou um pouco na dúvida. Quero ajudar as pessoas, e como auror eu posso fazer isso, mas queria poder ajudar mais. - Querida, com suas notas e seu histórico extra-escolar você tem capacidade de entrar em qualquer instituição do mundo bruxo. Seu histórico de detenções poderiam atrapalhar um pouco. – Ele falou, me olhando feio e eu fiquei sem jeito. – Mas isso há como se contornar, pois podemos escrever cartas de recomendações, apesar de você não precisar. Sua nomeação como monitora é prova de que você tem a confiança tanto minha quanto da Diretora. - E eu agradeço muito pela confiança! – Eu falei sincera e ele sorriu. - Então, voltando, você tem interesse de seguir a carreira de sua mãe e irmão? Você seria uma excelente curandeira. Eu disse que sim, e logo falei o que eu realmente queria ser: uma Inominável. Tio George ficou admirado e surpreso, mas sorriu, dizendo que eu tinha capacidade para me tornar uma. Como meu padrinho, ele disse que eu precisava me especializar em algo além de auror e por isso decidi que gostaria de seguir o ramo de curandeiro. Mas para ter certeza das minhas chances, Tio George disse que seria bom eu ter uma terceira ou até mesmo quarta formação. Eu então pensei em botânica ou tratos de animais mágicos e ele logo lembrou dos meus dons com os dragões e disse que eu deveria treinar com os tratadores das Hébridas. Sai de lá com diversos folhetos, um sobre a carreira de curandeira, outro sobre tratamento de dragões e um sobre botânica. Sorri para Tuor e disse que o esperaria.
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- Bem vindo, senhor Mithrandir. – O professor Storm me saldou, indicando a cadeira com a mão e sorrindo. – Se importa se chamá-lo de Tuor? - Não, senhor. – Eu respondi, sentando-me. - Pode me chamar de George se achar melhor. Você já é parte daquela turma, como seu histórico de detenções me mostra. – Ele balançou um pergaminho e eu sorri sem jeito. – E como eu os conheço desde crianças, nos permitimos alguma proximidade... Agora vamos ao assunto dessa entrevista. - Sim, professor. Eu imagino que seja sobre a carreira que gostaria de seguir? – Eu perguntei e ele fez que sim. – A questão é que estou em dúvida. - É normal na sua idade. A adolescência é marcada por dúvidas e incertezas, mas é uma das melhores fases da vida. – Ele disse sorrindo e eu pensei em Arte. Eu sempre gostei do Tio George do pessoal, mas hoje estava gostando ainda mais. – Seus pais são influentes no ramo da Execução das Leis das Magias, já pensou em seguir esse ramo? - Sim. Quando vim pra cá eu pensei em continuar nesse ramo, mas agora não sei. Aqui eu conheci muitas coisas e começo a pensar na carreira de auror. Também já pensei na carreira como professor. – Eu falei e seus olhos se iluminaram. - É um bom ramo... Eu por exemplo me formei como auror e depois me tornei professor e me orgulho disso. Nesses folhetos há algumas informações que podem lhe ser úteis. – Ele disse me entregando um folheto da Academia de Aurores, um do Ministério Britânico do Departamento de Execução das Leis da Magia e por fim um folheto sobre a carreira no magistério. Eu os folheei rapidamente e agradeci. – Agora sobre o outro motivo dessa reunião. - Qual? – Eu perguntei, curioso. - Sobre seu intercâmbio. É por isso que decidi adiantar sua entrevista, pois elas costumam ocorrer em Abril, mas se esperarmos até lá já será muito em cima. – Ele falou e eu assenti. – Ele termina esse ano, por isso você deve preencher alguns formulários e relatórios sobre sua estadia. Conforme estava no acordo, você deve prestar os N.O.M.’s aqui em Hogwarts, pois finalizará os seus estudos na Noruega, onde realizará os N.I.E.M.’s. Além disso, gostaria de perguntar se você está preparado para voltar a seu país natal. - Exatamente. – Eu falei e ficamos um tempo quietos. – Professor, há alguma forma de estender esse intercâmbio? - Em geral não. – Ele falou, depois de pensar um pouco e eu me senti triste. – Mas você tem interesse em continuar conosco? Seu desempenho conosco foi exemplar, com suas notas acho que você conseguiria aumentar o intercâmbio com facilidade. – Ele falou e eu fiquei um pouco mais animado, mas ainda estava chateado. Ele sorriu pra mim e naquela hora eu vi como ele se preocupava tanto com seus alunos. Se eu realmente seguisse o ramo de docente, ele seria meu ídolo. - Isso é algo que seus pais seriam capazes de conseguir, mas você deveria conversar com eles e entrar com o processo a partir do Ministério de seu país. - Entendi... Obrigado, professor. – Eu falei, meio cabisbaixo e acho que ele notou. Me levantei e fui encontrar Arte, pois sabia que me esperava.
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Eu esperava Tuor voltar para que fossemos para as aulas juntos, e enquanto isso lia os folhetos que Tio George me entregou. A entrevista dele demorou mais do que a mim e quase meia hora depois de ter entrado, ele saiu, porém estava meio cabisbaixo e fiquei preocupada. - O que houve? Tio George disse que suas notas são muito ruins? – Eu perguntei tentando brincar, mas ele sorriu pouco. - Não... Arte, não tem mais como fugir. – Ele falou e me olhou fundo. Senti meu coração tremer e por um segundo pensei que ele poderia me beijar ali. Me peguei desejando isso, mas tirei isso da mente. - O que foi? – Eu perguntei e ele ficou calado mais um tempo antes de responder. - Eu não sei se poderei voltar ano que vem. Meu intercâmbio acaba esse ano e o professor disse que em geral não permitem a permanência. Assim que ele falou, aquilo que eu vinha bloqueando de minha mente o ano inteiro, o fato de que esse talvez fosse o último ano estudando com ele, veio com uma força monstruosa e eu senti lágrimas nos olhos. Quando percebi eu chorava e ele me abraçou. - Não quero que vá embora. – Foi a única coisa que consegui dizer. - Eu também não. Mas não sei se vai ser possível... Mas vou tentar. – Ele disse, tentando me animar, mas eu não conseguia deixar de sentir aquele sentimento de “adeus”. Voltamos para as aulas calados e o meu preparo emocional ia pro saco.
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- Artemis. – Stefan falou, levantando-se ansioso. Ele estivera me esperando sentado em um banco mais ou menos na metade do caminho até o estádio de quadribol. Assim que me viu ele levantou-se e veio na minha direção, mas eu fiquei parada, mantendo a distância. - Queria conversar com você. – Falei a voz fria. Eu tinha medo de conversar com ele e meu lado sentimental dar a ele outra chance ou até eu não resistir ao seu carinho. Mas eu estava abalada e por mais que tentasse não conseguia esquecer que Tuor iria embora dentro de alguns meses... E por mais que nós prometêssemos que sempre iríamos nos ver, eu sentia que seria como um adeus... Isso me deu as forças e o preparo para acabar de vez o meu relacionamento com Stefan. Haviam coisas mais importantes que eu precisava me preocupar do que ficar fugindo dele ou aturando suas tentativas inúteis. - Eu também queria. – Ele falou, e ficou um tempo parado me olhando. Podia sentir a vontade que ele tinha de me abraçar e me beijar, mas ele sabia que eu não deixaria. Respirei fundo, limpando minha mente, pois precisava estar calma. Por mais que eu soubesse que eu sempre gostei mais do Damon e por mais que eu soubesse que meu relacionamento com Stefan nunca daria certo, foi quase um ano da minha vida ao seu lado, sentindo seu carinho e sua amizade. Não era fácil o que eu estava prestes a fazer. - Arte, me desculpa. Eu fui um idiota. – Ele falou e tentou ficar mais perto de mim, mas eu dei um passo atrás e ele se calou. Vi em seus olhos que ele não sabia o que fazer e que ficou chateado com meu afastamento. – Olha, eu não quero pedir que esqueça as coisas que eu fiz, mas quero te pedir desculpas. - Tudo bem, Stefan. Eu não preciso que me peça desculpas, eu também devo desculpas a você. – Eu falei, olhando-o nos olhos. Ele me olhou confuso, mas vi que ele entendeu errado a minha frase e vi quando ele achou que iríamos voltar. - Eu não quero que me peça desculpas, só quero que voltemos a ser como antes. – Ele falou se aproximando de mim novamente. Ele pegou a minha mão e me olhou nos olhos, mas os acontecimentos dessa manhã me deram forças para soltar a mão e passar por ele, ficando de costas para ele. - Stefan. – Eu falei e voltei a olhar pra ele. – Olha eu não fui sincera com você. Eu sempre tive dúvidas entre você e seu irmão e você sabe disso. – Eu falei, sem rodeios, e vi em seus olhos que ele ainda tinha mágoas do Damon. - É culpa dele, que sempre ficou te atormentando e ficando em cima de você o tempo todo. – Ele falou. - Não, a culpa é totalmente minha, que nunca soube realmente em quem gostar... Na verdade eu nunca soube o que era gostar de verdade de uma pessoa. - Não, o nosso relacionamento não é uma mentira. – Ele respondeu rapidamente e eu suspirei, exasperada. - Stefan, nosso relacionamento sempre foi uma mentira. E por culpa minha! – Eu falei, agora com a voz mais alta. Senti lágrimas nos olhos, mas as segurei. Ele tentou se aproximar novamente, mas me afastei. – Fique longe, por favor. - Artemis, não... Deixe-me estar perto de você, vamos voltar como éramos. – Ele continuou se aproximando e tentou me abraçar, mas eu o afastei. - Não, Stefan. Não tem mais como. - Não entendo... Eu estou te pedindo desculpas, quero que voltemos a ser como antes. - Stefan, não tem como!! – Eu falei alto. – Eu quero terminar nosso namoro, digo, quero terminar oficialmente, pois ele terminou naquela visita a Hogsmead... Na verdade acho que antes até. Ele ficou calado me encarando, com os olhos arregalados como se não acreditasse. Eu o olhei e senti lágrimas em meus olhos, lágrimas que já não conseguia segurar. - Acabou, Stefan. Eu falei e comecei a andar, passando por ele. Ele porém me segurou e me abraçou e por um momento, por estar tão confusa e perdida, me deixei ser abraçada. Mas então ele tentou me beijar e eu o afastei com força. - Não ouse... – Eu senti raiva quando ele tentou me beijar e veio a minha mente o rosto de Tuor. - Arte, por favor, me dê mais uma chance. – Ele me pediu e vi que tinha lágrimas nos olhos também. – Não quero acreditar que acabou por culpa de meu irmão. - Deixe de ser idiota! – Eu me irritei com o modo como ele se recusava a aceitar que a culpa era minha e dele. – O Damon não tem culpa. Na verdade nem você. Eu já falei que a culpa é minha! Nunca devíamos ter começado a namorar. Eu não estava preparada e tentando fugir do que sentia e ao mesmo tempo tentar entender o que eu sentia, eu aceitei namorar com você. Mas nosso namoro nunca daria certo. – Eu falei cruzando os braços para me abraçar. Apertei meu braço enquanto abaixava a cabeça e sentia as lágrimas. - Não... Por favor, Arte, dê mais uma chance. – Ele pediu. Sua voz estava embargada e cheia de tristeza. Eu o olhei com ternura, mas não havia ali um pingo de “gostar”, “paixão” e nem sinal de “amor”, era apenas amizade. - Não posso Stefan, não tem como. Para o seu bem, para o bem de Damon e para meu bem, não tem mais como continuarmos com esse namoro... Acabou. – Eu falei, sentindo um cansaço emocional como nunca senti. Eu só queria sair dali e ficar sozinha. Senti que Chronos estava ao meu lado e podia sentir sua mão na minha, apoiando-me sempre. - Isso não está certo... Eu prometo que mudarei e nunca mais duvidarei de você... Por favor. – Ele falou, tentando se aproximar novamente. Eu me afastei antes de responder, mantendo uma distância entre nós, mas peguei sua mão e olhei fundo em seus olhos. - Stefan, olha pra mim. – Eu falei e ele levantou a cabeça lentamente, olhando-me fundo nos olhos. - Não tem como, não posso mais enganar você, enganar a mim mesma! O que sinto por você é carinho e amizade... Nem pelo Damon eu sinto amor em si. Vocês dois foram muito importantes para mim, me ajudaram a crescer e a amadurecer... Mas não sinto felicidade estando com um de vocês e magoar tanto o outro. Vocês não merecem isso! – Eu engoli em seco e soluçamos juntos. Eu percebi que ele começava a aceitar o fim, mesmo que de muito contra-gosto. - É melhor para nós dois. Quero que procure uma garota que mereça você... Mas principalmente quero que me prometa que voltará a falar com o Damon. Ele te ama de verdade e sente falta do irmão dele... – Stefan nada falou, mas senti que ele também arrependia-se pelo modo como tratava o irmão. – Me desculpe por tudo, mas acabou. Eu falei e me afastei. Ele se levantou e me abraçou e dessa vez eu não fugi o abracei de volta e deixei que ele chorasse em meu ombro, enquanto eu chorava no seu. - Me perdoe... Não queria que acabasse... Você foi mais importante pra mim do que qualquer garota, e ainda é. – Ele falou, a voz rouca. - Não, eu fui apenas uma garota que você gostou. Você encontrará alguém que você merece e ai sim ela será especial... – Eu falei e me afastei dele. Virei as costas e fui andando na direção do castelo, me segurando para não correr. Minhas lágrimas desciam pelos meus olhos, meu peito doía e meu corpo tremia. Eu só queria achar as meninas e chorar. Naquele momento não estava pronta para estar perto de Tuor, pois tinha medo do que minhas emoções diriam. - Arte. – Stefan me chamou e eu olhei pra ele. Ele ainda chorava, mas seus olhos me olharam com sinceridade. – Seja feliz... E encontre alguém que te faça especial e que te considera especial. - Obrigada. – Eu falei, após sentir uma nova onda de lágrimas. Sai dali correndo, sem mais me segurar. Corri para o dormitório da Sonserina, onde as garotas prometeram me esperar. Aquilo doera muito... Mais do que eu imaginava... Mas eu finalmente estava mais leve e começava a me encontrar. |