Saturday, August 13, 2011 Lembranças de Artemis A. C. Chronos Quero que vocês assistam sua batalha contra um Abissal.. Dentro de cada um de nós há poder para mudar o mundo, alguns maiores do que os outros, alguns de forma escondida. E há também em cada um a possibilidade de viajar e ligar-se a outros mundos. Todos já vimos os males e danos que um espírito pode fazer ao possuir um corpo mortal. Agora tentem imaginar isso quando o ser é muito mais poderoso do que aquele espírito? Artemis tem um dom: ela é ainda mais ligada do que vocês, não aos espíritos, mas a essência do mundo. Ela é capaz de viajar entre os infinitos mundos. Eu quero trazê-los aqui, está pronta? Você tem capacidade de enfrentá-los e eles serão um ótimo treino quando comparado aos vampiros. Foi com essa frase que Chronos iniciara a conversa que deu início aos meus treinos com os seres de seu mundo natal. Ele pedira que todos os meus amigos estivessem presentes, além de mamãe e Fidelus. Justin não pode comparecer, mas eu lembrava das palavras de sua avó e sabia que ele estaria me apoiando mesmo de longe. Após fazer com que eu e mamãe erguêssemos a barreira mais poderosa que eu já vira ao redor deles todos, inclusive Fidelus, Chronos me ajudou a ir a seu mundo. Lá, no meio de uma guerra entre dois exércitos, eu e ele conjuramos correntes de prata e prendemos um enorme ser. Ele era monstruoso e não sei como descrevê-lo por completo. Ele era imenso, com mais de 2 metros de altura, e quase o mesmo tamanho de largura. Seu corpo era humanóide, mas todo negro e desprovido de pêlos. Seu corpo era musculoso e vestia uma armadura negra, que cobria todo o seu corpo, mas sem usar capacete. Ele possuía duas asas negras, rasgadas, mas ainda capazes de voar. Ele possuía um rabo que parecia um chicote e sua cabeça era monstruosa, dando pavor apenas de olhá-la. Ele tinha um total de quatro chifres e uma boca cheia de dentes, que parecia sempre a rir, mas um riso maligno e cruel. Ele me fazia lembrar de injustiças, maldade, tortura e inveja, e via nele o rosto de todos os ditadores e cruéis do mundo. Chronos o arrastou para meu mundo, enquanto eu abria o portão entre ambos. Quando caiu no solo da sala de treinamento, o ser tentou levantar-se, mas ficou preso pelas correntes que pendiam de seus braços, pernas e garganta, presas ao próprio ar. O ar pareceu ficar mais pesado e denso, cheio de sua crueldade e maldade. Fidelus urrou, misturando pavor e ódio, enquanto meus amigos tamparam as bocas horrorizados. Mas Chronos os acalmou, o que estava ao lado deles. Chronos tinha esse poder, ser capaz de estar em vários lugares ao mesmo tempo e já reparei que não é algo que todos os espíritos possam fazer. - Chronos. – O ser falou, a voz cheia de ódio, mas com um profundo medo. - Vanitas. – Chronos respondeu simplesmente, a voz mais séria do que nunca. - Da última vez, aquele vermezinho fraco me chamou aqui... E agora você me traz a esse mundo? O que houve? Deixou de ser o bondoso de sempre? – Ele perguntou com escárnio, forçando as correntes à frente. – Quer chamar meus irmãos? Pappillon e Leglirion iriam achar maravilhoso. - Eu o trouxe aqui por um único motivo: acabar com você. – Todos ficaram assustados, pois estavam acostumados a voz bondosa de Chronos, mas ele não demonstrava um pingo de piedade para o Abissal, que sorriu malignamente. - Está esperando o que? - Não serei eu a fazer isso, assim como não sou eu a prendê-lo. – Chronos falou e então Vanitas olhou pela primeira vez para mim. Eu senti minhas pernas tremerem e senti muito ódio. O ódio era do próprio ser, mas também meu. Senti muita cobiça, muita injustiça. Aquele monstro era feita das piores coisas do mundo! - Essa criança?! – Vanitas gargalhou, balançando as correntes, enquanto forçava-as, mas eu as mantinha firme. Ele depois me olhou cheio de ódio e escárnio. – Garota, solte-me e eu darei tudo que você desejar. - Não quero nada de você, ser imundo. – Eu falei de prontidão. Eu sabia que ele poderia convencer qualquer um, mas não a mim. Ele concentrava toda sua influência em mim, mas eu a evitava e Chronos sorriu. - Ela é mais forte do que você imagina. – Chronos falou sorrindo. - Duvido. Então, garota, beberei seu sangue e festejarei em seus entes queridos antes de libertar os demais abissais. – Ele falou com crueldade na voz. Eu pude ver as cenas que ele disse, mas balancei a cabeça, mantendo-me firme. Entendi porque Chronos exigiu uma barreira extremamente poderosa em volta de meus amigos. Vanitas seria capaz de enlouquecê-los. - Solte-o e mostre-o o seu valor. – Chronos falou, e eu obedeci. As correntes afrouxaram-se e com um puxão Vanitas se soltou, rompendo as correntes brancas. Mas elas ainda estavam pressas em seus punhos, pés e garganta, e sabia que se algo desse errado, Chronos o mandaria embora. - É o seu fim, lixo humano. – ele falou e desapareceu no ar. -------------------- Os treinos com Chronos estavam exigindo muito de mim, mas estava feliz em saber que estava evoluindo, e segundo Chronos, muito rápido. Os demônios que eu e ele trazíamos de seu mundo natal eram poderosos, mas Chronos evitava que eu os enfrentasse muito. Além de Vanitas, eu enfrentara apenas mais um Abissal, Doloraes, e uns 5 ou 6 demônios mais baixos. Eles eram todos poderosos, mas exigia muito de mim trazer e mantê-los presos ao meu mundo. Desse modo, já que Justin estava no Texas, apenas Chronos ou um dos vampiros era capaz de acompanhar minha velocidade, mas esses dois últimos anos era Chronos que se concentrava em me treinar. Lutar contra ele era difícil. Nunca vi alguém tão poderoso e ágil como ele, ele era um lutador nato, nascido para lutar e guerrear. O que era estranho, pois ele era sempre tão gentil e bondoso. Hoje eu estava sozinha na Ilha, apenas com Chronos e Fidelus como companhia. Eu já conseguia me transportar livremente de Avalon para qualquer lugar na Inglaterra e o inverso também. Chronos me dizia que eu um dia seria capaz de cruzar continentes e oceanos assim, o que seria muito bom, mas ainda sentia estar longe disso, apesar dele dizer que não. Nenhum dos meus amigos estavam na Ilha comigo, ou algum dos meus parentes. Minha família estava muito envolvida com os vampiros e nesse momento realizavam reuniões sobre o assunto. Eu deveria estar lá, mas precisa continuar treinando e por isso me deixaram de fora sem problemas. Meus amigos estavam em suas casas, aproveitando como podiam o final das férias, mesmo com a sombra dos vampiros nos ombros de todos. Então treinava sozinha com Chronos, enquanto Fidelus estava deitado na entrada do salão de treinamento, observando-nos calmamente. O dia de hoje ficaria marcado em minha vida. Duelava com Chronos e a cada dia eu conseguia acompanhar mais seus movimentos, mas ele sempre aumentasse o seu próprio ritmo, parecendo estar anos a minha frente. Mas hoje foi diferente. Duelávamos a mais de uma hora, quando comecei a sentir uma dor e um cansaço estranhos, mas não liguei, acostumada ao treinamento árduo. Comecei a acompanhar Chronos com mais facilidade e vi quando seus olhos se arregalaram e suas sobrancelhas se curvaram. Animada continuei atacando e a velocidade com que eu me movia era grande até mesmo para mim. Chronos passou a lutar com mais vigor, e reparei que ele estava usando muito mais de sua força e poder do que o normal. Eu não conseguia perceber nada a minha volta, nem mesmo o som da chuva ou a presença de Fidelus, tamanha concentração que eu fazia. Parei sem fôlego, quando encostei uma das minhas espadas em sua garganta, enquanto ele estava ajoelhado, com a lança apontada para minha barriga. Seu olhar era sério, até preocupado. Ele levantou-se e eu respirei sem fôlego. - Mais uma vez. Nós nos afastamos e voltamos a lutar. Ele iniciou o duelo em um ritmo intenso, obrigando-me a acompanhar seus movimentos. A dor que eu sentia no peito começou a piorar e eu senti minhas forças se esvaindo. Mas não podia parar. O mundo havia se tornado um borrão de luz, de tão rápido que nós lutávamos. Nossas armas se tocavam e faíscas brilhantes saltavam dela. Estávamos nos movendo tão rápido que a chuva parecia cair em câmera lenta, nossos golpes deixavam uma onda no ar e até mesmo as faíscas pareciam mais lentas. Iniciei uma série de golpes laterais rapidamente, obrigando Chronos a recuar. Estava usando o final de minhas forças, mas queria continuar. Finalizei com um poderoso chute em seu peito, jogando-o para longe. Ele abriu suas asas para reduzir o impacto e saltou para o ar, mas eu surgi acima dele, segurando uma única espada com as duas mãos e desferi um golpe de cima para baixo. Ele o bloqueou com o próprio braço, enquanto com a outra mão me agarrava e jogava contra o chão. Quando me levantei, ele estava diante de mim, e tentei investir novamente. Mas as minhas forças me falharam e eu senti uma dor profunda no peito. Ele então me segurou quando cai em seus braços e quase perdi os sentidos. - Artemis, olhe em volta. – Ele ordenou e algo em sua voz me fez ver que era algo importante, até mesmo grave. Reuni as minhas forças e olhei em volta, enquanto meus olhos se arregalavam. Haviam buracos na chuva, na forma de nossos corpos e golpes e movimentos. Os locais onde pisamos nas poças de água não se moviam, apenas com uma pequena ondulação de onde tínhamos tocado com nossos pés. Fidelus parecia paralisado em um movimento de cabeça lento. Senti uma pontada intensa no peito e cai em seus braços novamente. De repente, o mundo voltou ao normal e a chuva voltou a cair. Nossas pegadas começaram a pular pela água em diversos locais ao mesmo tempo. Fidelus voou até nós e deitou ao meu lado. Chronos me colocou no chão sentada, com o corpo apoiada em Fidelus e este se fechou ao meu redor, protetoramente. - Eu nunca imaginei que você seria capaz de fazer isso, Artemis. Você ultrapassou todos os limites possíveis e todas as minhas expectativas. - O que foi que eu fiz? – Eu perguntei, confusa. - Você dominou completamente os meus poderes, todos eles. – Ele frisou as últimas palavras e eu finalmente entendi. - Isso é demais! – A adrenalina subiu pelo meu corpo e me senti tonta, e novamente senti a pontada no peito. Arquejei e segurei a mão de Chronos, enquanto Fidelus soltava um som triste e preocupado. - Não! – Ele falou, sério e preocupado. – Isso é perigoso. Olhe o seu estado. - Eu estou bem. – Tentei ser teimosa, mas me senti tonta novamente e me calei. - Você está proibida de usar esse poder. – Ele falou, eu o olhei indignada, mas ele me devolveu um olhar sério e preocupado, que dizia que não havia discussão. - Mas eu posso precisar dele para proteger meus amigos. - Não. Se for extremamente necessário eu permitirei que use todos os meus poderes. Mas deve tomar cuidado, quando fizer isso eu não poderei ajudá-la e proteger diretamente. Você estará só. - O que quer dizer? - Arte, até hoje, eu estava emprestando meu poder a você, enquanto você ia aumentando os seus, para que você tivesse um crescimento rápido, sem gastar excessivamente o seu poder. Por isso eu podia me materializar ao seu lado e lutar com você, protegendo-a diretamente. Hoje, não. Hoje seu poder ultrapassou as minhas barreiras e eu passei a servir de reserva para o seu. Se estivéssemos fora de Avalon, eu não poderia me materializar e você estaria apenas com seus poderes. Mas o salto de poder que você possui nessa forma, é monstruoso. Porém, isso é perigoso... Se acabarem seus poderes nessa forma, eu não poderei ajudá-la e você ainda não é capaz de manter o seu poder total sozinha. Você entende? - Sim... – Eu respondi após um tempo. - Quero que me prometa. Eu permito que use seus poderes totalmente, mas não use jamais esse último poder que você revelou hoje. Não utilize jamais todos os meus poderes. Me prometa. – Não era uma pergunta, mas sim um pedido. - Eu prometo. – Eu assenti e ele respirou aliviado. – Mas eu quero proteger meus amigos. - Com o poder que você já tem, você já é capaz de protegê-los. Eu não imaginava que você poderia fazer isso... Você é incrível. – Ele falou sorrindo e eu sorri também. Eu ainda estava muito fraca, então Fidelus abriu uma placa de seu peito e fez um corte em seu peito. Seu sangue escorreu lentamente e Chronos o colheu com uma taça. O próprio Chronos misturou o sangue de dragão com água sagrada e me ajudou a bebê-lo, pois nem me mexer direito eu conseguia. Depois, ele ajoelhou-se diante de mim e colocou suas mãos sobre minha cabeça, ajudando-me a curar, enquanto Fidelus se enroscava em volta de mim. Adormeci assim. Acordei algum tempo depois, não sei quanto, até porque o tempo em Avalon não fluía normalmente. Fidelus estava dormindo também, ainda com seu corpo ao redor do meu, mantendo-me aquecida com o seu calor. Não havia sinal de Chronos, mas então eu percebi sua presença e havia mais alguém. Percebi também que não os dois não estavam na dimensão de Avalon, mas em outra. Soube que eu em si não estava com eles, mas apenas minha alma. - Ela está sendo capaz de controlar os nossos dois poderes. – Ouvi Chronos falar. Na verdade, ele nem falava, mas era como se apenas seu pensamento fizesse vibrar o espaço e se transmitisse para o outro. - Nunca um mortal foi capaz disso. É perigoso para ela. – Senti o outro responder. Sua presença era semelhante à de Chronos. - Eu sei, por isso a proibi de usá-lo. - Não adianta proibir. Você sabe tanto como eu que um dia ela será obrigada a usar isso. – Ele respondeu e Chronos ficou apreensivo. – Você se preocupa com ela, não? - Muito. Não quero que ela sofra. O que isso significa? Por que ela pode controlar nossos dois poderes? - Não sei... – Então um pensamento passou pela mente dos dois e eles se olharam. – Isso pode ser capaz de ocorrer. É possível. - Mas como? Ela pereceria se chegasse perto demais da Verdade. – Chronos respondeu, extremamente preocupado. - Ela não precisa chegar lá realmente. Ela poderia agir pela Verdade, mas tem livre arbítrio. Mas para isso, no momento certo, ela precisaria de nossos poderes completamente. Ela precisará de minha espada. - E de minha lança. – Surgiu entendimento entre os dois e eles sorriram. – Obrigado, irmão, saúde-as por mim. - Eu as saudarei, Chronos, meu irmão. – As presenças sumiram após um sorriso calmo e tranqüilo. Eu abri os olhos novamente e Chronos estava diante de mim, ainda ajudando-me a curar. - Você está bem? - Estou... O que foi isso que eu vi? – Eu perguntei e ele levantou uma sobrancelha. - Uma visão. Deve ter visto uma das minhas conversas com meu irmão. - Chronos eu quero proteger meus amigos... - E você vai. - Mas os últimos dias têm sido tão tensos. Como posso saber se estão todos bem? Como papai e mamãe fazem comigo e meus irmãos, pelas Pedras de Isis. – Eu falei, tocando meu pingente. - Nisso eu posso te ajudar. – Ele sorriu. -------------- Naquela noite, diante de todos os seus amigos, não importa onde estivessem, surgiu uma pena branca. A pena era completamente branca e macia, parecendo brilhar quando surgiu diante deles. Elas surgiram em cima de mesas, de livros, flutuando no ar. Assim que Hiro, Clara, Tuor, Julian, JJ, Jamal, MJ, Rupert, Keiko, Haley, e até mesmo no distante Texas, Justin, além de Edie, Gaia, Luky, Bela, Mina e Luthien, tocaram naquela pena curiosa eles souberam que era uma pena de Artemis. A voz de Arte entrou em suas mentes e eles ouviram-na falar. - Essas penas sempre me mostrarão onde vocês estão. Eu saberei se estiverem em perigo e saberão se eu estiver em perigo. Levem-nas sempre com vocês. Elas são invisíveis para todos que não tenham uma pena igual. Essa pena serve para que nunca se esqueçam o quanto a amizade é importante e que eu nunca deixo de pensar em vocês. A pena então parou de brilhar, mas conservou o branco puro. E sempre que a seguravam, pareciam sentir um calor nela, como se fosse o calor de Artemis, abraçando-os e sorrindo. -------------- - Arte o que foi? – Mamãe perguntou ao meu lado, quando eu parei de repente. Estávamos no meio de uma investida a um esconderijo que nossos espiões encontraram. Ele ficava perto da Suécia e parecia pequeno, mas tinha um grande fluxo de vampiros lá com regularidade. Eu fiquei muito tempo parada, sem responder. Eu apenas olhava para frente na direção do esconderijo, onde os primeiros vampiros já eram combatidos por nossas forças. Era início de noite e a lua cheia iluminava o campo verde, onde nossos aurores corriam contra vampiros pegos de surpresa. Senti uma força tremenda, muito cruel e poderosa. Ela se assemelhava um pouco à energia que sentia vindo dos Abissais, só que em um nível mais brando, mas ainda feroz. Eu senti como se minha alma saísse de meu corpo e todo o tempo parou a minha volta. Não sentia o vento frio da noite, os gritos da batalha, as explosões dos feitiços ou a voz de minha mãe, cada vez mais preocupada. Só via aquele ser diante de mim. De início era uma massa escura, com olhos negros e malignos, mas a massa negra começou a tomar forma e nós nos encaramos, olho no olho. Eu não via sua forma com clareza, e eu sabia que ele também não, mas eu sabia quem ele era. Graças aos deuses ele não sabia quem eu era. - É Cadarn. Ele está aqui! – Eu falei, saindo do transe. Levantei minha mão na direção norte. – Lá! Ele está no subsolo, vai fugir por uma passagem escondida com feitiços desilusórios, mas eu cancelei esses feitiços! Mãe, ele sabe que eu estou aqui! Ele não me viu completamente, mas percebeu minha presença! – Eu falei, sentindo medo e nervosismo na voz. Mamãe não pensou duas vezes, e ordenou que os aurores fossem naquela direção. Tio Ty estava ali perto e ouviu o que disse e correu naquela direção, chamando Griffon e Seth. Eu não conseguia me mexer, tremendo muito e mamãe ficou ao meu lado, abraçada a mim. Eu nem poderia ir atrás dele, apesar de muito querer. Se ele me visse ele saberia quem eu era e eu não podia deixar isso acontecer. Enquanto eu pudesse afetar seus planos escondida, ele jamais saberia onde atacar. ------------------------- - Mestre, devemos fugir! Eles estão atacando a entrada principal! – Um vampiro falou, enquanto Cadarn praguejava. Ele não esperava que encontrassem esse esconderijo. - Preparem a saída norte, eles não devem conhecê-la. Ele começou a correr, despreocupado, pois sabia que era capaz de escapar. Mas então ele sentiu uma mudança no ar, no próprio solo e até mesmo em seu sangue. Havia um grande poder lá fora. Ele ficou paralisado, capturado pelo magnetismo daquela força. Então ele viu. A forma era branca e pura, de uma luz intensa. Ele percebeu que ela poderia queimá-lo se não estivessem se encarando no mundo dos espíritos. A forma então começou a tomar um contorno e ele se viu diante de uma mulher que o olhava com olhos impiedosos e poderosos. Ele sentiu medo. - Ela está aqui. – Ele balbuciou, correndo como nunca correra antes. - Quem? – Maxmilliam perguntou, correndo ao lado do mestre. - A tal Rainha. – Ele falou. Nesse momento, chegaram na saída norte e descobriram que todos os feitiços que haviam colocado fora retirados. Assim que eles saíram do esconderijo, Seth, Griffon e Ty, junto de dezenas de aurores caíram sobre eles e a batalha foi sangrenta. Cadarn e Maxmilliam duelaram contra os três, tentando ganhar terreno. Os vampiros podiam sentir que estavam perto de perder e quanto mais demorassem a escapar, mais aurores surgiriam. Logo Derfel surgiu no campo de batalha, acompanhado por Cewyn e seus Executores. Alucard também apareceu, com um reforço de mais aurores. Cadarn praguejou e fez um corte profundo do ombro ao meio da barriga. Seu sangue caiu na terra e ele a socou, causando uma explosão ao seu redor. O seu sangue espalhou-se pelo ar e os aurores sentiram como se sua garganta fechasse e muitos caíram no chão com dificuldade de respirar. Cadarn aproveitou a confusão para fugir, junto de Maxmilliam e alguns de seus vampiros. |