Tuesday, September 06, 2011 Sábado, 10 de setembro de 2016 Quando deixei a mesa da Sonserina com o resto do time de quadribol para os testes do dia, não imaginei que o dia fosse render tanto. Um dia antes Tommy procurou Haley, que agora era a capitã do time, e disse que estava deixando o posto de artilheiro. A notícia pegou todos de surpresa, Tommy era nosso jogador mais entusiasmado e queria jogar profissionalmente, mas disse que no verão desistiu dessa ambição e estava decidido a se dedicar ao curso da Academia de Auror do tio Micah e não queria nenhuma distração. Haley ficou histérica por algumas horas, mas depois se acalmou. Tudo que tínhamos que fazer era encontrar um novo artilheiro, além de um novo apanhador, e tudo ficaria bem. Como era esperado, os testes tomaram toda a nossa manhã. Parecia que metade dos alunos da Sonserina estavam em campo, até mesmo alguns do 1º ano. Haley conseguiu expulsar todos que não deviam estar ali e dividiu os candidatos em grupos de 10 para voarem ao redor do campo. Esse único exercício, que deveria ser algo básico para alguém que quer jogar quadribol, se mostrou bem interessante. Metade do grupo foi eliminado de cara quando não conseguiram completar a volta se capotar da vassoura, perder o controle dela ou voar direto para as traves, sem conseguir fazer curva. O resto do teste não foi muito melhor. Desastroso é a palavra certa para descrever. Os artilheiros, que estavam sendo testados por Haley, JJ e Jack, eram pavorosos. Deixavam a goles escapar como se fosse um sabonete, erravam passes e melhor nem falar da pontaria. Quando conseguiam mirar nas traves, o arremesso era tão fraco que Jack defendia com se estivesse espantando uma mosca. Um dos artilheiros, quando meu balaço passou raspando na sua cabeça, começou a chorar. Os apanhadores também não foram nada bem. Keiko e eu ficamos responsáveis por cronometrar seus tempos de captura e nós nunca íamos ganhar uma partida dependendo deles. Depois de horas vendo aqueles idiotas voarem feito baratas tontas atrás do pomo, Haley apitou e mandou todo mundo descer. Voltamos para o campo e vi Alvo e Escórpio pedindo o pomo e a goles emprestadas a JJ, que as entregou a eles. Os dois saíram correndo pro meio do campo e desapareceram no ar com as vassouras da escola. - É melhor ele não perder aquele pomo, ou vamos ter que nos entender com madame Hooch – Haley disse azeda, cansada do teste desastroso. - Não podemos escalar nenhum deles, foi um desastre total. - Que outra opção nós temos? – Haley perguntou sentando no banco – Sério, qualquer solução serve. - Er... – JJ cutucou Haley – Acho que tenho uma, mas você não vai gostar. Ele apontou pro campo e todos olhamos. Alvo e Escórpio brincavam com a goles e não teve um único arremesso nos aros que Escórpio errou. E nenhum fraco também, ele era pequeno, mas ágil. Alvo não arriscava arremessos, mas de repente disparou na direção oposta do campo e voltou segundos depois com o pomo preso na mão. Os dois comemoravam como se estivessem em uma partida de verdade. - Sem chance – Haley já foi logo dizendo – McGonagall nunca vai permitir. - Eles são bons – Jack falou cauteloso – E ninguém vai esperar isso. Vão ser subestimados e todo mundo sabe que isso pode ser bom. - Ele tem razão... – JJ apoiou Jack – Ninguém vai esperar que o time da Sonserina escale dois calouros. - Vocês estão esquecendo a parte que é proibido para alunos do 1º ano jogar quadribol. - Com eles no time, temos chances de vencer? – perguntei para Haley e ela assentiu, embora um pouco relutante – Então temos que dar um jeito. Se falarmos primeiro com o professor Yoshi e ele se convencer, vai ser mais fácil convencer a McGonagall. - Ele nós conseguimos convencer fácil – Keiko já se animou. - Vocês querem mesmo arriscar o campeonato se baseando em alguns arremessos a gol e uma captura de pomo de dois garotos de 11 anos? - Que ainda assim foram melhores que todos os outros? – JJ perguntou e assentimos – Sim! - Quer saber? – Haley levantou do banco decidida – Os outros foram mesmo uma porcaria, não quero nenhum deles no meu time. - Então vamos atrás do professor Yoshi! – Jack já saiu do vestiário e fomos atrás dele. Haley comunicou aos candidatos que procuraria os escolhidos até o final do dia e dispensou todo mundo. A maioria saiu frustrada, esperando já saber quem estaria no time, mas não estávamos preocupadas. Fomos direto para o escritório do tio Yoshi, de uniforme mesmo, e ele se espantou com a comitiva a sua porta. Keiko tinha razão, foi fácil convencê-lo. Não gastamos nem metade dos argumentos e ele já estava convencido que aquele era o time que precisávamos para ganhar a taça. Largou o que estava fazendo e nos acompanhou até o escritório de McGonagall. Ela teve a mesma reação quando viu a comitiva, e a julgar por quem ela era formada, imaginou logo que tínhamos aprontado alguma coisa. Suas narinas já começavam a dilatar quando tio Yoshi explicou o que queríamos. Esperávamos que sua reação fosse um pouco melhor. - Absolutamente não! Não posso autorizar isso. - Por que não? – Keiko perguntou. - Porque são duas crianças! Se algo acontecer a elas em campo, a responsabilidade é minha por ter autorizado. - A senhora não pareceu se preocupar com isso quando autorizou que o tio Harry jogasse pela sua casa. Ele também só tinha 11 anos – McGonagall levantou e tio Yoshi me cutucou – O que? É verdade. - Srta. Lupin, mais respeito. - O que a Clara quis dizer é que se o tio Harry não se machucou, Alvo e Escórpio também vão sair inteiros – JJ tentou amenizar. - Não tem como garantir isso. - Professora, isso não é justo. Todos foram péssimos nos testes, mas eles se saíram muito bem. Merecem as vagas! – Haley protestou e a apoiamos. - Minerva, dê uma chance aos meninos – tio Yoshi resolveu nos ajudar um pouco – Se eles foram tão bem assim em meio a candidatos mais velhos e mais experientes, não merecem a chance de mostrar que a vaga lhes pertence? - Um acidente e os dois estão fora do time – ela sentou outra vez – E isso tem que se manter em sigilo até o dia do 1º jogo. Não quero outros times aqui reivindicando o mesmo direito. - Sem problemas! Ninguém vai saber de nada! – Haley abriu um sorriso que ia de uma orelha a outra – E não vão haver acidentes. - Vamos embora, antes que ela se arrependa – tio Yoshi começou a nos empurrar pra fora. - Eu já estou arrependida – ouvimos McGonagall falar antes da porta fechar. Tínhamos o time que queríamos, agora tudo que precisávamos fazer era encontrar um jeito de manter os treinos da Sonserina fechados e não deixar que ninguém de fora do nosso time descubra. Não podíamos arriscar que a história se espalhasse e fossemos obrigados a ter que escolher outros dois. Aquele ano a taça era nossa. |