Sunday, October 09, 2011 Lembranças de Artemis A. C. Chronos - Sra. Lupin, falta mais concentração! – Minerva falou, séria, ao lado de Clara. Minha amiga arregalou os olhos para mim, suando, enquanto tentava se concentrar. - Estou tentando, professora. - Pelo que posso ver, não o suficiente. – Mimi falou e Clara parecia ficar cada vez mais nervosa. – E acredito que gotas de suor não vão melhorar a sua transmutação... Assim que ela terminou de falar, Clara secou a testa com a manga do uniforme e algumas gotas caíram no círculo de transmutação. Uma nuvem cinza subiu rapidamente e Clara se afastou assustada, caindo sentada no chão. Minerva levantou uma sobrancelha e permaneceu onde estava. O cálice de água que Clara deveria transmutar em um cubo de gelo transformou-se em um monte de sal, com toda a água evaporando. - Acho, apenas acho, que você errou o sentido de entropia. Você deveria aumentar a entropia e não diminuí-la. E definitivamente suor não foi uma boa adição. – Minerva falou, um tom de sarcasmos na voz. Mas olhou mais calma para Clara, querendo animá-la. – Você está nervosa, minha cara, se acalme e vamos tentar novamente. Clara sentou cansada do meu lado. As aulas de alquimia com Mimi estavam sendo mais difíceis esse ano do que no ano passado. Antes tínhamos tido mais teoria e introdução à alquimia e todos se saíram relativamente bem. Porém, nesse ano, Mimi começou a dar aulas somente práticas e passamos a colocar os conceitos em prática. Ai começava a dificuldade da maioria. Rupert, Clara, Hiro, JJ e MJ se esforçavam, mas tinham dificuldade de realizar as transmutações pedidas por Minerva. Alguns dos alunos tinham até abandonado a turma, mas os que ficaram tinham a mesma dificuldade. Apenas eu e Justin realizávamos as transmutações com sucesso e alguma facilidade. No início fizemos transmutações de elementos em mesmo estado físico, nos acostumando com a confecção dos círculos e fórmulas alquímicas. Agora começávamos a transmutação de estados físicos diferentes. Na aula de hoje tínhamos que transformar água em gelo com alquimia. Rupert havia explodido o cálice dele, MJ e JJ tinham derrubado o cálice e destruído o círculo deles, Hiro parecia descabelado, olhando em seu livro o tempo todo. Sua água estava mais fria, mas só isso. Já o cálice de Justin exibia um bloco de gelo alto, enquanto no meu o bloco de gelo era fino, mas continha toda a massa de água dentro dele. - Vocês estão indo bem, mas ainda precisam se dedicar mais à alquimia. Estão acostumados demais com a facilidade que é a magia. – Minerva falou, após secar um aluno que fizera a água jorrar para cima dele. – A alquimia não é muito diferente da Transfiguração e muitos alunos aqui são bons nessa outra matéria, por que não em alquimia também? Por hoje estamos encerrados, estudem melhor o capítulo 5 do livro que recomendei e vamos tentar novamente. – Todos se levantaram cansados, mas Minerva voltou a falar. – Podem usar essa sala para treinarem durante a semana. Procurem o Sr. Silverhorn ou a Sra. Chronos se tiverem dificuldades. E se precisarem falar comigo, a senha de minha sala é “Ouroboros”. Dispensados. Nos despedimos dela e saímos da sala. Eu e Justin animávamos os nossos colegas e prometemos ajudá-los. Íamos dando dicas enquanto andávamos e apesar de estarem achando a matéria difícil, eles estavam adorando. Rimos muito da cara de todos com todos os diferentes acontecimentos da aula. -------------------------------------- Na aula dessa noite para meus amigos, decidi que ia começar a ensinar coisas mais avançadas a eles. Fiquei animada com a aula do Tio George sobre barreiras e como todos se esforçaram nela. Então lembrei de algo que seria muito útil para todos, não apenas em uma luta com vampiros. Havia tanta coisa que eu queria ensinar a eles! Queria ensinar novas barreiras, novos escudos, novos feitiços de fogo, eram tantas coisas! - Hoje eu quero que deixem as suas varinhas em cima da mesa. – Eu falei no início da aula, vi como eles ficaram meio receosos, pensando que seria uma aula de atividade física. Eu ri e falei. – Se acalmem, hoje não vou tirar o couro de vocês com exercícios, não se preocupem. - Então o que vai ser? – Keiko perguntou. - Bom, a última aula do Tio George e minhas próprias aulas me mostraram que vocês podem começar a aprender feitiços mais avançados. – Todos começaram a falar animados e eu esperei terminarem. – Tem muito que quero ensinar: quero que melhorem o feitiço da barreira, o feitiço escudo, aprendem feitiços de luz, melhorem seus feitiços de fogo e comecem a moldar fogo e luz. - Uau! Esses feitiços são muito avançados. Já li livros da Seção Restrita que falam que moldar luz é difícil. – Hiro comentou e Julian emendou. - Melhoras os feitiços escudo, barreira e moldar fogo acho que conseguimos. Mas luz? O máximo que consigo pensar é no Lumus e como ele seria útil contra um vampiro? - Os feitiços de luz são muito mais difíceis realmente, mas contra um vampiro são excelentes. Vocês devem lembrar que fogo e luz são nossas armas contra um vampiro, mas é claro que um Lumus não vai surtir efeito. – Eu falei e todos riram. – Mas não são impossíveis. Terminei de falar e uma esfera de luz surgiu na minha mão esquerda. Todos exclamaram admirados, menos Justin, até porque eu aprendera com ele. - Eu apelidei esse feitiço de Vagalume, mas o nome certo é “Sphaera Lucis”. E o “Formi Lumus” é o feitiço que molda a luz. – Eu falei e a esfera se transformou em uma flecha, que levitava na minha mão. – O importante é que o Vagalume é luz pura, é luz mágica, tão poderosa quanto a luz do sol. – Eu falei e invoquei outra esfera que flutuou sobre meu ombro. Me concentrei nela e ela começou a brilhar intensamente, atingindo o brilho semelhante ao do sol. – Por isso tão poderosos contra um vampiro. Um disparo dessa flecha no coração de um vampiro, poderá matá-lo. Tentem invocar o Vagalume. Todos assentiram e começaram e pegaram as varinhas, começando a apontar as varinhas para mão e repetirem o que eu falei, e eu sorri. Sabia que não iam conseguir, por mais que tentassem repetir as palavras, pois faltava algo. Julian foi o primeiro a perceber e me olhou curioso, quando eu assenti para ele, ele conseguiu conjurar o Vagalume na mão. - Como você fez? – Rupert logo perguntou. - Tentem o feitiço mental. – Ele explicou. Tínhamos tido aulas de como executar feitiços sem pronunciar encantamentos no ano passado e todos aprenderem. Logo todos tinham ao menos uma esfera de luz flutuante com eles e riam animados. - Muito bem, Corvo, 10 pontos para a Corvinal! – Eu falei rindo e todos riram. – O Vagalume é um feitiço poderoso, mas que só pode ser invocado não verbalmente. Esse é o motivo dessa primeira aula. - Mas já sabemos invocar sem encantamentos. – Haley observou e todos assentiram. - Flitwick nos ensinou ano passado. – Jamal falou e todos concordaram novamente. - Sim, mas ele não ensinou a fazer magias sem varinhas. – Eu falei e então eles perceberam como eu estava invocando os Vagalumes sem usar minha varinha, que permanecia em cima da mesa. - Agora que prestei atenção, você fez isso sem varinha! – Tuor falou. - E não é a primeira vez! – Clara observou – Você sempre faz isso! Como consegue? - Justin também consegue fazer. Pode explicar pra eles? – Eu perguntei e ele assentiu, falando com os braços cruzados. - A magia está dentro de qualquer um, basta que a entendamos e saibamos como invocá-la. Você precisa estar em uníssono com a magia dentro de você, pensar nela com concentração e trazê-la para a superfície. - Obrigado Yoda, mas não entendi nada. – JJ falou e todos rimos. - Ok, ok, deixa tentar explicar melhor. Para fazer magia sem varinha, você só precisa conhecer a magia que você quer fazer e conhecer a si mesmo, você precisa conhecer as suas reservas e habilidades mágicas. - Mas como faz isso? E sempre achei que era muito difícil, só ouvi relatos de Dumbledore fazendo isso. – Rupert falou. - Seus pais todos podem fazer magia sem varinha, nunca perceberam? Vocês todos fizeram magias quando eram crianças e nenhum tinha varinha, tinha? – Eu perguntei e todos balançaram a cabeça negativamente. – E os Elfos? Os Dragões? Os Centauros? Os Sereianos? Os Unicórnios? Todos eles e outros animais possuem magia, mas nenhum usa varinha, como explicam? – Eu perguntei e vi que nenhum sabia responder, por fim Lena levantou a mão. - Lembro quando fui no Olivanders pela primeira vez. Ele me disse que as varinhas são como catalisadores. – Ela falou e Tuor completou. - É verdade, na Noruega também me falaram que aceleram e facilitam a execução e aprendizagem de magia. - Exatamente, 50 pontos para Grifinória, até porque são da minha casa e ele é meu namorado! – Eu falei e dei de ombros, e todos riram novamente, enquanto reclamavam. – Os bruxos são os únicos seres mágicos que usam varinha, pois no passado descobriram que tratando um pedaço de madeira com um artefato mágico, esse pedaço de madeira passava a canalizar a magia. Isso permitiu que aprendêssemos e desenvolvêssemos nossa magia rapidamente. Acontece que muitos se esqueceram que éramos capazes de fazer magia sem varinha. - Mas se todos são capazes, porque é tão raro ver magia sem varinha? – Mj perguntou. - Simples: porque somos preguiçosos. A varinha facilita muito a execução de magia, sem varinha a dificuldade é muito maior. Mas apenas no início, com o tempo se acostuma e fica mais fácil. - E você vai nos ensinar? – Rupert perguntou animado. - Vou. – Eu falei e todos se olharam animados. – Algumas das magias que quero ensinar a vocês, principalmente os níveis mais avançados de barreiras e moldagem de luz precisam de magia sem varinha. Dessa forma a magia que usamos é mais forte, diretamente de nós. Além disso, ao aprenderem a fazer magia sem varinha, vocês terão mais facilidade de enfrentar um vampiro. Com a varinha podem lançar um feitiço contra um vampiro, e com as mãos invocar uma barreira ou lançar um feitiço em outro vampiro. Chega de papo vamos começar! Eu falei e todos se assustaram. Já era tarde, mas eu queria começar logo e todos acharam que eu deixaria para a próxima aula. Mas logo se animaram também e ficaram de pé, enquanto eu explicava. - Quero algo simples. Vocês vão usar o Accio nas suas varinhas. Se concentrem na magia que querem fazer. Se concentram no objetivo da sua varinha. Lembrem como é segurar a varinha em suas mãos, lembrem da relação que vocês tem com o objeto alvo. Podem começar ainda entoando os encantamentos, mas quero que tentem sem pronunciar um encantamento também. Vamos juntar então magia sem varinha e sem encantamento! Eu falei e para demonstrar, apontei minha mão para a minha varinha. Falei Accio e ela voou para a minha mão. Depois apontei minha mão para uma almofada e sem falar nada, ela voou até mim. Todos começaram a fazer o mesmo. Vi como se concentravam, olhando seriamente para as suas varinhas, mas sem muito sucesso. Justin foi o primeiro a conseguir, por já estar acostumado com esse tipo de magia. Ajudei todos um por um, dizendo-lhes que eles precisavam abrir o corpo para a magia da natureza e para a magia que havia dentro deles. Que sentissem o fluxo de energia no solo, no ar e os fizesse fluir por seus corpos. Demorou bastante, mas todos conseguiram realizar o que pedi. Eles ficaram felizes, mas cansados, e vimos que realmente estava muito tarde, mas como ainda tínhamos muita energia e ninguém conseguiria dormir, continuamos conversando. Passei a dar mais dicas e pedi que treinassem diariamente o Accio, para ter certeza que estavam evoluindo continuamente. |