Thursday, October 06, 2011


- Quando estiverem prontos podem ir para o campo, falo com vocês lá – Haley pegou sua vassoura e saiu apressada do vestiário.

Continuei vestindo o uniforme sem pressa, assim como o resto do time. Era mais um treino noturno e estávamos tão cansados depois de uma aula tripla de Feitiços, onde conhecemos o lado durão do sempre amável professor Flitwick, que não estava vendo como aquilo ia render bons resultados. Jack, que estava em ano de N.O.M.s, havia passado o dia tendo DCAT e Poções e estava em um estado de dar pena. Alvo e Escórpio eram os únicos com disposição.

Quando saímos do vestiário a arquibancada já estava cheia com os alunos da Sonserina que ajudavam a afastar os curiosos e vi Hiro, Leslie, Penny e Jamal sentados juntos, entretidos em uma conversa. Haley estava parada no meio do campo e estudava um pergaminho com tanta atenção que só notou nossa presença quando JJ bateu em seu ombro.

- Estamos aqui. O que é isso? – Keiko perguntou apontando para o pergaminho em sua mão.
- Saiu a tabela dos jogos – ela virou o pergaminho para que pudéssemos ver – Estamos no grupo B, com Fidei Angeli, Orange Raptors e Yellow Falcons. Nosso primeiro jogo é contra a Fidei, dia 13 de novembro.
- Isso é um domingo – JJ estava tão confuso como todos nós – Os jogos são sempre sábado.
- Sim, mas são doze times, alguns jogos da 1ª fase vão ser sábado e domingo. Dia 12 também tem jogo no grupo A. Sapientai Angeli x Red Phanters.
- Bom, se só vamos jogar dia 13 temos bastante tempo pra treinar os anões – Jack bagunçou o cabelo dos dois e eles riram.
- Sim, mas quando as delegações chegarem vai ser mais complicado treinar, são mais oito times querendo o campo – ela enrolou o pergaminho e guardou no bolso – Por isso vamos aproveitar o mês de outubro o máximo que pudermos. Hoje sei que estão todos exaustos, mas isso acaba agora. Vamos nos divertir um pouco essa noite.
- Não deveríamos treinar? – perguntei confusa.
- E vamos. Malfoy, comece a voar – ela atirou a goles pra ele – Tudo que tem que fazer é acertar ela nos aros.
- Só isso? – ele riu convencido.
- Sim, se conseguir se manter na vassoura – ela soltou os balaços e eles dispararam no ar – Vamos brincar de pega-pega, todos contra o Malfoy. Clara e Keiko vão se revezar para rebater balaços na direção dele e todos nós tentamos pegá-lo e não deixar que chegue aos aros. Você também, Al. Vamos dar cinco segundos de vantagem e então começamos a perseguição.

Malfoy ficou parado mais uns segundos sem entender, então Haley começou a contagem regressiva com a mão e ele montou na vassoura, disparando. Nos olhamos meio incertos, mas Alvo já estava montado na vassoura e saiu voando atrás de Haley, então os seguimos. E Haley tinha razão. Com cinco minutos perseguindo o Malfoy estávamos rindo tanto que já tínhamos esquecido o cansaço.

Passamos o treino inteiro na brincadeira de pega-pega. De vez em quando Keiko rebatia um balaço pra cima do Malfoy, hora era eu quem rebatia, mas ele desviava de todos. Precisou fazer muitas manobras para se livrar das nossas mãos, mas acertou a goles nos aros na maioria dos arremessos e era ágil como um gato. Conseguia escapar de ter as vestes agarradas se contorcendo como uma minhoca e arriscava mergulhos no chão que se não tivesse bons reflexos teria se arrebentado na grama em menos de meia hora.

Definitivamente tínhamos feito a escolha certa.

ºººººº

- Vamos lá, vocês não estão se esforçando – tio George percorria a sala gritando com a gente – Lado A, outra vez!
- Salvio Hexia! – dissemos todos juntos e vimos a barreira mágica crescer em volta do nosso grupo.
- Muito bem, agora mantenham a proteção firme - tio George olhou pro outro lado – Grupo B, agora!

Quando tio George deu a ordem, uma chuva de feitiços começou a bater na nossa barreira. Eram eu, Rupert, Haley, Julian, Tuor, Penny, MJ e Lena tentando manter a proteção mágica intacta contra todo o resto da turma nos bombardeando com feitiços variados. O feitiço que criava a barreira era bom, mas não era impenetrável. Se fosse atingido repetidamente, ia falhar. Nossa tarefa era manter ela de pé, mas não era nada fácil. Os feitiços iam batendo e pequenas falhas começavam a aparecer. Corríamos para repará-las, mas logo uma nova aparecia. Era muito cansativo, mas estávamos fazendo um bom trabalho até Arte resolver conjurar uma rajada de fogo contra a barreira. Era um simples Incendio, mas ela puxou tanta energia para executá-lo que a barreira se partiu como um vidro estilhaçado. Nosso único reflexo foi abaixar.

- Estão bem? – tio George apagou o quase incêndio de Arte e assentimos – Muito bem, foi uma boa aula, vocês agüentaram bem. Sexta que vem vamos trocar os times, na barreira vão estar Hiro, Artemis, Sheldon, Kaley, Zach, Keiko, James e Amber. Classe dispensada.
- Ei, foi mal – Arte parou do nosso lado rindo – Não achei que fosse causar tanto estrago.
- Você tem esse negocio com dragões, fogo não podia ser uma boa combinação – respondi rindo também – Espere semana que vem, vamos descontar.
- É, se prepara semana que vem – Rupert passou do lado dela todo suado – Vai ser o nosso revide pelas aulas extras.
- Vamos ver se já tem algum lanche no salão principal? – Julian estava tão suado quanto Rupert – Essa aula me deixou com fome.
- Quando você não está com fome? – Haley provocou.
- Encontramos vocês lá depois, JJ e eu temos que ir até as estufas – joguei a mochila nas costas e caminhei com eles pra fora da sala – O professor Longbottom pediu que o encontrássemos hoje depois das aulas.
- Ele também me chamou, vou com vocês – MJ falou e seguimos o caminho oposto ao do resto do grupo.
- Espere, também vou – Rupert correu para nos alcançar – Tenho que visitar o Hagrid.
- Já conseguiu autorização para escrever o livro? – perguntei.
- Sim! A coruja de Gabriel chegou hoje de manhã, mas o dia foi tão corrido que esqueci de contar – ele respondeu animado – Hagrid disse que vai me contar de como pegou o tio Harry na casa destruída e levou até Dumbledore e McGonagall, na casa dos tios dele.
- Que ótimo! – MJ bateu nas costas dele também animado – E prometi fazer suas ilustrações e vou fazer.
- O máximo que posso fazer é dar idéias pra capa, mas tem todo meu apoio moral, cenoura – JJ também bateu nas costas dele e rimos.
- Ah, antes que eu esqueça – MJ puxou a mochila das costas e tirou duas folhas de pergaminho – Pendurem isso na Sonserina e na Corvinal, já pedi a Dean para pendurar um na Grifinória.
- Festa a fantasia no salão principal? – li o papel – Pensei que nossa festa de Halloween ia ser na Lufa-Lufa!
- Ia, mas tio Ben apareceu lá essa semana dizendo que sabia dos nossos planos e que não podia deixar essa festa acontecer, porque a escola vai dar uma festa de boas vindas no mesmo dia pras delegações.
- Como ele sabia da festa? – Rupert perguntou.
- Disse que já foi um lufano um dia. E ele tem razão, se fizéssemos a festa lá ia ser estranho todo o 7º ano estar ausente na festa da escola, então entramos em um acordo. McGonagall concordou que a festa fosse à fantasia e organizada pelos alunos da Lufa-Lufa, desde que nenhuma bebida alcoólica entre no salão principal. Só cerveja amanteigada – começamos a protestar, mas ele levantou a mão – Não adianta reclamar, foram os termos. E a festa vai ser do nosso jeito, vai ser boa de qualquer maneira. Podem começar a pensar em uma fantasia, ela é obrigatória.

Acabamos concordando, já que não tínhamos opção. Caminhamos juntos até o lado de fora do castelo e quando chegamos ao pátio Amber estava sentada em um dos bancos com o namorado, Richard. MJ me lançou um olhar engraçado na mesma hora, mas Rupert não notou. Ele parou na frente deles e fizemos o mesmo, não íamos nem fingir que não queríamos ouvir o que quer que ele fosse dizer.

- Amber, estou indo falar com o Hagrid.
- Também vou! – ela levantou num salto só e Richard levantou também – Vejo você depois, ok? Assunto particular. – e nem deixou o responder, deu um beijo rápido em seu rosto e saiu com Rupert na direção da cabana do Hagrid.
- Eu devo me preocupar com eles? – Rick perguntou vendo os dois andando apressados.
- Não, claro que não. – JJ e eu falamos ao mesmo tempo.
- Claro que sim.
- MJ! – o repreendi. Por mais que fosse verdade, não precisávamos falar.
- Rick é meu amigo e estou sendo sincero - MJ se defendeu – Deve se preocupar sim com eles, a amizade dos dois é muito forte e é obvio pra todo mundo que mais cedo ou mais tarde algo vai acontecer.
- Certo... O que eu faço então?
- Nada. Se pedir para ela escolher entre você e ele, vai perder a namorada. Não tem com o que se preocupar agora, fiquei tranqüilo e curta seu namoro. Quando junho chegar, ai sim você pode começar a se preocupar.
- MJ, você é mesmo muito sincero – ele bateu no ombro dele sacudindo a cabeça e saiu.
- Apostou junho no bolão? – perguntei rindo e ele confirmou.
- Apostei janeiro – JJ falou desanimado – Acho que vou perder, eles estão muito devagar.
- Apostei agosto. Conheço meu primo, isso não vai se desenrolar antes da formatura.

Continuamos nosso caminho até as estufas comentando o bolão em cima do possível namoro entre Rupert e Amber e estávamos rindo tanto quando chegamos à sala do professor Longbottom que ele começou a rir também, mesmo sem saber o que estava acontecendo.

- O que está tão engraçado? – ele perguntou quando paramos em frente a sua mesa – Também quero rir.
- Nada demais, professor. É que fizemos uma aposta pra saber quando meu primo vai contar pra amiga dele que gosta dela.
- Ah, Rupert. E o livro dele, vai sair mesmo?
- Sim, a autorização do tio Harry chegou hoje – JJ respondeu – Ele está agora mesmo com o professor Hagrid começando a ouvir as histórias.
- Que ótimo! Prometi a ele contar algumas histórias também, mas são tantas que é difícil saber por onde começar. E por que estão tão suados? Estavam correndo?
- Não, aula de DCAT – MJ deu um suspiro cansado – Estão cada vez mais exaustivas.
- Ah, DCAT – ele deu uma risada engraçada – Sabia que foi seu pai que me ajudou a executar meu primeiro feitiço sem acidentes? – ele perguntou olhando pra mim e fiz que não com a cabeça – Foi o Ridikkulus. Seu pai foi o melhor professor de DCAT que tivemos.
- Qual foi o seu bicho-papão, professor? – JJ perguntou já achando graça.
- Vocês estão familiarizados com o professor Severo Snape, não é?
- Aquele de cabelo oleoso e cara enfezada na sala da diretora? – perguntei e ele assentiu, rindo.
- Ele era nosso professor de Poções na época e eu tinha verdadeiro pavor dele. Ele foi meu bicho-papão, mas seu pai me pediu para imaginá-lo com as roupas da minha avó quando dissesse o feitiço. Ele saiu do guarda-roupa vestido como ela, foi muito engraçado. Ele não gostou muito quando soube, mas foi divertido – e caímos na gargalhada imaginando a cena.
- Precisa contar essa história pro livro – MJ falou e concordamos.
- É, vou contar essa a ele. Mas não os chamei aqui para rir do professor Snape. Clara e Josh, estou com seus últimos trabalhos de Herbologia aqui... – JJ e eu nos olhamos preocupados – Suas notas melhoraram muito do ano passado pra cá, mas ainda não estão a nível de N.I.E.M.s, precisam melhorar mais um pouco. E por isso pedi que Marcus viesse. É meu melhor aluno de Herbologia, quero que ajude seus amigos. Eles querem se tornar Curandeiros e vão precisar de muito conhecimento de plantas mágicas.
- Claro professor, sem problemas. Posso ajudá-los com a matéria.
- Antes das férias de natal vou fazer um simulado com a turma e até lá gostaria de ver notas de N.I.E.M.s. Posso contar com isso?
- Sim, com certeza! – respondi firme e JJ assentiu.
- Ótimo, aqui está uma lista de livros que vão ajudar. Como eles estão todos na sessão restrita, já fiz a autorização para pegarem todos.

MJ guardou a lista de livros e as autorizações na mochila e nos despedimos do professor, saindo do seu escritório. Era bom saber que o professor Longbottom queria nos ajudar a obter as notas necessárias e não íamos desapontá-lo. Se sobrevive a mais de um ano de aulas particulares com Sheldon, aulas de Herbologia com o MJ iam ser moleza.