Thursday, October 27, 2011


TORNEIO TRIBRUXO

As delegações de Beauxbatons e Durmstrang chegarão às 17h horas de sexta-feira, dia 28 de outubro. Os alunos deverão guardar as mochilas e livros em seus dormitórios e se reunir na entrada do castelo para receber os nossos hóspedes antes da Festa de Boas- Vindas.

Benjamin O’Shea
Vice-Diretor


O aviso foi pregado em todos os murais de Hogwarts na quarta-feira e no mesmo instante não existia mais outro assunto nos corredores do castelo senão a expectativa pela chegada das delegações de Beauxbatons e Durmstrang. Quando a sexta-feira finalmente chegou, tivemos a aula de DCAT com o mais baixo rendimento da história. Ninguém conseguia se concentrar. Tio George passou um tempo inteiro tentando manter a turma focada, mas acabou desistindo e passou os outros dois contando o histórico de tarefas do Torneio Tribruxo. No fim das contas a aula não foi uma perda de tempo, já que a cada tarefa descrita ele nos perguntava qual era a melhor forma de concluí-la. Quem quer que fosse escolhido como campeão de Hogwarts estaria bem preparado.

Às 16:30 o sinal tocou alertando os alunos para guardarem os materiais e corri até a Sonserina com o pessoal para guardarmos nossas mochilas e livros, pegamos nossas capas e corremos de volta para o pátio. Tio Ben já estava lá ajudando o professor Longbottom e a professora Bones a organizarem os alunos em fileiras. Como éramos do 7º ano ficamos na última fila, mas lá de trás dava pra ver os alunos do 1º ano agitados de tanta expectativa. O tempo já começava a mudar, o calor já havia nos abandonado de vez e uma brisa fria começava a dar as caras.

Esperamos quase meia hora e já começava a sentir frio quando vimos uma sombra enorme sobrevoar as árvores da floresta. Uma carruagem azul-clara gigantesca, que mais parecia uma casa, vinha voando puxada por uma dúzia de cavalos alados. Os cavalos também eram enormes, nunca tinha visto cavalos alados daquele tamanho. A carruagem começou a desacelerar e descer lentamente, até que aterrissou. O barulho das patas dos cavalos gigantes foi tão alto que fez os alunos do 1º ano saltarem assustados. Na porta da carruagem vinha o brasão de Beauxbatons, duas varinhas cruzadas com três estrelas saindo de cada uma. A porta se abriu e um garoto de vestes azul-claras desceu, abriu uma escada cor de ouro e estendeu a mão para dentro da carruagem. Uma mão enorme surgiu e pegou a dele, e ele então conduziu a maior mulher do mundo para fora. Olímpia Maxime, a diretora de Beauxbatons. Só quando ele soltou sua mão, virado para o castelo, que vi que o garoto era Devon. Ele voltou a estender a mão para dentro da carruagem e uma a uma as meninas da delegação deles iam saindo. A última foi Gabriela e os dois se afastaram juntos para que os garotos pudessem sair.

McGonagall caminhou até a carruagem e recebeu a diretora com um abraço educado, mas caloroso. Maxime então apontou para os alunos de Beauxbatons, todos com vestes finas e começando a tremer de frio, e McGonagall fez sinal para que tio Ben os conduzisse para dentro do castelo. Gabriela e Devon acenaram animados quando passaram pela nossa fileira, ambos com echarpes enroladas até o nariz para se proteger do vento. Ficamos outra vez sozinhos, vendo Hagrid conduzir a enorme carruagem e os cavalos gigantes para fora do jardim.

O frio começava a aumentar quando ouvimos um barulho vindo do lago. Era um ronco abafado misturado com barulho de um aspirador de pó gigante que estava tentando sugar toda a água do lago, a deixando agitada. Bolhas enormes brotavam do centro dele e algumas ondas começara a surgir, mas antes que elas pudessem começar a soar ameaçadoras um redemoinho se formou no meio do lado e um mastro negro se ergueu. Lentamente um imponente navio negro saiu do fundo do lago e ficou totalmente emerso. Parecia um navio pirata, com luzes fracas e enevoadas brilhando nas escotilhas e dando todo um aspecto fantasmagórico. O navio foi se aproximando da margem e ouvimos o barulho da ancora sendo atirada na água rasa e logo depois uma prancha começou a descer sobre o gramado. O primeiro a descer foi o diretor, Igor Ivanovich, sendo seguido por um mar de adolescentes de vestes vermelho sangue e casacos grossos de pele. Lenneth vinha no meio do grupo com as amigas e sorriu quando nos viu.

McGonagall repetiu o gesto de quando Maxime chegou e cumprimentou o diretor com um abraço, passando direto pelas fileiras que formávamos conduzindo os visitantes para o salão principal. Só depois que ela passou foi que tio George nos autorizou a segui-los, ainda mantendo a ordem, e nos acomodou no salão principal. Os alunos de Durmstrang estavam sentados na mesa da Sonserina e os de Beauxbatons estavam se acomodando na mesa da Corvinal quando entramos, o que já parecia ser uma tradição, mas corri até o outro lado do salão e arranquei Gabriela e Devon dos bancos e os arrastei para a nossa mesa. Ela era minha amiga, ia se sentar comigo. Arte fez o mesmo com Lenneth e a levou para a mesa da Grifinória. Os diretores entraram quando os alunos estavam acomodados e depois de McGonagall dar as boas vindas aos alunos estrangeiros o banquete começou, com nossos pratos tradicionais e comidas típicas das outras escolas também.

- Ainda não acredito que vai passar o ano inteiro aqui! – disse abraçando Gabriela tão forte que ela parecia um bicho de pelúcia esmagado.
- Vai ser estranho passar nosso último ano longe de Beauxbatons, mas posso me acostumar – e ela me apertou do mesmo jeito.
- Na França não está tão frio assim – Devon comentou enchendo o prato de pudim de carne – Isso é muito bom!
- Se as vestes de vocês são finas assim, é melhor providenciarem casacos grossos. O inverno ainda nem chegou – Haley disse e os dois pareceram desanimados.
- Estava contando os dias pra vir pra cá, a pressão dos N.I.E.M.s estava começando a me deixar estressada. Precisava de uma distração e não tem desculpa melhor que o período de adaptação em uma nova escola. E se eu der sorte, a pressão do Torneio Tribruxo. – Gabriela comentou um pouco rabugenta e Devon riu.
- Tio Ian quer que ela siga os passos dele como Curandeira pra assumir a direção do St. Napoleon quando ele se aposentar – ele explicou ainda rindo.
- E você não quer? – minha voz saiu um pouco mais indignada do que deveria, porque ela me olhou de cara feia.
- Eu quero ser jogadora de quadribol, não Curandeira – ela agora soava desesperada – Papai está apelando para tradição familiar e me encurralando. Eu sou fraca, vou acabar cedendo.
- Acho que não temos que fazer nada por pressão dos nossos pais, temos que escolher o que gostamos – Hiro falou e ela sorriu pra ele.
- Obrigada, se importa de dizer isso a ele? – mas Hiro não respondeu, porque um pigarro alto chamou nossa atenção.
- Chegou o momento. O Torneio Tribruxo vai começar! - disse McGonagall diante do salão lotado e com a atenção toda voltada pra ela – Primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Leonardo Caprese, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia e o Sr. Olívio Wood, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos – os alunos aplaudiram animados e os dois agradeceram com um aceno – Eles agora se juntarão a mim, ao professor Ivanovich e à madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões. Sr. Filch, o escrínio.

McGonagall acenou e Filch se aproximou dela empurrando uma arca de maneira incrustada de pedras preciosas, de aparência muito antiga. Todos começaram a cochichar imediatamente, observando a arca com atenção. Ele a depositou cuidadosamente em frente a diretora e saiu.

- As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Caprese e Wood e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras. Sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo. Como todos sabem, três campeões competem no torneio, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial. O Cálice de Fogo.

McGonagall puxou sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio.
A tampa rangeu e se abriu lentamente. Ela enfiou a mão nele e tirou um grande cálice de madeira que parecia ter sido talhado por uma criança. Poderia ser um cálice qualquer se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que pareciam estar dançando. Ela fechou o escrínio e pousou cuidadosamente o cálice sobre a tampa, onde seria visível a todos no salão.

- Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice. Os candidatos terão três dias para apresentar seus nomes. Na segunda-feira à noite, Dia das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir. Lembrando que nenhum aluno com menos de 17 anos pode participar e também devo alertá-los que ninguém deve se inscrever neste torneio levianamente. Uma vez escolhido pelo Cálice de Fogo, o campeão ficará obrigado a prosseguir até o final do torneio. Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de idéia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice – McGonagall fez uma pausa rápida, que mal deu tempo dos cochichos recomeçarem – E um último aviso: nossos alunos da Lufa-Lufa organizaram uma festa para comemorar o Dia das Bruxas – ela indicou a mesa deles com a mão direita e os alunos do 7º ano levantaram fazendo reverências. Todo mundo começou a rir, mas ela ergueu a mão e as risadas cessaram – A festa será a fantasia, como todos já foram informados, e começará às 20h aqui no salão principal. Conto com a colaboração de todos, e principalmente dos alunos de Hogwarts, para que a comemoração ocorra de maneira civilizada e divirta a todos. Agora acho que já está na hora de irmos nos deitar. Boa noite a todos.

Assim que ela dispensou os alunos Arte e Rupert se levantaram e nos chamaram. O salão estava muito mais cheio do que o normal e íamos precisar agir rápido para não tumultuar ainda mais. McGonagall havia instruído os dois sobre o alojamento dos alunos estrangeiros e eles repassaram as ordens para os monitores do 7º ano, então Hiro e eu nos apressamos para resgatar as meninas da delegação de Beauxbatons, que iam ficar hospedadas na Sonserina. Rupert veio até nossa mesa buscar Devon, que ficaria na Corvinal junto dos outros garotos da delegação. Zach e Kaley estavam reunindo os meninos de Durmstrang para guiá-los até a Lufa-Lufa e Arte e James organizavam as meninas para levá-las para a Grifinória.

Acomodamos as meninas em quatro dormitórios vagos na Sonserina, mas é claro que Gabriela e as amigas acabaram espalhadas nas nossas camas por boa parte da noite, enquanto conversávamos e colocávamos as fofocas em dia. O dia seguinte era sábado, ninguém ia precisar acordar cedo. E era mesmo bom descansarmos o dia inteiro, porque à noite teríamos a nossa festa a fantasia e pelos preparativos dos alunos da Lufa-Lufa, ela prometia.