Wednesday, November 02, 2011 The Final Call 31 de Outubro – Madrugada e Manhã Na manhã, as garotas vieram me apoiar e ficar mais um tempo com Arte. - Não pode ser verdade... – Eu escutei Haley dizer, mas sem mesmo ouvir. Estava paralisado e não sai do lado dela pela noite inteira. Acho que adormeci, segurando sua mão, mas não quis sair de perto dela. Não... Não podia acreditar ainda. - O que quer dizer? – Ouvi quando Clara perguntou. A voz das duas estava embargada e ouvi também Lenneth, Gabriela, Keiko e Lena soluçando. - Eu ainda não consigo acreditar... Como ela pode ter morrido? – Ela perguntou e voltei a chorar. Não agüentava que dissessem isso, era como se fosse uma nova confirmação sempre que ouvia aquilo. – Eu não sinto nada. Sempre que sinto espíritos ou a passagem, sinto a tristeza de um ser que vai embora. Mas não sinto nada. Com ela é diferente, é como se ela simplesmente tivesse desaparecido e não passado para o plano seguinte. Eu olhei para ela sem entender, mas nenhum deles também entendia o que ela queria dizer. Então ouvi barulho na porta e vi que Mirian vinha acompanhada por meus pais. Ela ainda tinha olheiras enormes nos olhos e parecia ter envelhecido 10 anos em uma noite, mas continuava a mulher forte em quem Arte sempre se espelhou. Vê-la me deu um aperto no coração... Eu mal podia imaginar o que ela estava sentindo. Não sei se eu ou ela sofríamos mais, mas tentei pensar na situação dela. Durante a noite ela não saíra do lado da filha um segundo, assim como eu, e apenas agora de manhã saiu por poucos minutos. Ouvi Seth dizer que Mirian foi a que mais tentou salvar a filha, passando toda sua energia para ela ininterruptamente, tentando curá-la a todo custo, sem parar por um segundo sequer. E nada dera solução... - Tuor, você precisa descansar. Não há nada que possamos fazer. – Ela falou, colocando a mão em meu ombro com carinho. - Não, quero ficar com ela. – Eu consegui dizer, a voz rouca. Não mais chorava, pois era como se meus olhos tivessem secado. Meu coração estava secando. - Filho, não pode ficar assim. Venha comigo, precisa de um banho e comer algo. – Papai falou e me pegou pela mão. Eu não resisti e ele me ajudou a me levantar. Mamãe me abraçou e eu me deixei ser levado por eles. - Vocês também, vão descansar. – Mirian falou cansada e as garotas concordaram. Cada uma delas pegou a mão de Arte mais uma vez e seguraram o choro saindo todas abraçadas. Alucard estava sentado em uma poltrona, olhando para as sombras. Ele levantou-se e abraçou Mirian e o ouvi dizer quando eu saia da porta. - Acabou, Mirian... Nossa filha, se foi. – Aquilo doeu meu coração e eu fiquei paralisado, com meu pai me dando algum tempo. – Temos que fazer os preparativos para levá-la para o cemitério de nossa família. - Eu sei... – Mirian falou e a olhei acariciando o cabelo de Arte. Eu senti uma dor ainda maior no peito. “-Você quer salvá-la? – O tempo parou e eu estava em algum lugar totalmente branco. - Sim, mais do que tudo! - O preço de uma vida é alto demais, não há muito que se possa fazer. - Eu dou minha vida por ela, mas por favor a traga de volta! - Jamais poderia pedir sua vida em troca da dela, ela nunca aceitaria nem me perdoaria. – A figura sorriu cansada. – Você aprendeu bem com Ele e Ele estava certo sobre você. O único capaz de fazer algo por ela. O amor entre vocês é verdadeiro. É puro. Ele nasceu sem malícia, sem maldade, nasceu inocentemente. O amor que une vocês dois é grandioso em todos os significados da palavra. – Uma mulher falou enquanto surgia diante de mim. Meus olhos brilharam de felicidade, pois parecia tanto com a Arte. A única diferença eram os cabelos loiros e curtos. Ela sorriu para mim, um sorriso quente e carinhoso, mas antigo e sério. – Eu não sou ela, mas vivo nela. Você pode trazê-la, mas isso pode lhe trazer muita dor e sofrimento. Como eu falei a vida é algo muito precioso. Algo muito importante para você será tomado. - Eu lhe imploro, eu faço qualquer coisa. - Nem eu, nem ela seríamos capazes de fazer isso. Mas você será. Seja apenas você mesmo, faça apenas aquilo que você sempre fez, antes mesmo de conhecê-la. Ame-a.” A dor finalmente tomou conta de mim e todo meu corpo começou a tremer. Eu me desvencilhei de meus pais e corri para o corpo de Arte, segurando sua mão. Ela estava fria, mas seu semblante era sereno. Seu corpo estava todo machucado, seu rosto cheio de arranhões, mas ainda era o rosto de quem eu amava. Eu gritei seu nome, gritei como um louco, mas de nada adiantou. Eu comecei a chorar e deitei minha cabeça em seu peito chorando como jamais chorei. Eu a peguei no colo e chorei abraçado a ela. E só me concentrava nela, só sentia seu corpo mole junto ao meu. Tentava sentir algo que me pudesse trazê-la de volta. Eu não sei bem o que aconteceu. Eu coloquei minha mão em seu peito e repeti seu nome uma vez mais enquanto uma lágrima descia de meu rosto e caia em seu rosto. E gritei com minha alma o quanto a amava. Houve um clarão forte. E no instante seguinte eu desmaiei. Os dois correram para socorrê-lo, enquanto seu pai o pegava no colo. Então de repente, Mirian, parou, olhando para frente sem entender. Ela então virou-se para o corpo da filha e pareceu sentir uma energia dentro dela. Mirian se aproximou tremendo dela e tocou seu peito também. Havia uma batida! - Louise! Morgan! – Mirian gritou e as duas entraram correndo no quarto, enquanto Huor, Rían e Alucard a olhavam sem entender, ainda segurando Tuor e tentando reanimá-lo. – Rápido, chamem Griffon também! Logan, traga Poção de Sangue de Dragão! A correria tomou conta da ala hospitalar. Eles pensavam que Mirian estava ficando louca, pois ela começou a transferir energias para Artemis novamente, curando-a uma vez mais. Louise tentou acalmá-la, dizendo que não podiam fazer mais nada. Mas então ela percebeu um movimento leve no abdômen de Artemis e pegou seu pulso. O sorriso que ela abriu era enorme e Mirian começou a chorar, enquanto ria ao mesmo tempo. Artemis tinha voltado a vida! - Arte, ela voltou a vida! Ela está viva! – Ela falou e eu não acreditei, mas a abracei sorrindo. Eu tinha conhecimentos de Alquimia e dos rituais que os Imortais faziam, era impossível Artemis ter voltado a vida depois de 12 horas morta! Sua alma já teria feito a passagem e não havia nada que prendesse Artemis ao mundo. Sei disso pois muitos de nós procuraram os fantasmas do castelo e eles diziam que ela tinha feito a passagem, por mais que Haley discordasse. O dormitório improvisado, pois todos dormimos nas salas perto da ala hospitalar, estava agitado, com todas as garotas colocando uma blusa rápida sobre o corpo. Saímos todos correndo juntas e encontramos com os garotos do lado de fora, que também sorriam. Corremos para a ala hospitalar e quando entramos, o ar era totalmente diferente de 12 horas atrás. A correria tinha voltado e todos estavam atarefados. Penny e Flonne estavam acordadas também e pareciam alegres. Vi que Tuor estava sentado em uma cadeira, ele chorava em meio a sorrisos, mas era atendido por Justin. Os dois pareciam rir de qualquer coisa, tamanha a felicidade. Eles nos deixaram ver Artemis e constatei com meus próprios olhos que ela respirava. Ainda estava muito mal e seu estado era crítico, mas ainda estava viva! Mas Arte estava muito mal ainda. Seu corpo estava muito machucado, com vários danos internos, inclusive uma hemorragia interna. Os ossos de seus braços estavam quebrados, várias de suas costelas também. Havia um traumatismo craniano também. Seu quadro físico era sério, mas seu quadro mágico também. A quantidade energia que ela usou na luta e o desgaste mental e mágico para transportar e ajudar todos a tinham exaurido, de modo que ela estava em um estado de exaustão mágica, entrando em coma mágico. Ouvi quando Louise, mãe da Clara, disse que nesse estado eles precisavam tirá-la dali imediatamente. Mas Mirian não queria arriscar um transporte mágico, pois poderia piorar o estado dela, mas se a levassem de trem, ela poderia ter seu estado físico piorado e não terem tempo de tratarem-na corretamente. Então o Ministro inglês falou. - Eu vou pedir um helicóptero ao Ministro trouxa. Eu falei que faria tudo ao meu alcance para ajudá-la e é o que eu vou fazer. – Ele falou e saiu da sala acompanhado por Seth. Pouco tempo depois, ele voltou, agora acompanhado pela Diretora e Vice-Diretor de Hogwarts. Eles disseram que todos os alunos estavam de volta para o dormitório e que poderiam retirar Artemis dali. Todos ajudaram a tirar o corpo de Artemis da enfermaria, sem usar magia. O castelo estava vazio, mas não silencioso, pois podíamos ouvir as conversas animadas dos alunos e funcionários. Artemis foi levada em uma maca até um ponto próximo de Hogsmeade e no mesmo instante um helicóptero pousou. Dois médicos, acho que os nomes eram Ethan e Brian, já estavam no helicóptero e pude ver que ele estava todo equipado com aparelhos de monitoramento médico. Mirian, Alucard e Tuor embarcaram juntos no helicóptero que voou imediatamente para Londres, a sede do Clã, onde Artemis seria tratada. Os outros curandeiros do grupo logo se despediram de nós, abraçando filhos e amigos com esperança renovada e aparataram para Londres, para esperá-los e poder tratar de Artemis. Estávamos alegres finalmente, cheios de esperança e felicidade. Artemis estava viva! 31 de Outubro – 9 da Noite Essa noite prometia ser triste, dada as notícias de 24 horas antes. Mas as notícias das últimas 12 horas haviam mudado-o completamente. O clima no Salão Principal, um largo salão com quatro enormes mesas e um lindo teto encantado, era de alegria e felicidade. Eu estava sentada junto dos amigos de Arte na mesa da Grifinória, todos juntos e felizes. Nós conversávamos e ríamos alto, até mesmo cantávamos, comigo e MJ tomando a liderança da cantoria. Tuor havia sido o único liberado da seleção, pois mesmo se fosse escolhido, ele poderia comparecer depois. Achavam justo dar a ele a chance de estar com sua namorada e eu concordava com eles. Agora o clima também era de entusiasmo, pois todos queriam saber quem seriam os campeões selecionados. Eu me perguntava a mesma coisa, um pouco animada até de ser a selecionada como campeã. Um homem enorme, o guarda-caças de Hogwarts, junto do zelador, entraram carregando o Cálice, cujas chamas brilhavam em azul, mas estavam ficando mais fortes lentamente, quase virando vermelhas. - Essa noite, é uma noite de festa. Há pouco menos de 24 horas atrás eu fui obrigada a dar a vocês uma notícia triste. Mas graças a todos os deuses, foi possível mudar essa notícia. – Mcgonogall começou, sorrindo para todos. – Espero que todos estejam alegres com a volta de nossa amiga Artemis, mas que ainda peçam pela sua cura total e recuperação rápida. - Minerva, gostaria de algumas palavras. – O Diretor Igor se levantou e Mcgonogall assentiu, sentando-se. – A noite passada nossas três escolas mostraram ao mundo do que somos capazes. Mostraram que nosso espírito de união é forte e lutamos juntos. Peço a todos que continuem lutando e juntos vamos torcer para a recuperação rápida de Artemis Chronos, que protegeu a todos. - Você devem ter orgulho da aluna que possuem entre vocês. – Maxime completou, ainda sentada, mas mesmo assim da altura de Igor já. – Se o campeão de Hogwarts tiver a metade da coragem dessa menina, temo pelo meu campeão. – Ela falou brincando e todos riram. - Muito bem, daremos início à seleção dos Campões! – Minerva anunciou, levantando-se quando as chamas do Cálice brilharam em vermelho, elevando-se quase 1 metro de altura. – Peço que os Campeões selecionados dirijam-se a sala indicada pelo Professor O’Shea e aguarde o restante da seleção, quando os três diretores, assim como o Sr. Wood e o Sr. Caprese, irão se reunir com vocês para passar as últimas informações. Vamos a seleção. As chamas do Cálice ficaram ainda mais intensas em um vermelho vivo, então um papel foi lançado para cima, e as chamas abaixaram-se novamente, voltando a um tom entre o azul e o laranja. O pedaço de pergaminho rodopiou lentamente e pousou na mão de Mcgonogall. Ela o leu e anunciou. - Primeiro o Campeão de Beauxbatons.... Gabriela Lafayette! – Gabriela saltou da cadeira, sorrindo, mas meio assustada, como se não acreditasse no que ouvira. Gritamos por ela e ela se animou e saiu andando na direção da porta, que ficava atrás da mesa dos professores. - Muito bem, Sra. Lafayette! Boa sorte! – Mcgonogall falou, e vi Maxime acenando para Gabriela. O Cálice voltou a ficar vermelho e as chamas se elevaram por mais um metro de altura e a tensão voltou ao salão. Um pedaço de pergaminho saiu das chamas novamente e voou lentamente até a mão da Diretora. Ela o leu e anunciou. - O Campeão de Durmstrang é... Lenneth Aesir! – Ela anunciou meu nome e eu fiquei sem acreditar, olhando em volta como se quisesse confirmar. Todos bateram palmas e bateram em meu ombro quando eu me levantei e fui andando, um pouco correndo, até a porta no fundo do salão. Igor sorriu alegre para mim e encorajador. - Meus parabéns, Sra. Aesir! – Mconogall falou quando passei por ela. Eu passava pela porta quando as chamas voltaram a ficar vermelhas e a tensão pelo último Campeão tomava o salão, mas assim que o Vice-Diretor fechou a porta, os sons foram abafados. Quando Gabriela me viu, ela veio correndo e nos abraçamos, parabenizando uma à outra. - Iremos competir! Não vou pegar leve! – Ela falou rindo e eu ri. - Você me deixaria irritada se pegasse leve! Quem será que vai ser o Campeão de Hogwarts? - Imagina se for uma das nossas amigas? Um Tribruxo Girlpower! – De repente, conseguimos ouvir o bater de palmas e vivas, muito altos e nos olhamos, sabendo que o Campeão tinha sido escolhido. Ficamos ansiosas esperando que ele entrasse, mas quando a porta foi aberta, foram os Diretores e Ministros que entraram. Eles tinham um semblante engraçado, como se achassem algo diferente ou estranho. - Ué, e o Campeão de Hogwarts? – Gabriela perguntou e foi Mcgonogall que respondeu, com uma espécie de meio sorriso. - O Campeão de Hogwarts é Artemis Chronos. – Ela falou, indicando o pergaminho em sua mão. Eu e Gabriela ficamos boquiabertas, mas então sorrimos. Se o Cálice tinha escolhido-a, era porque ela sairia bem daquilo tudo. E iria competir conosco! |