Wednesday, November 23, 2011

Rebirth

Lembranças de Tuor H. E. Mithrandir / Mirian O. C. Chronos / Justin B. Silverhorn

23 de Novembro

Pela visão de Tuor

As semanas se arrastavam desde o ataque na véspera do Dia das Bruxas.

Já chegávamos a quase 4 semanas após o ataque e nesse tempo todo Arte não dera sinais de que iria acordar.

Seu estado estava estável, o que era, de certa forma, um bom sinal, pois ela pelo menos não estava piorando. Mas também não melhorava. Às vezes, ela parecia reagir um pouco a nós, a um toque meu, ao rugido de Fidelus, à voz de Mirian ou de algum de seus familiares, mas nada muito significativo.

Eu me comunicava diariamente com Gaia ou Flonne através de corujas e elas me contavam como a Arte estava. E sempre ia visitá-la nas sextas a noite, que era quando Minerva liberava a todos nós, depois do horário das aulas. Sempre nos reuníamos na sala da Diretora às 17hrs e entrávamos na lareira, saindo em um prédio vizinho à sede londrina. Então nos revezávamos a visitar o quarto de Arte e eu tentava passar o máximo de tempo possível com ela.

E agora a Primeira Tarefa se aproximava. Gabriela e Lenneth sempre iam visitar a Arte conosco, e nos apoiavam sempre, mas já há duas semanas vinham se preparando para a tarefa. Todos os dias víamos Lenneth ou Gabriela na biblioteca e várias vezes vimos uma das duas correndo pelos jardins, procurando conhecer melhor a propriedade, pois a tarefa poderia ser nos jardins por exemplo. Claro, nenhum de nós conhecia qual seria a tarefa e passávamos horas conversando sobre as possibilidades. Alguns acreditavam que teriam dragões novamente, mas eu dizia que não, pois seria uma grande vantagem para a Arte.

Então vinha esse problema. Com a Tarefa cada vez mais próxima e nenhum sinal da campeã de Hogwarts acordar, os murmúrios contra a seleção dela cresciam entre os alunos mais chatos. Eram raros, pois a quantidade de pessoas que apoiava e gostava da Arte era enorme, mas haviam sempre sussurros. Mais de uma vez eu ou um dos garotos quase brigamos com alguns desses grupinhos, pois eles começaram até mesmo a dizer que era culpa da Arte dos vampiros nos terem atacado. Eu não permitiria estragarem a memória dela, não depois de tudo que ela sacrificou por cada um deles.

Na Quarta de tarde, Minerva liberou uma visita extraordinária, pois era no dia antes da Primeira tarefa. Todos se reuniram em sua sala às 17hrs em ponto e ela avisou que deveria ser uma visita rápida.

- Estou permitindo que a visitem apenas porque amanhã é a Primeira Tarefa. Ainda não sabemos se ela vai acordar e o que vai acontecer. – Ela falou, enquanto as chamas roxas crepitavam às suas costas. – Mas imagino que queiram dar a ela algum apoio.

Todos assentimos e ela entrou primeiro nas chamas, deixando que o Vice-Diretor Ben nos organizasse em fila para entrar na lareira, sendo que ele iria por último.

Chegamos na sede dos Chronos por volta das 17:15 e logo Seth veio nos receber. Ele disse que Alucard estava com o Clã, pois haviam encontrado Maxmilliam, um forte aliado de Cadarn e o atacariam hoje. Quanto a Mirian, ela estava dentro da casa, tratando de Artemis. Logo perguntamos se ela estava bem e ele disse que sim, mas que na última hora seu estado mágico havia se tornado muito instável.

- Mas ainda vão visitá-la. Só que agora serão em grupos de 2 pessoas apenas e por pouco tempo. Não sabemos o que está acontecendo com ela. O primeiro grupo, por favor. – Ele falou e Hiro e Keiko entraram juntos na casa, enquanto nós nos sentávamos na biblioteca dos Chronos.

Eu fiquei por último, junto de Justin e todos foram visitar Artemis, sem contar Minerva e Ben. Sempre que voltavam, eu me preocupava, pois eles pareciam meio tristes, mesmo que não quisessem que eu percebesse. Justin apertou meu ombro e me levantei do sofá e fomos juntos até o quarto de Artemis.

A primeira coisa que vi foi Fidelus. Na verdade, parte de sua cabeça. O enorme dragão estava com as patas apoiadas na janela e sua cabeça quase entrava no quarto. Ele soltava uns gemidos estranhos e vi que tinha um cabo vermelho ligado entre ele e Artemis, e percebi que era sangue de dragão que circulava pelo tubo. Então percebi que Artemis gemia e se remexia na cama. Ela respirava com dificuldade, oscilando entre respirações rápidas e lentas, e seu rosto parecia cheio de dor. Justin logo correu para o lado de Mirian e começou a passar suas energias para Arte, tentando acalmá-la, mas ela continuava a se remexer. Eu corri para ela e segurei sua mão e comecei a pensar nela, em nossos momentos juntos.

Após algum tempo, Artemis pareceu relaxar e parou de se debater, mas parecia que seu sono estava ainda mais profundo... Mirian limpou o suor da testa e eu me apressei a ajudá-la a se sentar.

- O que houve? – Eu perguntei.

- Não sei. Assim que o outro grupo saiu, ela começou a se debater. O coma mágico está mergulhando ainda mais profundamente. Fidelus está mal também. – Ela falou e vi que Fidelus havia caído no chão do lado de fora da janela e seu peito subia e descia lentamente. Seu peito parecia bater em ressonância com Arte e me lembrei de uma coisa que ouvi de Morgan, a tratadora de dragões das Ilhas Hébridas: “Artemis e Fidelus estão mais ligados do que imaginávamos. Acho que ele está passando suas energias para ela, tentando salvá-la. Se um dos dois morrer, temo que o outro também irá...”

- O coma está ficando muito profundo, senhora Mirian. Temos que fazer algo, ou temo que ela nunca mais será capaz de retornar. – Justin falou e eu engoli em seco.

- Vou chamar os curandeiros e médicos. – Mirian falou, séria. – Precisamos tentar trazê-la de volta... Tuor, me perdoe, vocês terão que ir embora.

- Eu posso ficar um minuto a sós com ela? – Eu perguntei, a voz fraca, e eles assentiram, saindo do quarto.

- Estarei ao lado da porta. – Justin falou e me abraçou antes de sair.

Eu me sentei na cama ao lado de Arte e segurei sua mão. Ela estava quente, pelando em febre, como nunca esteve nessas últimas semanas. Eu não pude evitar e comecei a chorar e me deitei ao seu lado, abraçando-a com força. Pressionei sua cabeça contra meu peito e afaguei seus cabelos. Eu queria que ela voltasse logo, queria que ela sorrisse para mim uma vez mais. Tola, teimosa! Como você pode lutar sozinha?

De repente, então, ouvi Fidelus soltar um rugido forte e senti a mão de Artemis se mover. Foi um toque leve nos dedos. Eu me sentei assustado e a observei. Então sua mão voltou a se mexer. Mais um rugido de Fidelus e ouvi suas asas batendo com força, fazendo um barulho alto. Ele rugiu alto mais uma vez e pude ouvir suas garras se enterrando no chão. E então, ela então apertou minha mão!

- Artemis! – Eu gritei e comecei a sorrir. Justin e Mirian entraram correndo, no momento exato em que Artemis abria os olhos.

Seus lindos olhos azuis se abriram e se fixaram em mim. Ela me encarou por alguns segundos e depois virou sua cabeça para a mãe e Justin. Eles soltaram exclamações, paralisados na porta. Artemis então, tentou se sentar, mas não tinha forças e caiu deitada novamente. Eu a segurei e a ajudei a se sentar.

- Ela está acordada! – Eu gritei, agora chorava também e vi que Mirian também, assim como Justin. Mirian correu para o outro lado de Artemis e pegou sua mão. Justin saiu correndo, para chamar os outros. – Você está bem? – Eu perguntei e ela me olhou vagamente, como se estivesse confusa.

- Mãe.... – Sua voz estava fraca e sua boca seca, mas ela começou a falar. – O que aconteceu? Minha cabeça dói tanto...

- Nada filha, é uma longa história. Você está bem! – Ela falou e abraçou a filha. Ela então olhou pra mim e abriu um sorriso enorme, que eu retribui feliz.

- Graças aos deuses você voltou, Arte. Estava nos deixando com medo! Sua teimosa! – Eu falei, apertando sua mão. Ela então me olhou e seus olhos pareceram vazios por alguns instantes. Ela soltou minha mão e se afastou um pouco de mim.

- Quem é você? – Ela perguntou e eu olhei-a sem entender.

-O que você disse? Eu sou Tuor, seu namorado. – Eu respondi, sorrindo para ela, mas ela olhou para a mãe confusa.

- Eu não tenho namorado... Eu não conheço nenhum Tuor e não sei quem é você. – Ela falou, agora sua voz parecia clara como água. Caiu em meu peito como um balde d’água fria.

Todos chegaram nesse momento e eu a olhei sem entender. Meu peito doía muito... Arte não me reconhecia.

Eu me afastei da cama dela, enquanto ela olhava em volta. Seus olhos estavam vazios, sem reconhecer ninguém. Mas após alguns segundos seus olhos voltaram a brilhar e ela reconheceu Clara, Keiko, Hiro, Haley, Rupert, Julian, MJ, JJ e Jamal, mas não os outros. Eu me afastei ainda mais e Justin colocou a mão em meu ombro. Keiko também veio até mim e me abraçou eles também haviam escutado perfeitamente o que eu ouvi. Ela não me reconhecia. Meu peito doía.

Now it is time for you to close your eyes
They´ve seen much pain it´s slowly filling your mind
Pretty as they are but now so pale
You better leave all your worries far behind

Not long ago when you had the Fire
Burning inside of you brighter than any flame
You were the one that I believed in
Keeping our hopes up high where are you now?
Where do you aim?

------------------------------------------------------------

A notícia de que Arte tinha acordado espalhou-se rapidamente pela família Chronos e seus amigos. A casa ficou pequena novamente para tanta gente. Alucard, Ty, Griffon e Isaac voltaram da caçada imediatamente. Eles trouxeram boas notícias: Celas havia matado Maxmilliam e antes disso, Cewyn o mordera, conseguindo absorver suas memórias e tinham novas localizações de Cadarn.

Ela não reconhecia a maioria das pessoas de primeira. Ela os olhava sem conhecer por alguns segundos e, apenas algum esforço considerável, ela se lembrava deles. Mas não mudava o fato de que todos estavam felizes com sua recuperação.

Minerva nos permitiu ficar na casa, enquanto todos tentavam ir ver Artemis ou conversavam com seus familiares. Por volta das 18hrs, Justin disse que queria tentar desvendar o que tinha acontecido com ela. Ele disse que eles dois tinham uma ligação mental forte e que ele seria capaz de tentar ler sua alma. Ele então entrou no quarto dela, acompanhado por Mirian, Alucard, Seth, Griffon, Emily, Luna, Luthien, Mina, Bela e Luky. Além deles, eu, Clara e Justin fomos com eles.

- Artemis, você se lembra de mim? – Ele perguntou, sentado na cama ao lado de Arte. Ele a olhava intensamente e os olhos não se afastavam. Ele então pegou sua mão com leveza e a apertou entre as suas.

- Claro que lembro. Você é o Justin, não é? Amigo do Corvo. Por que pergunta? – Ela respondeu, após pensar por um instante. Ela olhou em volta e pareceu perceber algo no ar. Seus olhos vagavam por todos os rostos, confusa.

- Sim, sou eu mesmo, que bom que se lembra. – Justin sorriu, respondendo calmamente. – Você sabe o que eu sou?

- Como assim? Você é um aluno transferido. Entrou na escola ano passado. – Eu falei chocada. Vi que todos tiveram reações preocupadas. – O que foi?

- Quero que olhe em meus olhos, Artemis, apenas em meus olhos. Esqueça tudo e concentre-se apenas em mim. – Ela obedeceu e fixou seus olhos nos dele novamente. – Relaxe. Sinta o vento em seu rosto. Demora um pouco para perceber...

Não sei bem porquê, mas tive a impressão de que aquelas palavras doeram na mente de Artemis, pois ela fez um careta estranha. Mas depois os dois mergulharam em silêncio. Após alguns minutos, Justin disse que estava tudo bem e fez sinal para sairmos. Todos saíram com ele do quarto, ficando apenas Seth, Mina, Luthien e Bela no quarto, conversando com Arte.

Pela visão de Justin

- Justin, o que ela tem? – Tuor perguntou assim que saímos do quarto. Ele ainda tinha os olhos vermelhos e a preocupação que ele sentia, assim como o amor que ele sente por Arte, quase doeram em mim. Ele era o que tinha o maior dos motivos para estar triste.

- Ela perdeu toda a memória? – Alucard logo perguntou. Todos tínhamos percebido esse detalhe, mas agora eu percebia a profundidade disso.

- Sim... Na verdade mais do que isso. E sinto dizer, mas de forma irrecuperável. – Todos começaram a falar ao mesmo tempo, querendo saber detalhes e dizendo que havia formas de se reaver as memórias. Apenas Mirian permaneceu calada, olhando para mim.

- Ele está certo. – Ela finalmente falou, sua voz saindo frágil e baixa, mas todos se calaram. – Eu percebi isso também. Eu mesma antes de chamá-los tentei trazer suas memórias de volta, mas nada que eu fizesse surgiu efeito.

- Eu também não. Apesar de ainda estar fraco, tenho força suficiente para esse tipo de magia, mas não fui capaz. A mente e o coração dela estão completamente mergulhados em trevas. Ela se lembra de muito pouco.

A verdade é que ela esqueceu as suas memórias mais importantes, de todos. – Eu continuei, olhando para todos nos olhos. – Ela não se lembra de mim, apenas como o amigo do Julian, não se lembra que Haley vê espíritos, não se lembra dos ataques e batalhas. Não se lembra que Clara é capaz de se transformar em lobo, que sou um Shaman, nem que Rupert está escrevendo um livro ou coisas assim. Nada, ela perdeu todas as memórias mais importantes de todos. – Eu continuei e todos me ouviam calados. – Ela se esqueceu completamente de seus poderes como Sacerdotisa e como Rainha, esqueceu completamente Avalon e Chronos. É provável que ela nem se lembre de ter se inscrito no Torneio Tribruxo.

Mas o pior: ela esqueceu completamente de Tuor. – Eu falei, olhando preocupado para ele. Ele por sua vez ficou calado olhando para o chão, enquanto Julian e Keiko seguravam sua mão ou braço. – Para ela, ele não passa de um estranho. Ela não sabe que são namorados, não sabe que são amigos... Para ela é como se ele nunca tivesse existido. E eu temo pelo pior... Acredito que não apenas isso, acredito que por algum motivo que não sei perceber, ela aniquilou todo o passado e todo o futuro que poderia ter com ele. É como se ela não pudesse mais se envolver com ele...

Pela visão de Mirian

Foi um choque saber que Arte tinha acordado, mas que perdera todas as suas memórias. Principalmente para Tuor. Devíamos tanto a ele... Pela segunda vez ele trouxera Artemis de volta, talvez na última tenha sido coincidência, mas não havia dúvidas de que fora ele que a trouxera de volta à vida. E agora ela sequer o reconhecia...

Era estranho, pois com algum esforço, ela se lembrava de nós, sabia nos reconhecer, mas não ele. Ela simplesmente apagara tudo que a ligasse a ele. Ela apagara também todos os seus poderes de Sacerdotisa, como Rainha, e eu tenho certeza de que se esquecera de Chronos também.

Seus amigos queriam ficar com ela, mas não podíamos deixar. Artemis precisava de cuidados ainda, pois estava fraca. Minerva então pediu que Ben os levasse para Hogwarts e cada um foi se despedir dela. Apenas Minerva ficou e pediu que ninguém falasse a ela sobre o Torneio, e que ela faria isso.

Mas não mudava o fato de estarmos felizes. A felicidade que eu sentia era enorme e acho que nunca me senti tão feliz desde que dera luz aos meus filhos. Era como se Arte tivesse nascido de novo. Ela se esquecera de tudo, parecia com dificuldade até de se comunicar às vezes.

Aos poucos ela foi se lembrando e íamos ensinando-a algumas coisas, como contando histórias do mundo bruxo e ela os devorava ávida. Ela se emocionou realmente com a breve história que resumimos das Guerras de Voldemort.

Decidi não colocá-la de imediato em contato com a magia, pois não sabíamos o que isso poderia causar. Apenas por volta das 20hrs dei a ela sua varinha. Foi como se a varinha a selecionasse novamente. Sensível como eu sou à magia, pude ver o fluxo de magia circulando entre ambas. Artemis pareceu mais completa.

Então decidi levá-la para fora.

Fidelus estava quieto desde que Artemis acordara, estranhamente na verdade. Mas acho que ele entendia que devia ficar quieto. Ela poderia se assustar com ele ou com seus rugidos e piorar seu estado. Aquele dragão amava realmente minha filha.

- Quero que você veja algo e me diz se você se lembra. – Eu falei, enquanto eu e Lu a ajudávamos a andar. Minerva, Seth, Griffon, Ty e Luna vinham logo atrás de nós. Artemis tinha dificuldade de andar, como se tivesse que reaprender, fora que o tempo que ficou desacordada a debilitara bastante.

- O que? – Ela perguntou curiosa. O esforço de falar e se mover era bastante, então ela evitava falar.

- Você vai ver. Surpresa. – Lu falou com carinho.

Viramos a esquina da casa e Fidelus ficou visível. Ele logo levantou a cabeça, nervoso e contente, suas asas batendo ansiosas. Artemis ficou paralisada onde estava, os olhos arregalados, a boca entreaberta enquanto tentava falar algo. Ela olhou para nós confusa e sorrimos, incentivando-a.

Ela começou a andar à frente e nós a ajudamos. A cada passo ela parecia mais nervosa, quase tremendo. Senti que o esforço que ela fazia era enorme, tanto física, quanto mentalmente.

Fidelus se aproximou lentamente, mas foi o suficiente para Artemis se sobressaltar e se afastar. Isso pareceu ferir os ferimentos dele, pois suas asas se abaixaram tristemente. Mas Arte engoliu em seco e se soltou da gente. Ela caminhou até ele lentamente, a mão esticada à frente. Fidelus ficou parado, aguardando-a. Lu andava lentamente perto dela, com receio dela cair, mas ela se aproximava do dragão cada vez mais firmemente.

Sua mão então tocou o focinho do dragão. E quase pude sentir como se um choque elétrico passasse de um para o outro. Lágrimas vieram aos olhos de Artemis e eu senti lágrimas nos meus olhos também.

- Fidelus... – Ela gaguejou, entre lágrimas. O dragão soltou um rugido baixo e feliz e deixou-se acariciar. Artemis então pulou para frente, abraçando o dragão com carinho. Nós nos sobressaltamos, mas ela se pendurou no pescoço do dragão e esse a segurou protetoramente, suas asas batendo alegres. – Eu... Eu estou tão feliz de estar com você.

Eu esfreguei as lágrimas, enquanto Lu me abraçava e observamos juntos os dois. Fidelus e Artemis estavam realmente unidos, uma união de sangue e alma tão poderosa que sobrevivera à perda de memória dela. E eu tinha esperanças de que ele a ajudaria a se recuperar mais rapidamente.