Memórias de Lenneth V. Aesir

Eu não entendia o que tinha acontecido direito.

Vampiros?! Fomos atacados por vampiros? Já tinha muito tempo que eu tinha passado a acreditar em coisas impossíveis: alguns dos meus melhores amigos eram Imortais, com super poderes e tudo mais, e haviam trazido uma amiga de volta a vida. Mas hoje tive uma cota extra, pois vi pessoas virando lobos, mortos gigantescos e vampiros extremamente malignos. Eu já sabia que os vampiros existiam, devido à declaração de Guerra dos Ministros da Magia e de homens do Clã Chronos. E eu os via agora, diante de mim. O próprio Ministro da Magia da Inglaterra estava ali, tentando acalmar Alucard Chronos, o homem que eu via nas notícias, enquanto a esposa dele, Mirian, tentava salvar a vida de sua filha mais nova. Minha amiga Artemis.

Eu achei que ia morrer. Cada músculo meu doía e a concentração e energia que gastei para nos proteger com Alquimia ainda pedia uma parte das minhas forças. Mas ela salvara a todos nós. Ela colocara a própria vida em risco para nos salvar. Nunca me esquecerei daquele momento, quando achei que ia morrer. Vi minha vida passar diante de meus olhos e só conseguia pensar em Lucian... Mas Artemis me salvara e agora eu não podia fazer mais nada para ajudá-la.

Eram umas 8 e meia da noite quando a ala hospitalar ficou pequena para tanta gente. Os pais de todos os amigos da Arte chegaram e eu vi a sala ficar cheia de pessoas conhecidas mundialmente. Haviam jogadores de Quadribol, jornalistas, aurores, médicos, curandeiros, preparadores de poções. Meus pais também vieram me ver e ficaram aliviados ao ver que eu estava bem. Os pais do namorado da Arte, Tuor, também vieram e tentavam acalmá-lo. Ele já não chorava tanto e tentava ser forte, mas por isso mesmo precisava de mais apoio.

Com tanta gente preocupada conosco, e principalmente com Artemis, a diretora de Hogwarts, Mcgonogall, mandou todos saírem da ala hospitalar e levou a todos nós para algumas salas próximas, pois ainda precisávamos de tratamento médico. Todos estavam começando a ficar melhor, mas ainda estávamos fracos e machucados, cheios de bandagens e remédios. Uma das lobas, como Artemis os chamara, o nome dela era Penny, se não me engano, tinha acordado, mas ainda estava mal, portanto ela e a bruxa Flonne, permaneceram na ala hospitalar, mas todos os outros foram transferidos.

Tentávamos não pensar no pior, apesar de ser difícil, e passamos o tempo conversando e falando do ataque. Era incrível como conseguíamos ainda rir e nos parabenizar pela luta, estavam todos felizes, pois conseguiram lutar bem. Eu os achei incríveis, por serem tão alegres e terem tanta força.

Mas então aconteceu algo que iria nos mudar para sempre, eu sei disso.

Eram 9 e meia quando ouvimos a agitação do lado de fora. Não nos quiseram deixar sair da sala onde estávamos, mas podíamos sentir e ouvir a agitação na ala hospitalar. Todos ficaram apreensivos...

Então, de repente, eu senti uma paz enorme, como se alguém falasse em meu ouvido. Não era mais do que um sussurro, mas me senti acalentada e abraçada, como se um vento acariciasse o meu rosto. E ouvi uma voz em meu coração. “Perdão”... Então veio uma dor no peito, tanto espiritualmente quanto fisicamente, e senti como se tivesse perdido algo para sempre.

De repente, percebi que Haley chorava, com as mãos tapando a boca. Ela sentou-se, meio paralisada e não falava com ninguém, por mais que perguntássemos o que era.

Então, de repente,a porta se abriu e o garoto moreno e forte, Justin, entrou na sala, acompanhado pelo irmão de Arte, Seth. Os dois tinham um semblante pesado e triste. Eu senti um nó na garganta. Tuor foi até eles, os olhos cheios de medo.

- O que aconteceu? – Eu o ouvi perguntar, com a voz fraca.

- Sente-se, Tuor. – Seth falou, mas Tuor se negou. Justin limpou a garganta e suspirou. Então ele não mais resistiu e começou a chorar. Tuor o abraçou, já prevendo o pior.

- Artemis... A Arte... Ela não resistiu. – Ele balbuciou e todos começaram a falar juntos, cercando-o. – Ela faleceu.

O choque foi enorme e todos taparam as bocas com as mãos, os olhos arregalados. Começamos a falar todos ao mesmo tempo, dizendo que não podia ser verdade. Tuor estava calado, a boca entreaberta, olhando para o nada. Então a ficha caiu em todos e começamos a chorar e se abraçar uns aos outros.

- Eu quero vê-la... – Tuor balbuciou e saiu correndo da sala. Ninguém o impediu e todos nós fomos atrás dele.

Quando entramos na ala hospitalar, tivemos a certeza de que era verdade. Todos estavam sentados pelas macas ou apoiados nas paredes e chorando muito. Todos tentavam se apoiar, abraçados uns aos outros. Assim que os pais viam seus filhos, eles corriam para abraçá-los e acalmá-los. Mas Tuor passou direto por todos e entrou no quarto onde estiveram tratando de Arte. Seth o seguiu e eu fui junto, pois queria ver com meus próprios olhos, pois ainda não conseguia acreditar.

Mirian chorava em cima do corpo de Arte e eu soube que ela estava sem vida. Seu peito não se movia, sua pele estava ficando pálida, era como se uma luz se apagasse lentamente. Griffon, o gêmeo de Seth, e o pai de Arte, Alucard, abraçavam-na e tentavam acalmá-la. Seth se juntou a eles e os quatro ficaram abraçados, um tentando acalmar o outro. Tuor correu até Arte e pegou sua mão, apertando-a. Vi quando o terror espalhou-se pelo seu rosto ao senti-la fria e sem vida. Ele então começou a chorar, abraçando-a com força, mas não havia nada que pudéssemos fazer.

Artemis tinha morrido.

A noite seria longa e dolorosa...

*********

Minerva entrou no salão e olhou para seus alunos, todos juntos e conversando animadamente e ela sentiu um aperto no coração. Eles ainda queriam saber o que tinha acontecido, mas sequer tinham noção do tamanho dos acontecimentos. Ao verem-na na porta, os alunos a olharam curiosos e levantaram-se, alguns já perguntando o que tinha acontecido. Ben, a acompanhava, assim como os demais diretores de Beauxbatons e Durmstrang. Os quatro foram até a mesa dos professores, e os olhos dos alunos e funcionários os seguiam, apreensivos também, pois podiam ver no rosto deles que algo tinha acontecido. Ben era como um tio dela, membro da família, e Minerva amava seus alunos, todos eles. Ela era filha de dois alunos que ela sempre considerou e nos últimos 7 anos ela aprendera a considerar e amar aquela garota também. Os dois tinham dor estampada nos olhos.

- Boa noite. – Minerva falou, sem altear demais a voz, pois o salão estava mergulhado em silêncio. – Essa noite, nossa escola foi atacada por vampiros. – Ela esperou um pouco os alunos se silenciarem, o que foi rápido, visto que eles ainda estavam apreensivos. – Eles atacaram-nos em diversos locais e fizeram algumas vítimas.

As vítimas haviam sido relativamente pequenas, mas ainda eram vítimas. Garret, Artur, Leorio, Helena, Isabel, Emma, Christen e Stuart eram os aurores mortos ao combater os vampiros. Todos ex-alunos de Hogwarts.

- É com pesar que eu anuncio: Artemis Chronos, Monitora-Chefe de Hogwarts, acaba de falecer, devido aos ferimentos recebidos para proteger cada um de nós. – Minerva falou, seus lábios tremendo. – Ela faleceu lutando por nós e mantendo o seu dever como Monitora e Auror, proteger cada um de vocês. Peço um minuto de silêncio em memória dela, uma Grifinória até o fim e uma perda inestimável para nossa escola.

O choque no salão foi absurdo e todos começaram a falar juntos. Alguns começaram a chorar, principalmente os alunos da Grifinória, que caíram em um silêncio doloroso. Artemis sempre foi muito querida por todos.

Continua...