Wednesday, December 07, 2011 Mudanças Lembranças de Artemis A. C. Chronos - Ai... O que foi que aconteceu? – Eu perguntei, tentando me sentar. Me senti tonta e logo ouvi as vozes de várias pessoas, e duas me ajudaram a me sentar. Abri meus olhos e vi que minha mãe, Flonne, Justin, a enfermeira da escola e um garoto me olhavam preocupados. - Você se lembra de alguma coisa? – O garoto perguntou e eu olhei para ele. - Mais ou menos... Bom, lembro que perdi a memória, mas o que me fez chegar aqui eu não sei. – Eu falei, e observei que estava na enfermaria da escola. – Quanto tempo fiquei desacordada? - Foi uma hora apenas. – Justin respondeu. – Ela deve ter forçado demais as lembranças. - Já falamos para você não fazer isso! – Mamãe brigou comigo e eu fiquei sem responder, indignada. Muito justo, levar bronca quando nem me lembro o porquê! - Mas ainda bem que você acordou, me deixou preocupado. – O garoto falou e vi que ele respirava mais aliviado. - Obrigada... Mas quem é você? – Eu perguntei. Eles ficaram um pouco surpresos e se entreolharam, enquanto eu não entendia nada. - Sou Tuor, seu amigo, prazer! – Ele falou sorrindo, mas vi que seu sorriso parecia meio vazio. - Desculpa, não consigo me lembrar de muita coisa... – Eu falei, tentando me desculpar. Ele disse que tudo bem. - Eu venho te visitar depois então, tá? Os outros estavam preocupados também. – Ele falou e saiu andando. Justin o acompanhou depois de me olhar novamente. ---------------------------------------------------------------------- - Tuor, espera aí! – Justin gritou, correndo atrás de Tuor, que andava rapidamente pelo corredor. Ele alcançou o amigo e o segurou e os dois se entreolharam. - O que foi, Justin? Preciso de um tempo sozinho. - Cara, não fica assim... - O que? Ela vai se recuperar? Não estou entendendo como o que você me disse hoje mesmo pode estar certo! – Tuor falou, irritado. Depois ele suspirou. – Desculpa, não esperava isso. - Tudo bem... Eu também não, isso nos pegou de surpresa. Ela se lembra de tudo desde que acordou. - Menos de mim. – Tuor falou. – Justin, eu estou disposto a esperar o que for preciso por ela, mas se toda vez que nos aproximarmos, ela perder a memória sobre mim e passar mal, é melhor eu me afastar de vez. - Nem pense nisso, Tuor, não vou deixar você desistir assim. – Justin falou com energia, mas Tuor parecia com o pensamento longe. – Olha, eu sei que é difícil, ou melhor, não sei, mas posso imaginar. Não dê o braço a torcer. Você tem que continuar otimista, só assim podemos tentar algo. - Tudo bem. – Ele falou depois de um longo silêncio e suspirou. – Mas não posso mais ficar tratando-a como minha namorada... Olha no que deu. Mas não vou me afastar, até porque eu não conseguiria agora. - Agora está parecendo o Tuor que conheço. – Justin falou sorrindo e Tuor soltou um pequeno sorriso. – Vá descansar, você precisa de um tempo sozinho realmente. A enfermeira e a senhora Mirian devem querer segurá-la por essa noite na enfermaria, mas amanhã de manhã eu chamo você para ir com ela até a Grifinória. - Obrigado. – Tuor agradeceu e os dois se abraçaram. – Justin, eu só quero que ninguém mais fale para ela que éramos namorados. Vou avisar a todos. – Justin concordou e ficou um tempo olhando Tuor enquanto ele se afastava, e só voltou para a enfermaria quando ele sumiu no corredor. ---------------------------------------------------------------------- Alguns dias depois Mamãe quis me manter na enfermaria por uma noite inteira e fui obrigada a dormir lá. Alguns minutos depois que Justin e Tuor, acho que era esse o nome, saíram, o próprio Justin voltou e se sentou do meu lado e começou a conversar comigo. Ele me fez companhia até a hora em que a enfermeira o expulsou e passei a noite na enfermaria, sozinha, organizando as coisas que eu sabia. Eu tentava lembrar do dia, mas alguns trechos estavam brancos... Lembrava de que Fidelus estaria na escola e de alguma conversa com a Clara, mas nada mais... Quando sai da enfermaria, Tuor me esperava, acompanhado pelas minhas sobrinhas e pelo menos soube que ele realmente era meu amigo. Eles me acompanharam durante as aulas, mas eu me lembrava dos dias após a Primeira Tarefa, então logo relaxaram. Como eu era Campeã de Hogwarts, tinha que ter um par para o Baile de Inverno, mas até o momento eu não tinha nenhum acompanhante, então começaram a chover pretendentes. Claro, eu ignorava todos e meus amigos se revezavam em afastá-los. Quase todos os garotos tentavam inventar alguma história sobre ser meu namorado e coisas do tipo e isso estava ficando um saco. Dei um soco em um garoto da Lufa-lufa, quando ele tentou me beijar, tentando se passar por um “ficante”. Meus amigos o afastaram logo e ficaram fazendo gracinha, dizendo que com o Damon, era o segundo que eu fazia isso já. Nos últimos dois dias, passei muito tempo conversando com o Justin. Ele me contou histórias de sua tribo e explicou que ele tinha alguns poderes especiais, e que ele era um shaman. Ele disse que não podia me mostrar, pois tinha medo disso me causar algum mal. Segundo ele, eu tinha poderes especiais também e como não me lembrava deles, caso o visse usando os dele, poderia ter um colapso novamente. Me aproximei muito dele e aos poucos me lembrei de que antes de perder as memórias eu e ele éramos muito próximos. Mas isso era delicado... Pois começava a me aproximar realmente dele. No sentido sentimental. E eu me lembrava da relação entre tapas e beijos dele e Haley. Então fui conversar com ela. Ela, eu e Julian estávamos essa tarde ajudando Tio Hagrid a cuidar de Fidelus. Nós estávamos nos divertindo em dar um banho dele, e ele parecia se divertir também, mas em um dado momento, os dois saíram, para ir buscar comida para ele. Fidelus comia quase 20 quilos de carne por refeição. Nós duas continuamos a conversar e ela me contou sobre os vários bichos de estimação que ela tinha na fazenda de Tia Alex e Tio Logan. Decidi então puxar o assunto na hora. - Haley, eu queria te perguntar uma coisa. - Pode falar, Arte, tem algo que não está entendendo? - Não... É sobre você e o Justin. – Eu falei. Ela ficou um tempo sem reação e vi quando começou a falar, tentando parecer normal. - O que tem? Ele é uma boa pessoa. - Eu sei disso. É justamente por isso que quero falar com você. – Eu falei e me sentei em um banco do lado de Fidelus. Ela se sentou do meu lado e esperou que eu falasse. – O que você sente por ele? - Nada. – Ela respondeu rápido demais. – Ele é uma boa pessoa, um bom amigo. Sempre disposto a ajudar todos. Admiro isso nele. Mas por que pergunta? - Haley, quero que seja sincera comigo... Eu estou dizendo isso porque estou começando a me interessar por ele. Estou começando a gostar dele. – Eu falei e senti quando fiquei vermelha. Haley ficou surpresa e ficou sem me responder um pouco e senti que ela escolhia as palavras. - Arte, não se preocupe com isso. Eu estou namorando com o Zach, esqueceu? – Ela bateu com a mão na minha testa e riu, pois se lembrou que tinha perdido as memórias e eu ri com ela. – Confesso que no passado senti muito pelo Justin, mas não deu certo entre a gente... Não precisa se preocupar com isso. Mas você tem certeza? - Tenho... Desde que acordei, sinto como se ele fosse o mais próximo de mim. Sinto uma empatia grande entre a gente, e quando estou perto dele, eu me sinto melhor. Não sei explicar. – Eu falei, com um sorriso bobo no rosto. – Sinto mais por ele do que senti pelo Stefan, por exemplo. - Então, acho que deveria tentar. – Ela falou após um tempo, sorrindo. – Vocês realmente combinam. - Obrigada. Eu estou mais aliviada agora. Vou convidá-lo para o Baile, ou será que ele já tem par? Quem sabe no Baile aconteça algo? - Do jeito como ele é, é quase certo! – Ela falou e rimos. – Acho que ele está sem par sim, mas é bom correr. - Pode deixar, vou convidá-lo ainda hoje. – Eu respondi. Nessa hora, Julian e Hagrid voltaram e começamos a alimentar Fidelus, que voava pela arena pegando os pedaços de carne que jogávamos. Como eu precisava treinar feitiços, eles me obrigaram a ficar levitando os pedaços e jogá-los pelo ar. Depois de um tempo, Haley saiu, dizendo que tinha que organizar algo dos treinos da Sonserina. ---------------------------------------------------------------------- - Justin, Tuor, eu preciso falar com vocês! Ainda bem que estão juntos. – Haley falou, correndo atrás dos dois. Quando os alcançou, ela parou para recuperar o fôlego e os dois perguntaram o que tinha acontecido, preocupados. Ambos tinham livros nos braços. – Calma, deixa eu me recuperar! - Aconteceu alguma coisa? A Arte está bem? – Tuor logo perguntou, lembrando-se que elas estariam juntas tratando de Fidelus. - Sim, ela está bem, mas é dela que eu quero falar. Vou ser direta. Ela está pensando em convidar o Justin para o Baile. – Ela falou rapidamente e seus olhos se cruzaram com os dele por alguns segundos. - Eu já imaginava algo assim. – Tuor respondeu. – Era óbvio que ela esqueceria que tinha me convidado e todos os outros amigos já tem par. - Sim, mas tem um outro problema. – Ela voltou a falar e ficou um pouco calada. – Tuor, ela está começando a gostar do Justin. – Ela falou e aquilo pegou os dois de surpresa e ficaram calados. Como eles demoravam a responder, Haley voltou a falar. – Eu não sei o que dizer a ela, mas como você me pediu para não contar que vocês eram namorados, eu a incentivei a isso e ela deve convidá-lo ainda hoje. – Ela falou indicando Justin. – Bom, eu preciso ir pro treino da Sonserina, queria avisá-los. - Tuor. Eu vou recusar. - Justin. Você deve aceitar. – Os dois falaram juntos, quando Haley se afastou. Eles se olharam e ergueram uma sobrancelha. – É sério, você deveria aceitar. - Mas não posso Tuor. Ela é sua namorada, por mais que você queria que não digamos nada. Eu não posso fazer isso com você. - Não, Justin, é melhor que seja você. Olha, se um de nós não for com ela, alguém pode ser seu par e nós temos visto como os garotos estão em cima dela. E ela não pode ir sozinha, por ser campeã. E se for comigo, corre o risco de ter outro colapso. Tem que ser você. – Ele falou e como Justin voltou a negar, ele falou novamente. – Justin, eu não me importo. Se ela tem que ir ao Baile com alguém que não seja eu, prefiro que seja você. Você saberia protegê-la e cuidar dela também. - Mas, Tuor, e sobre ela estar gostando de mim... - Isso era algo inevitável também. Vocês sempre formaram uma dupla magnífica. É quase como se completassem. Agora que ela está memórias, era natural que ela fosse atraída por você. - Eu... – Justin tentou fazê-lo mudar de idéia novamente, mas Tuor estava inflexível e ele suspirou derrotado. – Tudo bem, eu vou com ela. Eu prometo que vou cuidar dela. - Obrigado, é bom cuidar dela realmente! – Tuor falou, sorrindo. - Ta bom, pai, pode deixar. – Justin falou rindo e completou – Mas você tem certeza disso? Sabe como é, eu sou lindo, inteligente, carismático e viro um lobo gigante. Ou seja, eu sou um partidão! – Ele falou rindo e Tuor bateu com um dos livros em sua cabeça de leve. - E eu sou um Viking, esqueceu? Só mesmo sem memória que a Arte iria se interessar por você, ela esqueceu do seu cheiro de cachorro velho. – Ele falou rindo e os dois continuaram andando rindo juntos. ---------------------------------------------------------------------- - Oi, Justin, tem um tempo? – Eu perguntei sorrindo, sentando do seu lado na hora do jantar. Ele balançou a cabeça que sim, enquanto terminava de engolir um pedaço de bolo de carne. - Claro, desculpa. Está precisando de algo? – Ele perguntou e eu sorri. - Mais ou menos. Eu queria te convidar para ir ao Baile comigo, quer ser meu par? – Eu perguntei, direta. Ele ficou um pouco surpreso e começou a tossir. Vi quando ele olhou para alguém e imaginei que fosse a Haley, talvez. Eu fiquei um pouco desanimada, pois significava que ele ainda sentia algo por ela. Mas tinha decidido tentar e se fosse para ter alguma coisa entre nós, teríamos. – Isso se já não tiver um par. Se tiver eu posso falar com outra pessoa. - Não, estou sem par. Mas você não gostaria de convidar outra pessoa? – Ele perguntou e dessa vez eu o vi olhando para Tuor. Me perguntei porque ele faria isso, mas voltei a falar rapidamente. - Não, eu gostaria que fosse você, estou certa disso. Me sinto bem perto de você. – Eu falei, olhando em seus olhos. Ele piscou algumas vezes antes de responder. - Tudo bem! Obrigado pelo convite, serei seu par então. No dia do Baile quer que eu te busque na Torre da Grifinória? - Sim, seria ótimo. Como o baile começa as 8, não sei que horas terei que estar aqui, então acho melhor me buscar umas 7. - Tudo bem, combinado. – Ele falou e sorrimos. Me levantei, agora um pouco sem jeito e corri para a mesa onde as garotas estavam, para contar para elas. ---------------------------------------------------------------------- Eu estava de pé diante do lago. As brumas eram densas e cobriam a maior parte da visão. Eu não sabia o que fazer, o que sentir ou o que esperar, e acho que era isso que me deixava mais nervosa. Hoje de manhã, mamãe disse que queriam testar algo, por isso, bem cedo, ela, eu, Mina, Luthien, Bela, Flonne e Rin usamos a lareira de Minerva para irmos para a nossa casa de Londres. Lá encontramos Gaia e papai. Quando estávamos todos prontos, papai conjurou uma chave de portal e assim que tocamos nela, fomos parar nas margens desse lago. Eles me falaram que o nome do lago era Glastonbury e me mostraram ao longe a Abadia de mesmo nome. - Aqui é um lugar importante para você e queremos ver como você reage ao chegar aqui. – Papai explicou e perguntou. – Sente alguma coisa? - Hummm... O que por exemplo? – Eu perguntei e foi Gaia que respondeu. - Alguma sensação de familiaridade, ou como se pudesse ouvir algo? Eu fechei os olhos e tentei me concentrar, mas não sentia nada. - Eu estou me sentindo calma... Parece que eu estou mais serena do que nunca. – Eu expliquei. - É porque você tem uma ligação forte com a água. – Mamãe explicou. Ela me fez me abaixar e toquei a água. Ela estava fria, mas não me incomodou, pelo contrário, meu coração bateu mais forte e senti uma energia fluindo da água para mim. - A água é o seu elemento, tia. – Luthien explicou. – É o elemento que representa você e por isso se sente tão bem perto dela. - E aqui, era um lugar importante para você. Era uma ilha em que você governava. – Mina completou. Eu me senti um pouco tonta. - Estou ficando um pouco tonta... – Eu falei. Mamãe me deu uma poção que reconheci como sangue de dragão misturado com mais algo e me senti um pouco melhor. - Sei que é arriscado, mas vamos tentar chamar a Barca. Gaia, você primeiro. Gaia assentiu e deu um passo a frente. Ela abriu os braços e respirou fundo, concentrando-se. Pude sentir magia ao redor dela. Ela baixou os braços e abriu os olhos, mas nada aconteceu. - Mina, depois Luthien e por último, Bela. – Mamãe voltou a falar. Cada uma delas fez como Gaia, mas igualmente sem resultado. Com Bela, pórem, senti uma energia maior e o vento pareceu ficar mais forte, mas nada além disso. - Não conseguimos, vovó. – Bela falou. – Não podemos invocar Avalon ou a Barca. – Ela falou e assim que ouvi a palavra Avalon eu quase desmaiei e papai me segurou. - É verdade... Então você apagou também seus poderes. Acho que devemos voltar. – Mamãe falou, preocupada agora. Eu assenti. Estava me sentindo estranha. Sentia uma dor forte de cabeça e estava tonta. Mas não percebia nada naquele local... Ele era belo e a presença da água me fazia bem, mas fora isso não sentia nada. Não sei o que deveria ver ou sentir, mas as brumas estavam silenciosas para mim. |