Monday, May 28, 2012

Parte I - Heart of Courage


Lembranças de Artemis A. C. Chronos

- Eu sei que você vai conseguir, Arte. – Tuor falou, acariciando meus cabelos.
Estávamos deitados na grama de Avalon e olhávamos as estrelas. Dentro de 24 horas a noite mais importante e difícil da minha vida estaria acontecendo. Mas por agora estava deitada nos braços de Tuor. – Tenho certeza absoluta.
- Espero não falhar. Muito depende de mim. – Eu falei, engolindo em seco. O peso das decisões que eu estava tomando, o peso da responsabilidade, começavam a ficar intensos e eu sabia que não podia me deixar abalar.
Tuor então sorriu e não respondeu nada, mas me beijou. Seu beijo foi intenso e cheio de vontade e fiquei logo sem fôlego. Ele soltou meu vestido uma vez mais enquanto eu desabotoava a sua blusa e nos deitamos novamente.
Não importava o medo que eu sentia, ou o nervosismo, enquanto Tuor estivesse comigo eu era capaz de tudo. E ele estava me mostrando isso.

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- Vocês sabem o que fazer? – Eu perguntei pela milésima vez em dois dias e todos assentiram. – É muito importante que nada saia errado e que ninguém perceba os nossos movimentos. Temos um traidor entre nós e não vou arriscar o sucesso de nossa armadilha por causa dele. Eu sei que vai ser difícil, mas precisamos tentar descansar. Temos muito o que fazer dentro de algumas horas.
O nervosismo era enorme, mas todos os membros da AD assentiram, sérios e prontos para o que tínhamos que fazer. Apenas os membros do 7º Ano da AD estavam reunidos ali e sabiam boa parte do meu plano. Os únicos mais novos que eu deixei participar foram meus sobrinhos, pois acreditava no poder deles e principalmente, precisaria deles.
- Não precisam ter vergonha de ter medo, eu estou com medo! Mas vamos lutar juntos e vamos sair vitoriosos! Por Hogwarts! – Eu falei e todos repetiram comigo, tocando as pontas de nossas varinhas.
Aos poucos todos foram dispersando. Tínhamos só mais 3 horas antes do ataque e todos iriam deixar tudo pronto para nossas armadilhas. Conversei rapidamente com Rupert e ele me garantiu que ele e Sheldon tinham tudo sob controle. Justin também me falou que os preparativos no jardim estavam prontos e Luky me falou que minha surpresa estava a postos. Quando eu pedi a Tuor e meus sobrinhos que me deixassem sozinha, ele me beijou com carinho nos lábios e depois me abraçou com força, beijando minha testa, antes de sair. Fiquei sozinha na nossa sala, a sala dos Fundadores e onde treinávamos. Eram meus últimos momentos nessa sala.
- É sempre assim, minha pequena.  Você seria uma tola se não estivesse com medo. – Chronos falou em minha mente e eu o agradeci pelo apoio. Eu estava me acostumando com meus novos poderes e por isso ele não se materializava muito, mas estava sempre comigo. – Lutei guerras minha vida inteira. E todas senti medo. Mas nós dois sabemos que você triunfará.
- Eu sei. Está tudo preparado. – Eu falei e então me levantei, já me sentindo pronta.
Essas três horas se arrastaram...
Eu precisava estar concentrada para usar os três feitiços que faria essa noite. Eu já podia sentir a energia que a tribo de Justin passava para mim, e era quase como se eu os pudesse ver em volta da fogueira: os olhos fechados e concentrados, orando por nossa proteção e força, e eu os agradecia por isso. Essa noite eu precisaria de todas as forças que eu pudesse juntar.
Comecei a preparar a Dança do Destino e deixei minha aura de energia espalhar-se ao meu redor. Aos poucos cobri toda a escola e comecei a me concentrar em cada aluno. Fiz como Arturia me ensinou e vi seus futuros possíveis, ao mesmo tempo em que lhes transmitia amor e carinho. Usei meus amigos como âncoras e “antenas” espalhando meu poder a todos da escola. Senti quando o futuro de dezenas deles mudou, tornando-se mais promissor, onde antes havia morte.
Pouco depois da uma da manhã evacuamos os alunos do Primeiro e do Segundo Ano. Eles saíram confusos e amedrontados, mas não causaram nenhum problema. Faltavam menos de uma hora agora e já estávamos todos preparados. Eu sabia que em cada salão comunal, os membros da AD estariam acordados e prontos para explicar a situação e levar os alunos para o túnel de fuga ou para o salão principal, se desejassem lutar.
Então senti a invasão dos terrenos da escola, onde eu esperava: pela Floresta Proibida.
Imediatamente um alarme soou por toda Hogwarts e os treinamentos de emergência mostraram que foram eficazes. Em poucos minutos todos os alunos da Torre da Grifinória tinham descido e eu me dirigi a eles.
- Atenção fiquem calmos! Preciso falar com vocês! A escola está sob ataque real! Isso não é uma simulação. – Os outros monitores e membros da AD me ajudaram a acalmá-los rapidamente. – Mas vamos lutar. Aqueles que quiserem ficar e lutar, me sigam, aqueles que preferirem sair da escola sigam a Mina!
Mal terminei de falar e sai da Torre. Eu sabia que era seguida pela maioria dos alunos, mas os poucos que tiveram medo seguiram Mina que os guiava rapidamente até o quarto andar.
Quando chegamos no grande Salão, já estavam todos a postos e os professores acenaram para mim. Já podia ouvir os gritos e urros do lado de fora e sabia que os aurores estavam duelando com os vampiros. Mas sabia também que os vampiros os ignorariam, tentando passar por eles rapidamente e atacar o castelo. Senti Fidelus se segurando para não atacar, mas ele faria como eu havia pedido.
Minerva me dirigiu um último olhar sério e pude sentir como ela me desejava sorte, e então ela abriu as grandes portas e os fantasmas saíram correndo, como se fossem alunos com medo. À eles uniram-se as ilusões de Seth, que estava do meu lado, e alguns dos espíritos de Chronos sob meu comando. Seth conseguira fazer com que todas nossas ilusões parecessem extremamente reais e conforme combinado, os membros da AD e professores se misturaram à multidão, encenando uma evacuação apressada e desorganizada. Os outros alunos foram colocados no final do grupo, para que não sofressem os primeiros ataques. Assim que saímos para os jardins os sons das batalhas ficaram mais fortes.
Os aurores haviam recuado e correram até nós. Griffon e Isaac lideravam esse grupo e logo eles formavam um círculo ao nosso redor, como se quisessem nos proteger, enquanto nós tentávamos revidar o ataque, de forma pouco hábil propositalmente, e vi como os vampiros mordiam a isca. Eles gritavam em vitória e corriam diretamente para nós, sem medo ou preocupação.
Mas então, os primeiros vampiros chegaram em nós e os fantasmas e os espíritos começaram a paralisar os vampiros ou confundi-los e logo a AD lançava labaredas contra os vampiros. Eles foram pegos de surpresa e rapidamente o grupo amedrontado e caótico de alunos, deu lugar a uma grande quantidade de lutadores, pois cada aluno gritava e lançava magia para cima de todos os vampiros.
E como tinham vampiros. Mesmo eu sabendo que o ataque seria enorme, foi assustador ver as centenas de vampiros correndo para nós da Floresta. Eles corriam rapidamente, ferozes e com sede de sangue, prontos para matar todos, se necessário. Haviam também as criaturas que Cadarn convocava com sua necromancia: Inferi, Legions, Dementadores, Banshees. Esses eram mais difíceis de enfrentar e eu deixara claro que apenas os aurores experientes deveriam enfrentá-los. Meus espíritos do exército de Chronos seriam os responsáveis por segurar esses monstros o máximo possível e era reconfortante, e até mesmo belo, ver os soldados de branco avançando sem medo.
Além dos feitiços de fogo, eu havia instruído a AD a lançar os vampiros para o lago e assim que eles começaram a fazer isso, a lula gigante começou a esmagá-los. Minerva havia conseguido entrar em contato com os sereianos e eles ajudavam a lula a enfrentar os vampiros que caiam dentro do lago. Eu também havia trazido água sagrada de Avalon e a misturara na água do lago. Isso dera novas forças à lula e fazia com que qualquer vampiro que ficasse tempo demais dentro da água queimasse. Se eles engolissem água então, queimariam de dentro para fora.
Eu gritava comandos e feitiços em todas as direções e fiz com que os alunos se abrissem em uma linha com três fileiras de espessura, sendo a primeira fileira composta pelos aurores e professores, apoiados pela segunda fileira formada pela AD e a última com os alunos menos preparados. Os alunos iam se revezando nos feitiços e os vampiros começaram a ficar mais lentos. Lenneth e os alunos de Durmstrang tinham lançado duas garrafas de fogovivo dentro de uma trincheira que havíamos cavado e escondido algumas noites atrás e a noite era iluminada pelas chamas verdes. Aquela trincheira logo se transformou em um pedaço do inferno, com vampiros e Inferi gritando ao serem completamente torrados. Os vampiros que vinham atrás tentavam saltar por sobre ela, mas o fogovivo os perseguia e aumentava a sua altura, fritando-os em pleno ar.
Eu não podia lutar com minhas espadas ou usando todos os meus poderes cercada por tantos alunos, pois precisava de espaço para me mover, por isso eu disparava feitiços em todas as direções e a noite era iluminada com feitiços de fogo ou pela luz prateada de patronos. Eu tinha conseguido fazer Justin, Clara, Rupert, Haley e Tuor serem capazes de conjurar Magnus Patronos e os cinco se revezavam pra conjurá-los. Os lobos gigantes de Tuor, Clara e Justin eram capazes de incinerar um vampiro se o mordesse entre o pescoço e o peito, tamanha eram as suas mandíbulas. A harpia de Haley voava feroz, arrastando vampiros para o alto enquanto alguém o queimava ou perfurando-o com suas garras. E o grifo de Rupert atacava tudo que via, com seu bico ou suas garras.
A batalha estava durando pouco tempo, não mais do que 15 minutos. E eu me preparava para o meu segundo feitiço importante. Sabia que não podia ser muito cedo, pois precisava ter certeza que a maioria das forças de Cadarn estaria nos terrenos, fora da Floresta, mas também não podia demorar muito. Os alunos mais novos estavam com medo e em breve ficaríamos cansados. Precisava esperar a hora certa.
Foram os meus instintos, tanto os de animaga quanto os de guerreira, que me salvaram.
Eu girei meu corpo em uma meia volta, enquanto conjurava e brandia as espadas para cima, em um corte duplo lateral. As espadas estavam carregadas com minha energia mágica e pareciam ter uma película de água ao seu redor.
Elas atingiram o alvo no meio do peito, mas ele estava preparado e se protegeu com um feitiço que envolvia todo o seu corpo. Porém o impacto do golpe foi forte e ele foi jogado de lado para longe de mim, enquanto eu já me posicionava para a luta. Quando o vi, senti um misto de raiva, medo, tensão, júbilo e ódio.
Cadarn ria de mim, já levantando-se e ao seu redor surgiam umas criaturas estranhas da terra, num total de uns 3 ou 4. Eram umas criaturas horrendas, nem mortas nem vivas, mas em um nível perigoso entre ambos. Logo avisei meus amigos para não mordê-las.
- Quem é ele? – Ouvi Tuor perguntar ao meu lado.
- Cadarn. – Eu respondi seca e pude sentir a reação dos meus amigos. Primeiro veio a surpresa, depois o ódio por ele e pude ouvi-los praguejar contra ele. Mas então o vampiro dirigiu seu olhar para eles, varrendo todos com o olhar e senti o medo nascer em seus corações. O olhar era gélido e cheio de malícia, uma maldade como eu jamais vira em ninguém. Tuor segurou minha mão e eu me acalmei, intensificando o poder da minha aura e repeli a força maligna dele.
Mesmo no caos da batalha eu pude ouvi-lo falando.
- Esses são os vermes que Gustav morreu ao enfrentar? Gustav e todos os outros vampiros que mandei? – Ele falou gargalhando e agora era cercado por pelo menos 10 criaturas. Elas eram mais altas que ele, com a pele completamente vermelha, bocas largas e cheias de dentes afiados, garras ainda mais afiadas e uma pele cheia de pequenos pelos negros. Os olhos eram completamente negros, sem nenhum brilho a não ser o da crueldade. Soube na hora que se tratavam de demônios menores do mundo de Chronos e isso era perigoso.
- Eu vou matar você, Cadarn, eu juro. – Eu falei entre dentes e ele gargalhou novamente. Mas então seu sorriso morreu no rosto, quando deixei Chronos surgir as minhas costas. Vi uma pontada de medo em seus olhos e o vi tocar o ombro.
Esse medo, porém, logo desapareceu e ele urrou apontando uma das mãos para mim. As criaturas avançaram correndo e urrando e eu e o restante da escola ficamos esperando que chegassem perto, preparados para lutar. Então, uma mão surgiu do chão e me agarrou, pegando-me desprevenida. Eu fui jogada para longe dos meus amigos e mal tive tempo de me levantar, pois Cadarn já estava em cima de mim, acompanhado por duas daquelas criaturas horrendas. Ouvi os alunos e aurores gritando e tentando chegar a mim, mas as outras criaturas, e agora outros vampiros, se colocaram entre eles e nós e eu soube que teríamos que lutar todos ao mesmo tempo.
Cadarn não me dava tempo para me recuperar e me atacava velozmente, seguido de perto pelas duas criaturas. Eu rolei no chão, tentando ganhar tempo com correntes e espadas que surgiam no ar e atiravam-se contra Cadarn, mas ele me pressionava.
Do nada três lobos prateados enormes surgiram no ar, entre mim e Cadarn, e ele foi repelido pelo golpe deles. Eram os Magnus Patronus de Clara, Tuor e Justin. Cadarn praguejou, mas foi atacado pelas costas por um grifo prateado, o Magnus de Rupert, e obrigado a se afastar de mim.
Era a brecha que eu precisava.
Senti Fidelus se aproximando, respondendo ao meu chamado.
Meus amigos foram obrigados a trazer os Magnus de volta, visto que ainda não estavam acostumados a usá-los por tanto tempo e Cadarn voltou a investir contra mim. Ele invocou mais daquelas criaturas e saltou contra mim. Mas agora eu estava preparada.
Então ele foi envolto por uma labareda de fogo intensa, enquanto eu pulava para trás. Fidelus pousou com força no chão urrando em desafio e ódio. Ele tentou abocanhar Cadarn no pouso, mas o vampiro foi mais rápido e pulou para trás. Apenas com o peso de suas patas, Fidelus esmagara duas das criaturas e se erguia imponente às minhas costas.
Então eu sorri.
Eu e meus amigos trabalhamos intensamente nas últimas noites. Como sabíamos que havia um traidor entre nós, não podíamos trabalhar durante o dia, mas a noite passávamos horas preparando tudo que eu planejara. Havíamos espalhado arei de Avalon por todos os terrenos da escola e irrigado-o com a água do Poço Sagrado. Eu também pedira a Fidelus e Testrálios jogassem um pouco dessa água nas árvores.
Além disso, eu escondera algumas círculos de poder, enterrados em vários pontos dos terrenos de Hogwarts. E eu estava em cima do principal.
Meu próprio Magnus surgiu as minhas costas urrando em desafio e Fidelus se colocou em duas patas, enquanto o Magnus conectava a nós dois. Então, para surpresa de Cadarn, quatro pedras surgiram do chão diante de nós, nascidas da terra, duas diante de mim e duas ao meu lado, diante de Fidelus. Ele pousou suas patas dianteiras sobre elas e eu coloquei as minhas mãos nas outras duas.
Enviei um fluxo enorme de energia para o solo e senti todos os círculos de poder escondidos sendo ativados. Minha aura espalhou-se pelo chão com rapidez e logo toda a terra pulsava de energia e a noite se transformou em dia, de tanta luz. Os terrenos de Hogwarts se tornaram uma parte de Avalon, como se a ilha se movesse para onde eu estava. As brumas cercaram os vampiros, quase como coisas vivas e árvores ancestrais surgiram das brumas, imensas, poderosas e vingativas.
Cadarn gritou de ódio ao perceber a armadilha que caíra e tentou me atacar, mas eu já montara Fidelus e alçava voo rapidamente, vendo todo o campo de batalha do alto.
Os vampiros estavam cercados.
À frente deles e às suas costas, surgindo de dentro das brumas, os vampiros aliados e bruxos que eu transportara apareciam às centenas, talvez milhares, e já começavam a atacar os vampiros. Era como ver um martelo atingindo uma bigorna: os alunos eram a bigorna que mantinham os vampiros parados, enquanto os bruxos e aliados atacavam com ferocidade, esmagando-os.
Os alunos mais novos foram escoltados de volta para o castelo enquanto os demais aurores assumiam a batalha. Respondendo ao meu sinal, as forças escondidas na Floresta se uniram a batalha e ouvi as trompas de guerra dos centauros, além do tropel de unicórnios e testrálios. As árvores da Floresta começaram a ganhar vida e junto das árvores ancestrais de Avalon começaram a atacar os vampiros. Vi galhos voando como chicotes e raízes que saltavam para capturar e esmagar vampiros. As armaduras do Castelo também foram transportadas para o meio do terreno e bloqueavam os golpes de vampiros, dando a chance dos demais revidarem.
Concentrei-me ainda mais na Dança do Destino expandindo minha aura para os novos lutadores e sobrevoei o campo de batalha. Levantei uma espada para o céu e lancei um raio para as nuvens e logo elas responderam ao meu comando e uma chuva forte começou a cair. A água purificava tudo que tocava e ajudava a curar os feridos, enquanto queimava os vampiros. Eu não podia convocar uma tempestade completa, pois os raios seriam muito aleatórios, mas apenas a água já seria suficiente para fortalecer a todos, principalmente eu. Eu conseguira fazer com que essa chuva não machucasse os vampiros aliados e eles lutavam ferozmente, liderados por Siegfried em pessoa.
Pousei perto do castelo onde mamãe e meus sobrinhos me esperavam e de lá continuei a comandar o ataque, enquanto Fidelus voava por todo o terreno atacando onde era necessário e protegendo quem necessitasse. Meus sobrinhos ficaram ao meu lado aguardando minhas ordens e mandei Luky e Bela para junto da AD, enquanto Mina e Luthien se uniam aos Executores, comandados por Cewyn. Toda minha concentração estava em liderar o ataque com perfeição, além de manter a Dança do Destino e senti que estava dando certo.
Só uma coisa me preocupava: Siegfried. Ele resolvera ignorar o meu pedido e lutava pessoalmente contra Cadarn. A velocidade com que lutavam era assustadora, mas eu os acompanhava com olhar tenso. Pelo menos Lilith seguira meu conselho e não estava em campo, mas todos os outros Anciões estavam lutando ao nosso lado. Vi Trevor, o vampiro obcecado pela Haley, enfrentar Joseph, Gaia, Eddie e Lizzie.
Papai, Seth e Derfel lutavam junto de Siegfried, a meu pedido, mas mesmo os quatro juntos não conseguiam subjulgar Cadarn. Ele estava muito mais poderoso do que as outras vezes que o enfrentaram, prova de que não deveríamos subjugá-lo.
Soube que meus temores se tornariam reais, mas mesmo que eu agisse agora, não seria capaz de impedir.
- Mãe. – Eu falei séria e senti o tempo se esticando a meu comando, ao menos para eu poder dar as instruções a ela. – Não deixe ninguém interferir. Mais importante, não deixe ninguém entrar no círculo! E mande alguém para a Floresta. Vá você se puder, Clara irá precisar.
Vi que mamãe ia perguntar algo, mas o tempo já corria normalmente eu correra para frente. Minha armadura surgia no meu corpo enquanto eu corria, assim como a lança dourada e a espada prateada na cintura e as espadas brancas nas minhas mãos.
Vi Siegfried perfurar a barriga de Cadarn e gritei para que ele saísse de lá. Mas ele não conseguia se afastar de Cadarn, que gargalhava. Então Cadarn mordeu seu pescoço com ferocidade e menos de um segundo depois, papai o empurrara para longe, mas já era tarde.
Foi como se houvesse uma explosão no campo de batalha, tamanha a energia que Cadarn liberou.
Senti o futuro de todos oscilar perigosamente para a morte e usei todas minhas forças para tentar equilibrar isso. Cadarn gargalhava enquanto uma aura maligna e negra se espalhava por todos os cantos. Os vampiros pareceram ganhar forças, assim como as criaturas de necromancia, enquanto os humanos não enlouqueciam devido à minha influência.
Olhei com pavor ao meu redor, procurando primeiro Tuor e depois meus amigos. Eles estavam bem, mas eu não via Clara e pude sentir como o futuro dela estava por um fio. O futuro de outras dezenas de pessoas tornou-se negro e precisei me acalmar, não podia deixá-los morrer!

Continua...