Friday, June 29, 2012


There is a universal truth we all have to face, whether we want to or not. Everything eventually ends. As much as I've looked forward to this day, I've always disliked endings. Last day of summer, the final chapter of a great book, parting ways with a close friend. But endings are inevitable. Leaves fall. You close the book. You say goodbye. Today is one of those days for us. Today we say goodbye to everything that was familiar, everything that was comfortable. We're moving on. But just because we're leaving, and that hurts, there's some people who are so much a part of us, they'll be with us no matter what. They are our solid ground. Our North Star. And the small clear voices in our hearts that will be with us … always.

Castle 4.23 - Always


Alguns dias antes...

Enfim, férias. Depois de quase duas semanas exaustivos de exames, os N.I.E.M.s eram passado e só nos restava aguardar pelas corujas que trariam nossas notas. Precisava de “O” em basicamente todas as matérias para conseguir seguir carreira como Curandeira, mas estava tranqüila. Havia estudado três vezes mais do que estava acostumada e achava que tinha me saído bem.

E para compensar a tensão dos exames, Arte venceu a 3ª tarefa e se sagrou campeã do Torneio Tribruxo. Ficaria feliz por qualquer uma que vencesse, mas era muito melhor ter a taça na mão da campeã de Hogwarts. A comemoração correu por toda a madrugada no salão comunal da Grifinória depois que a oficial, no salão principal, chegou ao fim.

Com exames e Torneio Tribruxo encerrados, agora estávamos apenas a cinco dias da nossa colação de grau, seis dias da festa de formatura e sete da despedida definitiva de Hogwarts. A comissão de formatura ainda tinha alguns trabalhos a fazer, mas nada desesperador. A única coisa desesperadora era que eu ainda não sabia o que escrever para o discurso de oradora.

A idéia de que eu teria que dizer algo inspirador era tão ridícula que sentia vontade de rir sempre que me pegava pensando nisso. Só sabia contar piadas, nisso iria arrebentar, mas Devon já pegara para si a tarefa de fazer um discurso leve e engraçado, então estava presa ao cargo de encerrar a falação com algo sério e bonito. Queria saber o que as pessoas que escolheram meu nome na urna tinham na cabeça no lugar do cérebro, mas era tarde demais para forçá-las a escolher outro bode expiatório. Pensei em ler alguns discursos de outros oradores de Hogwarts para ver se me inspiraram e estava esperando madame Edgecombe encontrar o livro com esses registros quando notei que não era a única pessoa na biblioteca depois do fim das aulas. Rupert estava isolado em uma mesa do fundo, encarando um rolo de pergaminho aberto.

- As aulas já terminaram. O que está fazendo aqui? – ele disse quando me sentei à mesa.
- Discurso de formatura. Não tenho idéia do que fazer e vim atrás de uma cola. Qual é a sua desculpa?
- É silencioso aqui, bom para pensar... – ele olhou outra vez para o pergaminho e bastou uma olhada rápida para reconhecer a letra de Gabriel.
- O que houve? Más notícias?
- Não, notícias ótimas, na verdade – ele empurrou o pergaminho para mim – Gabriel diz que a editora quer que eu assine um contrato para escrever mais seis livros, quer que eu complete a história.
- Então por que você está com essa cara desanimada?
- Não estou desanimado, estou pensativo – ele se defendeu – Isso é novo, não era o que tinha planejado. Meu sonho sempre foi ser Curandeiro, não escritor.
- Quando teve a idéia de escrever o livro não imaginou que fosse dar certo, não é?
- Honestamente, não pensei mesmo. Estou feliz que tenha feito sucesso e que queiram que eu continue, mas isso significaria que não vou poder ser um Curandeiro, não é mesmo?
- É, você não pode ter as duas coisas. O tempo que vai precisar dedicar aos estudos no St. Mungus não vai permitir que se dedique aos livros. Escritor ou Curandeiro, não os dois.
- Não estou acostumado a isso, sabe? Improviso, planos inesperados. Sempre tive minha vida toda planejada. Nem quando mamãe morreu fiquei sem saber o que fazer. Desde que me entendo por gente digo que quero seguir os passos da madrinha e agora minha vida pode tomar um rumo completamente diferente.
- Não gosto de mudanças também. Acho que é a primeira vez que digo isso em voz alta, mas a ideia de me tornar adulta me apavora. Lutei com vampiros, mas me assusta mais não saber como vai ser de agora em diante.
- Você devia falar sobre isso – ele riu quando fiz uma cara confusa – No discurso de oradora. Devia falar sobre seguirmos em frente sem saber o que vamos encontrar.
- Srta. Lupin, encontrei seu livro – a bibliotecária me chamou do balcão.
- Não preciso mais, obrigada! – e saltei para fora do banco.

Ela resmungou algo que não compreendi e dei um beijo na bochecha de Rupert, correndo de volta ao salão comunal. Sabia exatamente o que fazer.

ºººººººººº

Os jardins do castelo estavam decorados com as cores de Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Inúmeras fileiras de cadeiras haviam sido montadas para que os formandos e seus pais se acomodassem e as fileiras da frente eram um mar preto, azul e vermelho, conforme as becas dos alunos das três escolas se misturavam. Nunca me senti tão nervosa como estava me sentindo naquele momento, em pé no palco diante daquele monte de gente. Localizei meus pais e meu irmão no meio da multidão, com meus sobrinhos de pé no banco para enxergarem melhor.

Devon estava fazendo seu discurso e pelas risadas que ouvia devia estar bem engraçado, mas não conseguia prestar atenção. Estava concentrada no papel em minha mão, onde meu próprio discurso estava escrito, tentando me lembrar de todas as palavras para que não fosse preciso recorrer a ele. Quando as risadas pararam e ele me passou o microfone, achei que fosse vomitar. Ao invés disso, respirei fundo e ocupei o lugar onde ele estava.

“Há uma verdade universal que todos precisam aceitar, quer queiram ou não. Nada dura para sempre.
Aqui, há sete anos, conhecemos pessoas que se tornaram parte de nós. Que se tornaram parte de uma família. E famílias brigam, mas sempre se entendem no final. E como houve brigas e desentendimentos pelo caminho... – olhei para James, sentado atrás de Kaley, e ele sorriu – Como uma família, também apoiamos uns aos outros e defendemos causas que nem sempre nos diziam respeito, mas sabíamos que era nosso dever lutar por elas – Arte tinha uma expressão agradecida no rosto quando muitos olharam para ela – Porque isso é o que uma família faz. Brigamos, gritamos, fazemos as pazes, choramos, rimos, nos consolamos, nos protegemos... Nos apoiamos.
Hoje, deixamos parte dessa família para trás. Alguns caminhos continuarão sendo traçados juntos, mas muitos não se cruzarão novamente.
Mesmo tendo esperado muito por este dia, nunca gostei de finais. O último dia do verão. O último capítulo de um bom livro. Despedir-se de um amigo próximo. Mas finais são inevitáveis. As folhas caem. Você fecha o livro. Diz adeus. – não pude deixar de olhar para onde a turma da Grifinória estava sentada e vi Ashley, que sempre fora a melhor amiga de Brittany, apertar a mão de Graham com lágrimas nos olhos – Hoje é um desses dias para nós. Hoje dizemos adeus a tudo que era familiar, a tudo que era confortável. Estamos seguindo em frente.
Mas mesmo ao estarmos partindo, e isso dói, há pessoas que fazem tanta parte de nós, que estarão conosco haja o que houver. – vi todos os meus amigos trocarem olhares nesse momento. Julian e Lena, Justin e Haley, Rupert e Amber, Keiko e JJ, Arte e Tuor, Jamal e Penny, embora ainda não assumissem nada, e Gabriela e MJ sorrindo para Devon e Lenneth...  E quando meus olhos encontraram os de Hiro, ele sorriu orgulhoso – Elas são nosso chão, nossa Estrela Polar e as vozes em nossos corações que estarão conosco... Sempre.”

Todos ficaram de pé e começaram a aplaudir empolgados. Senti que meu rosto queria começar a corar, então devolvi o microfone a McGonagall depressa e desci do palco com Lenneth e Devon. Ocupamos nossos lugares ao lado de nossos amigos novamente e sentei entre Hiro e Jamal para a entrega dos diplomas. Primeiro os alunos de Durmstrang, que receberam seus diplomas das mãos de um entusiasmado Ivanovich, depois Beauxbatons com uma madame Maxime bastante emocionada e por último Hogwarts, onde uma McGonagall orgulhosa recebia seus alunos um por um e apertava suas mãos com um sorriso de satisfação estampado em seu rosto sempre tão rigoroso.

- Senhoras e senhoras, a classe de 2017 – McGonagall anunciou mal contendo o orgulho quando o último aluno desceu do palco.

Uma chuva de chapéus de feiticeiro preto, azul e vermelho tomou conta do céu quando os arrancamos de nossas cabeças e atiramos para o alto. Enfim, formados.


N.A.: Discurso de Alexis Castle com alguns acréscimos. Texto original no início da postagem, em inglês.