Sunday, October 30, 2011

Come Valkyries join me in this final ride

Lembranças de Artemis A. C. Chronos

E então eu pensei em cada um deles, ali correndo sério risco de vida. Ligada a eles como eu estava eu podia até mesmo saber o que pensavam, agora que estavam a beira do fim. Em menos de um segundo eu pude ver a mente de cada um deles.

Flonne estava caída, desacordada, e Laharl a abraçava com um brilho de força nos olhos, pronto para lutar até o fim. Ele nem tivera a chance de saber que seria pai, não poderia aproveitar a magia de ter um filho nos braços. Altair tinha seu filho para criar, pensava nele naquele momento, assim como em sua esposa, e preocupava-se com o que seria deles, além do receio pela segurança de sua única irmã, Plennair. E meus amigos?

Tantos sonhos ainda por realizar, tantas coisas por fazer, tantos sucessos a alcançar..

Rupert pensava em Amber e dois se olhavam naquele derradeiro momento. Eu via o quanto ele gostava dela, mas que ainda não percebia. Vi os dois juntos no futuro, alegres e tranqüilos, com gêmeos de uns 8 ou 10 anos.
Clara e Hiro estavam lado a lado. Ela tinha voltado a forma humana e o carinho que havia entre os dois era grande. Ele a abraçava, demonstrando uma maturidade e uma força imensa nos olhos. Eu os vi no futuro, pareciam juntos, mas como se ainda não soubessem o que fazer. Clara tinha uns 30 anos e estava com um uniforme militar, embarcando em um avião, enquanto Hiro a olhava, despedindo-se dela. Os dois tinham um semblante triste, e pareciam a beira das lágrimas. Também vi Hiro em um futuro com Clara, dessa vez mais alegre, abraçados e conversando em um parque muito belo, sereno e tranqüilo. Estavam tão felizes.
Eu vi JJ e Keiko juntos, em um abraço amoroso enquanto observavam o mar de uma bela praia. A praia parecia com as Ilhas Gregas e o vento balançava os cabelos dos dois. Gabriela e Devon estavam juntos no futuro, com um filho no colo, enquanto conversavam alegres em um jardim perto do Louvre. Eu sabia que ela gostava dele, mas nada sabia sobre ele.

Eu senti vontade de rir, pela estranheza da situação. Jamal estava em pé diante de um altar, vestido de terno e gravata e nervoso. Tio Quim estava ao seu lado, com um sorriso alegre e orgulhoso. De repente ouvi a marcha nupcial e a noiva entrou na igreja, envolta em branco e beleza, mas eu não podia ver seu rosto.
Vi MJ e Lenneth juntos, mas não como um casal, mas como parceiros. Eles eram famosos e davam autógrafos após um grande show. Lucian esperava Lenneth no camarim e uma filha pulou em seus braços quando ela entrou. A garota tinha os olhos de Lucian, mas os cabelos vivos e vermelhos de Lenneth.
Vi Julian formando-se na Academia dos Aurores, com honrarias e louvor. Tia Alex estava orgulhosa dele e era a paraninfa da turma. Tio Ty e Tia Rory choravam abraçados, orgulhosos do filho que tiveram. Vi logo em seguida Lena, sentada em uma poltrona segurando um lindo bebê no colo.
Vi também Justin e Haley. Ela segurava a taça da Liga Euroéia de Quadribol, sendo erguida pela torcida e pelo time, extremamente feliz e alegre. Justin estava feliz, com um sorriso cheio de vida no rosto. Crianças da tribo o rodeavam e ele tratava de todos com carinho e bondade.

E meus sobrinhos? Luky se tornava um grande auror, trabalhando também como comediante. Sua vida era cheia de brilho e alegria, cheio de vida como sempre foi. Tiago e Fred estavam sempre com eles e a alegria os seguiam para onde quer que fossem. Bela estava tão linda, vestida em uma roupa de advogada. Ela discursava para um público grande, na verdade uma turma. Vi também Mina e Luthien, mesmo que não estivessem ali, as vi tão lindas... Elas se tornavam as mulheres mais lindas que eu já vi. Luthien trabalhava como professora, ensinando com amor e carinho. Mina viajava o mundo, descobrindo novas maravilhas, sempre em aventuras.

E Tuor... Seus olhos estavam dentro dos meus, ligado a mim mais do que todos. Seus olhos só diziam uma coisa: estou com você. Eu senti lágrimas nos olhos e uma felicidade como jamais senti. Eu pensava no homem que ele poderia se tornar, no pai que ele seria, no marido, no futuro que ele construiria, comigo, ou não. Senti tristeza por não poder ser a mãe de seus filhos, mas ao mesmo tempo senti uma felicidade imensa por tê-lo conhecido e amado. Eu vi seu futuro, havia um garoto e uma garota, dois filhos lindos e belos, tão parecidos com ele. E o olhar de felicidade nos olhos dele, seu sorriso...

Meus pingentes arderam ao pensar nele e em meus pais...

Em nenhuma dessas visões eu estava presente... Em nenhuma delas havia um menor sinal meu...

Sei que todos sofrerão, mas não posso deixar que eles percam seus futuros, seus sonhos! Espero que me perdoem... Vou quebrar minha promessa de não carregar tudo nas costas... Mas prefiro ser perjura do que causar a morte dos meus amigos, das pessoas que eu amo.

Então me decidi.

- NÃO! – Eu gritei com todas minhas forças.

Senti como se fosse um puxão fortíssimo em meu peito e gritei de dor, enquanto caia de joelhos no chão. Uma intensa luz branca saiu de todo o meu corpo, iluminando a noite. Chronos estava ao meu lado, brilhando intensamente em branco, quase com forma física. Pois eu invocara o maior de seus poderes, aquele que ele me proibira de usar.

Eu parei o tempo.

Diante de nós, a centena de vampiros estava paralisada no ar, ainda saltando, ainda rosnando. A garra de um estava a centímetros de meu rosto. Meus amigos estavam prontos para o fim, seus olhos determinados. Porém ficaram surpresos quando viram que nada se mexia. Nem mesmo as estrelas cintilavam ou as chamas longínquas trepidavam.

- Arte! – Tuor me abraçou com força, me segurando em seus braços. Eu me apoiei nele por um instante. Sentia uma dor profunda, incomparável a tudo que eu já senti.

- Arte, o que você fez?! – Justin perguntou, se ajoelhando do meu lado. Chronos me olhava com medo nos olhos.

- Fiquem quietos! Não temos muito tempo. Isso vai durar no máximo um minuto.

- É nossa chance de escapar ou revidar! – Laharl falou, a varinha em punho.

- Não, Laharl, cale-se! – Eu falei com urgência. – Não há mais retorno, não há mais saída. Eu tirarei vocês daqui, nem mesmo que custe a minha vida. Altair.

- Senhora? – Ele falou. Seus olhos transmitiam tristeza e assombro.

- Diga aos meus pais, que Gustav está aqui. Eu tentarei segurá-lo o máximo que puder. É a chance que precisávamos para obter as informações sobre Cadarn. – Eu tossi com dificuldade e senti gosto de sangue na boca. Cuspi sangue no chão, sem conseguir segurar e Tuor e Justin me seguraram preocupados. – Diga-lhes que eu peço perdão por tudo que possa ter feito e agradeço por tudo que me ensinaram. Diga-lhes que eu os amo, assim como a todos. Isto é uma ordem.

- Senhora... – Altair parecia querer dizer algo, mas se calou. Ele entendera, mas apenas ele.

- Arte... – Clara começou. Ela estava com o braço quebrado. Todos estavam muito machucados e cheios de ferimentos e eu sabia que eram muito piores do que aparentavam. Devon tinha um corte profundo que ia do pescoço até o ombro. Penny continuava desacordada, nos braços de Jamal, que tinha um corte na perna. Patrick também tinha ferimentos sérios, e esteva apoiado em Bela, que tinha a capa perfurada e manchada de sangue. Hiro estava do lado de Clara tinha um corte em seu braço esquerdo. Keiko tinha manchas roxas nos braços e rosto, assim como JJ. MJ tinha o punho quebrado, James e Zach tinham alguns machucados, assim como Fred e Tiago que arfavam caídos ao lado de Luky. Flonne ainda estava desacordada, atingida pelos golpes daquele Legion. Laharl tinha a roupa toda rasgada e cheio de hematomas. Lenneth tinha um ar cansado e uma perna machucada. Altair era o que estava em melhores condições, apenas com cortes nos braços.

Todos os machucados deles eram diminuídos por minha presença, se eu não estivesse ali, a maioria deles estaria inconsciente.

- Fique quieta, Clara. Obrigado a todos vocês pelos anos que ficaram ao meu lado. Não sabem o quanto eu fui feliz e o quanto eu amo cada um de vocês. Quando chegarem lá, digam à mamãe que a amo e que ela deve cuidar de vocês. Assim que saírem de perto de mim, seus ferimentos ficaram muito piores. – Eu falei rapidamente. Todos ainda estavam confusos. Me virei para Justin e o abracei com força, como eu queria abraçar Seth e Griffon.

- Justin, você foi como um irmão para mim, alguém que me ensinou muito e com quem tive o prazer de conviver. Obrigado por tudo. Você será uma pessoa extraordinária no futuro, viva-o por mim. - Me virei para Tuor e o beijei com carinho, segurando o seu rosto entre as minhas mãos. – Eu o amo como jamais amei alguém, Tuor. Obrigado por tudo. Eu teria tido uma vida maravilhosa com você, mas por favor, não se prenda a mim. Você é alguém maravilhoso e será um marido, um pai ainda melhor. Não me arrependo de nada entre nós e tive os anos mais felizes da minha vida enquanto fui sua namorada.

- Arte... Que bobeira é essa, parece uma despedida... – Então seus olhos se arregalaram e ele finalmente entendeu, mostrando uma mistura de surpresa e medo nos olhos. Justin também entendeu e ficou exaltado também. – Não, você não vai!

Eu sorri para ele, um sorriso cheio de ternura e amor.

No instante seguinte, o tempo voltava a fluir normalmente, e penas brancas e intensas brumas envolviam todos. As brumas empurraram os vampiros com força, enquanto meus amigos desapareciam no ar, envoltos em uma intensa luz branca e em meio a penas.

Eu estava sozinha. Meus amigos agora estavam surgindo diante de mamãe no castelo, e senti quando seus machucados ficaram piores e a dor foi mais intensa. Eu respirei aliviada: eles ficariam bem.

Agora eu estava ajoelhada diante de uma horda assombrada de vampiros. Eles ainda eram muitos, mas havíamos conseguir matar muitos, de modo que uns 100 vampiros me encaravam. Não haviam mais Legions ou Inferi. Eu me apoiava em uma das minhas espadas brancas, fincada no chão. Chronos estava às minhas costas, olhando ameaçador para os vampiros.

- Isso foi de uma bravura imensa, Artemis, porém descuidado demais. – Chronos falou em minha mente, cheio de preocupação. Eu falei que eu aceitava o que acontecesse. Ele tinha lágrimas nos olhos e senti compaixão por ele, agradecendo por estar comigo naquele momento.

Then after all
I sense the end is dawning
These lunatics deny the truth

I know I will not fail
There'll be

War it's now or never
We shall stand together
One by one
This world is sacred
(I'm coming home)

I'm coming home

Coming home

You chase in twilight
And you know
You will be on your own
On your own

Eu então me coloquei de pé e convoquei uma última vez seus poderes:

- Chronos. – Eu falei. Relutante, ele assentiu.

Ele dissolveu-se em luz, enquanto toda sua energia e seu poder misturavam-se aos meus. Eu absorvi todos os seus poderes. Imediatamente me senti melhor, mas ainda estava muito fraca. Parar o tempo e mover todos em um curto espaço de tempo me deixaram no final de minhas forças, mas não iria desistir jamais. Minha última esperança era de que papai e meus irmãos chegassem logo, pois eu não agüentaria lutar contra todos por muito tempo.

Mas mesmo esta era frágil e remota. Eles ainda estavam longe, a caminho, porém longe e ainda teriam que ultrapassar a barreira de Gustav.

Eu sabia desde o momento em que decidi tirá-los dali: aqui eu encontraria o momento mais sério de minha vida, que poderia significar meu fim. Nesses últimos instantes, meus poderes de sacerdotisa estavam mais fortes e eu podia ver a frente do tempo. Mas tudo que eu via diante de mim era escuridão. Não havia futuro para mim.

Segundos antes de eu parar o tempo, eu vira todos os futuros possíveis. Se eu me transportasse dali com meus amigos, isso causaria a morte de inocentes, pois os vampiros iriam até o Castelo, mesmo que fossem aniquilados, mas matariam muitos alunos inocentes. Se eu transportasse-os para longe, isso nada mudaria, pois eles voltariam a atacar, agora mais fortes, sabendo quem eu era. Se eu fugisse sozinha e abandonasse meus amigos, eu viveria sim, mas todos aqueles que eu conheço seriam mortos e eu ficaria só. Eu jamais faria isso. Se eu transportasse a mim e os vampiros para longe, eles me matariam e meu sangue e meu corpo seriam usados para magias podres e para fortalecê-los. Haviam muitos futuros, mas a maioria terminava em trevas, em escuridão, a minha morte.

Aquele era o momento de que Chronos me alertou, dois anos antes. Não tentei pensar que escolhas me levaram até ali, que caminhos tomei para o meu fim. Eu não tinha remorsos. Lágrimas vieram aos meus olhos, pensando no sorriso de todos, no carinho e no calor. Mas eu não teria medo, não teria remorsos. Eu aceitei isso sem remorsos, feliz por tudo que eu havia feito, feliz por ter salvo aqueles que eu amo. “Perdão”, foi tudo que consegui pensar para eles, pois sabia que eles sofreriam, mas não poderia deixá-los morrer por mim. Perdão e obrigado.

Uma armadura completa surgiu em meu corpo. Ela já não era a armadura de Arturia. Desde aquele dia em que eu primeiro parei o tempo e assumi meus poderes totais, ela mudara. Agora era a minha armadura. A armadura de Arturia era pintada com suas cores, o dragão negro com fogo branco sobre o fundo vermelho. A minha armadura agora tinha as cores brancas e negras, como a águia branca sobre o fundo negro de minha família, além de tons de dourado e prata. Os Chronos, seguindo as ordens de Arturia, abandonaram a realeza, e isso significava largar o vermelho, a cor dos reis, e o dragão, símbolo do Pendragon.

Minha armadura era feita de um metal leve e rígido, tingida de branco e negro, e por de baixo dela havia um vestido branco fino, com alguns toques de dourado. Senti quando a diadema branca ornada como um dragão surgiu em minha testa, coroando-me. Minhas duas espadas surgiram nas minhas mãos, suas lâminas brancas brilhando. Deixei a energia da água fluir por mim e concentrei-as nas espadas que brilharam intensamente, fortalecidas pela luz e pela água, o meu elemento. As minhas asas brancas se abriram ameaçadoras. E eu encarei meus inimigos. E eu sabia: aquele poderia ser meu fim, mas eu não demonstrava medo, apenas força e decisão.

- Eu sou Artemis Arashi Capter Chronos, Senhora de Avalon e Grande Rainha da Bretanha! – Eu me revelei, pois não havia mais motivos para me esconder, minha voz cheia de poder. Vi quando Gustav sobressaltou-se. – E essa noite eu vou aniquilar cada um de vocês. Venham a mim, Valquírias. Cavalguem comigo a minha última batalha. – Eu enunciei lentamente, convocando os poderes de todas as gerações de guerreiras e guerreiros de minha família. Pois está era minha última batalha, “my last ride”. Levantei um braço ao céu e uma chuva forte formou-se, e junto dela vieram os trovões. Eu iria lutar até a morte, e se esse era meu fim, eu levaria muitos comigo.

I spread my wings
But keep on falling
I should have known
I can see it coming
The war is over
There's whispering in the wind
Just let me out of here
There is no way
There's no end
While all the suffering goes on
All that I know
Is that I'm not insane
It's not over

*********

Lembranças de Tuor H. E. Mithrandir

A primeira coisa que eu senti foi dor e não apenas eu, mas todos.

Depois senti raiva, impotência e medo, muito medo.

Ouvi todos meus amigos gemendo de dor e alguns até mesmo gritavam ao perceberem como seus ferimentos eram profundos. Haviam dezenas de membros quebrados, cortes fundos.

Eu tentei ficar de pé, mas então percebi que estava tonto e cai no chão. Gaia me segurou, mas tentei afastá-lo e me levantei novamente, gritando que queria ir até Artemis, mas por fim alguém conseguiu me colocar sentado no chão mesmo.

- Ela estava nos curando, transportando nossos ferimentos para ela. – Ouvi Justin dizer e ouvi quando ele socou a mesa com raiva.

- O que aconteceu? Onde está Artemis? – Eu ouvi a mãe da Arte, Mirian falando e então percebi que estávamos no meio da Ala Hospitalar. Haviam dezenas de pessoas ali, algumas que eu não conhecia, mas reconheci a mãe de Haley, Tia Alex, de Clara, Tia Louise, de Lizzie, Tia Morgan, a mãe do Julian, Rory, o professor de Durmstrang que eu não lembro o nome, vi também Ethan e Brian, além de Minerva, Luna e a enfermeira.

Tia Louise correu para Clara e todos começaram a ficar atarefados cuidando dos mais feridos. Penny e Flonne eram as que estavam em pior estado e foram levadas às pressas para uma maca. Ouvi Ethan dizendo que Flonne tinha traumatismo e os cortes nas costas estavam feios. Ele chamou Louise ao perceber que ela estava grávida e Laharl ficou paralisado sem acreditar, segurando a mão de Flonne com força, o rosto branco.

- Senhora... – Altair falou, ficando rígido diante de Mirian.

- Onde está minha filha? – Mirian perguntou, sua voz beirando a histeria. Vi quando Luna segurou sua mão.

- Ela me ordenou que lhe dissesse que a ama e que pede perdão. – Altair começou e eu comecei a chorar. – Ela decidiu lutar sozinha, salvou a vida de todos nós.

Mirian quase desmaiou e Luna logo a ajudou a se sentar. Minerva conjurou um copo de água e o entregou para ela.

- Não... Não... – Mirian começou a balbuciar e eu entendia como ela se sentia. – Eu tenho que ir atrás dela, não posso deixá-la sozinha! - Mirian tentou se levantar, mas Luna a segurou. Eu sempre admirei Luna e ela falou calma, apesar de estar preocupada com a cunhada que tanto amava.

- Você não está em condições. Nunca chegaríamos em tempo. Precisamos confiar nela. Kam e os outros vão ajudá-la, eu sei que vão.

- Ela está certa. – Ouvimos uma voz e Chronos surgiu diante de nós. Minha primeira reação foi de raiva ao vê-lo e taquei um vaso de flores contra ele.

- POR QUE NÃO ESTÁ COM ELA?! POR QUE NÃO A PROTEGEU?! – Eu gritei. O vaso o acertou no peito e eu me assustei, e percebi que ele se deixou ser acertado. Vi a culpa em seus olhos, o medo e a dor.

- Não posso fazer nada. Estou ajudando-a agora. Mas ela decidiu lutar sozinha, nem eu posso ajudá-la. E ela me impede de trazê-la até aqui...

- Ela vai ficar bem? – Mirian perguntou, com a voz fraca. Quando Chronos não respondeu, ela começou a soluçar e Luna a abraçou, também chorando.

- Ela vai lutar até o fim. Enquanto ela tiver forças ela vai lutar, não desistam dela, nada está perdido... Eu vou trazê-la para cá assim que eu conseguir. Estejam preparados para isso. Tragam sangue de dragão, ela vai precisar. Acreditem nela.

Ele desapareceu, nos deixando com alguma esperança, mas ainda com medo. Justin começou a ajudar no tratamento de todos os feridos, pois eram muitos e eu me entreguei ao topor.

*********

Gustav não sabia o que ocorrera. Em um segundo eles estavam prontos para matar todos aqueles humanos, mas no seguinte, eles foram empurrados para longe por uma força esmagadora e todos haviam desaparecido. Com exceção de seu alvo.

A filha mais nova dos Chronos estava ajoelhada diante deles, mas eles não tinham coragem de atacar, pois às costas delas eles podiam ver o espírito de um homem. E este homem brilhava em branco, os olhos cheios de raiva e poder. Ele porém sumiu em uma intensa luz branca e no instante seguinte a garota estava sozinha, vestindo uma armadura antiga e poderosa, com uma espada em cada mão. Seus olhos brilhavam em branco.

Gustav não a compreendia. Ela estava à beira da morte, e ela sabia disso, mas ele não via medo em seus olhos, apenas determinação e poder. Gustav a admirou, mas também a temeu. Ele foi obrigado a manter seus escravos no lugar, pois diante daquele olhar branco, todos deram um passo atrás, com exceção do Ancião. A garota então revelou-se como a Grande Rainha e Gustav se assustou. Então ele estava certo... Mas se ela era realmente uma Rainha, ele precisava matá-la.

- Você é corajosa, garota, porém idiota. Acaba de condenar-se a morte.

A garota levantou uma das espadas ao céu, e sob seu comando, uma verdadeira tempestade se formou.

Então o vampiro deu o comando para o ataque.

Às costas da garota surgiram centenas de pontos de luz, enquanto espadas, lanças, machados, flechas, correntes e uma infinidade de armas surgiam no ar. Quando os vampiros saltaram, a jovem baixou uma das espadas e cada uma daquelas armas foi atirada à frente, como projéteis. Os vampiros foram atingidos e pegos de surpresa, com os corpos perfurados por armas antigas em pontos vitais, era como se as armas tivessem vida própria. E a jovem saltou para a batalha com um bater de suas asas, brandindo as duas espadas com sincronia e perfeição. As armas continuaram a ser disparadas e a jovem muitas vezes as agarrava no ar, usando-as para golpear e cortar. Seu vestido branco esvoaçava enquanto ela corria e saltava, com uma energia digna de um grande guerreiro. Ela manejava as espadas com maestria, sem sequer olhar ao redor para golpear.

Artemis teria tido a vitória daquela luta, se estivesse em um número mais favorável. Porém ela deveria enfrentar sozinha perto de 100 vampiros, um deles um poderoso Ancião. Ela lutava como uma mestra das espadas, bloqueando com uma, golpeando com a outra. Perfurando um vampiro, enquanto com a outra cortava a cabeça de um inimigo. Sua dança de batalha era até mesmo bela, uma vez que ela brilhava em uma intensa luz branca. A cada golpe ela matava ao menos um vampiro, mas não importasse quantos matasse, sempre haviam mais para substituir aqueles que ela matara. E ela estava fraca. Cada novo golpe minava ainda mais sua energia.

Gustav aproveitou uma brecha e dirigiu um poderoso soco na direção do rosto dela. Mas ela era boa e seus escudos bloquearam o golpe, sendo feitos em pedaços, e ela aproveitou para cortar verticalmente com as duas espadas. Gustav saltou a tempo de escapar do golpe. Dois vampiros a atacaram por trás, mas até mesmo as asas eram armas perigosas, pois eram feitas de pura luz e queimavam-nos com facilidade. Até mesmo o sangue dela era-lhes fatal. Cada gota de sangue que eles retiravam dela com seus golpes os queimavam como fogo. Um vampiro conseguiu mordê-la no pulso, mas em vez dela ser invadida pela maldição e gritar de dor, foi o vampiro que gritara, caindo aos berros, enquanto agarrava a garganta, queimando de dentro para fora.

A água da chuva também era diferente e os queimava e logo perceberam se tratar de algum tipo de água sagrada. Às vezes, relâmpagos brancos saltavam do céu, atingindo os vampiros com força, incinerando-os e logo o ar estava com o cheiro de carne queimada e cinzas se misturavam com o ar.

Apenas por seu número elevado, os vampiros conseguiram subjugá-la e Gustav conseguiu acertar um soco na direção da barriga de Artemis. Os escudos foram feitos em pedaços pela força do golpe, e este apenas não foi fatal pois as asas fecharam-se sobre o golpe, protegendo-a, como se fosse um casulo. Porém ela foi lançada contra uma árvore e soltou um grito de dor. Gustav já estava sobre ela, desferindo dezenas de golpes com velocidade assombrosa. Mas então a própria árvore ganhou vida e os seus galhos tomaram a forma de estacas e atacaram os vampiros, procurando os seus corações e perfurando-os.

Aproveitando os ataques da árvore, Artemis rolou de lado , ganhando espaço, enquanto novos escudos surgiam ao seu redor. Gustav conseguiu se livrar dos galhos e Artemis via-se obrigada a bloquear os golpes com as espadas ou com os próprios braços, enquanto era empurrada para trás.

Os demais vampiros começaram a atacar junto de seu líder e Artemis não conseguia bloquear a todos. Gustav finalmente conseguiu perfurar de leve sua barriga, fazendo-a cuspir sangue. Ele então apertou sua garganta com força, pronto para matá-la.

Artemis, porém, sorriu, e suas asas brancas abriram-se com velocidade. Delas uma poderosa luz branca foi emitida, incinerando os vampiros mais próximos. Gustav escapou a tempo, com apenas queimaduras no corpo, pois as asas se tornaram mais fluídas e avançaram a frente como tentáculos de luz, perfurando tudo em seu caminho.

A jovem caiu de joelhos, arfando e respirando com dificuldade. Os vampiros saltaram contra ela novamente, mas ela não tinha mais forças para se levantar. Ela então esticou o braço a frente e gritou:

- Guerreiros da Luz, a mim!

Um grupo de dez guerreiros, portando lanças e machados e altos escudos, surgiu no ar, combatendo os vampiros mais próximo, dando tempo de Artemis tentar se reerguer. Mas invocar os Exércitos de Chronos, mesmo em tão pouca quantidade, exigiam muito dela. Cada um daqueles guerreiros era uma parte dela, uma parte de sua consciência e de seu poder. E Artemis estava exausta... Um filete de sangue descia de seus lábios. O golpe na barriga sangrava, manchando o branco de vermelho, e apesar de seus poderes, a ferida demorava a se fechar.

Ela tinha pequenas perfurações por todo o corpo, que estava dolorido e quebrado, haviam mordidas em seu pulso e nos braços. Mas seus olhos ainda brilhavam desafiadoramente. O último golpe de Gustav abrira um pequeno buraco na lateral esquerda de sua barriga. Este ferimento só não era mais grave pois os escudos e o poder dela o havia impedido de penetrar mais fundo sua garra. Além disso, o sangue dela queimara as mãos de Gustav, fazendo-o recuar assombrado.

A decisão de lutar até o fim era o a única coisa que a mantinha de pé, sonhando com o futuro para todos. Se ela conseguisse prender Gustav ali por mais alguns minutos, os outros chegariam, e pelo menos conseguiriam arrancar dele informações importantes.

Artemis então saltou para o ar e suas asas bateram, sustentando-a no ar. Ela voou cada vez mais alto, enquanto vampiros tentavam alcançá-la sem sucesso. Em uma dada altura, ela parou e olhou para baixo. Ela levantou a mão direita aos céus e uma luz intensa começou a surgir nela. Lá em baixo os vampiros ficaram paralisados de medo e por uma força maior.

Até mesmo Gustav estava paralisado e naquele momento ele teve duas certezas: a primeira que devia avisar a Cadarn, e a segunda que se ele não a matasse ali, não haveria vitória para os vampiros. Gustav reconheceu aquele poder, era um poder ancestral, mais antigo do que ele próprio, era esse o poder que eles ouviram falar. E o Ancião sentiu medo, pois ele via diante dele uma Rainha, ainda incompleta, mas uma verdadeira Rainha. Ele tentou avisar de alguma forma Cadarn, mas sua barreira voltava-se contra ele e ele nada conseguia fazer para avisar o aliado.

As asas de Artemis começaram a brilhar e dezenas de globos de luz branca surgiram nelas. Uma esfera branca surgiu na mão de Artemis e ela a lançou para o chão, a esfera tornou-se um raio branco que trespassou um vampiro no ar e rumou para o chão. Ao mesmo tempo as esferas de luz dispararam das asas em dezenas de raios brancos. O impacto provocou uma onda de luz e abriu uma cratera no chão, aniquilando dezenas de vampiros. Artemis aproveitou para tentar ganhar terreno, voando na direção de onde sentia a presença do seu pai e de seus irmãos.

Porém, Gustav decidiu acabar com aquilo, e fazendo um largo arco com a mão direita, lançou diversas esferas negras contra a garota, ao mesmo tempo em que um vampiro mais ágil e forte que os demais conseguiu acertar um golpe nas costas de Artemis. A garota foi jogada ao chão, abrindo uma cratera ao cair. Imediatamente, Gustav saltou sobre ela tentando atingi-la, mas mais um grupo de soldados vestidos de branco o interceptaram, enquanto Artemis se levantava com dificuldade, apoiando-se em uma de suas espadas.

Ela estava acabada. Em todos os sentidos e ela sabia disso. A armadura já não cobria seu corpo, consumida para fornecer energia para a última magia e apenas o vestido branco e dourado continuava inteiro, mas em farrapos. Usar aquela magia custara a maior parte de seus poderes, mas ainda haviam pelo menos 30 vampiros de pé. O último golpe quebrara seu ombro e o impacto com o chão havia quebrado duas de suas costelas. Haviam órgãos internos perfurados e ossos quebrados na perna, no tórax e nos braços. Ela sabia disso, pois podia sentir como seu corpo estava. Ela arfava, sem conseguir sequer ficar de pé. Estava chegando o fim.

One more night to bare this nightmare

What more do I have to say

Walking the timeline

I hear your name

Is angels whispering

Something so beautiful, it hurts

Loosing emotion

Finding devotion

Should I dress in white and search the sea

As I always wished to be: one with the waves

Ocean soul

Artemis, suspirou, e ainda de joelhos, agarrou o ar como se segurasse algo, gritando.

- LOGNUS!

Onde ela segurava o ar, a lança dourada de Chronos surgiu. Ao tocar nas mãos dela, a lança emitiu raios brancos contra ela, fazendo-a gritar de dor. Mas Artemis resistiu e fincou a lança no chão com força, gritando. As garras da mão direita de Gustav estavam a centímetros dela, prontas para perfurar seu peito e dar um fim àquilo.

Foi como a explosão de uma tempestade. De início pareceu que nada aconteceu, como se o mundo prendesse a respiração, mas então com um estrondo, houve o caos.

O chão ao redor dela e da lança rachou-se e de dentro dele saltaram milhões de raios e armas brancas. Dos céus, raios brancos começaram a saltar das nuvens para a terra e onde quer que caíssem causavam uma explosão de luz branca. Raios brancos e com igual poder de destruição saltavam da lança e da garota, chicoteando pelo ar e pelo solo, queimando e destruindo. Ao redor de Artemis e da lança surgiu uma esfera de luz e raios brancos, com um poder que Gustav jamais viu, destruindo o chão, o ar e tudo em seu caminho.

Gustav escapara por um triz, pois todos os vampiros foram aniquilados com aquela onda de energia, sem sequer restar o pó. Gustav saltara para longe da garota, mas estava muito ferido e inclusive aterrorizado. Ele tinha um furo do tamanho de um punho na barriga, um furo ainda maior no ombro e perdera o braço direito inteiro. Seu braço esquerdo estava quebrado e perfurado no meio do antebraço. Seu rosto estava cheio de cicatrizes e cortes profundos. Ele escapara por muito pouco. O Ancião arfava, e com ele sua barreira também oscilou. Ele não conseguia ver a garota. Ele praguejou, pela primeira vez em milênios ele sentiu medo.

A luz diminuiu lentamente e Gustav viu a jovem. Ela estava de pé, levitando a centímetros do chão. Mas Gustav percebeu que ela estava inconsciente, perto de perder a vida. Seus olhos estavam sem vida, apenas acessos por aquela poderosa luz branca. O corpo dela estava em frangalhos, cheio de machucados e ela perdia muito sangue de seus ferimentos. O Ancião, mesmo quase destruído, decidiu terminar de vez com ela, mas assim que deu um passo, um raio branco saltou da garota, abrindo um buraco onde ele estivera.

Mas então, a luz apagou-se de vez e Artemis caiu no chão inconsciente e Gustav saltou a frente, pronto para matá-la de vez.

Porém, ele foi lançado longe por um poderoso golpe na barriga, lançando-o contra o chão para longe de Artemis. Quando Gustav se colocou de pé, o meio-vampiro Alucard estava diante dele, os olhos rubros de puro ódio. Alucard abraçou o corpo da filha e seus olhos piscaram, voltando aos verdes normais, mas retornaram ao vermelho. Ele urrou de raiva e de dor e olhou para Gustav com ódio. O sangue de Artemis manchou as roupas do pai, enquanto espalhava-se pelo chão.

Gustav sabia que deveria fugir e tentou saltar para longe, mas foi atingido por dois socos no rosto, jogando-o ao chão. As gêmeas vampiras Mina e Luthien perfuraram seu ombro e o levantaram, jogando-o contra uma árvore. O pai delas, Seth, acertou um soco poderoso nele, fazendo o Ancião quase perder os sentidos, mas conseguindo esquivar-se do golpe seguinte, que abriu uma cratera no chão. Mas agora ele estava cercado. Além dos vampiros os demais aurores do clã chegaram.

- Griffon! Seth! – Uma voz os chamou. A voz continuava poderosa, mas estava rouca e cansada. Griffon então viu o estado da irmã e sentiu medo e ódio. Ele nunca vira alguém tão perto da morte. Ela via que a linha que ligava corpo e alma era finíssima, prestes a desaparecer. Nem mesmo quando Luna fora atacada por vampiros ela estivera tão perto da morte.

Alucard agora estava de pé olhando com ódio e dor para Gustav e Chronos segurava o corpo de Artemis, com a mão esquerda sobre sua testa, tentando inutilmente dar-lhe energias, porém ele estava desaparecendo, e ela, morrendo. Griffon correu até ele, seguido pelo irmão, enquanto seu pai e os demais ainda cercavam Gustav. O vampiro tentava lutar, e uma nova batalha iniciou-se, mas agora era Gustav quem estava em desvantagem.

- Arte! Pelos Deuses... – Griffon estava chocado com o que via, e lágrimas desciam de seus olhos. Seu corpo inteiro parecia anestesiado sem acreditar no que via. Sua querida irmãzinha parecia completamente sem vida.

- Prestem atenção. Eu vou tirá-los daqui, ela precisa de ajuda imediata! Eu pedi para que Mirian ficasse de prontidão. Artemis precisa de ajuda imediatamente!

- Mas não podemos aparata-la aqui! – Seth falou, segurando a mão da irmã.

- Concentrem-se em Mirian, eu vou tirá-los daqui com o que resta de meus poderes e de minha presença, nem que eu tenha que desaparecer junto!

Dizendo isso, as asas de Chronos se abriram e luz envolveu os três irmãos, no momento em que Alucard perfurava o peito de Gustav com um grito de ódio e mordia seu pescoço, sorvendo o sangue do Ancião.

N.A.: Trechos de Sacred Worlds, Blind Guardian e Ocean Soul, Nigthwish.


All glory to the brave... Still blood will rain

Lembranças de Artemis A. C. Chronos

Senti uma quarta invasão, agora perto da Floresta Proibida. Senti quando eles cruzaram a barreira, que ali era mais fraca, e senti também quando os próprios habitantes da floresta entraram em guerra contra eles. Era como se eu pudesse ouvir o bater dos cascos dos centauros e o som de seus arcos. Mas eles não conseguiriam segurar vampiros por muito tempo.

Ouvíamos explosões o tempo todo, assim como o barulho de prédios caindo e gritos. Minha ligação com os elementos me permitia saber onde estavam acontecendo as batalhas e como elas estavam indo. Estávamos conseguindo rechaçar as investidas vampíricas, mas eles eram muitos e já haviam mortos entre nossas tropas.

Estávamos perto da passagem secreta, que ficava em uma caverna escondida por uma pedra falsa na encosta de uma das montanhas que rodeavam Hogsmeade, quando eu senti uma presença maligna perto de nós. Ela se mantinha longe, mas nos seguia o tempo todo e senti que nos estudava.

Faltava pouco mais de três quilômetro para a passagem, quando Flonne ficou paralisada e quase bati nela.

- Perdi a comunicação com a senhora Mirian. – Ela falou, alarmada.

- Droga... Todos, tentem usar patronos. Haley e Julian, tentem a projeção astral. – Eu ordenei e esperei enquanto dezenas de patronos surgiam no ar. Hiro apoiava Julian, enquanto Zach segurava Haley, os dois concentrados em usar a projeção astral. Eu mesma tentei me comunicar com mamãe através do pingente, mas não tive resposta.

- Nada, Arte, não conseguimos sair de um raio a uns 2 quilômetros ao nosso redor. – Julian respondeu.

- Nada nos patronos. – Altair falou, preocupado.

- Não podemos aparatar. – Laharl completou e olhou para mim, mas fiz que não com a cabeça.

- São muitos, não posso transportar todos de uma vez. Chronos. – Eu falei e ele surgiu novamente diante de mim. Meus amigos estavam acostumados com ele, mas Lenneth, Gabriela, Devon, Penny e os outros não e pularam assustados. – Você consegue falar com mamãe?

- Estou com ela nesse exato momento.

- Pergunte o que está acontecendo. – Eu pedi e ele ficou alguns segundos calado.

- Ela diz que estão invocando uma barreira ao redor de vocês. Devem sair daí logo. – Ele respondeu, preocupado. Flonne então prendeu a respiração e Laharl a segurou.

- Devemos sair daqui imediatamente. A barreira é muito poderosa. Ela está tentando sugar nossas energias! – Ela falou e começou a entoar um canto, enquanto suas mãos brilhavam em branco.

Eu a ajudei e logo uma nuvem branca nos envolvia. A barreira ao nosso redor estava sugando nossas energias e meus amigos começaram a ficar tontos, tentando se segurar uns aos outros. A nuvem branca aderiu a cada um de nós e todos se sentiram melhor.

- Temos que sair daqui. – Altair falou e eu senti a presença maligna novamente.

- Rápido! – Chronos gritou e começamos a correr. Ouvia silvos atrás de nós, na beira dos 2 quilômetros, mas nos perseguiam. Chronos ficou para trás, enquanto luzes douradas brilhavam ao redor dele. Sei que ele nos compraria tempo, mas ele não podia ficar tão longe de mim usando tanto de seus poderes.

- Seremos cercados. – Laharl falou, quando ouvimos novos silvos do outro lado. – Precisamos escolher o campo.

- Na encosta da montanha, eles não poderão nos flanquear. – Eu falei, indicando a encosta rochosa da montanha. – Todos de costas para a montanha. Todos que não tenham treinamento, para trás do grupo! Fiquem perto da montanha e não se mexam! – Eu ordenei e vi quando com olhos arregalados e rostos pálidos de Zach, Kaley, Amber, Rick, Dean, Leslie, Tiago e Fred se afastaram. Penny, Devon, Gabriela, Lenneth, Luky, Patrick, James e Bela, além de meus amigos, porém, não se afastaram, mantendo as varinhas em punho. Eu podia sentir o medo deles. Eu mesma sentia medo. Tuor segurou minha mão que estava sem a varinha e eu a apertei, sentindo o toque de sua pele junto a minha.

Ouvi barulho de explosões ao longe e senti Chronos em minha mente. Ele estava enfrentando alguns vampiros, nos comprando tempo.

- Flonne, barreira. – Altair ordenou e eu completei.

- Todos ajudem-na. Haley e Justin, preciso que usem seus poderes. Ergam a barreira, mas deixem que eu a mantenha. Quero um raio de 500 metros ao nosso redor! – Eu falei e todos assentiram.

- Eles estão vindo, sejam rápidos! Eu os estou confundindo, mas não vai funcionar por muito tempo. – Chronos falou. – Vocês não podem lutar! Vocês tem que sair daqui.

Flonne já brilhava em branco, com as mãos brilhando ainda mais, uma aura cresceu ao redor dela e uma barreira poderosa surgiu ao nosso redor. Todos entoavam “Salvio Hexia” e a barreira crescia continuamente, até os 500 metros que eu pedi. Justin e Haley concentravam-se na barreira e vi quando deram as mãos, abrindo um pequeno sorriso. Assim que a barreira ficou pronta, eu a assumi, transferindo o controle dela para Chronos.

- A barreira não vai suportar por muito tempo. – Flonne avisou e eu assenti.

- Chronos mantenha-a o máximo possível. – Eu pedi e ele assentiu, mas me cortou.

- Fujam, por favor Artemis. – Ele me pediu mais uma vez, e eu quase desisti, mas fiquei firme.

- Vamos manter nossa posição. Clara e Devon, se transformem em lobo, mas não agora! – Eu falei, quando eles já começavam a se concentrar. – Esperem eles estarem perto ou caso seja necessário. Precisamos manter isso em segredo, nossa carta na manga. – Eu falei rapidamente, ouvindo os silvos dos vampiros ao nosso redor. Eles estavam parados e eu não sabia o porquê, sem se mostrar.

- Justin, não se transmute. Permaneça humano, seus poderes de Shaman serão necessários. – Ele assentiu. – Altair, Flonne e Laharl, vamos atrair o máximo de vampiros para nós quatro. Não os deixem chegar perto demais. Dêem cobertura para os lobos, eles são nossa vantagem. – Os três aurores assentiram. Eu me virei para meus amigos. – Usem o Vagalume, apontem com a varinha se acharem melhor, mas concentrem-se na intensidade da luz. Mirem na barriga e peito. – Todos assentiram e bolas de luz começaram a flutuar ao nosso redor. Eu me virei então para o pessoal sem treinamento e sorri para eles. – Fiquem calmos, vai dar tudo certo. Se protejam o máximo que puderem. Afastem os vampiros de nós, usem o patrono e o Incendius.

- Eu sei que estão com medo! – Eu falei para todos. – Eu também estou. Mas controlem-no! Os vampiros vão tentar controlar vocês através de seus medos. E o medo corta mais que espadas! Estamos juntos nessa e vamos lutar juntos! Eles não têm o que temos, não têm nossa amizade e nossa força! – Eu falei animada e vi quando os olhares ficaram mais brilhantes. – Aegis Aura! Aegis Arx! – “Aura de Aegis” e “Fortaleza de Aegis” Eu falei em latim.

Uma fina linha de nevoeiro saiu de mim, ligando-se a cada um de meus amigos. E em seguida, dezenas de escudos brancos surgiram ao redor de todos, prontos para nos proteger. A névoa desapareceu, mas eu sabia que meus amigos ainda estariam protegidos. Nenhum deles sabia o efeito daquele feitiço, pois se soubessem não me permitiriam usar. Chronos me alertou mentalmente, mas eu falei para ele não se preocupar. O Aegis Aura ligava-os magicamente a mim, diminuindo todo os seus machucados, mas passando-os para mim. Minhas energias mágicas e talvez, eu esperava que não, minhas energias físicas, seriam atingidas em vez deles. Além disso, a minha ligação com eles permitira que eu os curasse com mais facilidade e rapidez.

- Precisamos comprar tempo. Papai já está a caminho, acompanhado por mais aurores. – Eu falei novamente e eles assentiram. – Altair, quanto tempo acha até nos encontrarem?

- Não sei dizer, Senhora, podem demorar. Os outros ataques foram pesados, estão ocupados com eles. Mas assim que percebeu nossa situação, tenho certeza que sua mãe chamou reforços até nós. – Ele falou.

- Mas vão levar alguns minutos. Pelo menos uns 10 ou até 15. Os vampiros espalharam nossas forças e nos separaram. – Laharl concluiu e eu concordei.

- Vamos ganhar tempo, dando tudo de nós... FLONNE CUIDADO! – Eu gritei e meus escudos voaram ao redor dela. Tudo aconteceu rápido demais.

Uma massa enorme de carne, cujo cheiro fétido me deixou enjoada, rumava ferozmente contra Flonne. Era um Legion e ele socou meus escudos para o lado, como se não fossem nada. Um outro Legion surgiu do chão, a centímetros de Flonne.

Flonne foi jogada para trás pelo impacto do soco do primeiro Legion, que a atingiu no peito. O maldito morreu quando uma flecha de luz disparada por mim o atingiu na boca, queimando-o de dentro para fora, quando ele se preparava para um novo golpe. Mas o segundo estava em cima dela, com os punhos prontos para socá-la na cabeça e aquele golpe seria fatal. Então eu vi de canto de olho quando um lobo cinza empurrou o Legion com toda força. Clara o socou na hora exata e o Legion foi jogado para longe.

Devon também se transformou em lobo, batendo de cabeça com um terceiro Legion.

Mais dois Legions surgiram no meio de nós, tentando nos acertar com seus braços poderosos, então para meu assombro vi quando Penny e Patrick se transformaram em lobos também e os jogaram longe.

Altair e Laharl foram mais rápidos que eu e cada um destruiu um Legion, acertando feitiços poderosos em seus olhos e bocas. Devon segurou um por trás, e Justin socou-o dentro de suas entranhas que ficavam a mostra e ouvi uma pequena explosão dentro dele, e a carne fétida se desfez. Eu então, perfurei o quarto Legion com minha espada e deixei o fluxo de energia entrar dentro dele. Ele urrou enquanto era destruído, assim como o último, que fora atingido na boca por feitiços de Bela, Luky, Tuor e Haley.

- Não sabia que eram lobos! – Eu falei para Penny e Patrick. Assim como com Justin e Clara, os pensamentos dos dois, assim como os de Devon, se conectaram aos meus e senti como se Penny desse de ombros. – Continuem assim! Lobos, não mordam os Legion ou Inferi! – Eu avisei. – Mantenham-nos longe enquanto os outros o destroem. – Eu falei, correndo para Flonne. Meus amigos formavam um semi-círculo ao redor dos que não sabiam lutar, com Altair na frente, junto dos lobos que rosnavam para uma direção contrária à da montanha. Laharl ajudava-a a se levantar e eu me ajoelhei perto dela.

- Você está bem? – Eu perguntei, preocupada. Coloquei minha mão em sua barriga e sua cabeça e deixei a energia da água fluir por ela, curando-a. Por sorte, meus escudos e Clara tinham reduzido o impacto e a criança estava bem.

- Estou, obrigada. – Ela respondeu, com dificuldade, e levantou-se com a ajuda de Laharl. – Eles estão me atacando por causa da barreira. Como passaram por ela?

- Pois vieram debaixo da terra, não pensamos nessa possibilidade. – Hiro comentou e ele estava certo.

- Arte! – Chronos deu o alerta e me virei na direção contrária da montanha.

- Abaixem-se todos! – Eu gritei, mas sabia que não seriam rápidos o suficiente.

Minhas asas se abriram às minhas costas e Chronos me ajudou a segurar um imenso escudo que surgiu a minha frente. Um vento poderoso nasceu das minhas asas e todos foram jogados ao chão e os mantive abaixados.

O impacto com a barreira foi poderoso e nós dois tivemos dificuldade de mantê-la de pé, pois uma imensa bola negra chocava-se com ela. O escudo que eu conjurei ficava entre a barreira e nós e mesmo nele eu sentia a força do ataque.

Com dificuldade, a água no ar cristalizou-se ao redor da bola de energia e consegui desviá-la para longe, atingindo a montanha. Pedras começaram a cair sobre nós, e as afastamos com magia.

Então, centenas de vampiros surgiram.

Eles estavam há mais ou menos um quilômetro e meio de nós, talvez dois, no limiar da primeira barreira, mas eu os podia ver com clareza. Então houve uma explosão que nos fez saltar e um pilar de fogo surgiu da terra. Ele elevou-se a centenas de metros do chão e espalhou-se para o lado, criando um círculo de fogo que nos prendia entre a montanha e os vampiros. A passagem secreta estava justamente bloqueada por essa coluna de fogo. Para escaparmos, teríamos que passar pelos vampiros e depois pelo pilar de fogo, que era uma barreira poderosíssima. Éramos muitos para tentar isso.

- Droga... – Eu falei e em uma contagem rápida, contei pelo menos 100 vampiros e mais surgiam da barreira de fogo que se abria para eles. Haviam Inferi com eles também, talvez uns 30, e por sorte só haviam mais 4 Legions e não detectei nenhum outro escondido nas árvores ou no solo.

- São muitos? – Tuor perguntou, ao meu lado. Eu busquei sua mão e a apertei junto a minha. A presença dele foi suficiente para me acalmar e me auxiliar.

- Pelo menos uma centena... – Laharl falou, a varinha pronta para o ataque. – Armem-se.

- Preparem-se para lutar, devemos agüentar até os outros vierem em nosso auxílio. São muitos vampiros. – Flonne falou, com ainda com um pouco de dificuldade, mas já de varinha em punho e os olhos brilhando. Estava pronta.

- Nós vamos agüentar. – Eu falei. Meu sangue estava acelerado, porém eu não sentia medo, e sim a urgência de proteger a todos e por algum milagre conseguia me manter calma. Eu sabia que manter e mostrar calma seria essencial ali. Altair me encarou por uns instantes, como se me visse pela primeira vez. – Clara, Devon, Penny e Patrick fiquem perto de nós, não se afastem. A força de vocês deve ser suficiente contra os vampiros, mas evitem ficarem sozinhos. Se os pegarem desprevenidos ou conseguirem prender vocês, vocês não vão conseguir se soltar. Flonne e Laharl, vocês devem dar cobertura para eles. Altair, eu e você devemos tentar atrair o máximo de vampiros para nós dois – Eles assentiram. Eu falava com rapidez, passando instruções com velocidade. – Todos os outros, usem principalmente fogo e luz. Novamente, usem o Vagalume! Eles vão ser excelentes. Patronos também ajudam, mas cuidado para não gastarem muita energia. – Todos assentiram, e mais esferas de luz surgiram ao nosso redor – Estão vendo aqueles bolos de carne gigante? São Legions e sua pele é impenetrável. Mirem nos olhos, na boca, nos intestinos, em qualquer parte interna exposta e usem fogo! Justin e Haley, vou deixar com vocês a tarefa de eliminar os Legions quando eles chegarem perto. Eu, Altair, Laharl e Flonne daremos cobertura para os lobos, são nossa maior chance. E não se afastem! Mas, principalmente, mantenham a mente calma e limpa, pensem em coisas boas. Eles vão tentar mexer com vocês!

- Será uma honra lutar ao seu lado, minha senhora. – Altair falou, sendo ecoado por Flonne e Laharl. Eu corei momentaneamente, pois é raro receber um elogio de um dos Comandantes.

Nesse momento, eu senti a presença poderosa e maligna novamente, porém era diferente de todos os vampiros que eu havia visto. Eu olhei na direção do meio dos vampiros que, estranhamente, estavam parados próximos da coluna de fogo, e agora somavam perto de 200 vampiros. Eu reconheci aqueles como escravos vampiros, vampiros sem vontade própria controlados por um vampiro maior, porém dotados de uma força monstruosa.

Enquanto eu olhava, as chamas se abriram e um vampiro entrou, e após sua passagem, a coluna se fechou novamente, queimando mais intensamente. Eu soube na mesma hora: aquele era Gustav, e ele era o criador das barreiras, tanto a mágica quanto a de fogo. Ou seja: não conseguiríamos sair dali enquanto ele não estivesse morto.

Nossos olhos se encontraram e eu soube imediatamente que ele não era como os demais vampiros. A maioria dos vampiros, apesar dos poderes e da facilidade com que matam, têm a tendência de querer brincar com suas vítimas, atacando lentamente, enquanto as torturam. Mas assim que vi seus olhos vermelhos, eu soube que Gustav mataria sem rodeios. E ele veio para nos matar, me matar para ser mais exata.

- Matem todos. – Ouvi ele falar com clareza, apesar da distância que estávamos deles.

Os vampiros mal mostraram que se movimentariam.

Em um instante estavam todos parados, e no seguinte não estavam mais onde deveriam estar. Apenas o meu treinamento com os demônios e com minha família me preparou para vê-los, e além de mim, apenas os lobos e os aurores podiam ver os vampiros correndo. Eles cobririam aquela distância em menos de 2 minutos. Os Legions eram muito rápidos para o seu tamanho e se moviam velozmente também, os Inferi eram mais lentos, mas não demorariam a chegar.

E então começou a pior batalha de que eu me lembro. Ela durou alguns minutos, porém foi intensa e perigosa.

Os vampiros saltaram todos juntos sobre nós, com velocidade e força. A primeira onda, porém, foi repelida pela nossa barreira, que os pegou desprevenidos. Aproveitamos a brecha, disparando bolas de energia e de luz, junto de flechas, que saltavam das minhas costas. Os projéteis atingiram os vampiros no ar, jogando-os para trás, porém foi pouco eficiente e matamos alguns poucos vampiros. Os Legions avançavam urrando, sem serem afetados por meus feitiços ou dos outros, eles ainda estavam muito longe para eu acertar com precisão o seu interior frágil.

A onda seguinte foi mais astuta e rápida, pois eles se recuperaram rápido. Gustav ainda estava longe, mas lançou uma série de feitiços contra nossa barreira. Senti Chronos concentrando-se para mantê-la, mas a barreira cedeu após receber aquela quantidade enorme de feitiços.

Os meus escudos moveram-se para interceptar os vampiros e muitos vampiros colidiram com eles, enquanto a fortaleza de escudos se fechava, bloqueando o segundo ataque. Tivemos nossa chance de lançar os primeiros feitiços, afastando os vampiros, porém eles atacaram novamente. E agora eles desviavam dos escudos.

Os lobos uivaram em desafio quando os primeiros vampiros chegaram e me ouvi gritando em desafio a eles. Meus amigos gritaram também e todos lançaram feitiços de suas varinhas. A noite pareceu ganhar vida com a quantidade de bolas de fogo e luz que lançamos.

Alguns dos feitiços eram fracos, e apenas colidiam com os vampiros, reduzindo sua velocidade, mas era o tempo necessário para eu ou os aurores mais experientes incinerá-los. Patronos, principalmente dos que não tinham treinamento, chocavam-se em pleno ar com os vampiros, atordoando-os por alguns segundos. Haley aproveitava essas brechas e seus olhos pareciam brilhar, o ar crepitar ao seu redor, enquanto ela concentrava suas forças nos vampiros que ela podia e eles sentiam sua pele queimar e arder. Justin completava o trabalho, criando tochas do chão que engoliam os vampiros.

O cheiro de carne queimada enchia o ar, mas estávamos conseguindo manter bem nosso terreno e poucos vampiros chegavam perto de nós.

Os Legions chegaram então sobre nós e os lobos não mais puderam nos ajudar a afastar os vampiros, indo lutar com os Legions. Altair, Flonne e Laharl se concentravam em ajudar os lobos e o primeiro Legion foi destruído quando Patrick o prendeu sob seu peso e Laharl o incinerou.

Eu agora estava no suporte, auxiliando e protegendo todos que eu pudesse. Eu não podia partir para a ofensiva diretamente, pois meu estilo de luta exigia espaço e rapidez e não poderia colocar meus amigos em risco. Os lobos começaram a levar golpes dos Legions e eu me concentrava em curá-los, recebendo a maior parte do dano em minhas reservas mágicas. Hiro e Julian gritaram em alerta para Penny, quando ela foi cercada por dois vampiros e um Legion. Jamal gritou também e os três lançaram feitiços contra os vampiros, empurrando-os para trás. Tuor acertou um Vagalume no peito de um vampiro e ele se desfez em pó, enquanto Patrick ajudava a irmã a imobilizar o Legion e Flonne o destruía.

Mas não importava quantos matássemos, sempre pareciam vir mais.

Justin e Altair não paravam um segundo, lançando feitiços em todas as direções. Os elementos rodopiavam ao redor do meu amigo e ele os lançava contra os vampiros mais próximos. Chronos golpeava com dezenas de armas diferentes, cortando o ar com uma espada, perfurando com uma adaga, esmagando com uma clava ou lançando flechas e lanças. Ele não usava Lognus por falta de espaço, assim como eu não usava minhas espadas.

Quando os Inferi chegaram, Zach e os outros gritaram que cuidariam deles e começaram a criar pequenos incêndios ao redor deles, matando-os lentamente.

Os vampiros começaram a concentrar as investidas contra Flonne, eu, Altair e Justin, pois causávamos a maior parte dos estragos a eles. Gustav ordenou novamente e os vampiros da reserva atacaram, formando uma nova onda de ataque.

Esses vampiros saltavam de árvore em árvore e se moviam o tempo inteiro, dificultando que nós mirássemos. Alguns deles conseguiram saltar no meio de nós e acertaram um soco em Tuor. Eu pulei para protegê-lo e um escudo absorveu o impacto, enquanto Altair perfurava o peito do vampiro com uma magia poderosa. Laharl lutava ao lado de Flonne e os dois desviavam de socos e garras, bloqueando o que podiam.

Eu protegi meus amigos, bloqueando os golpes com minhas espadas, enquanto novos escudos surgiam. Devon e Clara vieram me ajudar e conseguimos afastar alguns vampiros, mas novos chegavam.

Keiko gritou quando um vampiro acertou um soco em sua barriga e Rupert gritou contra ele, e junto de JJ, MJ e Lena lançaram tantas esferas de luz que o vampiro foi incinerado. Lenneth lutava habilmente, usando alquimia avançada para lutar e nos proteger. Pilares de terra surgiam ao redor de todos sempre que ela via alguém em perigo e ela começou a manipular o fogo que Haley e Justin criavam. Quando os dois perceberam isso, os três começaram a atacar juntos e logo os vampiros começaram a temê-los.

- Não! – Eu ouvi Laharl gritar e quando me virei, vi que um vampiro saltava sobre ele. Ele não tinha tempo de se defender e vi o vampiro desceu suas garras para cortá-lo. Flonne saltou entre os dois, empurrando o marido para longe, mas as garras acertaram suas costas e ela caiu em cima de Laharl.

Amber, Luky e Bela conseguiram queimar o vampiro antes dele atacar novamente. Eu me concentrei em Flonne, usando meus poderes para curá-la rapidamente e senti suas feridas se fechando, mas ainda lentamente. Eu não conseguia me concentrar para curá-la direito!

Então eu senti que Gustav perdia a paciência e todos os vampiros atacaram, não sobrando nenhum perto da barreira. Ele próprio correu em nossa direção.

Eram tantos vampiros que não conseguimos barrar todos e mais e mais vampiros estavam no meio de nós. Altair enfrentava 6 vampiros de uma vez, Justin e eu enfrentávamos cada vez mais vampiros.

Os lobos estavam todos juntos, para evitar de serem cercados e trocavam golpes com os vampiros.

Gustav saltou sobre mim e para ele não me acertar, rolei de lado. Nós dois rolamos pelo chão antes que eu conseguisse chutar sua barriga e Justin tivesse a chance de atacá-lo com uma lufada de vento, que o jogou para longe de mim.

Estávamos condenados! Eu senti esse pensamento em cada um dos outros, e sabia que era Gustav que fazia isso com todos.

Não conseguíamos mais lutar direito e eu não podia ajudar os outros, pois Gustav continuava a me atacar, pressionando-me. Altair e Tuor tentavam desesperadamente me ajudar, mas Gustav o ignorava e continuava a me atacar. Ordenei que Altair protegesse os outros e que Tuor se afastasse, enquanto eu e Chronos passamos a lutar com Gustav.

Acertei uma cotovelada em sua barriga e Chronos baixou Lognus sobre ele com força, abrindo uma cratera no chão, mas o vampiro saltou para longe gargalhando. Sua gargalhada enfraqueceu ainda mais o ânimo de todos e senti que todos estavam ficando fracos e machucados.

Vi que Penny tinha voltado a forma humana e estava inconsciente, e Jamal a abraçava, enquanto Patrick ficava ao lado dos dois, o braço ferido. Bela e Luky estavam com eles também, ajudando-o a proteger a irmã. Hiro estava com sangue nas roupas, graças aos deuses, não dele, enquanto Clara ficava ao seu lado e os dois protegiam James e os demais. Devon estava a minha esquerda, seu pêlo sangrando muito e mancava, enquanto tentava lutar com um vampiro para proteger os outros. As vestes cerimoniais de Justin estavam rasgadas onde os vampiros falharam em acertá-lo, assim como a capa de Haley, Julian, Keiko e JJ. Tuor disparava feitiços contra Gustav, sem sair do meu lado. Ele tinha um inchaço debaixo do olho esquerdo. Laharl estava caído no chão, abraçado a Flonne que estava desmaiada e disparava feitiços e gritos de ódio para qualquer vampiro próximo a ele. Altair ainda lutava com vários vampiros ao mesmo tempo, habilmente, mas já mostrando sinais de cansaço.

Todos estavam muito machucados.

O tempo pareceu passar lentamente, quando todos os vampiros saltaram juntos sobre nós em um último golpe. Garras a centímetros de nós, pressas a centímetros de nossas gargantas.

Continua...

N.A.: O título do texto novamente é um trecho de Valkyries, Blind Guardian. Todos os subtextos que compõem esse texto maior serão trechos dessa música.



And terror will now rule this land

Lembranças de Artemis A. C. Chronos

- Mãe! – Eu gritei alegre, assim que a vi quando abri a porta do gabinete de Minerva aquela manhã. A Diretoria tinha mandado me chamar e entrei com certo receio de que ela tivesse descoberto minha participação na Prank Night.

- Está cheia de energia, querida, a festa não te cansou? – Mamãe me perguntou, depois de me soltar um pouco. Ela conversava com Minerva alegremente e vi que Minerva me lançou um olhar assassino. Sua sala tinha voltado ao normal, mas observei feliz que ela tinha ainda um pouco de papel higiênico pendurado no quadro de Dumbledore. Eu não sabia se era de recordação ou se ela tinha esquecido de tirar, mas o Dumbledore parecia se divertir assoprando o papel e piscando pra mim.

- Claro que não, estou pronta para outra! Achei que vocês viriam também, Tio Ty estava aqui. – Eu falei.

- Tivemos imprevistos, mas como deveria ter alguém da Segurança, o Ty disse que viria na frente.

- E papai e meus irmãos, onde estão?

- Estão em Hogsmeade já, esse ano vamos organizar a base de Segurança lá. Não podemos ficar abusando demais de Hogwarts, ainda mais agora que estão com tantos alunos.

- Seria um prazer tê-los comigo, Mirian, mas se preferem ficar em Hogsmeade tudo bem. – Minerva respondeu.

- É melhor Minerva, assim podemos enfrentar qualquer ataque mais rapidamente. – Mamãe falou e eu me sentei ao lado dela, ficando mais séria.

- Você acha que eles ousariam atacar aqui? – Eu perguntei e vi quando as duas trocaram olhares tensos. Havia algo ali e eu sabia que elas tentariam esconder de mim.

- Não tenho certeza, mas devemos estar preparados para tudo. – Mamãe respondeu evasiva.

- Fora que atacaram Durmstrang no outro Torneio, o que os impediria de atacar aqui também. – Minerva completou.

- Entendo... Mas no outro caso, eles estavam atrás de Luna e de Renomaru, não era? – Eu perguntei, esperando que caíssem na minha isca.

- Sim, mesmo motivo que teriam agora. – Mamãe falou e percebeu o que eu estava fazendo.

- Mãe, eu mereço saber. – Eu falei.

- Mirian, devo concordar com ela. – Minerva respondeu e eu sorri agradecida para ela, até surpresa.

- Está bem... Artemis, mantivemos escondido de você, mas os vampiros vem atacando à nós com freqüência.

- O que?! – Eu perguntei, indignada, mas mamãe levantou a mão e eu me calei.

- Eles atacaram Luna, Emily, Gaia, Celas e eu, em momentos diferentes.

- Eles estão atrás das mulheres da nossa família! – Eu logo entendi. – Eles estão atrás de mim! Estão caçando a Rainha!

- Sim. – Mamãe suspirou.

- E como me coloca fora disso? Eu precisava saber! Vocês estão em risco por minha causa!

- Exatamente por isso não te falamos! Eu te conheço bem, Arte, você ficaria quieta sabendo disso? Eles acham que eu sou a Rainha e eu fiz questão de manter isso, usando todos os meus poderes ao lutar com eles.

- Sua mãe tem um ponto Artemis. Se você soubesse de algo, nada, nem mesma eu, conseguiria te segurar e seu pai e irmãos já mostraram dezenas de vezes como agir por impulso é perigoso.

- Eu... – Eu tentei negar, mas sabia que elas estavam certas. – Mas e agora? Eu estou colocando minhas sobrinhas em risco! Todos os alunos em risco!

- Por isso vamos tornar a defesa intensa. Isso vai levar algum tempo, mas acho que amanhã nossas barreiras já estarão mais fortes. – Minerva explicou e mamãe continuou, segurando minha mão. Vi uma nota de orgulho em sua voz ao me ver preocupada com todos acima de mim mesma.

- Arte, nós vamos proteger você e todos, por isso não pense em carregar isso sozinha, ouviu? – Ela perguntou, olhando fundo em meus olhos e eu assenti.

- Eu prometo que não vou fazer nada sozinha. – Me lembrei de meus amigos e das nossas aulas secretas. – Mas temos muitos que proteger.

- Daremos conta. Flonne e Rin já estão aqui e vão comigo inspecionar e melhorar todas as barreiras da escola. Elas são nossas especialistas. – Mamãe falou, sorrindo e eu sorri de volta, apesar de preocupada.

- Você pode voltar para o café, Artemis, tenho certeza que terá um ótimo dia em Hogsmeade hoje. – Mineva falou e também sorriu. Eu me despedi delas e abracei mamãe com força antes de sair.

Fiquei parada do lado de fora da porta, me segurando para não chorar, mas o peso era grande sobre meus ombros e comecei a chorar. As lágrimas estavam quentes em meu rosto e desciam lentamente pelas minhas bochechas, enquanto eu tentava controlar os soluços a todo custo, que já começavam a surgir. Me sentei no chão, apoiando a cabeça na porta e olhando para cima, pensando em tantas coisas diferentes.

Era hoje. Hoje era o dia que Chronos me avisara, mas eu não podia voltar atrás. A segurança de muitos estava em jogo.

Eu não contei sobre isso para ninguém, mas desde a manhã de ontem eu sabia disso. Não contei nada nem mesmo para o Justin, não poderia. Ele iria querer me tirar daqui, iria querer me impedir, mas eu não posso fazer isso.

Chronos surgiu diante de mim e limpou uma lágrima que escorria lentamente, sentando-se ao meu lado. Ele estava preocupado, mas sorriu para mim e eu me senti mais calma, deitando a minha cabeça em seu ombro por alguns minutos. Não iria me arrepender de nada.

Deixei as lágrimas descerem por mais algum tempo e as limpei com energia e convicção renovadas.

Quando eu saia pelo corredor, Flonne e Rin vinham na minha direção. Eu sorri ao vê-las e corri até elas, abraçando-as com carinho. O carinho que eu sentia pelas duas era enorme. Ambas eram aprendizes de mamãe e agora Comandantes do clã. Rin era especialista em magia sem varinha e sua família era tradicional e muito habilidosa. Já Flonne era especialista em barreiras e eu a considerava como minha irmã.

Assim que abracei Flonne, senti algo diferente, como um pulsar forte em seu interior, diferente do pulsar normal dela. Eu a olhei um pouco sem entender, mas então sorri de orelha a orelha.

- Você está grávida! – Eu falei. Rin se assustou, enquanto Flonne corou e abriu um largo sorriso.

- Eu não tenho certeza. Mas se você, a senhora Mirian e o senhor Seth disseram a mesma coisa, deve ser verdade. – Ela falou e nós três começamos a rir juntas, alegres.

- Meus parabéns! Vai ser um lindo filho! – Rin falou, abraçando Flonne com força.

- Toma cuidado, tá? Quero sobrinhos bem saudáveis! Laharl já sabe? – Eu falei quando a abracei.

- Ainda não contei a ele, estou esperando a melhor hora. Fora que ainda tinha dúvidas. Acho que estou com uns 3 meses. – Ela falou, acariciando o ventre com ternura, ela então olhou pra mim feliz. - Arte, queria te perguntar uma coisa: você seria a madrinha? Seria uma honra pra mim! – Ela perguntou e eu fiquei um tempo sem falar.

- Seria maravilhoso! É óbvio que eu seria! – Eu falei e lágrimas começaram a escorrer de meus olhos. Nós três nos abraçamos novamente e depois elas foram para a reunião com Minerva e mamãe, enquanto eu esfregava o rosto, mas com um sorriso no rosto.

Flonne não sabia, mas ela me animara muito e me dera ainda mais força para lutar. Pelo futuro.

---------------------------------------------------

- Ouvi dizer que sua fantasia ontem estava linda, minha Rainha. – Griffon falou, fazendo uma pequena reverência quando cheguei perto dele. Eu dei um tapa em seu braço e depois o abracei com força. Seth estava logo ao seu lado, acompanhado por papai, Ty, Tio Ben, Tio George, Altair, Isaac, o professor de Durmstrang Renomaru, Plenair e Laharl. Eu abracei cada um deles com força, me demorando no abraço a Ty e papai.

- Sejam bem vindos! Eu queria que estivessem na festa também. Ah deixem-me apresentar vocês. Esses são Lenneth, de Durmstrang, e Gabriela e Devon, ambos de Beauxbatons, são nossos amigos. James e Tuor vocês já conhecem. – Eu falei apresentando nossos amigos a eles, que trocaram apertos de mão calorosos.

- Durmstrang continua uma geladeira ou melhorou um pouco? – Ty perguntou e Lenneth respondeu rindo, enquanto Renomaru o olhava torto.

- Continua frio. O Castelo então, parece mais frio que geleira.

- Lembro da minha estadia lá, nunca quis tanto voltar para a Inglaterra. – Griffon falou.

- Você reclama demais, Griffon. – Seth falou. – E os outros como estão?

- Eles devem vir para Hogsmeade daqui a pouco, todo mundo vai passar o dia fora. Minerva liberou até os primeiranistas. – Clara respondeu.

- Aproveitem o dia. – Papai falou, dando um beijo em minha testa quando nos despedimos deles.

Eu, Clara, James, Tuor, Julian e Lena tínhamos decidido mostrar Hogsmeade juntos para Gabriela, Devon e Lenneth. Convidamos os amigos dos três também, mas eles preferiram conhecer o vilarejo sozinhos, o que era uma pena, pois não conheceriam nem metade de tudo que se podia ver sem a gente! Nossos amigos também estavam em Hogsmeade e nos encontramos algumas vezes com Hiro e Leslie, ou Rupert, Rick, Amber, MJ e Dean ou então com Jamal, Penny, Keiko e JJ andando alegres pelo vilarejo.

Também vimos muitos aurores das nossas famílias, como Garret e Edward, acompanhado por Lizzie. Eles andaram conosco por um tempo, mas depois foram resolver e visitar outros lugares. Passamos por Luky, Fred e Tiago que iam para a Gemialidades, assim como Mina e Luthien, que passeavam com Daniel. Bela e Patrick estavam em um encontro e minha prima ficou vermelha quando nos viu. Encontramos com Gaia também, que conversava com vários vendedores de poções em um café. Ela acenou pra mim e sorriu para todos.

O dia passou rápido e já anoitecia, mas ninguém dava ar de cansaço e todos queriam continuar andando. Devia ser umas 6 horas, mas o sol ainda estava se pondo, então aproveitamos para ver um pouco do pôr do sol nas montanhas que cercavam Hogsmeade.

- É lindo, não é? – Clara perguntou e todos sorriram.

- Hogsmeade é tão linda. O clima daqui é muito agradável. – Lenneth comentou e começou a contar sobre a vila próxima de Durmstrang.

- Agradável? Eu estou morrendo de frio! – Devon reclamou, enrolando mais o cachecol, enquanto todos riam.

- Na Noruega esse é um dia quente de verão! – Tuor falou rindo.

- Nossa, tem gente de cada canto do mundo nesse grupo. – James falou rindo. – Temos brasileiros, britânicos, búlgaross, franceses, noruegueses! Que grupo heterogêneo!

- Viva as diferenças! – Gabriela falou, no momento em que o sol se escondia atrás das montanhas e todos gritamos vivas juntos.

Nesse momento eu fiquei concentrada, percebendo algo de errado. Eu captava algo estranho no ar e senti o próprio ar vibrando. Logo em seguida, um alarme começou a tocar, vindo de Hogwarts e segundos depois, ouvimos uma explosão distante, mas suficiente para fazer o chão tremer levemente e todos nos assustamos.

- O que foi isso? – James perguntou, preocupado.

- Um ataque. Vampiros na direção leste. Eles estão atacando a barreira de Hogwarts, para tentar derrubá-la! – Eu falei, fechando os olhos.

- Vampiros? Aqui? – Clara perguntou, até um pouco assustada.

- São 30... Não 50 vampiros. – Eu falei e abri os olhos, que eu sabia brilharem.

- O que fazemos? – Tuor perguntou olhando para mim, e todos fizeram o mesmo.

- Temos que ajudar os alunos a voltarem para o Castelo e irmos para lá agora! – Eu falei e nesse momento ouvimos a voz magicamente ampliada de Minerva.

“ATENÇÃO TODOS OS ALUNOS! Evacuar para Hogwarts imeadiatamente. Mantenham a calma e sigam seus veteranos e recomendações dos aurores. Evitem a região leste do terreno. Evacuar imediatamente”

Logo depois, ouvi a voz de mamãe, que estava sendo transmitida a todos os aurores em Hogsmeade. Ela ordenava que se dividissem em grupos e ficassem em aguardo, enquanto papai e Griffon liderariam um grupo de 40 aurores contra os atacantes.

- Vamos. – Eu falei novamente, mas mamãe começou a falar comigo, diretamente de meu pingente. Sua voz estava ampliada e meus amigos ouviam também.

- Artemis, volte imediatamente para o Castelo.

- Estamos indo mãe, mas primeiro preciso ter certeza que todos os alunos serão levados em segurança para o Castelo.

- Artemis, isso é uma ordem, voltem imediatamente! – Eu ouvia o tom de preocupação em sua voz.

- Não posso mãe. E meu dever como auror e Monitora-Chefe? Tenho que proteger eles todos. – Eu falei e ouvi quando ela hesitou, mas quando respondeu sua voz estava mais firme e até orgulhosa.

- Muito bem, proteja-os, mas assim que der saí daí imediatamente. Vou mandar Flonne e aurores até você. Quem mais está com você?

- Clara, Tuor, James, Lenneth, Gabriela e Devon. Clara, responda mamãe de acordo com que ela vá falando. – Eu respondi, enquanto já corríamos por Hogsmeade. As ruas estavam lotadas, com muitos alunos se empurrando e gritando, sem saber o que fazer. Sentimos outro tremor e a gritaria aumentou. Os aurores do clã, começavam a acalmá-los, mas eram muitos alunos histéricos. Muitos gritavam que eram Comensais, outros diziam que eram os fantasmas dos mortos da Batalha de Hogwarts, alguns diziam que era o próprio Voldemort, mas ninguém acertava se tratar de vampiros. Toquei minha garganta com a varinha e minha voz ficou mais alta. –ATENÇÃO ALUNOS! Monitores guiem os alunos de suas casas para o Castelo imediatamente. Durmstrang, sigam os monitores da Grifinória e Sonserina, Beauxbatons, sigam os monitores da Corvinal e Lufa-Lufa. Mantenham a calma!

- Arte! – Eu ouvi quando me gritaram, assim que eu parei de dar instruções para os alunos. Rupert, Amber, Rick, Dean e MJ corriam até nós e Rupert também guiava alunos. Eu e meus amigos, todos de varinha em punho, começamos a guiar os alunos para a escola, gesticulando e gritando. Bela, Patrick, Hiro e Leslie se juntaram a nós e nos ajudávamos, mas o nervosismo era grande e tínhamos que evitar que os alunos pisoteassem uns aos outros.

- Artemis! – Dessa vez era a voz de Justin. Ele vinha correndo em minha direção, acompanhado de longe por Kaley, Zach e Haley. Ele correu até mim e parou diante de mim, sem nem mesmo parar para respirar. Ele me abraçou e vi que tinha lágrimas nos olhos e ele esperava pelo pior. – Graças aos deuses você está bem, tive tanto medo! Você tem que sair daqui!

- Não, Justin, não enquanto todos os alunos não tiverem saído! – Eu falei. Ele teimou, mas eu era ainda mais teimosa.

- O que está acontecendo? – Jamal perguntou, quando se reuniu a nós, acompanhado por Penny, JJ e Keiko.

- Vampiros! – Luky respondeu por mim, acompanhado por Fred e Tiago.

Explicamos a todos que devíamos evacuar as ruas imediatamente, quando ouvimos um segundo alerta, e uma nova explosão.

“ATENÇÃO TODOS PRESENTES NAS IMEDIAÇÕES DE HOGWARTS. Evacuar para o castelo imediatamente. Moradores de Hogsmeade, procurem abrigo em Hogwarts”. Era a voz de mamãe amplificada magicamente.

- Eles estão atacando agora no lado oeste. Droga. – Eu falei. Eles estavam cortando as rotas de fuga, mas por sorte a maioria dos alunos estava em segurança e um corredor de aurores os guiava até o castelo.

- Senhora Artemis. – Altair gritou, lutando contra a multidão, vindo em minha direção. – Sua mãe ordena que nós a protegemos enquanto estiverem aqui e que voltemos para o castelo imediatamente.

- Arte, eles estão nos cercando. – Flonne falou. Junto dela e de Altair, Laharl também veio, a varinha já em punho e olhando ao redor.

- Vamos sair daqui então. Já escoltamos os alunos.

- Artemis! – Mamãe voltou a falar do pingente.

- Estamos voltando mãe.

- Estão todos com vocês?

- Sim. Mina e Luthien, onde elas estão? – Eu perguntei preocupada.

- Elas já estão com Seth, junto do Daniel, estão em segurança. Quero que volte agora, Arte, esse segundo ataque foi maior que o primeiro.

- Tudo bem!

Nesse momento, Altair gritou um alerta e uma bola de fogo saiu de sua varinha, atingindo um ponto há uns 800 metros de nós. Um vampiro urrou de dor, enquanto era carbonizado. Imediatamente, dezenas de outros o seguiram e começaram a correr pelo vilarejo. Os aurores do clã começaram a lutar com eles e tivemos que nos afastar.

- Eles fecharam a rota de fuga direta para o castelo. E não podemos dar a volta em nenhuma direção. – Laharl falou, nos mantendo em movimentação. Agora estávamos perto da Casa dos Gritos e as ruas estavam desertas.

- Conhecemos uma passagem secreta! – Hiro lembrou.

- A das montanhas, ela leva direto para Hogwarts. – Julian completou.

- Corram para as montanhas! Naquela direção. – Keiko falou, tomando a dianteira.

Um vampiro saltou diante dela, mas eu já estava pronta e lancei um feitiço poderoso, atingindo sua barriga com uma esfera de luz. Ele mal teve tempo de gritar, quando foi incinerado. Outros vampiros surgiram, e Altair, Flonne, Laharl e meus amigos lançaram feitiços contra todos, afugentando-os ou eliminando-os de vez. Reparei que Haley parecia pegar fogo, como se trepidasse e ao seu lado Justin havia invocado suas roupas ritualísticas e não saia de meu lado. Chronos materializou-se perto de mim e os dois não saiam de meu lado de forma alguma. Chronos começou a conjurar escudos que rodavam ao nosso redor, enquanto continuávamos correndo.

Continua...

N.A.: O título é um trecho da música Valkyries, Blind Guardian


Friday, October 28, 2011


Algumas anotações de Haley McGregor Warrick

Após o sucesso da prank night, era a hora de pensarmos em nossas fantasias de Halloween, afinal não teríamos tanto tempo sobrando, com todos os treinos e aulas em ritmo alucinado. Zach queria que fossemos como um casal e sugeria as fantasias mais doidas, como Homem Aranha e Mary Jane, Pedrita e Bambam ou Sid Vicious, ex-baixista do Sex Pistols e sua namorada Nancy, que se mataram. Óbvio que recusei, já vi gente morta demais para me fantasiar como uma, então sugeri a ele, que fossemos como heróis de quadrinhos, e ele se empolgou, dizendo que iria de Thor e sugeriu que eu fosse de Jane Foster, mas apenas sorri e disse que faria uma surpresa. Mas como estávamos todos ansiosos pela chegada das delegações de Durmstrang e Beauxbatons, cada um ia procurando sua fantasia sem muito alarde.

- Alguém ai viu o lápis de olho?- perguntei depois de revirar a enorme caixa de maquiagem profissional de Keiko.

- Está comigo! Já estou terminando...- ouvi a voz de Clara, falando do canto do quarto perto do outro espelho que tinhamos instalado. Olhei para ela, e prestei atenção em volta, e o nosso quarto estava um caos, pois haviam fantasias dos mais variados tipos espalhadas, maquiagem, sapatos, roupas normais, enfim uma bagunça completa.Ouvi risadas e vi Gabriela que ia de Hit Girl e Sophie rindo e falando em francês, sobre alguma coisa, e pude notar que todas estávamos com fantasias de arrasar. Quando encontrei Zach em frente a porta do salão principal, ele assobiou:

- Uau! Você está fantástica, Mulher Gato.- ele disse olhando a minha fantasia que além de ser toda de couro negro, deixava minha barriga e braços de fora.

- Miau!Eu sempre acreditei que as garotas más se divertiam mais.- respondi e ele sorriu caloroso.

- Concordo gatinha.- disse Zach enquanto entravamos no salão que estava fantástico com suas abóboras enfeitadas, guirlandas de morcegos batendo asas, velas dentro de pequenas abóboras nas mesas e muitos doces. Este seria nosso último Halloween na escola e seria memorável.

Acabamos todos ficando na mesma mesa, que se tornou uma espécie de Liga da Justiça maluca. Julian estava de Lanterna Verde, Bela de Jean Grey e Patrick de Cyclope, Lena e Jamal estavam muito engraçados de Selene de Underworld e Blade o caçador de vampiros, que só quem sabia de nossa armada entendia a piada interna. Arte estava vestida de Saber Lily, e Tuor estava lindo de Archer. Lenneth, nossa amiga de Durmstrang estava muito bem de Viúva Negra. Clara, estava de She-Ra e (seu nãocofnamoradocof) James de Hércules, Keiko de Mulher Maravilha, Hiro era o Dr. Spok e sua namorada Leslie, estava de Uhura, Amber estava de gladiadora e seu namorado Rick de Jack Sparrow, Rupert estava todo prosa de Indiana Jones, com seu chicote, MJ que era também o DJ da festa, estava de gangster, Devon nosso amigo de Beauxbatons, fantasiou-se de Kick-Ass para combinar com Gabi. Sheldon se juntou a nós, após analisar o salão e ver que nossa mesa era a mais equilibrada, segundo ele, em poder de super heróis e pronta para ele, que estava de Flash, e Penny era a nossa Rogue.

Como em todas as festas, nossa mesa estava em local estratégico, onde víamos a porta principal e a professora McGonnagal, barrando as fantasias muito curtas e pouco decentes, vimos quando ela barrou uma menina com um biquini dourado, dizendo estar fantasiada de Princesa Leia, mas McGonnagal não perdoou, mandou voltar. Claro que começamos a fazer um bolão de apostas, quem iria ser barrado pelo olhar critico de Mimi.

Vimos quando Justin chegou com Kaley que estava de Elektra, e até achamos que a diretora fosse deixar passar sua fantasia de guerreiro espartano, afinal ela ja havia liberado uns dois gladiadores, e o manto dele estava cobrindo parte de seu torso, mas antes de sair das vistas dela, Justin ergueu o escudo e a espada que segurava comemorando, e ela viu que ele estava usando apenas uma saia de couro curta, com todo o peito de fora, e mais nada. Ela não hesitou, e o mandou trocar de roupa. Começamos a rir da cara decepcionada dele.

- Hey pessoal já viram que tio Ty está por ai?- perguntou Daniel arrumando lugar para sentar na nossa mesa, e estava com minha sobrinha Olivia, e ambos estavam de Flecha e Violet dos Incríveis, junto com eles vinham as gêmeas de Seth, Mina e Luthien.

- Tio Ty, adorou nossas fantasias, disse que combina conosco.- disse Mina, de Alice e Luthien que estava de Sininho riu alegre, e isso atraiu alguns olhares de garotos que passavam por perto.

Não demorou e vimos tio George que estava de Robin Hood, se aproximar da mesa e vinha acompanhado do Capitão América e do Homem de Ferro. E quando este se aproximou da mesa disse:

- Então, é aqui onde a Liga da Justiça se reúne?- e vimos que eram tio Ben e meu irmão Ty, que logo tirou a máscara e cumprimentava a abraçava a cada um de nós.

- Haley, esta roupa está justa como o julgamento divino.- ele comentou depois de me abraçar e eu disse bem humorada:

- Rory sabe que você está soltinho numa festa cheia de adolescentes que se impressionam fácil com caras mais velhos?- e ele riu:

- Ouch, está com as garras afiadas, irmãzinha.- depois de conversarem um pouco conosco, foram embora e ficamos bebendo e rindo das fantasias que passavam por ali, quando vimos que Dean e Kaley estavam voltando e Justin estava junto, vestido de Batman, e desta vez Minerva o liberou. Senti um chute na canela debaixo da mesa, que soube na hora que era de Clara, que já estava rindo com Keiko.

- Agora sim a Liga da Justiça está completa, uma vez que o Cavaleiro das Trevas chegou.- disse Jamal e rimos. Rupert perguntou, enquanto abríamos espaço na mesa para os recém- chegados:
- Como conseguiu arrumar outra fantasia tão rápido? – e Justin respondeu:

- Eu ia improvisar uma de cowboy, trouxe meu chapéu no malão, mas por sorte Dean tinha esta fantasia sobrando e me emprestou, quando viu que McGonnagal havia me barrado.- e Dean, que estava vestido de caça fantasma comentou:

- Até pensei em vir de Batman, mas estava faltando um pouco mais de carne nos ossos para encher a roupa colante.- caimos na risada, pois Dean tinha bem menos músculos que Justin.

Ficamos batendo papo por algum tempo e percebi que Justin, Clara e Arte muitas vezes trocavam olhares compenetrados entre si e após algum tempo, notei um olhar surpreso dos três para Devon, que sorria animado. Parecia que havia algum tipo de comunicação entre eles, tive a idéia maluca de que talvez pudessem ler os pensamentos um do outro. Senti a velha sensação de estar sobrando naquela conversa sem palavras e me virei para a porta, onde vi Julian e Lena saírem de forma discreta, enquanto seus pares: uma menina de Beauxbatons e Troy McKenna da Lufa-Lufa conversavam distraídos. Um Darth Vader afobado chegou perto da mesa e nem precisei ouvir sua voz para reconhecer JJ:

- Pessoal, DJ bem sucedido mantém a pista cheia, vamos prestigiar MJ.- ele disse e puxou Keiko pela mão, e fomos nos misturando aos outros alunos para dançar e aproveitar a festa.

o-o-o-o-o-o

No dia seguinte, depois de Filch novamente recitar mecanicamente as várias regras que ninguém cumpria, ele nos liberou e fomos para Hogsmeade animados pois todos tinham algo para comentar sobre a festa e como MJ tinha sido um ótimo DJ. Notei que Julian e Lena eram os mais calados, mas achei que fosse cansaço por todos termos ido dormir tarde. Quando chegamos a Hogsmeade, acabamos nos separando e fui com Zach visitar as lojas e também namorar.

Ao final do dia fomos até um novo café que não estava tão cheio e conseguimos uma mesa, e mal nos sentamos, ele me puxou para um beijo.Quando nos soltamos ele ainda segurava meu rosto e disse com a testa encostada na minha:

- Não me canso de fazer isso.- sorri e antes de responder senti um baque na mesa e nos afastamos assustados:

- Que bom que você conseguiu uma mesa decente, maninho. Sente-se Justin, somos todos amigos aqui.- dizia Kaley após colocar ns pacotes na mesa e Justin após olhar sem graça para mim e Zach e disse:

- Kaley podemos ir para outro lugar, não vamos ficar segurando vela.

- É, escute o Justin, vão para outro lugar.- resmungou Zach, mas Kaley mostrou-lhe a língua.

- Não vamos conseguir outro lugar, está tudo lotado, e eu estou louca para tomar um chocolate quente antes de irmos embora. Você se importa se ficarmos aqui, Haley?- me perguntou e eu respondi:

- Não, claro que não.- e ela acabou puxando a mão de Justin, e ele acabou se sentando na cadeira que ficava na minha frente.Quando nossos joelhos se tocaram, me segurei para não dar um pulo, e discretamente me sentei um pouco mais para trás, para evitar tocá-lo e ele fez o mesmo.

- Ótimo, tudo resolvido. Se tivéssemos marcado um encontro duplo, não teria dado tão certo.- disse Kaley e Zach, acabou dando de ombros, e à medida que o tempo foi passando, nós quatro começamos a conversar de forma descontraída, e quando Justin perguntou se Zach ja havia descoberto qual era a arma secreta do meu time, eu ria das mais absurdas teorias que os três diziam e inventava algumas outras. Algumas vezes, me sentia desconfortável quando Justin e Kaley entrelaçavam seus dedos, ou quando eles se aproximavam e falavam baixo, e trocavam beijinhos, numa destas vezes Zach segurou meu pescoço e me puxou para um beijo, quando me soltou, sorri dizendo baixinho antes de me afastar dos lábios dele:

- Exibicionista.- quando o soltei, Justin parecia ocupado ouvindo alguma coisa que Kaley estava dizendo em seu ouvido, seu rosto estava concentrado, mas ele não parecia estar prestando a menor atenção nela, parecia tenso.

Ouvimos um estrondo e algumas pessoas até gritaram assustadas, outros acharam que eram fogos de artifício, quando Justin se levantou sacando a varinha:

-Estamos sendo atacados. Vieram atrás da Arte.



- Julian, anda logo! – gritei do salão comunal, enrolando o chicote da minha fantasia de Indiana Jones e tentando prender no cinto – Por que está demorando tanto?
- No dia mais claro, na noite mais densa, o mal sucumbirá ante a minha presença – Julian começou a descer a escada vestindo uma fantasia de Lanterna Verde e vinha com o punho direito fechado e erguido, o anel bem visível no dedo - Quem venera o mal tudo perde, frente ao poder do Lanterna Verde!
- Você está ridículo.
- Obrigado.
- Onde está o Justin?
- THIS IS SPARTA! – ouvimos Justin berrar da escada e levamos um susto.
- Desculpe, retiro o que disse – falei prendendo o riso – Ele está ridículo.

Justin usava um manto vermelho nas costas cobrindo parte do torso, um escudo de guerra, uma espada, uma saia de couro extremamente curta e sandálias, nada mais. Quando ele parou no último degrau tentando fazer uma pose de guerreiro da Grécia Antiga, Julian olhou pra minha cara e caímos na gargalhada.

- Você sabem que eu posso dar uma surra em vocês usando só esse escudo, não é? – ele falou sério, mas não conseguíamos parar de rir.
- Você vai mesmo sair assim? – Julian perguntou secando as lágrimas.
- Claro. O que é bonito é pra se mostrar – disse convencido e revirei os olhos –Cenoura, já aprendeu a usar esse chicote?
- Ele é só enfeite.
- Está me dizendo que vai pra uma festa com um chicote na cintura e não está nem ao menos pensando em maneiras de usá-lo? – Julian começou a rir de novo, mas agora eu não achava graça – Vamos lá, acerte o meu escudo.
- Não é só porque está vestido de Leônidas que vai ficar bem depois de levar uma chicotada no peito.
- Você não vai me acertar.

Ainda olhei pra Julian uma última vez, mas ele deu de ombros e se afastou, ficando fora da área de risco. Desenrolei o chicote outra vez e ergui a mão, mas quando fui agitá-lo contra o escudo, vi Amber descendo a escada com Luthien. Usava uma fantasia de Gladiadora que era composta por um vestido muito curto de couro marrom, um escudo, uma espada e uma sandália de tiras que quase até o joelho. Perdi toda a concentração e o chicote passou longe do escudo de Justin, acertando uma luminária que estava em cima da mesa e a estilhaçando em mil pedaços.

- Eu disse o escudo, Rup! – Justin deu um salto pra trás quando a luminária explodiu.
- Espero que sua fantasia esteja incompleta, por que você não pode estar realmente achando que McGonagall vai deixá-lo usar isso – Amber parou atrás de Justin e ele se virou.
- Uau, quem é você e onde foi para a nossa monitora linha dura? – Justin deu um assovio – Está bonita, Amber.
- Obrigada, você também não está nada mal, mas McGonagall vai barrá-lo. Você está pelado.
- Quero ver a cara dela quando se deparar com essa falta de fantasia – Luthien comentou rindo. Ela estava muito bonita vestida de Sininho.
- Ela não vai me barrar – ele ajeitou o manto para proteger parte do corpo – Agora se me dão licença, tenho que buscar Kaley.
- Eu também quero ver a cara da McGonagall – Julian estendeu o braço para Luthien e ela o segurou – Vamos, Sininho. Precisamos de uma mesa com vista especial e ainda tenho que encontrar meu par.
- Você não poderia ter escolhido uma fantasia melhor, Rup – ela falou quando os outros saíram – Sempre achei que combinada com o perfil de Indiana Jones.
- Obrigado. E você... Uau. Você está linda. E muitas outras coisas que acho indelicado dizer.
- Contanto que não as diga na frente do Rick, tudo bem. Ele provavelmente não ia gostar de ouvir.
- Não se preocupe, vou guardá-las pra mim, mas garanto que não vou ser o único com elas em mente. Ele vem buscar você aqui?
- Eu disse que não tinha necessidade, podia muito bem encontrá-lo na porta do salão. Vamos? Ou está esperando alguém?
- Não, ninguém.

Saímos juntos da torre da Corvinal e como havia previsto, a maioria dos garotos que encontramos pelo caminho olhavam para ela. Era um choque ver a pessoa mais séria e fechada da escola em uma fantasia tão sexy como aquela. Devo ter tropeçado umas cinco vezes até chegarmos ao salão principal, porque me distraia olhando para as pernas dela. Rick, vestido de Jack Sparrow, veio ao nosso encontro assim que a avistou, nos cumprimentamos rapidamente e me afastei, entrando no salão sozinho.

A primeira coisa que pensei quando me deparei com o interior do salão principal foi: estou no circo. A decoração era toda roxa, preta e laranja, tinham abóboras decoradas para todo lado, mas a mistura de fantasias dava a impressão que Hogwarts havia se transformado em uma trupe de circo. Logo avistei meus amigos na mesa que parecia uma reunião da Liga da Justiça e enquanto caminhava até lá, Luky, Fred e Tiago passaram correndo por mim vestidos de Três Patetas. Os três tinham um prato de papel na mão e latas de espuma de barbear, o que significava que mais cedo ou mais tarde teríamos uma McGonagall histérica. Eles perseguiam Alvo e Escórpio, que estavam vestidos de Freddy Krueger e Jason Voorhees, e numa cena digna de cinema trash, os mestres do terror foram salvos por um Jack vestido de Zumbi.

Fiquei sentado com a Liga da Justiça só por alguns minutos. Como Amber previu, vimos Justin entrar e ser barrado, tendo que vestir uma fantasia de Batman, e logo depois JJ tirou todo mundo da mesa para dançar. Eu não era um bom dançarino, então não demorou muito já estava encostado em uma parede só observando a movimentação e as fantasias malucas, mas por mais que eu tentasse olhar pra outras pessoas, sempre voltava pra Amber. Jamal parou do meu lado com duas bebidas na mão e me deu uma, encostando do meu lado.

- Era você que devia estar ali dançando com a gladiadora gostosa, não aquele pirata sem graça.
- Já falei pra desencanar, não tem nada a ver. Estou olhando porque ela está...
- Gostosa? – ele completou e assenti – Ainda acho que você devia chegar nela, só pra se divertir um pouco. Cara, olha pra ela!
- Ela tem namorado, seu idiota. Não espera mesmo que eu vá até lá e arranque ela dos braços dele, não é?
- Não, claro que não, mas e quando eles terminarem? Porque vamos ser francos, aquilo não vai durar. Eles não combinam, ela só está matando o tempo com ele.
- Não, não posso fazer isso. Ela é minha melhor amiga, não posso bagunçar isso só porque estou com vontade de ir até lá e agarrar ela.
- Então você nunca vai tentar nada? – assenti e ele riu – Isso quer dizer que eu posso tentar então?
- Você? – agora eu que ria – Olha Jamal, você faz sucesso com 99% da ala feminina de Hogwarts, mas Amber está no 1% que não daria bola pra você. Nem só pra se divertir.
- Desafio aceito! – ele estendeu a mão e não vi alternativa senão apertar – Não vale ficar brabo quando eu pegar sua amiga.
- Você não vai conseguir, mas não, não vou ficar brabo.

Jamal soltou minha mão e voltou pra pista, agarrando Penny que passava distraída. Fiquei vendo os dois dançando e se beijando no meio de todo mundo, o que não era muito comum, e depois olhei outra vez para Amber. Sabia que não tinha a menor possibilidade de Jamal conseguir levá-la na conversa, mas se eu não tinha com o que me preocupar, então por que de repente comecei a sentir um embrulho no estomago?