Monday, October 29, 2007

Berserker

Lembranças de Alucard W. Chronos

Eu precisava me acalmar.
Minha fúria estava superando toda a minha raiva que eu já tivera até agora.
E mesmo que essa fúria me fosse bem vinda, eu precisava estar mais calmo.
Um caçador nunca demonstra sua fúria. Ele faz a presa temer sua calma, temer as surpresas e armadilhas por trás de seu olhar calmo.
E hoje, essa noite, eu faria aquele verme sentir todos os medos do mundo. Ele vai entender que até essa noite, nada do que ele sentiu antes era amedrontador, mas sim o que ele teria hoje.
Macnair havia se escondido na região de Glastonbury, achando que aquela região remota o protegeria da minha fúria. Mas eu o havia encontrado, e do alto da Abadia de Glatonbury eu podia ver onde sua casa estava, e estudava facilmente suas poucas defesas. Ele colocara feitiços de proteção, feitiços de confusão e vários outros, mas que não adiantavam nada para a minha visão vampírica, então naquela noite saltei para o ataque.
Pelo visto ele havia pedido alguma proteção ao seu mestre, pois dois comensais estavam com ele, um deles guardando a porta e o outro dentro de casa, conversando com ele sobre algum ataque que seus companheiros fizeram. Com um assovio atrai a atenção do comensal que estava do lado de fora. Ele ergueu a varinha e avançou lentamente, apontando a varinha para todos os lugares, mas sem sair do círculo de proteção da casa. Quando ele achou que não era nada, saltei sobre ele, retirando a varinha de sua mão e amarrando-a com minha própria varinha, ele tentou gritar pelos companheiros, mas o calei com um aceno da varinha, deixaria para matá-lo depois. Avancei pelo caminho de terra que levava do portão à casa, enquanto fazia a noite ficar mais densa e silenciosa ao meu redor. Macnair e o outro comensal notaram a diferença e saíram de varinhas em punho para fora da casa, onde viram o outro comensal amarrado, assim como uma matilha de lobos negros no portão da casa. Os lobos não faziam um som, mas então os comensais me viram, caminhando até eles, e os lobos uivaram, atacando, quando o outro comensal lançou um feitiço em mim. Os lobos foram rápidos demais para o outro comensal, e quando ele tentava lançar novos feitiços contra eles, eles já haviam pulado em sua garganta. Macnair ficara parado, vendo seu companheiro ser morto, sem retirar os olhos de mim, que continuava andando lentamente até ele, pulsando de raiva. Ele só podia ver meus olhos vermelhos na escuridão e a silhueta do meu corpo na fraca luz da lua. Ele apontou a varinha para mim, e saltei sobre ele. Mas eu havia caído na armadilha.
Do chão saíram cordas de onde antes eram apenas flores e me prenderam ainda no ar, jogando-me ao chão. Tentei romper as cordas, mas Macnair riu alto e mais dois comensais aparataram, lançando feitiços de imobilização em mim e nos lobos, que desapareceram no ar.
- Achou mesmo que eu estaria tão despreparado, pequeno Chronos? Você me subestimou. Seus pais foram mais cautelosos, e morreram do mesmo jeito... Devem estar envergonhados com o filho.
Os três riram alto, ainda apontando a varinha para mim. Eles gritaram “Crucio”, mas a dor não me fez nada e eu não soltei um silvo dos lábios. Um dos comensais se irritou e aproximou-se de mim, para me chutar, mas foi um erro, pois ainda um pouco livre consegui morder sua perna, fazendo-a sangrar profusamente. Ele gritou de raiva e chutou meu rosto, se afastando mancando e gritando. Eu ri da fraqueza dele e cuspi o sangue dele no chão, voltando a olhar para os três.
- Eu avisei Malfoy, não subestime nosso pequeno Chronos. Ele é um vampiro – O outro comensal riu do outro, e eu reconheci Crabble.
- Mas ele não é nada do que esperávamos, cai em nossa armadilha... O Lorde ficará furioso por alguém tão fraco ter matado tantos comensais...- Macnair riu me encarando e nessa hora eu soube que aqueles três tinham informações sobre as ações do Lorde, então eu iria interrogar os três.
- Vocês estão me subestimando, Macnair... – falei, com um brilho no olhar. – Eu não controlo apenas lobos...
Nesse momento eles ouviram um guincho alto e quando olharam em volta, uma nuvem de morcegos os encarava das árvores e em cima do comensal amarrado, agora morto por eles. Os morcegos guincharam novamente e alçaram vôo contra os três, que lançavam feitiços contra eles. Esses eram morcegos de verdade, então eles conseguiam matá-los ou assustá-los com chamas, mas eu só queria distraí-los. No meio da confusão, arrebentei as cordas com facilidade e ataquei Malfoy, usando uma nuvem de sombra para encobrir o ataque. Agarrei seu pescoço com uma das mãos e mantendo o contato visual vasculhei sua mente, tirando pequenos gritos de dor dele. Quando terminei o mordi na garganta, onde sua jugular pulsava de medo, e o matei rapidamente, jogando-o ao chão. Dancei pelas nuvens de morcegos, enquanto usava as sombras da noite como camuflagem e aproximei-me de Crabble. Ele me vira antes e gritou em alerta, mas Macnair já estava ocupado com os morcegos e com uma tentativa de me enfrentar, cortou-me na altura do peito com um feitiço, mas eu ignorei isso, agarrando pelo pescoço novamente. Ele foi mais difícil de ler a mente, mas consegui finalmente e o matei com uma mordida no pescoço, jogando-o ao chão. Virei-me para Macnair, mas ele já apontava a varinha para mim, gritando:
- Avada Kedava!

I can't remember anything
Can't tell if this is true or dream
Deep down inside I feel to scream
This terrible silence stops me
Now that the war is through with me
I'm waking up, I cannot see
That there's not much left of me
Nothing is real but pain now
Hold my breath as I wish for death
Oh please God, wake me

A luz verde atingiu meu peito, e senti uma dor como nunca antes. Na mesma hora, a noite voltou a sua densidade e luz normal e os morcegos, sem a autoridade que os guiava espalharam-se. Eu fechei os meus olhos, sentindo uma dor tremendo. Então eu morreria novamente? Uma chuva fina começava a cair, e lavava o meu ferimento no peito, assim como os ferimentos dos comensais e do próprio Macnair.
- Você é um fraco Chronos! Como deixa sua retaguarda livre? Que pena você morreu muito facilmente. – Ele me deu um chute na costela, empurrando-me para o outro lado.
É verdade que senti muita dor com o feitiço da morte. Mas a morte não mata duas vezes. Eu não posso morrer. O feitiço tirara minhas forças, mas por sorte eu havia consumido sangue suficiente essa noite para me fortalecer, e usei essas reservas. Macnair virou-se de costas para mim rindo, enquanto via se algum companheiro estava vivo. Eu levantei-me silenciosamente, e a noite voltou a ficar escura... Dessa vez, não havia uma única luz. Ele ouviu o farfalhar de folhas quando os morcegos voltaram, e notou a diferença de densidade onde os lobos de sombras ressurgiam. Ele notou algo mais, vários vultos ao seu redor, fechando-o em um círculo.
- Matar a mim, Macnair? Eu sou a própria Morte. E eu vim te buscar.
Ele virou-se assustado para mim, e eu estava de pé diante dele, sem um arranhão, os olhos vermelhos mais vivos do que nunca, cheios de um ódio que ele nunca vira antes. Ele lançou outros feitiços de morte, mas errava todos, e eu o fiz acreditar que eles passavam através de mim. Os vultos se aproximaram, e tinham uma tonalidade branca, pálida. Ele gritou ao ver os espíritos daqueles que ele já matara. E tentou matá-los novamente, mas os feitiços passavam através da imagem pálida. Os lobos uivaram e os morcegos guincharam e avançaram todos juntos. Eu entre eles. Ele foi jogado para todas as direções enquanto os lobos e morcegos o arranhavam e mordiam. Dois lobos pularam um em cada braço dele e outros dois morderam sua perna, prendendo-o inútil. Uma nuvem de morcegos surgiu a frente dele, e da nuvem eu surgi, brilhando em ódio. Os vultos pálidos fecharam o círculo e estenderam suas mãos para ele, tentando agarrar seu pescoço para enforcá-lo. Ele sentia o toque gélido deles e tremia de medo, mas sem gritar.
- Agora, Macnair, você vai me dizer tudo que eu quero saber sobre seu mestre. E depois darei a você aquilo que você trouxe a eles- falei indicando os vultos.
- Eu não falarei nada, Chronos!
- Quem disse que precisa falar? – falei com ferocidade e com um golpe da minha mão acertei seu ombro, fazendo-o sangrar e invadi sua mente. Enquanto lia sua mente, eu fui destruindo-a pouco a pouco, fazendo o sofrer. No corpo de verdade dele, os vultos o atacavam, e ele sentia os golpes gélidos das ilusões, e o golpe furioso dos morcegos arranhando-o. Eu finalmente extrai tudo que queria, com dificuldade, e quanto voltei a minha mente o encarei com um olhar vitorioso.
- Macnair... Agora, é o fim. Bem vindo ao inferno!
Conjurei uma faca e perfurei seu peito, para depois morder seu pescoço e após sugar seu sangue, deixe-o cair sem vida no chão. Fechei os olhos, aliviado da fúria, os morcegos guincharam mais uma vez e voaram embora, assim como os lobos que sumiram no ar. A noite voltou ao seu tom normal e a lua brilhava no céu, enquanto a chuva se misturava as minhas lágrimas. Fiquei parado na chuva, os braços abertos e os olhos para o céu, pensando em meus pais, em meus amigos, em minha irmã e minha querida Mirian. Gritei com força e ouvi o eco de meu grito bater nas paredes da casa e da Abadia. Um grito cheio de dor, tristeza, medo e saudade...

Now the world is gone I'm just one
Oh God help me
Hold my breath as I wish for
Death
Oh please God, help me
Darkness
Imprisoning me
All that I see
Absolute horror
I cannot live
I cannot die
Trapped in myself
Body my holding cell
Landmine
Has taken my sight
Taken my speech
Taken my hearing
Taken my arms
Taken my legs
Taken my soul
Left me with life in Hell

- Você é um monstro! – Meu lado vampiro riu alto de frente pra mim.
- Não posso negar isto... – Respondi, os olhos marcados pelas lágrimas... Ficamos em silêncio enquanto a chuva lavava o corpo de nós dois.
- Temos um trato então? – Ele sorriu.
- Temos. Você me emprestara sua força, suas habilidades, seu poder, sua fúria. – respondi, ainda fraco pela fúria e pela tristeza.
- E você não negará a sede, me alimentará de sangue humano, me deixará festejar no medo de suas vítimas. Mas em retribuição, nunca mais ameaçarei seus amigos e entes queridos, e lhe darei poderes que nunca sonhou.
- Fechado – pela primeira vez desde que virei vampiro eu e meu lado vampiro nos tornamos um, selando o acordo com um aperto de mão. Nós dois nos encaramos com calma, e ele inclinou a cabeça aceitando o acordo.
- Como primeira parte disso, lhe ensinarei a se locomover decentemente.

Quando voltei a mim, a chuva não mais batia em meu rosto e eu estava em Londres, em uma rua agora vazia devido ao horário. Logo reconheci que era a rua onde Kyle estava. Precisava falar com ele, então entrei rapidamente no prédio. As poucas pessoas pareciam não me ver e vi que era um dos feitiços do vampiro, me ensinando a passar despercebido. Encontrei Kyle trabalhando, lendo um relatório sobre comensais. Vi que era um relatório sobre os comensais mortos por mim, e que ele tentava me localizar.
- Kyle, meu amigo, perdoe-me pelo que fiz a você e ao Sergei naquele dia. – falei da porta, e ele saltou assustado sacando a varinha e apontando para mim, antes de ver quem era.
- Lu! O que está fazendo aqui?! Como entrou sem ninguém notá-lo?
- Isso não é importante agora. Tem algo mais importante. Eu acabei de matar mais cinco comensais. Eles estão nessa casa em Glastonbury. – O deixei ver em minha mente onde, antes de continuar falando – E quero que fique com isto. Eu as retirei da mente de três dos comensais de hoje, e também vou levar essas informações ao Diretor. Mas acho que você também deve conhecê-las. E por favor, tome cuidado, sinto um grande perigo para você. Não sei se é agora, ou depois, mas sinto...
- Obrigado Lu. Mas não precisa se preocupar – Ele falou sorrindo e nos abraçamos – Você está péssimo... E estive em Hogwarts ontem, seus amigos também estão preocupados com você, não é hora de voltar?
- Vou voltar agora... Eu ainda sinto a morte de meus pais e parece que agora que a fúria insana me deixou, a tristeza tomou o seu lugar...
- Eu imaginei que seria assim... Quer mandar uma coruja para Hogwarts?
Eu agradeci e mandei uma coruja para o Diretor Dumbledore. Kyle se ofereceu para me escoltar até a escola, mas recusei e me despedi dele. Aparatei para o cemitério onde meus pais foram enterrados, e chorei novamente ainda mais diante do túmulo deles...A dor ainda estava em meu peito. Passei um dos meus dedos na lápide deles, dizendo que os havia vingado. Mas era hora de voltar para Hogwarts, rever meus amigos, e minha Mirian. Mas também precisava ver Celas, que apesar de ser forte, estaria sofrendo também e eu podia sentir isto. Ela estava na sede de nosso clã em Londres, sentindo o peso e a tristeza de sentar onde papai um dia sentara. Ela me viu antes de eu me mostrar e nos abraçamos com força, deixando as lágrimas rolando. Eu contei a ela que havia vingado nossos pais, que eu matara seus assassinos. Ela brigou comigo por ser irresponsável, mas disse que o clã também se vingara, caçando como nunca antes. Contei a ela tudo que sabia e depois de algum tempo eu me despedi, dizendo que voltaria para Hogwarts.
E finalmente fui o que fiz. Quando aparatei em Hogsmead, Hagrid já me esperava, e me deu os pêsames que não pudera dar antes e me abraçou amigavelmente. Ele falou que o Diretor não poderia me esperar hoje, mas agradeceu pela coruja, então entreguei a ele as memórias que eu havia conseguido e pedi que ele levasse para o Diretor, eu tinha coisas mais importantes a fazer.
Voltamos juntos para o castelo, e como era horário de aula, poucos alunos me viram voltando. Hagrid seguiu sozinho para o gabinete do diretor e eu segui meus instintos, procurando-a. Senti todos meus amigos ali nas aulas, e senti a pontada de preocupação de todos. Mas Mirian não estava nas aulas e consegui descobrir que ela estava no lago, no lugar onde sempre nos encontrávamos e segui para lá.
- Eu sabia que você ia voltar hoje, Lu. – Ela falou antes mesmo que eu pudesse falar alguma coisa e se jogou em meus braços. – Você é um grande teimoso idiota! Irresponsável! Como sai assim? Como sai sem se despedir de mim? Como vem me deixa um recado e vai embora sem falar comigo?! Como!! – Ela brigava comigo, mesmo ainda abraçada, dando socos em meu peito, mas cada vez me apertando mais.
- Me perdoe... Sei que foi irresponsável da minha parte, e agüento qualquer um fala isso de mim. Mas eu não me perdoaria se não saísse atrás deles... Eu não poderia ficar aqui, perto de você e de todos cheio de ódio e fúria, eu enlouqueceria e colocaria vocês em risco. Mas eu voltei... E não vou mais embora. Você é a coisa mais importante pra mim. Não irei mais embora sem me despedir.
- Você não vai mais embora! É diferente! Eu não vou te perdoar novamente se você for sozinho! Você é irresponsável, Alucard! Eu irei com você sempre.
Nós nos abraçamos ainda mais, e caímos de joelhos na grama. Eu senti ainda mais fundo a dor da perda e da saudade, mas como sempre quando estou com ela, ela me reconfortou, e me abraçando deitou-me em seu colo, onde chorei como não havia chorado até então. Ficamos a manhã toda ali, apenas abraçados, unidos. Uma promessa muda de nunca nos separarmos novamente... No final das aulas da manhã, Alex, Lou, Yulli, Ben e Scott vieram correndo para o lago. Alex sabia que eu tinha voltado, e a Professora Mcgonogall avisara aos outros da coruja que eu mandara. Todos brigaram comigo também, Alex me deu um tapa no braço e Ben quis me dar um soco de brincadeira. Mas estava feliz por tê-los ali comigo novamente...


N.A.: Música: One, Metallica.
(*) Berserker – termo usado para definir um lutador insano, que usa sua fúria e sua raiva para deixá-lo mais forte.
Alucard Wingates Chronos às 2:57 PM

Sunday, October 21, 2007

7 Days to the Wolf

Lembranças de Alucard W. Chronos

The wolves, my love, will come
Taking us home where dust once was a man
Is there Life before a Death?
Do we long too much and never let in

“Especialistas não conseguem explicar sucessivos ataques de lobos.

Em menos de uma semana, já ocorreram cinco ataques por lobos, três deles em plena Londres. Especialistas da área, e estudiosos de animais mágicos, procuram, em vão, explicações para o estranho comportamento dos lobos.
“- Lobos já são raros na região de Londres e seus arredores, uma matilha sangrenta e violenta ainda mais. Há anos, talvez décadas não se tem notícia de tantos ataques feitos por lobos” – Diz um dos empregados do setor de controle de animais do Ministério.
As autoridades não sabem como explicar esse comportamento, mas deixam claro que estão caçando a matilha, para que ela possa ser retirada dos arredores de Londres. Mas o maior mistério surge aí. Não há nenhuma evidência de lobos nos locais de ataques. As únicas pistas que apontam para o ataque lupino, são as mordidas, fora isso, não há sinais de patas, de pêlos, nada. A população começa a acusar o Ministério de não querer revelar a verdade, a de que há um lobisomem a solta em Londres. Mas essa possibilidade já foi descartada, pois os ataques não ocorreram em noites de lua cheia.
Há também uma terceira frente de raciocínio, defendida por um jovem aluno de Hoigwarts, e esse tipo de raciocínio também assusta ainda mais a população. Segue um trecho da carta que o jovem, Xenophilus Lovegood, nos enviou, mas nós do Profeta, deixamos claro nossa discordância com esse assunto:
“ O que vocês não conseguem ver, e que está mais do que óbio, é que não são lobos que estão cometendo os assassinatos. É um vampiro, pelo menos um vampiro. Ele talvez esteja até mesmo controlando lobos, mas é ele que faz as mortes. As marcas são claras. Há mordidas nos corpos das vítimas, principalmente no pescoço delas. Há marcas de sangue em todas as cenas dos crimes, sangue espalhado por todo os lugares, mas há pouco ou quase nenhum sangue nas vítimas, deixando claro que é a ação de um vampiro.”
Outro fato que deixa a comunidade bruxa curiosa e até mesmo alarmada é o fato de todas as vítimas serem importantes bruxos, puro-sangues e que todos tinham uma estranha tatuagem no braço direito. Mas não se sabe ainda explicar se há alguma ligação entre as mortes e essas tatuagens.
Leia mais sobre o jovem Xenophilus Lovegood, conhecido em seu colégio por seus colegas de escola como Xeno, o Lunático, que tem a fama de acreditar nas coisas mais absurdas e que até mesmo seus professores não o consideram digno de confiança.”

Eu ri quando terminei de ler a reportagem. O Xeno como sempre estava certo, só que o Profeta não acreditaria nele, nem o Ministério queria acreditar que um vampiro estava a solta. Não um vampiro comum, mas um vampiro membro de um dos clãs anti-trevas mais poderoso da Grã-Betanha, e atual co-líder deste. Fora que eles estavam felizes desse vampiro estar fazendo o trabalho sujo que eles não queriam fazer, pois lidavam com pessoas poderosas, e ele as matava sendo quem fossem.
Amassei o jornal e o joguei fora, parando para cheirar o ar. Passaram-se 4 dias desde a morte de meus pais e desde que fugi da escola e comecei a caçada. Já matei cinco dos oito vermes. Logo na primeira noite eu matei dois deles, ambos em Londres. Eles comemoravam em um bar de uma esquina dedicada às artes das trevas, e senti nojo ao me alimentar deles, ainda mais pelo fato de estar repleto de álcool. Com os dois consegui poucas informações, pois eram apenas peões e fracos querendo parecer poderosos. Mas com o terceiro eu consegui informações melhores. Eu o encontrei sozinho em sua casa em Londres, pois eu havia esperado a tarde toda para que sua família saísse. Invadi sua casa, ignorando as defesas dele, que sequer me arranharam. Antes de matá-lo, invadi sua mente e extrai cada pedaço de lembrança que ele tivesse, uma a uma. Fiz isso da pior maneira possível, causando-lhe a maior dor que eu pudesse causar. Antes de matar seu corpo, eu destrui sua mente, torturei-o mentalmente, fazendo ele sentir a dor que já causara. O matei com uma mordida no pescoço e depois o joguei longe, fazendo-o cair sobre o carpete verde, sem deixar uma gota escorrer... Com ele eu consegui o nome de todos os outros comensais que mataram meus pais e os aurores. Consegui também seus cheiros, suas localizações, seus hábitos. Consegui poucas informações sobre o líder deles, mas sabia que com o líder do grupo que matara meus pais eu saberia mais.
Os outros dois eu matei fora de Londres. Um vivia sozinho em uma casa campestre e foi fácil matá-lo, apesar dele ter lutado até o último minuto, quando arranquei sua última gota de sangue nojento. Foi nesse dia que Alex tentou me localizar e falar comigo usando a projeção astral. Eu pude sentir a energia de Mirian nela, assim como da Endoras, mas as ignorei. Eu não voltaria, até ter matado os oito. O quinto eu matara depois de fazer toda sua família ir visitar um parente em Londres e invadi sua casa. Ele estava preparado, pois a notícia da morte de seus amigos espalhara-se, e eles estavam mais precavidos. Mas suas barreiras não eram nada para mim. Eu as quebrei com um ódio ainda maior, e pela primeira vez usei os lobos de trevas. Os lancei contra casa, destruindo janelas e portas, fazendo-os caçar e encurralar o maldito. Ele tentava atingi-los com feitiços e maldições, mas não adiantavam nada. Retirei mais informações dele e o hipnotizei, fazendo-o acreditar que estava diante de todos que ele matara. Ele morreu gritando enquanto achava que meus pais e suas vítimas o atacavam.

Howl
7 days to the wolves
Where will we be when they come7 days to the poison
And a place in heaven
Time drawing near as they come to take us

Agora eu estava em frente a casa onde se escondiam dois comensais. Um deles participara da morte de meus pais, e o outro era outro verme, que também iria morrer. A casa ficava em uma região remota de York, uma outra casa de campo. Mas havia poderosas barreiras. Eu as ignorei novamente e fiz minha magia que agora dominava com perfeição. Ainda era de tarde, mas manipulei as sombras, fazendo uma nuvem de neblina e trevas envolver a casa, tornando o tempo nela noite. Lançei os lobos, e corri junto deles, saltando por uma janela. Os dois Comensais aguardavam algo assim, mas ficaram chocados por eu ser novo, e ainda mais chocados quando viram o olhar de fúria em mim. Alimentei-me de seus medos e sorri antes de apontar a mão para o outro comensal, e os lobos de trevas avançaram, atacando-o sem piedade, deixando-me sozinho com o outro comensal, do grupo que matara meus pais.
- Não, por favor... Quem é você?
- Eu sou seu pior pesadelo, verme... Não sabe quem eu sou? Vou refrescar sua memória. – O empurrei com força e invadi sua mente, fazendo-o se lembrar do dia em que matara meus pais. Ele gritou ao se lembrar e me reconhecer, como um dos filhos deles.
- Não, misericórdia, eu imploro!
- Misericórdia? Você teve isso com meus pais? – eu gritei, cortando os últimos sons do outro comensal ao ser mordido na garganta por um lobo.
- Eu não queria fazer aquilo, eu não queria! Eles me obrigaram, eu estava sob a Maldição Imperius!
- Não minta pra mim verme! Eu vi em sua mente esquecesse? E pelo menos morra como um homem! Como um guerreiro! Os seus outros companheiros morreram como tal, mas já vi que você é um verme mesmo...

Howl
7 days to the wolves
Where will we be when they come
7 days to the poison
And a place in heaven
Time drawing near as they come to take us

This is
Where heroes
And cowards
Part ways

Falei com forte desdém na voz e em um piscar de olhos eu o agarrava pelo pescoço, levantando-o meio metro acima do chão. Ele tentou soltar minha mão e gritar, mas quebrei seu pescoço e o mordi com raiva, retirando cada gota... Fiz um pequeno barulho entre os labios e os lobos desapareram, agora eu iria atrás do penúltimo. E ele estava em Liverpool, confirmei a localização com o cheiro, e aparatei no ar.
Este eu matei rápido, pois queria fazer algo ainda naquela noite e ele era mais um peão que só queria se sentir poderoso, sem nada de importante para me informar. Agora só faltava um para eu me vingar... Eu já sabia onde ele estava, e por um momento senti pena dele, pois ele irá sofrer muito antes de morrer, o farei sofrer tudo que causou aos meus pais, a mim, a meus amigos e minha irmã. O farei desejar nunca ter tido aquela máscara e aquela tatuagem, e retiraria cada informação que eu pudesse dele, nem que tivesse que drenar todo seu cérebro. Mas antes precisava fazer algo...
Aparatei e, Hogsmead, e já era de madrugada. Não havia ninguém nas ruas, e mesmo se houvesse eu me esconderia para que não me vissem. Rumei para Hogwarts e ao chegar aos portões parei sentindo o ar, e testando as defesas da escola. Mas senti-me seguro para entrar e saltei os altos portões. Senti que em algum lugar alguém foi avisado, mas pouco me importava e corri para o castelo, na direção da torre da Grifinória. Localizei o dormitório feminino e saltei rapidamente para lá, entrando com facilidade por uma porta aberta. E a vi!
Não havia luz no dormitório, mas mesmo se eu não fosse vampiro eu a encontraria em qualquer lugar... E lá estava ela. Minha querida Mirian, dormindo, mas com os olhos pesados e cheios de olheras, marcando suas horas sem dormir e de choro. Aproximei-me com remorso e chorei sentado ao lado de sua cama. Ela se remecheu um pouco e acariciei seus cabelos para acalmá-la. Ela aquietou-se e sussurrou meu nome em seus sonhos. Senti vontade de parar a perseguição, mas não podia parar por meus pais, minha irmã e ela mesma. A beijei na testa gentilmente e deixei um recado para ela, saltando pela janela rapdamente, antes que não tivesse força de vontade para ir embora de novo. Nos jardins preparei para correr, quando um movimento as minhas costas chamou minha atenção e me deixou alerta.
- Eu sabia que uma noite ou outra o senhor voltaria, Sr. Chronos. Não acha que está na hora de parar com essa loucura? – Era a voz do diretor, me encarando nas sombras. O encarei com respeito e acenei com a cabeça. Fiz um movimento até o bolso e retirei vários frascos transparentes, jogando-os para o diretor.
- Professor, perdoe-me invadir a escola assim, mas precisava vê-la... Essas são as memórias que extrai dos comensais que matei até agora. Quero que fique com elas, talvez façam algum sentido para o senhor. Eles estão agindo, e cada vez mais intensamente, o líder deles, que eles chamam de Lord Voldemort, o Lord das Trevas, está subindo rapidamente em poder. Posso sentir...
- Eu sei disso, Sr. Chronos, infelizmente também acompanho a ascensão dele, mas farei de tudo para impedir. Mas queria que o senhor ficasse aqui. A Srta. Capter iria ficar maravilhada se o senhor voltasse, assim como seus amigos.
- Eu quero voltar... Mas antes preciso terminar minha vingança, limpar completamente desse ódio. E agora ainda estou muito sujo de ódio e sangue. Não posso sequer pensar em chegar perto deles. E falta apenas um. Eu o farei sofrer, e trarei suas lembranças quando voltar. Mas agora eu preciso ir, professor.
- O senhor é tao teimoso quanto seus pais e sua irmã eram, e ainda mais do que a Srta. Capter e a Minerva dizem. Não vou impedi-lo, estou ficando velho, mal escuto e enxergo direito.
Ele piscou pra mim e entendi que ele fingiria não saber do alarme nem de ter me visto, assim como soube que se ele quizesse ele seria capaz de me reduzir a pó. Nunca em toda minha vida encontrei alguém tão poderoso quanto ele e sei que nunca vou encontrar, assim como nunca encontrei alguem tão bondoso e compreensivo ao mesmo tempo. Mas senti uma pontada que me dizia que em meu caminho ainda encontraria muitas pessoas bondosas. Acenei a cabeça com respeito pela última vez e desapareci na estrada que levava ao povoado...


N.A.: 7 Days to the Wolves, Nightwish
Alucard Wingates Chronos às 6:19 PM

Saturday, October 13, 2007


- Respire fundo e se concentre Alex. Estaremos aqui com você.

Era a minha primeira tentativa de localizar Alucard com a ajuda da professora Endora e de Mirian. Sabíamos que ele estava vivo, pois se um jovem meio vampiro e membro de uma família antiga como os Chronos fosse morto, todos saberiam rapidamente, mas estávamos preocupados, e isso nos levou a tentar buscar noticias.
Concentrei-me nele e logo meu corpo astral iniciava a viagem. Passei rapidamente por montanhas e logo sobrevoei Londres. Em vários locais parei e observei, pois sentia a presença forte de meu amigo vampiro. Mas a sensação logo passava e eu retomava a busca.
Ele era esperto, estava apagando seu rastro, para dificultar a sua localização. Forcei minha mente um pouco mais e logo eu sobrevoava os subúrbios de Londres, em uma área comercial onde havia muitas lojas de artigos bruxos e artigos raros para poções. Fui atraída para uma loja grande, e apesar das luzes da rua, havia um ar sinistro no local. Olhei para cima e vi uma marca verde brilhante de um crânio com uma cobra saindo de dentro da boca. Senti um arrepio. Comensais haviam estado ali e com certeza, feito algum mal. Só esperava que a vítima não fosse o parente de algum conhecido. Concentrei-me e dei um salto no tempo, e logo sobrevoava uma região cheia de árvores. E ali a presença de Alucard estava mais forte. Encontrei-o largando um corpo sem vida de um homem, que tinha uma expressão aterrorizada no rosto. Olhei para o rosto do Lu e suas presas ainda estavam à mostra e ele exibia os olhos vermelhos injetados de sangue. Ele tinha uma expressão maligna no rosto, e de sua boca, ainda escorria o sangue fresco de sua vítima. Aproximei-me e tentei falar com ele:
- Lu... Você poderia voltar para a escola... Estamos sentindo sua falta.
Ele continuou a sondar o ar em volta, e me ignorou. Tentei novamente:
- A Mirian está preocupada... - e suas narinas tremeram um pouco, mas ele exibia a mesma determinação enquanto vasculhava as coisas do homem. Logo ele encontrou um papel e sem nem olhar para mim, saiu em disparada, sumindo na noite.
Olhei ao redor para avaliar o estrago feito por ele e tudo o que pude ver com a pouca luz, eram os esguichos de sangue pelas paredes e várias coisas quebradas pelo caminho. Aparentemente aquele homem vivia sozinho. Antes que eu visse mais, senti-me tonta. Meu tempo estava se esgotando. Logo eu viajava de volta para o meu corpo físico.
Puxei o ar com força enquanto me sentava rápido, e meu coração disparava:
- Não faça assim Alex, esta volta repentina pode lhe fazer mal. - ralhou a professora Endora, e antes que me desse alguma poção, Mirian estendeu sua mão sobre meu peito e disse calma, enquanto jatos de luz dourada me banhavam, e me revitalizavam:
- Você o viu não é?
- Sim. – respondi e evitei olhar para ela.
- Por favor, mostre-me o que viu Alex. Eu preciso saber como ele está.
Olhei para ela e nossas mentes se conectaram e Mirian pode ver tudo o que eu vi. Ao final rompemos o contato e ela disse:
- O Lu é teimoso, mesmo que eu estivesse lá e pedisse, ele não me ouviria.
- Ele só vai voltar quando sua vingança estiver completa. – disse a ela com pesar.
- Bem, então só resta a vocês terem paciência e aguardar a volta dele. Depois que a fúria passar, é que ele vai sofrer a dor da perda dos pais, e isso vai fazer muito mal a ele. Ele vai precisar muito de seus cuidados, senhorita Capter.
- Eu vou estar pronta professora.
Naquela noite, ao me despedir de Mirian percebi o quanto ela era forte e a admirei muito.

-o-o-o-o-o

- Se você não tirar a mão desta jarra de suco, você morre!- disse irritada para um primeiranista que assustado soltou a jarra e se encolheu. Era a hora do café da manhã e eu havia levantado com uma sensação ruim, e isto estava me deixando nervosa.
- Calma Alex, que bicho te mordeu? Toma garoto. - disse Scott dando outro copo de suco para o menino e sentando-se sério na mesa da Lufa-Lufa. Yulli e Louise, estavam caladas e escutavam enquanto eu contava a minha incursão na noite anterior. Logo fomos interrompidos pelo bater de asas do correio coruja que enchia o salão e alguns exemplares do profeta diário caia em nossa frente. Peguei meu exemplar e soltei uma exclamação quando li a noticia:
"Morte em King’s Road
A noite passada teve mais um capítulo de horror, que abalou nossa comunidade bruxa. O conhecido boticário Jason Warrick, famoso por ser o ganhador do caldeirão de ouro, por 8 anos consecutivos, foi encontrado morto em sua loja na King’s Road. Não há sinais de roubo em sua loja, porém a bagunça encontrada, nos faz crer que ele lutou ferozmente contra seus atacantes. Os aurores ainda não têm pistas de seus assassinos, mas uma fonte segura, nos disse que ele foi assassinado por seguidores do Lorde das Trevas que se autodenominam comensais da Morte.
Ele deixa a esposa Amélie e os filhos: Paige, Claire e Logan, que estão desolados”.

Embaixo havia uma nota de falecimento de um homem de forma obscura, achavam que ele havia sido atacado por lobos em sua propriedade rural. E reconheci a região, em que havia visto Alucard pela última vez. A nota além de dar o nome do homem, citava a estranha tatuagem que ele usava num dos braços: um crânio com uma serpente saindo da boca.
Saí dali e fui falar com a professora Sprout, queria autorização para ir até o funeral e dar meu apoio ao Logan. Mas com as provas se aproximando, e o treinamento para os jogos não consegui. Mandei-lhe uma coruja com uma carta, sentindo-me péssima. Nunca achei um dia de aulas tão longo quanto aquele, após o jantar, corri até o meu quarto e fechei o cortinado de minha cama para ter privacidade. Concentrei-me e logo estava chegando à casa de Logan. Sabia que teria poucos minutos, mas eu precisava mostrar a ele que me importava. Encontrei-o deitado olhando para o teto e me aproximei:
- Logan. - disse hesitante.
Ele levantou o rosto e tinha os olhos vermelhos e disse, levantando-se e ficando a minha frente:
- Estava contando as horas para ver você.
- Não fui autorizada a vir aqui então precisei fazer uma projeção, eu sinto muito querido, gostava do seu pai.
- Ele não levou a serio as ameaças Alex, e olha o que aconteceu. Eu vou matar quem fez isso com ele. - disse raivoso.
- Por favor não vá fazer nada de que se arrependa, sua mãe e suas irmãs vão precisar de você. Deixe que os aurores façam o trabalho deles. - disse preocupada.
Ele estava tão revoltado que socou a porta do guarda roupa e apesar da madeira rachar,e os nódulos de sua mão ficarem vermelhos, ele pareceu não notar.
- Eu sei quem fez isso, e vou atrás dele. Ninguém vai me impedir de matá-lo. - Quando ele disse o nome lembrei-me da noticia do jornal e disse:
- Você não vai precisar ir atrás dele. Alucard já fez isso, pois este homem matou os pais dele também. Não foi um lobo que pegou aquele homem como pensa o jornalista.
Ele me olhou entre chocado e aos poucos suas feições voltavam a ficar mais calmas.
- Então eu devo um grande favor ao Chronos. Diga a ele que poderá cobrar o que quiser.
- Direi querido. – aproximei-me dele e usei toda a energia que eu tinha. Meu corpo astral ficou quase totalmente sólido e o abracei apertado. Ele afundou a cabeça em meus cabelos e aos poucos os soluços o dominaram, comecei a chorar também, e após um tempo que foi muito curto, senti que era a hora de voltar, pois meu corpo voltava a ficar transparente.
-Amo você. - foi a última coisa que disse a Logan antes de voltar para o meu corpo em Hogwarts e adormecer pesadamente agarrada a uma pequena esperança: O dia seguinte teria que ser melhor.

Monday, October 08, 2007


Estava debruçada sobre a mesa da Lufa-Lufa comendo um pedaço de torta de carne e descansando ao mesmo tempo quando senti alguém bater nas minhas costas. Olhei devagar para trás, quase cochilado, e vi madame Hooch parada com uma cara irritantemente animadora sorrindo pra mim. Mark, Alex e Yulli olhavam para ela com o mesmo ar cansado que o meu.

- De pé, time! – ela falou empolgada dando um soco no ar. Sorrimos amarelo – Nosso primeiro treino é hoje, espero vocês no campo de quadribol de uniforme em 15 minutos!

Olhamos um para a cara do outro querendo chorar e levantamos do banco. Ben ficou rindo com Joey e saímos nos arrastando do salão. Trocamos de roupa como ela mandou e esperemos sentados na grama do campo, e logo George se juntou a nós quatro e estava animado. Malditos quintanistas e seus horários flexíveis. Aos poucos mais algumas pessoas que reconheci como sendo dos outros times da escola foram chegando, incluindo Fábio Prewett e Régulo Black. O segundo sentou ao lado de George e desataram a conversar animados sobre como seriam os jogos. Madame Hooch apareceu logo depois com uma prancheta na mão, radiante.

- Muito bem, todos aqui! Antes de começarmos, quero dizer que nossos treinos serão todas as quartas-feiras nesse mesmo horário, das 19h às 21h, podendo haver treino surpresa a qualquer dia da semana quando eu achar necessário. E eles não serão fáceis, vou exigir muito de vocês e espero que correspondam às minhas expectativas, não quero pensar que escolhi errado meus jogadores. O Sr. Chronos não está aqui hoje por motivos pessoas, acho que os amigos dele sabem o que aconteceu, mas não tem importância, porque hoje não vamos chegar perto das vassouras. Vou começar com um programa de três semanas de condicionamento físico, iremos treinar no ar somente na 4ª semana. Agora verifiquem se os tênis estão bem amarrados nos pés, não quero ninguém caindo e se machucando, e se alinhem nessa extremidade do campo. Ao meu apito, vocês vão correr até o outro lado e voltar. Vão repetir isso até eu apitar novamente. Preparar, JÁ!

Madame Hooch assoprou um apito e começamos a correr. E tenho que confessar que nunca percebi como o campo de quadribol era grande. Do ar ele parece tão pequeno... Na 3ª volta já estava com a língua para fora, mas não podia parar. Alex e Yulli vinham do meu lado quase morrendo também, e Mark corria um pouco mais à frente com Andrew, ambos quase parando. Quando estávamos na 6º volta madame Hooch apitou novamente e caímos onde havíamos parados. Ficamos estirados na grama esperando o resgate chegar e vi George e Régulo bem dispostos de pé, sem nem ao menos estarem suados. Tive vontade de azará-los, mas receava não ter forças para pegar a varinha no bolso ou sequer dizer o encantamento. Fechei os olhos para desfrutar dos meus últimos segundos na terra antes de morrer, quando o apito tornou a soar.

- Não mandei deitarem no chão! – ouvi a voz de madame Hooch soar braba – De pé, vamos! Formem duas linhas, sete de um lado e seis do outro, e um de frente para o outro. Quando se alinharem, uma das fileiras dê dois passos para o lado. Quero todos de frente para um espaço vazio onde caberia mais um aluno.

Fizemos o que ela mandou e ela jogou uma goles na mão de Mark, que era o primeiro da fila. Ele olhou para ela esperando explicações.

- Mark vai passar a bola para quem está à sua frente, ela passa para quem está na frente dela, e assim por diante. Vou cronometrar o tempo, quero agilidade. Para cada vez que deixarem a goles cair o time inteiro dará uma volta no campo. Preparar, JÁ!

Ao novo soar do apito Mark passou a goles depressa para George, que passou apressado para mim, e assim se seguiu. A goles ia e voltava do corredor de gente em ritmo acelerado e por três vezes ela quase foi ao chão, mas conseguimos mantê-la em nossas mãos. Mas da quarta vez ela não resistiu a deixamos cair. Hooch apitou novamente e devolvemos a goles a ela, começando a correr ao redor do campo.

Depois da corrida fizemos abdominais, flexões e uma série esgotante de exercícios aeróbicos que ela ensinou. Depois dos exercícios, os meninos tiveram que atravessar até metade do campo carregando as meninas nas costas. Mark estava ficando roxo já. Depois ela nos fez correr mais uma vez até a outra extremidade do campo pisando dentro de pneus e passando entre cones espalhados pelo gramado, sem poder esbarrar neles. No fim corremos mais uma vez ao redor do campo. A última volta que demos parecia não ter mais fim e quando chegamos outra vez onde ela estava com aquele maldito apito, não nos largamos no chão. Resistimos bravamente de pé, mesmo que esgotados. Não íamos mais levar bronca à toa.

- Estão melhorando, chegaram menos esbaforidos dessa vez – disse séria – Agora dividam-se em duplas e alinhem-se novamente aqui.

Yulli ficou com Mark, meu irmão já estava ao lado de Régulo e Alex me puxou depressa quando Fábio lançou um olhar penetrante na direção dela. Ele acabou fazendo dupla com madame Hooch, pois os outros se ajeitaram logo. Ficamos parados esperando por instruções e ela parou na linha também.

- Conhecem a brincadeira trouxa chamada “carrinho de mão”? – falou parecendo achar graça pela primeira vez desde que o treino começou – Pois bem, vamos brincar disso um pouco e vamos fazer isso nos revezando. Um apóie as mãos no chão e o outro o segure pelas pernas. Vão percorrer o campo assim, e quando chegarem à outra extremidade, troquem de posição. Faremos isso quatro vezes, e dessa vez a dupla que chegar primeiro aqui vai ganhar um prêmio! Fábio, para o chão. Em suas marcas, JÁ!

Quando ela apitou novamente, tudo que era possível ouvir eram os gritos histéricos das meninas que estavam com as mãos apoiadas na grama caminhando apressadas e tentando não cair de cara misturados às risadas. O exercício era cansativo também, mas não podia negar que era divertido. Alex foi berrando por todo o percurso para que eu não corresse demais ou ela ia ceder e comer grama e eu não conseguia parar de rir. Trocamos depressa quando chegamos do outro lado do campo e minha maior luta foi manter os óculos no rosto, tinha que manter a cabeça erguida ou eles iam cair. Alex apertou o passo quando meu irmão e Régulo ameaçaram nos alcançar e gritei desesperada.

- Alex sua louca, vai devagar! Meus braços estão cansados!
- Mas estamos ganhando! – Alex berrou rindo
- Você vai ver na sua vez! – gritei de volta rindo também

Conseguimos manter o ritmo acelerado e demos a sorte de George e Régulo estarem tão desesperados para ganhar que se atropelaram algumas vezes, caindo embolados na grama e acabando por atrapalhar outras duplas no caminho. No final da quarta volta minha mão virou e Alex caiu por cima de mim, mas cruzamos a linha de chegada em primeiro. As outras duplas foram cruzando a linha e Mark já trazia Yulli nas costas, os dois rindo de estarem perdendo as forças.

- Muito bom, muito bom! – madame Hooch também ria bastante – É isso que eu quero, descontração. Vou exigir muito de vocês e por muitas vezes vocês vão me odiar, mas no fim de cada treino vou fazer um exercício ao melhor estilo brincadeira de criança, e vocês voltam a gostar de mim! Alex, Louise, eis o prêmio

Ela puxou da mochila duas caixas de sapos de chocolates e nos entregou. Quase babei na caixa quando peguei, faminta, e vi Alex abraçar a dela com um olhar desconfiado quando Yulli e Mark olharam para a gente com caras de maníacos. Achamos mais seguro abrir as caixas no dormitório, onde só teríamos que dividir com eles dois, e não onze pessoas. Madame Hooch apanhou a prancheta no chão e pediu que sentássemos em círculo que ela precisava falar conosco antes de nos liberar.

- Pessoal, vamos repetir essa série de exercícios puxados por mais duas semanas, e depois começaremos a treinar no ar, já tenho algumas jogadas montadas para vocês, todas novas. Nosso primeiro jogo é dia 16 de Novembro, o que nos dá mais cinco semanas de treinos, sendo três deles para aprender as jogadas novas. O jogo será contra a seleção Italiana, na casa deles – nos agitamos no chão animados. Íamos jogar na Itália! – Sim, vamos conhecer a escola italiana. Podem pesquisar sobre ela se quiserem, teremos o sábado pela manhã para passear um pouco, e vocês vão escolher apenas um lugar de lá que gostariam de visitar. Só teremos tempo para uma parada antes de retornar, então entrem em um consenso. Agora podem ir, nos vemos quarta-feira que vem, espero que na companhia do Sr. Chronos. Boa noite!

Deixamos o campo ainda agitados com a idéia de conhecer ao menos um lugar da Itália e começando a dar sugestões que até esquecemos que estávamos cansados. Mas foi só tomar banho e vestir o pijama que o corpo começou a doer. A sensação era de que tinha tentado escalar o salgueiro lutador. Acho que vou visitar a enfermaria e fazer um acordo com madame Pomfrey. Sinto que vou precisar de muitas poções para dores musculares...

Thursday, October 04, 2007

Frozen Flames of Hell

Lembranças confusas de Alucard W. Chronos

Eu acordei no meio da noite em sentindo tonto e mal. Todos nos dormitório ainda dormiam, e com meus sentidos notei que toda a torre da Grifinória ainda dormia. Mas eu não conseguia pregar os olhos. Estava acontecendo alguma coisa. Alguma coisa que mexeria no meu futuro. E algo a ver com a Alex.
Mapeei mentalmente o castelo, procurando algo estranho, mas não senti nada. Por via das dúvidas procurei por Mirian, e ela ainda dormia no dormitório feminino. Alex também dormia no dormitório da Lufa-lufa. Louise e Yulli também ainda dormiam. Os únicos movimentos que eu podia sentir eram dos fantasmas e professores fazendo a ronda. Não havia nada de errado. Pelo menos a primeira vista... Amanhã assim que a encontrar, procurarei a Alex para ver se está tudo bem.

Dia seguinte

- Alex, queria falar com você. Tá tudo bem? – Perguntei ao encontrá-la no salão para o café. Ela parecia meio pálida, mas estava bem.
- Estou bem sim, por quê? Aconteceu alguma coisa, Lu? Você e a Mi estão bem?
- Estamos... É que ontem à noite acordei sobressaltado. Algo estava acontecendo e eu não sabia o que. E como tenho o sangue de você e do Kyle, achei que você poderia ter sentido algo também.
- Eu também sonhei algo ontem, mas não tinha nada a ver com perigo. Pelo menos eu acho. Mas hoje à noite você deve conversar com a Endora. Você que não está muito bem, ainda sonhando com seus pais?
- Sim, tenho sonhado quase toda noite agora. Já enviei um aviso a eles, e a Mi e os pais dela me garantiram que iam tentar colocar proteções para eles. Mas estou preocupado... Tenho medo de estar se aproximando...
Mal pude terminar a frase. Uma dor como nunca senti antes atingiu meu peito e o apertei com força. Alex soltou um grito de susto, e as pessoas ao redor correram para ver. Mirian viu tudo da mesa da Grifinória e correu até mim.
Eu tossi e junto da tosse cuspi sangue, manchando o chão do salão e minha mão. Fiquei tonto e a dor apenas aumentava. Eu ouvia os gritos dos alunos chamando os professores e ouvia os passos dos professores correndo para o aglomerado. Cai de joelhos com a mão ainda no peito e a última coisa que vi foi a Mirian ajoelhado ao meu lado, com os olhos prateados esticando a mão para cuidar de mim, como se me benzesse, surtiu algum efeito, porque por alguns instantes senti-me melhor. Mas tive outra pontada de dor, e o grito que soltei foi o maior que eu havia soltado até então. Cai no chão, me debatendo, ainda com a mão no peito. Achei que iria morrer ali mesmo... Iria realmente morrer...

Death Eaters, ou Comensais da Morte se preferir.
Oito homens encapuzados e vestindo roupas negras e uma máscara sombria cercavam uma casa.
A minha casa londrina, a sede do clã Chronos.
Os Comensais eram os devoradores de sonhos para mim. Alimentando-se dos sonhos dos outros, uma vez que os matam antes deles terem seus sonhos realizados. Preocupando-se apenas com sua própria ganância e sede de poder. E agora tinham um líder a altura. E eles queriam o apoio dos Chronos, o maior clã de aurores da Bretanha, a unidade não ministerial mais perigosa de combate.
Mas os Chronos não iriam cooperar. Não por livre e espontânea vontade.
Os oito Comensais cercaram então o clã. Nossas defesas foram erguidas, os membros chamados aos seus postos. Era uma audácia tremenda atacarem durante o dia, mas o clã ficava numa região remota.
Mas eles haviam estudado bem o clã. Nesse dia, a maior parte dos aurores estavam em missão, e as defesas estavam desfalcadas, já que Celas e mais da metade do clã não estavam. Haviam na verdade, apenas o Sr. e a Sra. Chronos, mais 8 aurores. Os oito foram assassinados, e os Comensais fizeram apenas 2 reféns. James Chronos e Integra Chronos.
- Vocês tiveram a chance de se unir a nós. Agora irão querendo ou não. Crucio! – o líder do bando falou com uma voz grossa. Integra Chronos gritou de dor, e James tentou lutar, mas os outros Comensais o torturaram também. Eles também tentaram usar a Imperius, mas o senso de honra dos Chronos é alto demais. Sem outro método, decidiram convencer pela dor.
A tortura durou 15 minutos. Tempo que demorou até os aurores do Ministério chegarem e até três aurores em especial chegarem. Celas Chronos, Kyle Mcgregor e Sergei Menken. Celas ficou branca de medo e ódio, mas Sergei a segurou, antes que ela fizesse uma loucura. Os corpos inconscientes foram levados para o St. Mungus, com graves problemas causados pela tortura.

Acordei no meio da tarde.
A dor ainda era intensa em meu peito. Isso era um bom sinal, eles ainda estavam vivos.
Lágrimas escorriam de meus olhos e me sentei na cama, tentando enxugar as lágrimas. Mirian me abraçou chorando também, dizendo que estava preocupada.
- A Alex, a Lou, a Yulli, o Scott, o Ben, estiveram aqui ainda há pouco. Lu, meu amor... O diretor... Ele quer falar com você. - Eu já sabia o que vinha e apenas a abracei forte. Levantei-me da cama com dificuldade e ela me amparou – Eu vou com você.
- Não precisa Mirian... Prefiro ir sozinho... Aconteceu, eles os atacaram, justo quando quase todo o clã não estava! Fique aqui. Eu te amo está bem? E cuide-se. – Eu a beijei e a abracei com força, e antes que ela pudesse falar mais algo, a beijei de leve novamente e fiz algo que nunca queria fazer com ela. A olhei fundo nos olhos e a hipnotizei para que ela caísse no sono. Ela iria querer ir comigo de qualquer forma, e não queria vê-la sofrer também.
Sai da ala hospitalar correndo. Ignorei os avisos da Madame Promfey e dos alunos com quem esbarrei, chegando rapidamente à gárgula de pedra do diretor. Falei com pressa a senha e saltei até o último degrau. Abri a porta sem cerimônias.
- Que ultraje! Um aluno que abrisse a porta desse modo em meu tempo seria seriamente punido! – um dos retratos dos diretores falou com severidade, mas o ignorei e o diretor fez sinal para que ele se calasse. Notei com certo espanto que Kyle e Sergei estavam ali, junto da professora McGonnagal.
- Ele está perdoado, Finneas. Sente-se Sr. Chronos.
- O que aconteceu? Quero saber dos detalhes. Já sabem quem foram os Comensais.
- Por Merlim, como sabe como eles se auto denominam?! – Sergei falou, ele parecia cansado e abatido.
- Lu, sente-se, por favor, meu amigo. – Kyle pediu. Ele tinha o rosto marcado por tristeza e sofrimento.
- Eu não quero me sentar! Quero saber o que aconteceu com meus pais! – falei com pressa e em tom alto.
- Acalme-se Sr. Chronos. Tudo há seu tempo. Bem que a Endora me falou de seus dotes... Não vamos mentir. Seus pais sofreram um atentado. - O diretor falou, sentado em sua escrivaninha, encarando-me com os oclinhos de meia-lua.
- Atentado?! Foi uma tentativa de assassinato! Quem foram os malditos!!?? Eu tenho o direito de saber! – berrei, perdendo o controle.
- Lu acalme-se, estamos do seu lado lembra? – Sergei falou assustado com meu jeito.
- Não precisa se preocupar, Sergei. Ele é assim mesmo... – Kyle comentou, forçando um sorriso triste. – Ainda não sabemos quem foi...
- Sabem sim! Sei que vocês andaram espionando alguns Comensais a pedido do Ministério. Assim como o senhor também sabe, diretor.
- Lu, calma. Ainda não temos certeza. Não houve testemunhas... Seus pais estão no St.Mungus. Eles sofreram muito com as Cruciatus.
- Chega! – berrei novamente. Minha dor e raiva chegaram a um nível alto e controlei-me. Mas meus olhos estavam injetados de vermelho e minhas pressas à mostra.
– Oh! Calma ae vampirão, somos amigos esqueceu...?!- disse Kyle tentando me conter.
Ele mal teve tempo de terminar de falar. Olhei fundo em seus olhos e o hipnotizei. Sergei viu o que eu fazia e partiu pra cima de mim, mas o agarrei pela gola da camisa, hipnotizando-o também. O Diretor levantou da cadeira com uma agilidade surpreendente, mas o ignorei por enquanto. Usando leglimência vasculhei a mente de Kyle e Sergei rapidamente, obtendo as respostas que eu queria, e também algumas que explicavam meus outros sonhos. O Diretor apontou sua varinha para mim e senti meu controle sobre Kyle, Sergei terminar, eles caíram tontos no chão. A professora me olhava chocada com minha falta de controle. Encarei o diretor ainda de olhos vermelhos e tentei invadir sua mente também, mas parei antes que tentasse, seria muita falta de respeito e consegui reaver o controle. Eu respirava com dificuldade, olhando para longe do diretor, através da janela.
- Alucard Chronos. Eu sei como se sente, mas não é motivo para perder o controle e hipnotizar seus amigos. Chega já disso, controle-se e vamos conversar. – Ele falou de modo calmo, mas com uma autoridade visível. Eu me controlei, mas mantive os olhos vermelhos, mas os baixei para o chão.
- Peça desculpas por mim aos dois, Professor. E À Mirian também, por tê-la hipnotizado. Prenda-a neste castelo, professora McGonnagal. Ela vai querer sair atrás de mim. Não a deixe, por favor. E perdoe-me também por tentar invadir sua mente, professor.
- Está perdoado, ainda mais que o senhor se conteve antes. Ou seria um caso sério. Mas fique e cuide você mesmo da senhorita Capter, que acha?
- Não, não posso. Se eu ficar aqui, com tanto ódio, colocarei a vida dela e dos outros em perigo. Perdão novamente diretor,e obrigado por me ajudar a me controlar.
- Está bem Sr Chronos, de nada. E eu impedirei que algo aconteça a ela, ou que ela tente sair do castelo. Mas você também não deve sair.
- Isso professor, o senhor sabe que não posso fazer, o senhor viu em minha mente o que pretendo.
Dizendo isso eu saltei através da janela do escritório, quebrando-a em vários pedaços, antes que o Diretor pudesse tentar me impedir. Cai nos jardins como se não fosse altura nenhuma e corri para fora da escola. Alguns alunos que ainda estavam em aulas nos jardins ou apenas caminhando me viram sem entender. Corri para os portões da escola e os saltei, correndo na direção de Londres...

No meio da noite, eu finalmente cheguei ao St. Mungus. Consegui entrar sem ser notado e pelo cheiro e pelo sangue, encontrei meus pais em uma das alas. Celas estava sentada com o rosto entre as mãos chorando. Ao seu lado, uma velha amiga dela que estudou em Durmstrang tentava acalmá-la, mas nada que ela falasse acalmaria minha irmã. Elas notaram minha presença na porta e Celas veio correndo pra mim.
- Lu! Eles, eles... Foi horrível! Eles os torturaram até quase a morte! Eles estão à beira da morte. E no caminho até eles, mataram várias pessoas!
- Eu sei Celas. Quero vê-los. – E fui à direção da cama onde estavam segurando a mão de Celas. Ao ver os dois corpos inertes e inconscientes, senti uma tristeza e uma raiva enorme novamente. Celas tremia tanto de ódio quanto de tristeza e agarrou-se em mim, chorando em meu peito. Eu me agarrei a ela também e choramos juntos. A amiga dela resolveu nos deixar a sós, e ficamos apenas calados por alguns instantes, um chorando nos braços do outro.
Eu fiquei tonto de repente. E Celas também.
Um curandeiro entrou apressado, como se também pressentisse algo. Ele nos empurrou para fora do caminho e gritou por ajuda. Outros curandeiros entraram correndo com ervas e poções, concentrando-se em meus pais. Celas gritou e correu para se aproximar, mas eu a segurei e ela ficou soluçando em meu ombro. Sabíamos o que havia acontecido.
Meus pais morreram. Vítimas da Cruciatus.
Eu e Celas caímos no chão e juntos choramos. Sua amiga, a Alexandra Kollontai, ajoelhou-se ao nosso lado também chorando e tentando nos consolar. Mas não havia mais nada a fazer, a não ser uma coisa. Empurrei Celas docemente para os braços de sua amiga e beijei minha irmã na testa.
- Cuide-se maninha, até eu voltar. Eu juro que voltarei. Amo muito você. E quando a Mirian aparecer, diga que a amo demais também. Mas agora tem algo que quero fazer.
Celas e Kollontai me olharam sem entender por um momento e me aproximei de mamãe e papai. Dei um último adeus aos dois, beijando os seus rostos, já sem vida, e depois saltei para a noite.
Para fazer a única coisa que eu poderia fazer.
Matar e vingar-me. A caçada começa.
Alucard Wingates Chronos às 11:13 PM

Tuesday, October 02, 2007

Diário de uma dieta!

Direto do diário de Monn Midge Speaker


...


Querido Diário,


Hoje começo a fazer dieta. Com todas essas aulas e deveres para fazer, acabei me excedendo e perdendo o controle de tudo. Pela primeira vez em minha vida perdi parte de minha forma escultural... Na verdade, estou parecendo um trasgo, mas a ‘magiquiatra’ da escola disse que não é bom ficar repetindo isso. Emagrecer será muito fácil, disse ela. Eu só preciso de um plano, uma boa dieta, força de vontade, foco e uma auto-imagem. Preciso perder 13 kg, vamos ver o quão fácil isso será! Ela me aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito, pois assim poderei refletir sobre meus erros... Ai ai


A dieta não vai ser nenhum cachorro de 3 cabeças... Mas mesmo que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom. Basicamente eu posso comer tudo o que eu quiser, de aipo a chocolate, mas eu só posso comer 1 vez ao dia... Exato, 1 vez ao dia! Ai é a parte mais difícil, mas já pensei e pensei e vi a melhor solução: encher a cara de água o dia todo, no máximo um chazinho e na hora do almoço comer direito. Não terei fome, emagrecerei e voltarei a ser a boa e velha (porém nova) Monn!



Primeiro dia de dieta.


Acordei já com uma jarra d’água ao lado de minha cama. Aproveitei o tempo do café da manhã que não iria tomar para acabar meus deveres. Viu? Tudo tem seu lado ÓTIMO! Agora vou ter mais tempo para estudar... Talvez ponha até mais algumas aulinhas no cronograma! Almoço: Um queijo branco e um copo de vitamina de abóbora. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve. Uma leve dor de cabeça talvez.



Segundo dia de dieta.


Acordei meio mole, sem vontade de sair da cama... Minha cabeça dói, mas nada que um bom copo d’água gelado não melhor! No almoço: Uma saladinha básica. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. Se minha cabeça continuar a doer terei que procurar a ala hospitalar... Mas nada que uma boa poção não resolva!



Terceiro dia de dieta.


Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse um dragão, mas depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago. Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.


Anotação: Nunca mais tomo chá de cogumelo!



Quarto dia de dieta.


Estou começando a odiar salada. Me sinto um testrálio mascando capim. Comi uma maçã... Acho que não posso ficar sem açúcar... Estou meio irritada. Minha cabeça parece um tambor. Sam comeu uma torta de chocolate hoje no almoço. Mas eu resisti.

Anotação: Odeio Sam



Quinto dia de dieta.


Juro por Merlin que se eu vir mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito! Acordei de PÉSSIMO humor, se é que aquilo pode ser chamado de humor! No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com Ben hoje! E com a Sam. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Preparei minha auto-imagem... Peguei a foto de Marilyn Monroe, a diva trouxa de todos os tempos, mesmo morta, e troquei seu rosto pelo meu... e lá estava minha meta. Não posso perder o foco.



Sexto dia de dieta.


Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui sonhei com um pudim de amoras. Acho que mataria hoje por uma costeleta...
Chegou uma encomenda que eu havia feito antes de iniciar a dita. Uma caixa inteira de biscoitos de chocolate em forma de pufosos... Lacrei a caixa e escondi de mim mesma de baixo da cama... Pedi que Agatha apagasse isso de minha memória, o esconderijo dos biscoitos, claro... Ela me chamou de maluca e saiu de perto. Meus amigos me olham estranho.



Sétimo dia de dieta.


Resolvi me pesar hoje. Emagreci 250 gramas. Resolvi que não acredito mais em balanças!
Tá de sacanagem! A semana toda comendo mato e queijo branco e perdi 250 gramas?
Fiz um esforço enorme para não comer os biscoitos hoje a noite... na verdade, me peguei conversando com a caixa de baixo da minha cama, mas sou mais forte que eles...


Anotação: Procurar outro esconderijo para os biscoitos!



Oitavo dia de dieta.


Fui acordada hoje por um frango assado. Juro! Ele estava na beirada da cama, dançando can-can.


Anotação: O pessoal ficou me olhando esquisito hoje, Lou diz que é porque estou parecendo o Jack do Iluminado.



Nono dia de dieta.


Matei o 1° tempo hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando dança-do-ventre dessa vez. Passei o dia no sentada no chão aos pés de minha cama fazendo uma força tremenda de não devorar os biscoitos, mas acho que eles estão me provocando... O desenho de elfo servindo biscoitos-pufosos em uma bandeja de prata estava olhando pra mim. Pude até o ouvir perguntando “Mais um Senhorita?”. Acho que estou ficando um pouco desnorteada.


Anotação: Consertar os pés da cama. Em um momento de fúria arranquei-os fora para perder a visão da caixa de biscoitos!



Décimo dia de dieta.


Eu odeio Marilyn... Achei a cabeça dela na minha cabeceira. Ela me olhava com desdém, aposto que ela não acredita que eu vá conseguir... MAS EU VOU!



Décimo primeiro dia de dieta.


Chutei Murphy. Gritei com Prof. Flitwick. Ele me deu detenção. HÁ HÁ, e desde quando eu tenho TEMPO para detenção? O Ben não fala mais comigo, alias, ele não me olha mais nos olhos... Os primeiranistas se encostam na parede quando eu passo.



Décimo segundo dia de dieta.


Almoço: Sopa.


Anotação: Nunca mais jogo snap explosivo com o frango assado. Ele rouba.



Décimo terceiro dia de dieta.


A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama! Comecei a gargalhar. Assustada Madame Pomfrey sugeriu que parasse com a dieta.


Anotação: Não volto a me pesar, o frango acha que a balança mente.



Décimo quarto dia de dieta.


Almoço: 2 litros de suco de abóbora sem açúcar e 2 torradas secas.
O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce. A Marilyn é do grupo deles e diz saber jogar bexigas muito bem!



Décimo quinto dia de dieta.


Matei a Marilyn! Cortei cada revista trouxa que tinha dela em pedacinhos e as de Brigitte Bardot também.


Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão. Mas foi em legítima defesa. Ele me ameaçou com um pedaço de salame.



Décimo sexto dia.


Os pés da cama quebraram enquanto eu dormia... o frango disse que talvez eu possa estar um pouquinho acima do peso. Taquei os pés da cama nele e com isso, relembrei de uma velha caixa debaixo de mim...


Almoço: 15 pacotes de biscoitos em forma de pufosos. Sinto-me mais calma!



Décimo sétimo dia.


Não consegui assistir as aulas da manhã, na verdade, eu não conseguiria levantar da cama sem antes por um pouco de proteína pra dentro. Fiquei deitada refletindo sobre minha vida e olhando para o relógio até dar meio-dia. Tentei não pensar em comida e sim aproveitar o tempo ‘extra’ para criar uma nova música para a banda ou inventar algum outro evento do grêmio... Mas nada saiu... Nunca consegui pensar de barriga vazia.


Almoço: 1 bule de leite gelado, 3 broas, 1 pudim de amoras e para arrematar 2 costeletas de boi.



Décimo oitavo dia.


Acordei esbaforida. Tudo que via na minha frente tinha vontade de comer. Pobre Lou, estava usando uma colônia de morangos, se não explica a tempo, ia acabar levando uma mordida minha no antebraço.


Resolvi fazer um novo teste de medida de emagrecimento. Fora as balanças. O teste é vestir o jeans das férias. Foi meio difícil, tenho que assumir, mas no fim, coube!


Quando comecei a me trocar eram 5:50h e as calças estavam resistindo em subir nas coxas... Sai pulando pelo dormitório e acabei levando algumas travesseiradas na cabeça o que realmente não me ajudou, já que para não me desequilibrar tive que soltar o jeans e recomeçar o processo da vestimenta. Por fim, já eram 6:30h e Sam me ajudou a fechar as calças. Deitei na cama e ela por cima de mim puxava o zíper enquanto eu segurava forte o botão. Caber coube, mas... Algumas gordurinhas sobraram para fora da roupa. Sam acha mesmo que se eu voltar a minha vida normal, ou seja, estudando comedidamente, namorando, rindo, brincando... Que com isso tudo se ajeita.

Já eu acho o contrário. Dieta da Sopa verde ai vamos nós! Vai ser sopa verde no café da manhã, sopa verde na colação, sopa verde e banana no almoço. Sopa verde com torradas no lanche e pro jantar uma deliciosa e quentinha sopa verde! Quem não consegue emagrecer assim?



Décimo nono dia.


Acordei bem, encarei a sopa, que delícia... Mas o dia nunca foi tão longo. Já às 10h não conseguia mais sentir o cheiro daquela chepa em caldo, resolvi comer as bananas, comi tantas que já me sentia um macaco e a fome continuava. Scott veio me perguntar se eu estava bem... Cai no choro... Chorei todo o liquido que estava em meu corpo. Até que isso foi bom, acho que os quilinhos extras eram liquido retido.


Me tranquei no dormitório e chorei a tarde toda. Quando Sam apareceu com a maldita sopa me lembrando que era hora do almoço joguei a bandeja nela e ela saiu me xingando de ingrata. O frango disse que era assim mesmo, que depois de uns quilinhos a menos meu humor melhoraria e tudo voltaria ao normal.

Não sei se acredito no frango... Alias, ele anda mais douradinho... Pedi que ele fosse embora antes que eu ficasse louca!



Vigésimo dia.


Não estou mais de dieta. Aborrecida com o frango, comi ele junto com o pão. E arrematei com a torta. Ela realmente era um doce. Não me sinto mais tão mal, acho que posso conviver com uns quilinhos a mais por algum tempo...


Resolvi que seria melhor para mim mesma abandonar algumas das aulas extras.

Ter 12h/aula por dia realmente não estão me fazendo bem, e não estou nem conseguindo dar conta dos deveres. Talvez diminuindo a carga tudo volte ao normal!


...


*Baseado em texto de autora desconhecida ‘Diário de uma dieta’*


Eu e minha auto-imagem reproduzida em tamanho real. Um dia chego lá!