Friday, June 30, 2006

Amigos....

Diário de Alucard W. Chronos

Fim do acampamento, início das férias. Um longe tempo longe dessas pessoas tão divertidas e amigas. Desses amigos que estiveram comigo nos momentos engraçados, nos humilhantes, nos estudiosos e principalmente nos difíceis... Me deram forças para superar as dificuldades que sem o apoio deles eu não teria ultrapassado...Teria desistido no meio do caminho e teria feito muitas besteiras... A amizade dessas pessoas é atualmente o que me mantém vivo e lutando contra essa maldição, é o motivo para eu manter o monstro aprisionado, pois não quero machucá-los nunca...

Amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,


A festa de despedida do acampamento foi ótima. Graças a Alex, a Mirian e ao Kyle e o Sergei, eu me decidi em sair da cabana e me mostrar na festa. Essas quatro pessoas são alguns desses amigos, me empurraram para fora da cabana e eu vi que não adiantava eu ficar me prendendo, pois quanto mais me isolasse, mas o monstro cresceria... A Alex está levando o acontecimento da lua cheia como um impulso para eu me controlar, ainda bem, pois tive medo dela ter pavor de mim ou coisa pior...

Assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
com seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
com a lembrança que o outro cantou.


Eu e a Mirian aproveitamos a festa para descontrair um pouco as tensões da lua cheia e eu me divertir muito, coisa que eu não sentia sinceramente desde quando fora mordido. Às vezes ficávamos apenas sentados abraçados vendo os outros dançarem, rirem e conversarem alegremente. Eu parava e notava o quanto eu estava feliz, e via que por mais que eu agora fosse um vampiro, não havia perdido uma característica importantíssima dos seres humanos: a amizade...Via ali os meus amigos todos reunidos, felizes com aquilo tudo e não com medo de mim como eu primeiro tinha imaginado...Sam e Scott conversando felizes, Yulli e Mark abraçados ainda mais felizes, Lou e Remo que pareciam o casal mais feliz, Sergei jogando todo o charme pra cima de uma das monitoras, a Alex dançando com o Logan e o Kyle observando a festa em geral... Eram os meus amigos que eu via ali...

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância, digam não,
mesmo esquecendo a canção.
O que importa é ouvir a voz que vem do coração.


Perto do final da festa eu me levantei e a Mirian ia comigo, mas pedi que não, eu queria ficar um pouco sozinho e pensar. Ela concordou, pois via que eu parecia precisar ficar sozinho. Quando me dirigi para o lago, o Sergei me acompanhou prontamente, mas eu sorri de um modo calmo e lhe disse que hoje eu não perderia o controle... Só queria ficar um pouco a sós e pensar um pouco. Ele concordou e sem eu esperar me abraçou com força dizendo sorridente:
SM: É isso ai, Lu. Seja você mesmo
Essas palavras dele ecoavam pela minha cabeça e tudo que todas aquelas pessoas tão importantes para mim haviam dito também ecoava. Eles não sabem como apenas uma palavra deles me deixou feliz e me deu forças... Eu me lembrava das cartas de melhoras que me enviaram, me encorajando a lutar e continuar com a cabeça erguida. Lembrei do tapa que a Mirian me deu, a primeira coisa que me fez acordar. Lembrei da alegria de todos quando me viram de pé no St. Mungus, lembrei dos meus amigos quando souberam que eu havia chegado, lembrei de como a Alex mesmo depois de tudo que eu havia feito, estava me dando forças e apoiando, lembrei da felicidade que eu senti quando vi que eles não estavam com medo ou ódio de mim...

Pois, seja o que vier,
venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto a te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar.


Eu mudei drasticamente nesse ano letivo, muitas coisas aconteceram, algumas muito boas, outras muito ruins. Mas esse ano letivo ficou marcado em mim, pois apesar das coisas ruins terem sido muitas, as boas foram imensas! Conheci alguns dos meus maiores amigos, conhecia o meu amor, conheci a amizade e a felicidade... Não vou mentir, dentro de mim ainda existe raiva contra quem matou meu avô e principalmente contra o vampiro Hellion e sei que essa raiva nunca vai deixar de existir. Mas agora tenho algo que me impede de perder a cabeça, algo que me prende ao chão e me da forças e alegria: meus amigos... minha família...todos que eu amo tanto...Voltei para aqueles que eu tanto gostava e aproveitei o resto do tempo que ia ter com eles até a próxima vez que estaríamos todos juntos...


N.A.: Canção da América – Milton Nascimento
Alucard Wingates Chronos às 5:56 PM


Bem me quer, mal me quer...

Do diário de Yulli Hakuna

Juntei o último par de sapatos no canto do quarto e fechei a mala definitivamente. Era a nossa última noite no acampamento, e teríamos uma festa de despedida. Estava sozinha na cabana. Louise, Alex e Sam haviam acabado de sair com Matt. Alguém bateu duas vezes na porta, e fui ver quem era...

Assim que destranquei, a porta foi empurrada com violência e Tiago entrou. Trancou a porta, e me encarou sério.

TP: A gente precisa conversar!
YH: É? E o que você vai dizer dessa vez? Ela que te agarrou?
TP: Eu quero te pedir desculpas...
YH: Desculpado, agora se você me dá licença, eu tenho uma festa pra ir e o Mark deve estar aí fora me esperando.
TP: Você está com ele só pra me passar ciúme não é?

Toda essa curiosidade, que você tem pelo o que eu faço,
Eu não gosto de me explicar, eu não gosto de me explicar...
Toda essa intensidade, buscamos identidade,
Mas não sabemos explicar, mas não sabemos explicar...
Se paro e me pergunto: será que existe alguma razão
Pra viver assim se não estamos de verdade juntos?

YH: O que??? – Soltei uma gargalhada alta - Mas é muito audacioso mesmo né? Primeiro bate na porta, aliás, força a entrada, depois vem se desculpar com cara arrependida, como se pedisse pra eu apagar tudo que eu ouvi e vi e agora me solta que eu estou saindo com o Mark pra te passar ciúme??? Se enxerga!
TP: E não é? De um dia pro outro você e ele estão saindo, e o romance está no ar... Eu te vi sair chorando quando me viu com a Lílian, então não me venha dizer que esse sentimento todo já acabou, assim, de repente.
YH: Eu não te devo explicação de nada. Não chorei de tristeza, chorei de ódio, chorei de raiva de mim mesma de nunca ter ouvido o que meus amigos me diziam sobre você, chorei por ter acreditado que a gente poderia ter algo mais sério realmente... Olha, se você já disse tudo, boa noite e seja feliz com a “Lily”.

Essa meia verdade a qual temos nos conformado
Só conseguimos nos afastar, mais aprendemos a aceitar
Tantas coisas pela metade, como essa imensa vontade
Que não sabemos explicar, que não sabemos saciar...
Se paro e me pergunto: será que existe alguma razão
Pra viver assim se não estamos de verdade juntos?

Tentei passar por ele e sair pela porta, mas ele me segurou firme me forçando a encará-lo.

TP: Então é isso? Acabou? Olha pra mim e diz que não sente mais nada...
YH: Ah, mas eu sinto muitas coisas por você... Raiva, nojo, pena, desprezo! Quer mais ou só esses estão bons? A gente não acaba o que nunca começou...
TP: É, talvez você tenha razão... Quem sabe nós dois nascemos para sermos só amigos.
YH: Amigos? Não. A minha teoria é que nascemos para sermos rivais, e se depender de mim, seremos somente isso.

Ele me encarou sério e sem saber o que dizer quando Mark gritou meu nome do lado de fora.

YH: Pode me dar licença, por favor?
TP: Yulli...
YH: Passe bem Tiago. Nos vemos no Campo de Quadribol...

Saí decidida, abrindo a porta e esperando ele descer. Ele passou encarando Mark e foi em direção à cabana deles sem se importar com o som alto da festa.

Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós
Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós...

*****

LS: YULLI!!! O ônibus sai em 10 minutos! Levanta!

Abri os olhos pesarosamente, e o teto de madeira entrou em foco. Alex sorria pra mim, já pronta e terminando de arrumar a mala quando levantei. Senti a cabeça rodar um tempo...

YH: Ai... Não vai me dizer que bebi a garrafa inteira daquilo?
AM: Se tivesse bebido a garrafa inteira, estaria internada... Duas doses daquilo puro já te deixaram assim...
YH: Bom né? Será que se encontra isso na Travessa do Tranco? Carcaça não é?
LS: Cachaça... E você não vai conseguir encontrar isso em lojas bruxas, é uma bebida tipicamente trouxa. Não sei como os monitores não viram você e a Alex circulando com essa garrafa...
YH: De onde veio?
LS: Brendan confiscou isso de um menino do acampamento deles e me pediu pra guardar...
YH: Está bem guardado! – senti o estômago dando uma volta.
AM: É... Isso está me queimando.
LS: Vamos embora ou nos deixam aqui.

Nos despedimos do Scott, quando o ônibus começou a andar. Depois de tantas reviravoltas, nada melhor que o sossego de casa!

Música: Independência- Capital Inicial


Wednesday, June 28, 2006

Não sei dizer adeus! Até breve amigos....

Do diário de Alex McGregor


Era nossa última noite no acampamento e teríamos uma festa de despedida com direito a danças e muita comida. Precisávamos descontrair porque Tiago para não contrariar todas as predições de que ele não prestava, beijou a Lílian e a Yulli viu. Para a sorte dele, ela estava zen e não lançou nenhuma maldição do oriente em cima dele. Quer dizer ela não fez nada além chorar um pouco e ir curar as mágoas com o Mark; mas já avisamos a ela que a vingança contra a estrelinha Potter ficará a nosso cargo.
Ela acha que tem que deixar pra lá, dar uma de indiferente, mas sabe... Não conseguimos ver uma amiga chorar por causa da sacanagem de um garoto sem reagir. È uma coisa cármica. Nossa que profundo rsrsrss.
Eu queria algo diferente, para esquecer alguns pequenos incidentes. Na noite de lua cheia, o Alucard acabou perdendo o controle e fugiu da vigilância do Kyle e do Sergei. Eu voltava de um encontro com o Logan e acabei machucando meu pé num galho, e ele veio me socorrer.
Legal né? Não, não foi legal. O Alucard é um vampiro e o cheiro de sangue estava deixando ele doido, aí ele me hipnotizou e quase mordeu meu pescoço. Ele tinha os olhos injetados de sangue e os caninos afiados à mostra. Acho que se tivesse mordido e me amaldiçoado também eu nem ia me dar conta, pois a hipnose deixa a gente tão sem reação, eu queria lutar contra aquele topor, mas me sentia tão embriagada e ele estava sendo tão gentil... Kyle chegou e gritou com ele, acho que isto o fez voltar um pouco à razão. Sergei chegou a tempo e também falava com o Lu, mas dava para ver o dilema que eles enfrentavam: matá-lo ou não.
Por fim, Lu pediu que eles o prendessem, e o matassem depois. Claro que eles não iam conseguir matar o Lu, afinal ele era um jovem vampiro, em sua primeira “transformação”, não sei se posso falar assim e acima de tudo era nosso amigo. Só sei que o Alucard no dia seguinte estava tão constrangido em me ver, que queria ficar trancado na cabana. Fui até lá e disse a ele, que ele devia se lembrar sempre do que houve, e de agora em diante, isso vai evitar que ele perca o controle no futuro. Claro que Mirian e eu depois começamos a rir dele, deixando-o vermelho, pois ela dizia que iria comprar uma atiradeira para acertar o morcego infiel.
Após me aprontar para a festa, separei-me das meninas e encontrei Logan me esperando num ponto combinado, e fomos namorar, próximo ao lago e longe das cabanas:
LW - Alex eu queria saber uma coisa.
AM – mmmm....Fala....
LW - Você gosta de mim?
AM - Ah não sei... Deixa experimentar... - e beijei-o novamente. Quando terminei, ele tinha os olhos presos em mim em expectativa.
AM - Gosto bastante. - ele sorriu e disse.
LW - Eu gosto muito de você também, acho que... Te amo.
AM - Hum... Noite de revelações é? Só porque vamos entrar de férias? - tentei brincar.
LW - É sobre isso que quero falar. Gostaria de tivéssemos um compromisso.
Soltei-me de seus braços e fiquei olhando para a superfície lisa do lago, iluminada pela Lua Nova.
AM - É muito cedo para falarmos sobre isso.
LW - Não é não. A gente se gosta e...
AM - Eu não quero me prender a ninguém... Ainda sou muito jovem e você também é.
LW - Mas eu já sei o que eu quero pro meu futuro Alex. Quero dividi-lo com você.
AM - Mas eu ainda não decidi o que quero para o meu. A única coisa que sei agora é que quero estudar muito para ser Auror. Quero ter uma carreira. E você vai estar longe do meu cotidiano por pelo menos quatro anos Logan. Vai estar muito ocupado tentando conseguir alcançar as notas exigidas em Princeton, e isto sem poder usar magia.
LW - Você cansou de mim? Foi uma coisa passageira? Ou quem sabe alguma outra pessoa?
AM-Não cansei de você, muito longe disso. Gosto demais de você e sou egoísta quando gosto de alguém, quero-o só pra mim.
LW - O que foi que eu fiz? Eu só quero entender...
AM - Vou ser sincera: você é homem. Vai estar cercado de garotas bonitas na faculdade. Garotas que já são independentes, donas de sua vida e de seu corpo. Afinal as mulheres lutaram muito para ter este direito. E você deve ser livre para conhecer alguém que o atraia.
LW - Mas eu não quero ninguém a não ser você.
AM - Shiii (pus um dedo sobre seus lábios) Eu quero que você conheça o mundo e outras pessoas, antes de dizer que quer estar comigo.
LW - Você está falando bonito. Acho que nunca levei um fora assim.
AM - Não é um fora... Estou deixando-o livre para viver tudo de bom que surgir em seu caminho, numa boa.
LW - É uma vingança por eu ter demorado a te assumir como namorada? ¨¬¬
AM - Se eu fosse me vingar de você por esta coisa pequena, não estaríamos tendo esta conversa, como pessoas que se gostam. Pára e pensa friamente, ou melhor: se fosse algum amigo seu nesta situação, você diria que eu tenho razão.
LW - Isso não tem nada a ver com ele não é?
AM - Não. O Kyle e eu estamos tentando nos dar bem como irmãos, pois temos um dom em comum. E embora você não acredite, ele não costuma se meter onde não é chamado, ele é um cara legal.
LW - Sei... Ele só se mete quando o assunto é você Alex. Daí ele vira um bicho.
AM – Não liga para isso. E ele só falou comigo quando chegou e depois na noite em que o Lu quase me atacou. E foi apenas para saber se eu não havia sido mordida. Até então ele se limitou a ficar longe.
Ele ficou um tempo apenas me olhando, devia estar absorvendo tudo o que eu havia dito. Podia ver que embora magoado, ele tentava ser racional.
LW - Porque não consigo dizer que você está errada?
AM - Porque eu não estou e você sabe disso.
LW - Podemos manter contato pelo menos? - nesta hora sua voz falhou um pouco e a minha não estava tão firme ao responder:
AM - Sim, vou esperar ansiosa pelas suas cartas.
LW - Vamos voltar para a festa?
AM - Pode ir na frente, preciso ficar aqui alguns minutos sozinha. Mas logo vou lá para dançar com você... Quer dizer, isso se você quiser ficar comigo até o final do acampamento...
LW - Esperarei por você. Sempre. – deu-me um beijo e foi caminhando de volta ao grupo animado que dançava ao redor da enorme fogueira.
Quando ele estava um pouco longe e virei-me para uma grande árvore do meu lado esquerdo e disse:
AM - Kyle, pode se mostrar agora, sei que você está ai. - sorri quando ouvi uma praga sendo reprimida.
KM - Desculpe, não tinha a intenção de ouvir, estava aqui perto, quando vocês chegaram e achei melhor não fazer barulho.
AM - Como vai o Alucard?
KM – Sergei está com ele, e ele está bem. Acho que não vai precisar de uma vigilância muito severa na escola. Ele tem muita força de vontade, apesar da noite de lua cheia.
Ficamos nos olhando quietos por um tempo e ele disse:
KM - Você gosta bastante dele não é? – apontou com a cabeça para o local que Logan havia ido.
AM - Sim, gosto muito. Quero que ele seja feliz.
KM - Eu sei. E aposto que ele sabe disso.
AM – Espero que sim. - comecei a me virar para ir embora quando ele me perguntou:
KM - O que me denunciou? Tenho certeza que estava “invisível”.
AM – Este dom que compartilhamos, às vezes faz com que eu sinta quando você está perto, e também eu conheço o seu cheiro. Quer dizer... Da loção que eu te dei no Natal.
KM – É minha favorita. (ele respirou fundo e disse) - Alex, eu decidi ficar fora por uns tempos. Nada sério, só alguns cursos que gostaria de fazer. Prometa que vai se cuidar.
AM - Sim, vou me cuidar. Você também. – nos olhamos por um tempo, acho que para memorizar os traços um do outro; virei-me e fui para o acampamento. Sabia que ele faria outro caminho para voltar à cabana dele. Logan veio ao meu encontro e começamos a dançar, vi que Louise e Remo dançavam juntinhos e felizes; Yulli dançava com Mark mais à frente. Scott ria de algum comentário de Sam. Sergei embora estivesse conversando com uma monitora, não perdia Lu e Mirian de vista.
Apesar de ser uma noite de despedidas eu me diverti muito. Espero que os próximos meses de férias sejam assim também.

Tuesday, June 27, 2006

Amor à segunda vista

Do diário de Louise Storm

Era nossa última noite no acampamento e os monitores, como uma forma de retribuir a compreensão da galera em não se meter em confusão e consequentemente, não encrencarem eles, resolveram dar uma festa de despedida. Estava com as meninas terminando de arrumar minha mala quando a monitora da nossa cabana, Joanne, bateu na porta e entrou com o monitor da cabana de Scott, Matthew. Ele era o galã do acampamento, todas as meninas deixavam escapar aquele suspiro discreto quando ele passava...

I never thought my life would end up quite this way
Sometimes it's hard to figure out what I should say


- Monitor homem na cabana feminina! – anunciou como sempre fazia, tampando os olhos ao entrar.
YH: Ah Matt, pode tirar a mão do rosto, ta todo mundo vestido...
- Ah que pena... – falou maroto e a mulherada prendeu o suspiro – Mas então? Estão todas prontas?
- Sim meninas, terminem logo de empacotar as coisas, já esta tudo pronto no lago. – Joanne falou, nos apressando.
LS: O que exatamente está pronto? Vocês ainda não disseram como vai ser a festa...
- Ah Lou, Lou... Sempre curiosa! Tenham um pouco mais de paciência, verão em alguns minutos. Vou sentir saudades de todas vocês, essa cabana foi a mais animada de todo o acampamento! – Matt falou sorrindo.
AM: Se quiser, ficamos por aqui com você...

Todas riram percebendo que Matthew corou ao ouvir a brincadeira de Alex e aproveitamos a deixa para deixá-lo-lo um pouco mais embaraçado. Depois de um tempo, saímos arrumadas da cabana rumo ao lago. Yulli ficou para trás, terminando de juntar suas coisas que estavam espalhadas por todo canto dizendo que nos encontrava depois. Antes mesmo de chegar lá, já dava pra ter uma idéia do que eles aprontaram. Lampiões podiam ser vistos pendurados por toda a extensão do gramado, mas notava-se que não tinham velas neles, mas lâmpadas. Afinal, isso ainda é um acampamento trouxa... Varias mesas com comidas estavam espalhadas pelo gramado, o lago foi equipado com bóias, que continham alguns dos lampiões para iluminar o meio dele e canoas estavam paradas na beira do lago prontas para um passeio. E tinha também uma enorme fogueira que queimava bem no centro de tudo, onde alguns campistas já se amontoavam a volta dela assando seus marshmallows.

I tried alone to mend this broken heart
I need you that thing you do


Vendo que nos aproximávamos, Logan veio logo puxando Alex para dançar. Se aproveitando da deixa, Matthew estendeu a mão e me levou pro meio do gramado para dançar também. Ele era lindo, mas não queria nada com ele. E pra ser sincera, nem ele comigo. Matt era amigo de infância de Brendan e o conhecia desde que me entendo por gente. Meu primo era monitor do acampamento do outro lado do lago e ele calhou de ser do nosso. É sempre bom ter um aliado para ajudar nas fugas, principalmente um que fuja também!

Passei boa parte da festa conversando com ele e meus primos, que escaparam pelas canoas e vieram aproveitar nossa festa. Estávamos caminhando perto do lago quando vimos que um vulto saiu do meio do mato, nos assustando. Brendan apontou a lanterna na cara do estranho e me senti aliviada de ver que era Remo. Aliviada e irritada ao mesmo tempo, afinal, o que ele estava fazendo ali? Me seguindo?

When we're apart I find it very hard to smile
You know that other girls have never been my style
Well there's a feeling that I get when I'm with you
I need you that thing you do


RL: Vão sair do acampamento outra vez?
LS: Por que pergunta? Vai nos dedurar?
RL: Sabe que não!
- Lou, nós vamos indo... Não quero estar aqui quando o resto do acampamento chegar, atraídos pelos gritos de vocês dois... – Matt falou e foi apoiado pelos outros dois.
LS: Ninguém vai gritar com ninguém, porque também estou indo.
RL: Você não vai a lugar algum, quero falar com você.
LS: Acredito que não tenhamos mais nada a dizer um pro outro. Boa noite.

Recomecei a andar atrás deles três, mas Remo me reteve, segurando meu braço. Dessa vez ninguém parou e continuaram em direção à festa. Soltei meu braço das mãos dele irritada, me afastando, mas a cada passo pra trás que eu dava, ele dava um na minha direção. Vi que não adiantaria sair correndo, porque além dele correr atrás de mim, seria completamente ridículo. Em vez disse o encarei.

I could search around the world only to find
The only thing I need is you right by my side


RL: Será que dá pra ficar parada?
LS: Olha, eu acho que a gente não tem mais nada o que conversar.
RL: Muito pelo contrário, temos muita coisa a resolver.
LS: Nós não conseguimos conversar sem discutir e eu não agüento mais brigar com você.
RL: Eu também não gosto de brigar com você Lou... Por isso que...
LS: Para, por favor. Será que você não percebe que ta me machucando fazendo isso? Pra onde eu olho você está. Vim pra cá na esperança de me afastar de você e tentar esquecer tudo, mas você ta aqui de novo. Por favor, me deixa em paz...
RL: Não tem sido fácil pra mim também, por isso que eu já desisti de tentar te esquecer.

There's a feeling that I get when I'm with you
Oh oh oh that thing you do


Por que ele estava me torturando desse jeito?? Tenho certeza que ele não faz por maldade, mas isso está acabando comigo. Tudo que eu queria era sumir dali. Não que já tivesse esquecido tudo, muito pelo contrario. Mas tinha medo de me envolver outra vez e acabar me magoando ainda mais. Ele me olhava daquele jeito meigo e ia, sem perceber, me desmontando cada vez mais.

LS: Eu não posso... Não quero me magoar outra vez...
RL: Se você disser que não sente mais nada por mim eu paro, vou embora e não me aproximo mais de você. Mas você tem que pedir isso.

I could search around the world only to find
The only thing I need is you right by my side


Fiquei muda diante do que ele disse. Ao mesmo tempo em que queria esquecê-lo, queria jogar tudo pro alto e começar de novo. Ele percebeu que eu estava relutando em responder e se aproximou de mim.

RL: Eu ainda te amo Lou, só depende de você. Você ainda gosta de mim?
LS: Eu não sei... Acho que não...
RL: Olha nos meus olhos e diz que você não gosta mais de mim, que você não sente mais nada.
LS: Eu não sei mais o que eu sinto por você.
RL: Eu te amo Lou... Agora olha nos meus olhos e me diz o que você sente... Por favor...
LS: Eu... eu... ah, eu também te amo, seu bobo!

I never thought my life would end up quite this way
Sometimes it's hard to figure out what I should say
I tried alone to mend this broken heart
I need you that thing you do


Ele me puxou pra junto dele, me envolvendo em seus braços e me beijando. Podia sentir meu rosto molhado de lágrimas que caiam enquanto conversávamos. Abracei-o forte, com medo de deixá-lo ir embora outra vez se o soltasse, e ele parecia sentir a mesma coisa, pois me segurava firme em seus braços.

RL: Vamos começar do zero, ok?
LS: Ahan... - era a única coisa que conseguia dizer
RL: Dessa vez nada nem ninguém vai atrapalhar, eu prometo.
LS: Chega de burrada pra gente...
RL: Sim, sem burradas dessa vez...

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N.A.: ‘I Need You’, The Wonders

Monday, June 26, 2006

Lua Vermelha

Das lembranças confusas de Alucard W. Chronos

Não sei como tudo aconteceu. Até agora estou confuso. Minha cabeça arde e ainda estou tonto. Sinto uma sede terrível, mas não quero extinguí-la. É uma sede maldita, sede de sangue...Meus instintos vampíricos estão mais aguçados e mesmo acorrentado ao chão da barraca (um pedido meu), ainda sinto o cheiro do sangue, as vozes de medo e algum sentimento de ódio, mesmo que agora um pouco menor. Essa noite quase perdi o controle completamente, pois fazem exatos um mês que fui mordido. Na lua cheia, na lua vermelha começou a minha maldição...
O dia começou normalmente. Acordei até mesmo feliz, já que estava conseguindo me controlar bem. Durante a manhã o Sergei que iria me seguir, e o turno da noite ficaria com o Kyle. Saímos nós três, eu, Sergei e Mirian, e fomos para o refeitório do acampamento enquanto ríamos dos casais que geralmente se odiavam tentando conversar para satisfazer o desejo das monitoras malucas do acampamento, ou então víamos um grupo tentando fazer yoga, mesmo sabendo que depois seria a nossa vez. Encontramos a Alex e o Logan no refeitório e tomamos café juntos. Eles aproveitaram para saber como eu estava, pois eu passara o dia anterior desacordado e fraco devido às poções.
AM: Então Lu, sentimos sua falta ontem! Está se sentindo melhor?
AC: Estou sim Alex, por Merlim! Tem vezes que essas poções me deixam desanimado e fraco e tenho que ficar descansando se não posso desmaiar e tudo mais.
LW: Mas estão fazendo efeito não? Você está conseguindo se controlar perfeitamente!
SM: Essas poções são fortes assim mesmo, mas estão melhorando o estado de saúde dele.
MC: É verdade, mesmo que ele fique um pouco mais tonto que o normal, essas poções ajudam ele a poder ficar mais tempo com a gente e eu posso ficar mais com meu namorado! – Ela me beijou e depois saímos para mais algumas atividades, muitas vezes chatas (que as monitoras chamavam de “zen”).
Eu e a Mi tivemos sorte, pois como chegamos atrasado ao acampamento, a maioria dos casais já estava montado então nós dois ficamos juntos, e como o Sergei e o Kyle não eram alunos, não precisavam ficar em par com alguém. Então foi fácil fazer o tal relatório. Passamos o dia conversando, namorando em baixo de alguma árvore (nessas horas o Sergei virava os olhos para não ficar de vela sorrindo) e escrevendo os relatórios que tiverem duas páginas cada um. Ao final da tarde a Mirian já estava meio sonolenta e acabou cochilando deitada com a cabeça no meu colo. Eu fiquei acariciando os cabelos dela com calma e felicidade enquanto apertava sua mão e mesmo dormindo ela retribuía o aperto. Foi a primeira vez no dia que eu quase perdi o controle...O perfume dela acordou meus sentidos vampíricos, e a visão do arfar do peito dela e do pescoço branco e belo pareciam me chamar para mais perto dela. Meus olhos ficaram vermelhos e me aproximei devagar. Mas eu não poderia fazer algo a ela...Consegui me controlar e apenas beijei seu pescoço com ternura. A peguei nos braços e me levantei. Sergei apareceu na mesma hora perguntando se precisava de ajuda. Eu falei que não, ela parecia leve como uma pluma para minha nova força e até brinquei que poderia carregá-lo no colo também, mas ambos preferimos que não. Deixei a Mirian na cabana dela e a cobri com o lençol dando um beijo de leve em seus lábios para não acordá-la. Depois fui para minha cabana e o Kyle já mês esperava com um sorriso de boas vindas.
KM: Oi Lu. O Sergei já foi descansar, minha vez de te vigiar! Ele já me falou que você teve um ótimo dia com a Mirian
AC: Foi sim um ótimo dia, estou feliz hoje! Ela já está dormindo e acho que vou fazer o mesmo.
KM: Sim, qualquer coisa é só me chamar que eu vou está aqui fora para qualquer coisa. Ah! Sua irmã mandou as novas poções e pelo que ela falou na carta, você vai diminuir a quantidade de poções. Seu sangue já consegue manter a maldição sob controle sozinho
AC: Sério?! Ótima notícia! Odeio aquelas poções. Boa noite Kyle.
KM: Boa noite Lu.
Tomei as poções com mais felicidade que antes, pois pelo visto eu não as tomaria tão cedo, depois fui me deitar. Peguei no sono rapidamente devido as poções...Mas um pouco mais tarde, a lua cheia apareceu e seu luar banhou meu rosto...Eu acordei na mesma hora...Enxergava perfeitamente, melhor até do que se houvesse alguma luz, e meus olhos estavam vermelhos como fogo. Meus músculos estavam rígidos como se eu estivesse pronto para uma luta. E a sede começava a se intensificar. Antes eu já sentira essa sede, mas estava conseguindo controlá-la. Mas hoje estava diferente...A sede estava gigantesca mas consegui impelir o impulso de atacar o primeiro que eu visse. Mas saí da barraca com agilidade imensa que nem mesmo o Kyle que não tirava os olhos da barraca me viu saltando por cima dele. A lua para mim estava vermelha como sangue...
Andei pela floresta do acampamento meio sem rumo, seguindo apenas o cheiro da noite...Eu ouvia risos e conversas perfeitamente, como se eu estivesse em volta da fogueira ao lado dos outros. Contavam histórias de terror rindo como se fossem apenas pura mentira, mas um monstro estava à solta ao redor deles. Eu estava perdendo o controle. A besta sanguinária dentro de mim estava acordando, mas eu tentava impedi-la com todas as forças. Com dificuldade me afastei das risadas e das fogueiras um pouco e me sentei recostado numa árvore no meio da floresta. Fechei os olhos e apenas fiquei atento para o meu redor. “O que está acontecendo? Por que hoje eu não consigo me controlar? Preciso voltar para o Kyle e pedir que me estupore imediatamente!”. Me levantei e nesse momento ouvi passos entre as árvores, ainda estavam um pouco distantes, mas me levantei de um salto quase mágico e fiquei de pé aguardando meio escondido. Alex surgiu então entre as árvores e seguia na direção do acampamento. Ela vinha meio sorridente e acabou se machucando e caindo no chão. Eu sai das sombras para ajudá-la e vi que ela se assustou de início mas quando viu que era eu se tranqüilizou.
AM: Oi Lu. Droga! Me machuquei feio.
AC: Vamos eu vou ajudá-la.
Me aproximei e com facilidade a levantei. Nesse momento minhas narinas se dilataram e minhas pupilas se contraíram. Senti uma misturas de cheiros...O cheiro do cabelo dela e dela em si, mas um cheiro que para mim era mais delicioso. Ela havia se machucado no pé e estava sangrando. O cheiro do sangue acordou o vampiro dentro de mim e meus olhos ficaram vermelhos ainda mais e perdi completamente o controle sobre minhas ações. A levantei com gentileza e carinho, passando um braço ao redor dos ombros dela para ajudá-la a se levantar. Senti que algo em mim estava mudando. Senti que meus olhos estavam ficando mais serenos e meu corpo inteiro parecia se modificar e ficar mais belo e sedutor. Ela me olhou rapidamente e nós dois sentimos que eu iria hipnotizá-la. Ela balbuciou um “me perdoe” e pegou a varinha, mas no meio do caminho eu segurei a mão dela e a impedi de alcançar a varinha. A olhei ternamente por um tempo e as poucos vi que a estava hipnotizando. Aproximei-a mais de mim e a abracei com força, repousando a cabeça dela em meu peito. A beijei de leve na testa e ela com os olhos meio vidrados inclinou o pescoço para o lado. Eu tentei parar, mas não conseguia, o cheiro do sangue me instigava e o pescoço dela emitia um cheiro que me atraia. Aproximei meus lábios do pescoço dela e o beijei de leve. Nesse momento tentei retomar o controle e levantei a cabeça bruscamente. Eu não podia fazer isto! Ela era uma das minhas melhores amigas, tinha namorado e eu tinha minha namorada, além do mais ela era irmã e o amor de um dos meus grandes amigos! Mas não consegui me controlar e aproximei os lábios novamente, dessa vez com os dentes a mostra. Nesse momento Kyle chegou gritando e apontando a varinha para mim. Eu soltei um silvo de ameaça e mostrei meus olhos vermelhos e meus dentes pontiagudos para ele enquanto ainda segurava Alex contra mim. Ele sacou a varinha e apontou para mim meio tremendo de raiva e também de medo de matar a mim e Alex. Sergei chegou na hora pois ouvira os gritos de Kyle e chegou a tempo de desviar o braço dele na hora que ele lançou um jato vermelho contra mim. Eu deitei Alex com calma no chão e com um salto, subi para o topo das árvores. Eles me perderam de vista, mas eu ainda os tinha em minha mira: agora eram três vítimas...
KM: Ele perdeu o controle! Tentou atacar a Alex! Parecia que queria algo mais também!
SM: Acalme-se Kyle, devemos estuporá-lo não matá-lo! Ele conseguiu se controlar não viu? Se não em um piscar de olhos ele teria nos matado!
KM: E o que importa?! Ele tentou atacar a Alex! Esse monstro que está aqui não é o meu amigo! Vou fazer o que meu amigo me pediu!
SM: Vamos capturá-lo primeiro, depois veremos o que vamos fazer!
Kyle estava ajoelhado ao lado de Alex e a segurava contra seu corpo como se querendo ver se o líquido precioso ainda fluía pelas veias dela. Sergei estava de pé olhando ao redor e eu saltei das sombras com velocidade incrível e derrubei ele e depois o Kyle quando tentou se levantar. Sergei conseguiu lançar um feitiço, mas errou e eu me escondi de novo. Não sei bem como, mas eu pensei em chamar reforços e no mesmo instante ouvimos os uivos de uma matilha de lobos.
SM: Droga, ele aprendeu a controlar os lobos! Temos que capturá-lo antes que essa floresta esteja cheia deles!
Foi aí que eu retomei o controle. Não iria machucar nem o Sergei nem o Kyle, muito menos a Alex. Mas o monstro não queria ser derrotado e eu lutei comigo mesmo. Ao fim consegui me controlar novamente e cai das árvores perto deles. Eles correram com a varinhas apontada para mim, mas notaram que eu estava calmo.
AC: Arrggg....Me estuporem! Me matem de uma vez! AGORA!
SM: Não Lu, você está se controlando!
KM: Não vamos fazer isso. Vamos te levar para a barraca e lá decidimos o que fazer!
AC: Então me acorrentem logo! Não consigo manter o controle por muito tempo! – Eles fizeram que sim e conjuraram correntes que me acorrentaram e me levaram para a cabana enquanto Kyle carregava a Alex no colo. No meio do caminho eu me virei para Kyle e falei chorando:AC: Me perdoe Kyle...Pode me matar...
Ele não respondeu, mas não sabia o que estava pensando. Eu ainda sentia a raiva dele, mas estava se abrandando. Perco da barraca a Alex acordou meio desnorteada e eu segurei a mão dele mesmo acorrentado enquanto falava:AC: Alex, me perdoe...Não tenho mais o direito de ficar perto de vocês todos... Pedi que me acorrentassem na barraca e se eu perdesse o controle novamente, queria que me matassem na mesma hora. Kyle saiu da cabana levando Alex que ainda estava meio tonta com ele e Sergei o seguiu depois de verificar que as correntes estavam bem fixas. Iriam decidir o que fazer agora. Enquanto isso eu ainda sentia a influência daquela lua maldita para mim. E entendi que se eu não aprendesse a me controlar completamente, toda lua cheia seria do mesmo jeito...Não sei se vou voltar à escola depois disso tudo...Não consigo nem mais olhar nos olhos do Kyle, do Sergei, da Alex e da Mirian...
Alucard Wingates Chronos às 10:34 PM

Sunday, June 25, 2006

Invertendo sentimentos...

Do diário de Yulli Hakuna

Finalmente, depois de falar a tarde toda no ouvido do sonserino recalcado e conseguir informações suficientes para concluir meu relatório, fui até a terapeuta maluca entregar. Mark também estava lá com cara satisfeitíssima de dever cumprido, e saímos juntos comentando da tarefa.

Já estava no fim da tarde, e muitos alunos se encontravam sentados em volta de uma grande fogueira conversando...

MF: Vai ficar aqui Yull? Vou direto para a barraca. Esse negócio de aturar sonserinos um dia inteiro é canseira...
YH: Sabe que eu até estou relaxada? Aquele clima zen, aquele cheiro artificial de maçã verde, a lavagem cerebral que aquela música causou, o Gregory que não é lá um sonserino muito falante... Estou me sentindo tão pacífica hoje, acho que nada pode me deixar tensa por uns dias... Vou te acompanhar até a barraca, Tiago deve estar lá.

Nos afastamos do barulho, em direção à barraca dos meninos. Estávamos calados, quando ouvimos uma conversa se aproximando...

- Se você não se afastar, juro que vai se arrepender de ter nascido!
- Nós estamos sozinhos aqui Lily, porque está fazendo esse charme todo?
- Nem mais um passo e eu...
- O que? Pra cima de mim é? Eu vejo que você está a fim de mim, então deixa esse orgulho de lado e aproveita o momento...
- Quê??? Ah, mas é muito pretensioso mesmo né? Você não é o último suco de abóbora do deserto não sabia? Se afasta, eu estou avisando pro seu bem...
- Só me afasto se você olhar nos meus olhos e disser que não quer nada comigo...
- Vai procurar sua namorada! Sai, me solta!
- Primeiro: eu não tenho namorada, segundo: você não faz questão que eu te solte...

A conversa parou. As vozes vinham dos fundos da cabana. É claro que eu já tinha reconhecido as duas pessoas que falavam, mas não queria acreditar... Andei mais rápido, e Mark segurou meu braço com força, o rosto contraído em expressão de alarme.

MF: Calma Yull, por favor...
YH: Eu estou calma! – dei um sorriso nervoso e trêmulo.

Andei rápido a tempo de ver dois corpos grudados. O que senti depois, nem eu sabia explicar. Uma onda escaldante percorreu meu corpo, e senti a cabeça pesando. Queria gritar, chorar, aplaudir, quebrar tudo ao meu redor, mas estava estática. Tiago e Lílian Evans estavam se beijando tão intensamente, que foi realmente difícil acreditar que ela não pedia aquilo há tanto tempo. Ele a segurava com força, e nem se quer me viram, plantada ali, as lágrimas molhando toda a superfície do rosto.

Não consegui falar nada, sai correndo. Eles só se soltaram quando ouviram Mark gritar meu nome e correr atrás de mim. Perdi o rumo, sai contornando as cabanas e empurrando as pessoas que estavam no meu caminho, limpando as lágrimas do rosto. Entrei em uma plantação muito além de onde os estudantes estavam, e me joguei em cima de um tronco. Estava um silêncio absoluto, só ouvia as batidas descompassadas do meu coração, enquanto recuperava o fôlego.

Peguei uma pedra no chão, e arremessei-a bem longe soltando um grito. Ouvi passos vindo na minha direção, e tentei controlar as lágrimas, que agora já caíam involuntariamente.

Alguém se aproximou de mim, e se ajoelhou ao meu lado, me puxando com força e me abraçando.

MF: Calma, calma...

Mark me abraçava com mais força, enquanto eu apenas chorava sem falar nada. Não era bem tristeza, era raiva, era ódio, era a humilhação... Ta, um pouco de tristeza também. Fiquei um bom tempo apenas chorando, até que uma hora as lágrimas acabaram, e eu me afastei vagarosamente de Mark, enxugando o rosto inchado.

Ele me encarava preocupado, e não disse nada.

YH: Eu não sei o que dizer... Queria sumir, preferia ter passado o resto do meus dias acorrentada com o Snape a ver aquela cena.
MF: Ele não merece as suas lágrimas Yull... E nem ela...
YH: É, na verdade, eles se merecem. Eu nunca pensei que ele seria capaz de fazer isso. Tão perto de todos, de mim... E ainda me negar... Estava indo tudo tão bem, e de repente tudo desabou.
MF: Vocês vão ter que conversar, você sabe disso não é? Tive que pedir pra ele ficar na dele e não vir atrás de mim, mas é inevitável que vocês vão ter que se ver ainda...

Fiquei calada. A idéia de ter que olhar na cara do Tiago mais uma vez era insuportável. Mark sentou ao meu lado e segurou minha mão.

MF: Pare de pensar nisso agora. Ele realmente não te merece... Você é linda Yull, muitos caem aos seus pés. É inteligente, animada, divertida. Logo você vai encontrar alguém que te dê o merecido valor...
YH: Porque não encontro rápido então? Quando penso em ter algo sério, escolho totalmente errado. Eu estou perdida...
MF: Quem sabe já não encontrou, mas ainda não reconheceu?

Ele me olhou sério, e me senti totalmente fragilizada. Colocou seu outro braço em volta da minha cintura, e se aproximou de mim, até o ponto de nossos lábios se tocarem. Pensei em me afastar, mas não queria, então o segurei com mais força para perto e deixei o beijo acontecer.

Foi como se parcela dos meus problemas tivessem de repente saindo entregues para o vento. Mark se afastou de mim, e sorriu.

MF: Eu tinha que fazer isso. Sabe, meu vô um dia me disse: Pague na mesma moeda os seus inimigos. Acho que com isso, não tenho mais dívidas com a Lílian, e espero que você se sinta acertada com o Tiago.

Sorri descontraída, afirmando com a cabeça. Na verdade, me sentia muito diferente. A raiva ainda latejava na mente, mas por dentro, me sentia feliz, e não só por ter “me vingado” do Tiago, mas porque não me arrependia de nada do que havia feito.

Me levantei renovada, e decidi voltar. Mark ainda segurava firme a minha mão, os dedos entrelaçados.

Por sorte, não vi nem sinal de Tiago ou Lílian pelo caminho. Paramos na porta da minha cabana, e o beijei agradecendo por tudo. Louise, Alex e Sam chegaram exatamente naquele momento, e apenas entraram sem dizer nada.

Mark virou as costas, e eu entrei. A noite ainda seria longa. As meninas me esperavam sentadas, com interrogações nas testas.


Friday, June 23, 2006

Resistindo às tentações...

Desabafo de Kyle McGregor

-Você está brincando... Um acampamento? E trouxa?
-Não estou. Preciso saber que não sou um perigo para eles...
-Mas você não é...
-Preciso ter certeza disso, senão não volto para a escola.
-Por que o acampamento?
-Porque meus amigos estão lá. Quero saber se eles vão me aceitar como estou agora. E se alguma coisa ruim acontecer, vocês cortarão o mal pela raiz...


Lembrava do diálogo que tive com Alucard, na casa dele em Londres. O senhor Chronos ao saber da decisão do filho, solicitou pessoalmente ao meu chefe no Depto. de Aurores, que eu e Sergei fossemos com o filho dele para o tal lugar.
Conversamos com o dono do acampamento, de que Alucard estava com problemas de saúde, nada contagioso, mas que se recuperaria melhor aproveitando o ar do campo e a companhia dos amigos. Claro que uma boa soma em dinheiro o convenceu rapidamente a esquecer o inconveniente de se ter uma cabana reservada para nós.
Era começo de noite quando saí da cabana e Alucard já estava adormecido, por causa do efeito das poções. Não havíamos visto seus amigos ainda, mas precisava tomar algumas precauções antes. Queria verificar a topografia daquele lugar, para o caso de algo acontecer. Era minha obrigação mantê-los a salvo e para isso precisaria de ajuda.
Lisa a monitora, me informou em qual cabana Alex estava e me dirigi até lá. Cheguei e bati na porta.
Não demorou muito, e Yulli apareceu:
YH - Oi, Kyle tudo bem?- e ela me olhou um pouco decepcionada. Talvez esperasse outra pessoa.
KM - Tudo bem Yulli e você? Eu preciso falar com a Alex, será que você poderia chamá-la para mim?
YH - O que você quer com ela? Desculpe ser intrometida, mas ela não ficou feliz após suas últimas visitas. - disse na defensiva.
KM - Não vou brigar, não vou ofender e nem magoá-la. É sobre a projeção que ela fez quando o amigo de vocês foi atacado. Quero passar algumas orientações a ela; e depois ela vai poder contar a vocês. Tudo bem?
Depois de um exame minucioso, a convenci, porque ela respondeu:
YH - Ela saiu com o Logan. Foram... Ahnn... Passear na floresta.
Agradeci e me encaminhei para lá. Resolvi usar a projeção para localizá-la e logo descobri que direção devia seguir. Bastou rodear um enorme carvalho e os encontrei encostados na árvore se beijando.
Fiquei alguns segundos observando como ela colava o corpo no dele, e parecia feliz com o jeito com que ele a abraçava.
Comecei a me sentir incomodado com a cena e falei:
KM - Alexandra! Quero falar com você. - e eles se soltaram assustados. Como ela ainda me olhasse sem entender o que eu fazia ali, eu repeti:
KM - Quero falar com você agora, Alex. Em particular. - ela olhou para o garoto como se estivesse em dúvida sobre deixá-lo lá ou não.
- Ele vai sobreviver se tirar às mãos de cima de você por alguns minutos. Não tenho todo o tempo do mundo. Venha. - disse autoritário, e comecei a me virar para sair dali.
LW - Quem você pensa que é para falar com ela assim? Merlim?- o garoto resolveu me enfrentar.
AM - Calma Logan...
Virei-me e disse sarcástico:
KM - Sou alguém que está vendo a irmã aos amassos com um garoto no meio do mato. Alguém que não tem muita paciência, e que se for seguir o manual do irmão mais velho, vai te bater e muito.
Ele ainda tentou vir para cima de mim e intimamente eu torcia por isso, mas ela o segurou pelo braço e falou algo para acalmá-lo.
Dei-lhes as costas e comecei a andar, logo os passos dela estavam atrás de mim. Afastamos-nos um pouco e assim que me virei para encara-la ela disse ríspida:
AM - O que quer?
KM - Como o que quer? Não vai dar as boas vindas ao seu irmãozinho? Ou quem sabe me explicar porque estava daquele jeito com aquele idiota...
AM - Acho que não foi pra isso que você veio aqui, não é? Você veio aqui para falar do Lu. E para sua informação: eu não fazia nada de mais. Estava com o meu namorado.
KM - Precisava ficar daquele jeito? Quase no colo dele? - disse irritado e a segurei pelos braços, ficando bem próximo dela.
AM - Não fazia nada errado. Várias vezes, você e eu, namoramos entre as árvores de Kinloch e você nunca reclamou.
KM - Não me desafie me comparando com ele...
AM - Por quê? Agora que descobriu que é meu irmão, vai me dar umas palmadas ou colocar-me de castigo? Não tenho medo de você. – e seus olhos ficaram apreensivos quando a puxei mais perto, mas ela continuou firme:
AM - Você não é meu dono, meu pai ou meu tutor. Não tem o direito de vir aqui me dizer o que fazer da minha vida ou com quem. Tenho direito de estar com alguém que gosta de mim, já que nunca mais vou ter... (fechou os olhos e respirou fundo, para se controlar) - Como vai o Lu? Vai poder voltar para a escola? Foi para isso que você veio não é?
Fiquei olhando para ela, absorvendo cada detalhe de seu rosto, descobrindo o quanto ela havia amadurecido neste ano que passou. - soltei seus braços e disse:
KM - Sim, foi por isso que vim. A maldição não o transformou totalmente, ele vai poder ter uma vida quase normal. E para se acostumar com esta vida, ele resolveu vir para o acampamento.
AM - Como assim? Ele está aqui? Não precisava se recuperar antes?- perguntava enquanto olhava para todos os lados.
KM - Ele está se recuperando Alex. De uma maneira impressionante. Fisicamente ele mudou também. O sol não o afeta, porém ele vai sentir sede de sangue, e é sobre isso que quero falar com você. Quero que você e seus amigos sempre tenham a varinha á mão quando estiverem com ele. Para se protegerem se for necessário.
AM - Fazendo o que exatamente?- disse preocupada.
KM - Se ele perder o controle, o que eu acho que vai ser muito difícil, vocês devem estuporá-lo e chamar por mim ou o Sergei. Saberemos o que fazer para controlá-lo.
AM - Você fala como se ele fosse se transformar num monstro.
KM - Se ele não se controlar, PODE virar um monstro e matar indiscriminadamente. Sergei irá revezar comigo a vigilância sobre ele por aqui. É um pedido do Lu. – expliquei.
AM - Ele não teria coragem de nos atacar, e nós menos ainda de machucá-lo ou matá-lo.
KM - Eu sei, por isso estou dizendo a você o que fazer, somente em uma emergência. A sede de sangue humano pode ser incontrolável e ele ferir alguém, mesmo sem querer. Acho que ele não tem noção ainda do poder que tem. Fico pensando na possibilidade de alguém acidentalmente se ferir perto dele, e o cheiro de sangue instigá-lo. Porém, ele precisa saber se pode conviver com pessoas normais.
AM - E se não puder? Você o mataria Kyle? - perguntou-me e me dei conta de que eu não havia feito esta pergunta a mim mesmo ainda.
Olhei para seus olhos, e respondi sincero:
KM - Se ele a machucasse... Ou algum de seus amigos, eu o mataria. Ele não me perdoaria se eu o deixasse vivo, depois disso. Algumas vezes, os amigos têm que fazer o que é necessário.
AM - Sim, todos têm que fazer o que é necessário... – nesta hora ouvi o barulho de mato sendo pisado e o garoto estava se aproximando, ela acenou com a mão para que ele ficasse onde estava, e ele parou esperando. Era palpável a raiva que ele estava sentindo, pois vinha com a varinha na mão. O idiota arriscava-se a revelar aos trouxas que era um bruxo.
Queria rir, mas ela me olhou com aquele jeito de "não se atreva..." como quando éramos crianças. Sabia que se falasse alguma coisa que ofendesse o garoto agora, arrumaria uma inimiga. Fiquei calado.
AM - Vou falar com meus amigos e cuidaremos do Lu.
KM - Desculpe se a machuquei. – olhei para seu braço.
AM – Você não me machucou e não é a mim que você deve desculpas Kyle, você sabe disso. - e começamos a caminhar de volta ao acampamento.
Chegamos perto do tal de Logan e após ver a troca de olhares entre eles, eu disse meio contrariado.
KM - Desculpe o modo como agi.
LW - Eu entendo você. Tenho irmãs, também sou muito protetor com elas. - e pôs o braço em volta dos ombros da Alex.
Assenti com a cabeça e me afastei. Voltei para o acampamento, mas ainda pude ouvir o som de mato sendo pisado no sentido contrário.
Esta convivência não será uma prova de resistência somente para Alucard. Será para mim também.

Tuesday, June 20, 2006

Vai encarar?

Do diário de Louise Storm

- Inspira, respira, inspira, respira...

A terapeuta maluca estava parada na nossa frente ensinando exercícios de respiração para controlar a raiva, depois de passar duas horas nos ensinando a montar uma estúpida casinha de passarinho de madeira. Eu estava ficando cada vez irritada. Os exercícios e atividades propostos por ela não eram de todo mal, mas o problema era que eu fui forçada a fazer dupla com o Bright e ele estava me tirando do sério.

BD: Ela disse inspira e respira, não bufem...
LS: Cala a boca, não pedi sua opinião no meu método de respirar.
BD: Que agressiva! Não aprendeu nada hoje?
LS: Aprendi a usar uma maquina que se pode serrar um pedaço de madeira daquele jeito, fará um estrago na sua cabeça se eu encostá-la na lâmina. Serve?
- Muito bem, estamos todos relaxados! Podem ir, o restante da tarefa vocês podem cumprir ao ar livre. Voltem aqui no fim do dia com um relatório sobre seu parceiro, quero cada detalhe. Vão crianças, conheçam seus amigos um pouco melhor!

A maluca fez sinal com a mão tentando imitar uma folha ao vento e Scott deu o primeiro passo, abrindo a porta e saindo depressa com Adrian nos seus calcanhares. O garoto até parecia disposto a cooperar e não parava de encher meu amigo de perguntas, mas Scott dava respostas tão curtas que o relatório dele teria no Maximo 5 linhas, isso se ele souber encher lingüiça! Larguei Bright calçando os sapatos na cabana e disparei porta afora. Ele me alcançou 5 minutos depois, dizendo que havia me perdido de vista, pois sai cortando por entre as árvores muito rápido.

BD: Mas então... Só sei que você tem um irmão na Grifinória, preciso de mais informação.
LS: Já falei que pode desistir, não vou contar nada e mim pra você.
BD: Mas precisamos fazer os relatórios! Eu já te falei tudo, só não disse a cor da minha cueca!
LS: Azar o seu. Tinha avisado desde o inicio que não ia trabalhar em dupla com você nisso!
BD: Ora Louise, não entendo porque tem raiva de mim... Era você quem ficava pensando em outro garoto enquanto tava comigo! Eu que devia estar com raiva!
LS: Eu não pensava em ninguém, seu idiota. E já esqueceu o que você andou falando pela escola sobre mim, depois que disse que não queria nada com você?
BD: Eu estava revoltado na hora, não tive a intenção.
LS: É muito fácil dizer isso depois que já fez a besteira!
BD: Vai dizer que não gosta mais de mim? Posso te garantir que ainda gosto de você...

Bright segurou meu braço com força e me puxou pra perto dele, tentando me beijar. Puxei o braço de volta, mas ele não me soltou. Já estava quase conseguindo o que queria quando escutei alguém gritar atrás de mim.

- Larga ela garoto!

Um garoto alto e forte apareceu do nada, carregando um pedaço de madeira. Ele o mantinha no ombro, como os batedores carregam os bastões antes da partida de quadribol e olhava ameaçador para Bright. Percebi que ele tremeu na base, pois me largou quase que instantaneamente. O menino veio marchando na nossa direção com aquele bastão no ombro e acertou-o no chão com violência quando parou ao lado dele, fazendo com que eu pulasse assustada.

- Cai fora. Se eu te ver perto dela de novo, parto você ao meio, entendeu?
BD: Quem é você?? – perguntou tentando parecer ameaçador
- Você ainda está aqui??

O garoto ergueu o bastão do chão e Bright tropeçou nas pernas, correndo desajeitado para longe. Fiquei olhando ainda chocada e depois me virei pra ele, pedindo uma explicação. Ele não dizia nada e nem ria, se mantinha sério.

LS: Quem é você???
- De nada...
LS: Ahn, er, obrigada... Mas quem é você?
- Quim Shackbolt, muito prazer.
LS: Prazer... Louise Storm.
- Sei quem é você, é a ex-namorada do Remo.
LS: Ah que lindo, é apelido novo? – falei sarcástica
- Desculpe, foi modo de dizer.
LS: Posso fazer uma pergunta? – mas nem esperei ele responder – você pretendia mesmo acertar ele com isso aí??
- Não, era só pra assustar. Estava tentando derrubar algumas frutas das árvores. Como não podemos usar magia nesse mato, estava usando esse cajado. Mas se ele me desafiasse, quem sabe...

Ele sorriu pela 1ª vez desde que apareceu e apesar de estar achando aquele garoto meio maluco, não pude deixar de rir lembrando da cara de assustado de Bright quando viu aquele negão pronto pra rachar a cara dele ao meio se ele não me soltasse. Voltamos caminhando devagar pela trilha de volta às cabanas, conversando. Ele era sério, não era do tipo que falava muita besteira, mas alguma coisa nele me inspirava confiança, embora só tivesse o conhecido há alguns minutos. Alcançamos o lago e vi Remo nos acompanhar com os olhos. Scott veio correndo na nossa direção afobado.

SF: Está tudo bem com você??
LS: Sim... O que houve?
SF: Vi o Dashwood passar correndo com uma cara apavorada e como vocês estavam juntos, pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa!
LS: Ah não foi nada, o Quim só deu um sustinho nele...
SF: Sustinho? Pode contar que aquele lá passou aqui todo borrado! O que você fez?
QS: Nada de mais, só mandei-o soltar sua amiga ou iria parti-lo ao meio, coisa à toa.

Scott começou a rir, pois pelo visto ele e Quim já se conheciam e ele parecia estar lembrando de alguma outra pessoa que passou pelo mesmo tipo de susto. Depois disse que como eu estava viva e em boas mãos, ele voltaria ao martírio dele para entregar de uma vez o relatório e se ver livre de Adrian. Passei o resto da tarde na companhia de Quim. Conversamos sobre tudo e descobri que ele era da Grifinória, da mesma turma do Remo, por isso sabia quem eu era. Remo, por sinal, passou a tarde toda nos olhando com uma expressão desconfiada, não tirou os olhos do ponto onde estávamos nenhum segundo sequer. Outro que de vez em quando espiava era Bright, mas esse para ter certeza de que era seguro passar pela área. Pelo visto ganhei um amigo e um segurança particular! rs

Monday, June 19, 2006

Sonserinos X Lufos na terapia do amor

Do diário de Alex McGregor

- Ela pirou né??
- Tão pensando o quê? Que vamos aceitar isto assim? Sem retaliação?- dizíamos indignados enquanto tomávamos nosso café.

Logan se aproximou nesta hora e eu não estava muito racional:
LW - Amor...vamos..
AM - NÃO! Eu e você, não vamos a lugar algum. Vamos ter que fazer terapia de grupo com os sonserinos. Dá pra imaginar? Os sonserinos! Eu nem imagino o que teremos de fazer... E não se atreva a rir. - disse de dedo em riste.
LW - Ér... Desculpe amor, mas é engraçado. Acho que nunca na história de Hogwarts sonserinos e lufos tiveram que fazer... Terapia do amor. - e caiu na gargalhada.
Quando parei para prestar atenção ao que ele disse comecei a rir também, ele tinha certa razão.
Lá fomos nós para a tal cabana e encontramos um lugar mais enfeitado com coisas pacifistas do que a torre da Endora. Havia cartazes com frases de auto ajuda, flores, cristais, incensos, frases de ordem contra as guerras trouxas, símbolos hippies com uma música de fundo...
A orientadora era uma mulher magra, com óculos fundo de garrafa e um sorriso bobo no rosto, e tinha uma vitrolinha velha tocando:

When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
This is the glory of the age of Aquarius
The age of Aquarius
Aquarius!
Aquarius
!

LISA - Vou deixa-los aqui com nossa terapeuta e com certeza vocês mudarão de atitude.Até depois.- e foi embora com o tal de Martin.
SF - Alguém me mate por caridade... Olha a música, imagina o que tem ai dentro. - dizia Scott começando a entrar em pânico.
AM - Calma, respira...
YH - Que respira o que? Nós vamos ser abduzidos aí dentro isto sim.
Antes que mais alguém disse alguma coisa a mulher disse:
-Meus caros, entrem e sentem-se próximos uns aos outros num circulo, vamos conectar nossas mentes e espíritos para que posamos fazer deste acampamento algo mágico para todos nós.
BD - Já sabemos sobre mágica... OUCH, tá louca? Porque me chutou Louise?
LS - Não é desta mágica que ela está falando dããã. ¬¬
- Nada de violência, a violência leva ao ódio e o ódio leva á guerra, e isto pode destruir o santuário de paz que a mãe Terra nos legou...

Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!
Aquarius!


Olhávamos uns pros outros assustados, mas fizemos o que ela queria. Entramos na cabana, claro que nos pusemos bem longe dos sonserinos, mas ela resolveu formar dupla e fiquei ao lado do tal de Raven, Yulli sentou-se com Gregory e Louise coitada, esta foi a pior: sentou-se com Bright grude-grude. Scott, Mark e Sam ficaram com os sonsos que sobraram.
Quando a porta da cabana se fechou ela se transformou. Sabe aquelas coisas de possessão? Pois é, ela parecia que tava com o diabo no corpo, ate voava saliva quando ela falava:
- Não vou admitir que um bando de mimadinhos mal educados estrague a reputação de nosso acampamento. Eu acabo com a bagunça antes. (e fez um gesto de cortar o pescoço). O.O. – e continuou a falar:
- A missão de vocês: ficarão grudados um no outro pelo dia todo. Terão que fazer tudo junto, até respirar se for possível. Vão conhecer uns aos outros muito bem, serão amigos. E quem não souber coisas um do outro, vai pegar punição, que será ficar sem comer. E eu sei que ao final vocês sairão daqui pessoas melhores, ah isto eu garanto.
Assim como a fúria chegou repentinamente, ela se foi.
Ela aumentou o volume da música e nos pusemos a fazer cerâmicas, colares de contas, para enfeitar uns aos outros.
Meu parceiro após um tempo começou a ficar falante:
R - Você joga muito bem quadribol para uma Lufana.
AM - E você ainda tem todos os dentes para um sonserino, quer que eu deixe só as presas? - falei com um sorriso nos lábios.
R - Olha a violência. Deste jeito a gente não vai sair daqui...
AM - Ok, sem grilo. Paz e amor bicho.

Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind's true liberation
Aquarius!
Aquarius!


Passamos o dia trabalhando e ouvindo aquela música, Sam olhava para nós e dizia baixinho:
SW - Vou cortar os pulsos, mas antes eu mato a riponga. Quem tá comigo?- e o parceiro dela respondeu: Eu tô dentro.
SF - Fica na sua... Não abuse da sorte ok? - com um olhar maligno.
Demos risada e a terapeuta disse:
- É este entrosamento que quero de vocês, esta paz, esta sinergia, este yin e yang unidos para o bem da coletividade, este amor pleno e absoluto em toda sua grandeza, esta é a geração do paz e amor, não ao Vietnã, sim a Cuba...
LS - Calma. Vamos manter a calma.....
AM - Me deixe azarar ela bem de leve vai... - implorei.
MF – Já está acabando. Na saída deste acampamento mostraremos como os texugos unidos com os leões e os corvos podem ser "amorosos" na hora da vingança. - e piscou para nós.
É, este acampamento trouxa não vai ser o mesmo depois de nossa passagem por aqui...



N.AUTORA: Música Aquarius – trilha sonora de Hair

Monday, June 12, 2006

Despertar Sombrio

Diário de Alucard W. Chronos

Não sei por quanto tempo dormi. Alguns minutos? Algumas horas? Alguns dias? Meses? Eu não possuia a menor idéia do tempo que passara desde aquela sombria noite. Pelo que me contaram, passei 3 semanas desacordado, sem abrir os olhos por um segundo se quer.Durante essas 3 semanas desacordado, eu me sentia perdido num mundo de trevas, de escuridão, de dor, de sofrimento. Eu vivi um pesadelo por 3 semanas...Eu ouvia uma voz gargalhar a todo momento, uma voz que dizia que eu havia me tornado um monstro, uma voz que dizia que eu havia me transformado em um ser maldito, que as pessoas normais iriam passar a me caçar e odiar...Me olhar torto a qualquer lugar que eu estivesse...Tentei fugir. Eu corria por horas a fio, mas sem chegar a ponto algum...A voz me perseguia, eu queria saber quem que me atormentava tanto, mas ele não se mostrava de modo algum...Até que eu descobri que a voz, era a minha própria voz gritando que eu deixara de ser tudo aquilo que sempre fui. Ela gritava que eu perderia todos meus amigos, todos aqueles que eu amava, até mesmo minha família e a Mirian teriam medo de mim...Queria acordar logo do pesadelo e descobrir que era tudo um sonho...Eu desejava isso sem saber que o maior pesadelo estava ao acordar...Finalmente acordei. O quarto do hospital estava escuro, era noite já avançada. De ínicio não conseguia enchergar nada, mas aos poucos minha visão foi se acostumando mais e mais a escuridão, mais até demais...Eu já enchergava perfeitamente bem e parecia que era por volta de meio dia. Olhei em volta e não vi ninguém a princípio. Eu me sentia estranho. Peguei a bandeja que continha alguns remédios e me olhei nela. Eu havia mudado muito. Meus olhos ficaram mais poderosos e penetrantes até mesmo para mim. Meu corpo havia se desenvolvido de uma forma imensa, eu demorei a me reconhecer. E apenas quando eu entendi o que havia acontecido a Mirian e a Celas entraram pela porta. Elas pararam estupefatas na entrada ao me verem acordado e em seguida as duas gritaram alto e correram para me abraçar. Eu as abraçei com força, mas tristemente...Aquele poderia ser o último abraço que eu poderia dar nelas, pois a voz estava certa...Eu havia me tornado um monstro...
MC: Lu, meu amor! Que bom que você está bem!
CC: Ai Cardizinho! Graças a Merlim você acordou finalmente. Mamãe, papai e Dumbledore estão lá fora, vou chamá-los!
Ela saiu sorridente para dar as boas notícias e Mirian me abraçou com força. Aproveitou o momento a sós e me deu um beijo forte. Isso me animou um pouco, a quanto tempo não sentia aquele beijo tão delicioso e quente. Mas eu tive medo...O perfume que ela exalava me atraiu de um jeito que eu tive que me controlar para não virar o pescoço dela e morde-la para saciar minha sede...Essa sede que agora está abrandada, mas que dificilmente desaparece. Essa sede que não termina com aguá, suco de abóbora, cerveja amanteigada ou qualquer outra coisa...Pois a sede que eu agora sentia era sede por sangue...Me arrepiei de medo e Mirian me olhou séria, ela sempre teve o dom de praticamente ler minha mente só com o olhar. Ela não falou nada apenas me abraçou com força novamente, mas eu a afastei de mim e olhei para o outro lado, com vergonha daquela maldita sede...Ela me abraçou novamente e sentou ao meu lado tentando me fazer olhar em seus olhos ou beijar-me novamente. Mas eu fiquei quieto e nada falei, nesse momento os outros chegaram
JC: FILHO! POR MERLIM VOCÊ ESTÁ BEM!
IC: LU! MEU BEBÊ!
KM: Lu, garoto!
AD: Senhor Chronos que bom poder vê-lo acordar depois de tanto tempo.
Meus pais correram para o meu leito e me abraçaram com força, enquanto Celas também se juntava ao abraço e Mirian também me abraçava com força novamente. Depois foi a vez de Kyle que apertou minha mão com força, mas não se segurou e me abraçou fortemente. O Professor Dumbledore apertou minha mão com um sorriso alegre e cordial e me deu tapinhas nas costas. Todos agora tinham lágrimas nos olhos, mas estavam visivelmente felizes com minha melhora. Menos eu...
KM: Lu! Sua escola já veio quase em bando te visitar! Todos estão preocupados com você! O Sergei esteve aqui até agora a pouco, mas deu uma saída, ele ia ficar muito feliz de te ver acordado!
CC: Ai Cardizinho, você nos deixou muito preocupados! Revezavamos todos os dias para ver quem passaria a noite com você, mas parece destino todos estarem aqui nesse momento tão feliz!
AC: Feliz? Por quê? - Eu finalmente falei melancólicamente e todos me olharam surpresos
JC: Do que você está falando filho?
AC: Por quê devo ficar feliz quando me transformei em um monstro? Em um ser maldito!
CC: Deixe de ser idiota Alucard!
IC: Filho pare de falar assim! Você acordou depois de 3 semanas! Devia estar feliz!
AC: Eu preferia ter continuado dormindo e nunca ter acordado para virar esse monstro...- Eu falei olhando para o chão sem ter coragem de ver a reação deles, mas não precisei olhá-la nos olhos, quando a Mirian me deu um tapa na cara e chorando começou a gritar comigo:
MC: Você só pode estar brincando! Só pode ser idiota! Você passou 3 semanas entre a vida e a morte! Passamos 3 semanas esperando você acordar para podermos te ver de novo! Te ver sorrir, te ver feliz, te ver como você sempre foi! Esse garoto que sempre amamos e sempre gostamos de ver feliz! Você não parece meu namorado Alucard Wingates Chronos!!
Eu fiquei sem ação no primeiro momento e só pude vê-la chorar e arfar devido a emoção. Todos ficaram sem ação, mas aquele tapa me acordou um pouco. Ela falava algo verdadeiro, eu pelo menos ainda estava vivo e com aqueles que amava perto de mim, só faltavam os meus amigos da escola. Eu não me segurei e dei um sorriso de verdade e fiquei feliz pelo modo como ela me fez acordar e ver as coisas de outro modo. Sem ligar para os outros eu a abraçei com força e a beijei como se não a beijasse a anos, não queria soltá-la de modo algum, mas depois de um tempo a soltei e abraçei cada um deles me desculpando pelas minhas maneiras horríveis. Todos aceitaram as desculpas e alguns deixaram lágrimas descer ainda mais. Então me explicaram algumas coisas:
AD: Agora que o Senhor parou com aquela história acho que podemos te explicar algumas coisas.
AC: Como assim professor?
IC: Filho, algo no seu sangue impediu o desenvolvimento completo da maldição.
JC: Algo dentro do seu sangue lutou assim como você contra essa maldição, e ela estacionou. Ela ainda não está completamente controlada ou extinguida, mas estamos tentando descobrir um meio de acabar com a maldição ou pelo menos por sob seu controle
AC: Então eu posso não me tornar um vampiro?
KM: Tecnicamente sim Lu. Pelo que tudo indica você pode deixar de ser um vampiro completo e ter seus poderes, inclusive sua sede por sangue sob total controle
CC: Ou seja, seu cérebro de lesma, você vai poder continuar levando uma vida normal!
AC: Mas mesmo assim...eu ainda tenho medo de ser um perigo para todos...
MC: Não vou ter que te dar outro tapa vou? Você acha realmente que só porque você é diferente de todos do colégio nao vamos ser seus amigos?
AD: Caro Sr. Chronos, preciso lembrá-lo do caso do Sr. Lupin?
AC: Não...mas isso é um caso diferente! Ele só é perigoso em noites de lua cheia. Eu sou perigoso todos os dias...
JC: Foi como dissemos, estamos tentando encontrar um modo de controlar essa maldição. Naturalmente seu corpo consegue impor certo controle sob alguns aspectos. Sua sede é muito menor que a de um vampiro normal e já descobrimos que você é imune ao sol, ao contrário de todos os outros vampiros.
CC: E já notamos também que você desenvolveu a beleza dos vampiros...Nessas 3 semanas meu maninho que já era gato, ficou ainda mais lindo! - Todos riram um pouco, inclusive eu e o Professor Dumbledore, mesmo que eu estivesse mais vermelho que nunca. - Mi, minha cunhadinha, é bom você tomar cuidado!
AD: Bem senhores, senhora e senhoritas. Eu preciso voltar então para a escola e dar as boas notícias a todos, imagino que ficaram felizes com sua melhora. - despediu-se o Professor Dumbledore quando as novas risadas acalmaram-se.
JC: Eu te acompanho até as lareiras, Alvo.
KM: Eu vou com os senhores também. Lu cuide-se hein! Vou em Hogwart e também tenho que avisar ao Sergei que você acordou.
Kyle me abraçou novamente e depois seguiu meu pai e o professor Dumbledore. Mamãe, Celas e Mirian me encheram de mimos e conversamos por um longo tempo, até minha mãe espulsar todo mundo e manda-los me deixa descansar um pouco mais. Eu me deitei novamente e olhava o teto pensativo, ao mesmo tempo feliz e triste...Pois a voz ainda gritava que eu era uma maldição, um monstro...Mas ainda havia uma esperança, que era um sussurro, mas me deixava com um sorriso nos lábios e adormeci assim..
Alucard Wingates Chronos às 11:28 PM

Friday, June 09, 2006

Nem tudo que cai na água afunda

Do diário de Scott Foutley

- Scott e Mark, DE PÉ AGORA!

Estava dormindo tranqüilo e o mais confortável possível naquelas camas duras da nossa cabana quando a porta se abriu com um estrondo e um monitor de uns 19 anos entrou como um furacão, chamando por Mark e eu. Olhei no relógio com a visão embaçada e constatei que ainda era 7hs.

- O que está acontecendo? O toque de despertar é só às 8hs! – Sirius resmungou do saco de dormir no chão.
- Scott e Mark, por favor, me acompanhem, os demais podem continuar dormindo até ouvirem o sino.

Levantei intrigado e um Mark descabelado deu de ombros quando o olhei interrogativo. Seguimos o monitor de pijamas mesmo e se antes eu não estava entendendo o motivo de termos sido tirados da cama sem explicações, não tive mais duvidas quando paramos na varanda. Louise, Yulli, Alex e Sam estavam paradas lá fora, também de pijamas, escoltadas por uma monitora que tinha quase certeza que se chamava Lisa.

- Ótimo, não falta ninguém, certo Eric? – perguntou ao monitor que nos acordou.
- Não, são só esses. Andem, nos sigam ate o lago!

É, agora eu tinha certeza absoluta de onde aquilo ia parar...

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- Mais rápido Scott!
- Calma, é difícil arrombar uma porta sem magia!
- Por Merlin, falem baixo! São 3hs da manhã!

Estávamos parados na porta da cabana dos sonserinos que nos deixaram sem remo no meio do lago, já era de madrugada. Desde o episodio na nossa chegada que estávamos bolando a vingança perfeita e hoje Louise apareceu com a melhor idéia de todas. Eu agora tentava arrombar a porta da cabana deles para que pudéssemos entrar, sem fazer barulho.

- Tem certeza que eles não vão acordar? – Alex parecia preocupada
- Absoluta! Scott é o melhor aluno do Slughorn, não tem como a poção do sono falhar! – Lou falou sorridente.
- Mas eles tomaram tudo mesmo? – agora era Mark o preocupado.
- Parem de frescura, nada vai dar errado. Nem que uma bomba exploda esses vermes acordam! – Yulli disse confiante.
- Sim, já esqueceram que posso ficar invisível? Tomei o cuidado de derramar a quantidade exata para hoooras de sono em cada copo de suco que eles iam beber. Fiz isso com os copos já na frente deles e ninguém nem sentir que eu estava lá! – Sam riu e fiz sinal para que calassem a boca, pois havia conseguido abrir a porta.

O quarto estava escuro e o único som era o dos roncos dos sonserinos. Tinham 8 pessoas ali, mas apenas 6 eram nossos alvos. Mas claro, para garantir que as outras duas não acordassem no meio da operação, Sam também pôs poção do sono no suco deles. Nos dividimos e cada um agarrou a ponta do colchão de um deles, arrastando para fora da cama e depois para fora da cabana. Eles eram pesados, mas como estavam ferrados no sono, por mais que batêssemos os colchões no chão com violência, eles não acordariam.

Seguimos arrastando os colchões pela terra e indo até o lago, parando na margem. Mark puxou uma corda da mochila e o ajudei a amarrá-los juntos, para que não fosse cada um para um lado. Depois de nos certificarmos que todos os 6 colchões estavam bem presos uns aos outros, empurramos eles para dentro d’água. Abençoado seja o trouxa que inventou colchões infláveis e os implantou nesses acampamentos! Sem a intenção, nos permitiu dar o troco nos nojentos sem que eles se afogassem, apenas vagar pelo lago, com sorte indo parar já no oceano. Missão cumprida! Voltamos para nossas cabanas calmamente e adormecemos outra vez. Mas a impressão que tive foi que não dormi nada, pois um monitor me acordou aos berros poucas horas depois...

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Estava outra vez no lago, fazendo uma enorme força para não rir quando avistei o conteúdo de um pequeno barquinho de pesca vindo na direção da margem. Eram os sonserinos, todos cobertos de lodo, enrolados em grossos cobertores, e atrás do barquinho 6 colchões eram rebocados, todos ainda amarrados com as cordas. Yulli engasgou do meu lado quando tentou prender uma risada e Louise dava tapas em suas costas, mal se contendo também. Alex, Sam e Mark já haviam desistido de disfarçar e sufocavam os risos com a mão. O barquinho parou e os 6 otários desceram, nos fuzilando com os olhos. O monitor Eric se pôs entre os dois grupos para evitar qualquer tipo de conflito e Lisa foi até o homem que os trouxe de volta, sem tirar os olhos da gente.

- Obrigada por trazer os meninos de volta em segurança. Se quiser, sinta-se à vontade para ficar e tomar café conosco.
- Não posso, mas obrigada pelo convite. Preciso voltar para a estação de tratamento de esgoto, onde os encontrei. Eles vão precisam de algumas horas de banho para tirar o cheiro...
- Vamos providenciar isso, obrigada.

O senhor desamarrou os colchões e voltou para o barco, indo embora. O tal Eric se virou para a gente parecendo furioso, mas não mais que os sonserinos. Lisa então tomou a frente dele e começou a falar, por estar mais controlada.

- Como puderam fazer isso?? Tem idéia do perigo que foi? Eles poderiam ter se afogado!
- Ah, mas bosta não afunda, sempre bóia... – Alex falou rindo muito.
- Isso vai ter troco! Podem esperar! – Raven gritou e agitou os braços, respingando esgoto nos outros.
- Abaixa o braço fedorento, nem todo mundo se sente em casa coberto de bosta. – falei debochado e um deles avançou, mas o monitor interveio.
- Ninguém vai revidar nada aqui, já chega. Vocês aprontaram com eles – e apontou para os homens-lodo – e eles deram o troco. Pronto, encerrou. – finalizou olhando para o nosso lado.
- Isso mesmo, a intenção aqui é se divertir, ate fazer novos amigos, e não ficar brigando. Mas claro, todo ano temos nossos grupos de encrenqueiros e todos eles recebem o mesmo tratamento. Terapia grupal.
- Como é que é a coisa ai menina? Não ouvi direito... – Yulli falou arregalando os olhos.
- Você ouviu certo. Começamos hoje! Podem seguir direto para o refeitório tomar café, eles vão tomar um banho de algumas horas e às 10hs em ponto quero todos na porta da casa principal! Temos algumas atividades de relaxamento preparadas para começar.

Ficamos nos olhando sem ação por um tempo, até que a monitora nos empurrou e começamos a andar para o refeitório. Ainda não estava acreditando... Esperava ficar trancado num quarto, ter louça para lavar, cortar lenha, sei lá, qualquer coisa! Mas o que realmente não esperava era ter que sentar em circulo com os seres intragáveis, respirar fazendo ahuum e ainda correr o sério risco de ter que cantar canções de acampamento de mãos dadas com eles! Castigo pior que esse não há! Esses monitores eram mais espertos que eu pensava...