Thursday, July 12, 2012


O sol ainda nem tinha nascido quando sai da cama. A verdade é que mal consegui pregar os olhos depois do baile de formatura. A idéia de que aquela era minha última noite no castelo, no dormitório que dividi com quatro amigos por sete anos e que nunca mais veria aquele quarto circular com cortinas azuis estreladas me impediu de dormir. Odiava mudanças. Quando fiz 11 anos e recebi a carta de Hogwarts, por mais ansioso que estivesse para começar meus estudos, vim cheio de receios por estar deixando uma vida confortável que conhecia. Agora, depois de sete anos, o único lugar onde me sinto confortável é em Hogwarts e voltar significa uma nova mudança.

Desisti de tentar descansar e sai do quarto. O salão comunal parecia estar deserto, mas quando alcancei metade da escada vi que Amber estava debruçada em uma das janelas ainda de pijamas. Ela se assustou quando parei ao seu lado, mas sorriu e me beijou antes de voltar a contemplar o lado de fora com um suspiro. A torre da Corvinal tinha a melhor vista do castelo. Das nossas janelas arqueadas era possível ver o lago negro, a orla da floresta, o campo de quadribol e os jardins das estufas de Herbologia. Estávamos diante da janela que tinha uma vista privilegiada do lago negro e das estufas e dava para ver a cápsula do tempo que íamos enterrar em algumas horas debaixo da árvore mais próxima ao lago.

- Não quero ir embora, Rup – disse de repente, apoiando a cabeça em meu ombro – Hogwarts é a minha casa.
- Entendo a sensação. Quando cheguei aqui tinha acabado de perder minha mãe e a idéia que tinha de um lar estava despedaçado. Hogwarts fez com que eu soubesse o que é ter um lar outra vez.
- Eu não sabia o que era me sentir em casa desde que tinha seis anos. Passei mais tempo aqui com vocês do que com meus pais adotivos. Essa é a única vida que conheço. Como vai ser não voltar a King’s Cross em 1º de setembro e não ver você e Kaley no trem?
- Não embarcarmos no trem não significa que não vamos mais nos ver. Eu sou seu namorado agora e Kaley vai estar com você todo dia na Academia de Auror.
- Vou sentir tanta falta desse castelo... – ela olhou para a janela outra vez – Estava apavorada quando embarquei no Expresso de Hogwarts e durante a seleção, mas me acalmei um pouco quando o chapéu me colocou na Corvinal, essa havia sido a casa de Russ quando esteve aqui. E quando entrei nesse salão comunal pela primeira vez e vi que era exatamente como ele havia dito, pude ouvir a voz dele me contando sobre o castelo alguns meses antes de tudo desabar. Fazia muito tempo que não pensava em meu irmão nem ouvia sua voz e isso aconteceu no instante em que pisei aqui. Naquele momento eu soube que eu pertencia a esse lugar, que aqui era a minha casa.
- Minha mãe também foi da Corvinal. Papai e Becky torciam para que eu fosse para a Grifinória como eles, mas quando sentei no banco, tudo que pensava era “Por favor, Corvinal. Quero ficar perto da minha mãe, sei que parte dela ainda está aqui”. Não sei se o chapéu seletor me ouviu, mas gosto de pensar que ele quis atender ao meu pedido.
- Acho que ele colocaria você aqui de qualquer forma, mas ele ouviu o seu pedido – ela voltou a me encarar sorrindo – Nunca contei isso a ninguém, mas também pedi para ser selecionada para a Corvinal.
- Viu? Já estávamos destinados a ficarmos juntos. Escolhemos a mesma casa – disse provocando, sabia o quanto ela odiava e não acreditava nesse tipo de coisa.

Ela fez uma cara séria e a puxei para um beijo que logo desfez a breve irritação. Voltamos a contemplar os jardins do castelo bem na hora que o sol começava a nascer. Vimos os primeiros raios baterem no lago negro e transformarem a água escura em um tapete brilhante e começar a iluminar todo o terreno. O reflexo do sol no vidro das estufas me deixou cego por alguns instantes, mas ainda era a visão mais bonita que alguém poderia ter. Se aquela seria minha última imagem dos terrenos de Hogwarts do alto da torre da Corvinal, então eu não poderia ter pedido por uma melhor.

Aos poucos os alunos do 7º ano começaram a aparecer nas escadas, todos despenteados e com cara de sono, se espremendo nas janelas para contemplar o último nascer do sol em Hogwarts. Ficamos debruçados nelas por um bom tempo admirando a vista, em silêncio. Não precisávamos conversar, todos sabiam o que o outro estava pensando. Por volta das 8h começamos a tomar banho e pegar as coisas que havíamos separado durante a semana. Era hora de enterrar a cápsula do tempo.

Toda a turma do 7º ano já caminhava na direção da árvore onde a cápsula estava encostada, vazia, e os alunos de Durmstrang e Beauxbatons também nos acompanharam. Cada um carregava pelo menos um item nas mãos, mas muitos vinham com as mãos cheias. Sheldon era um deles e quando perguntei o que eram todos aqueles rolos de pergaminho, disse que era a fórmula para criar fogovivo. Ele não pretendia mais usá-la, então decidiu enterrar. Tio Ben foi nosso mestre de cerimônias, munido de uma câmera para fotografar cada segundo, e como a idéia da cápsula havia sido minha, inaugurei a brincadeira.

- Vou colocar nela meu distintivo de Monitor-Chefe e uma cópia do meu livro – disse depositando as duas coisas dentro do cilindro. O distintivo de Monitor normal ficaria comigo.
- Está autografado? Esse livro vai valer uma fortuna daqui a 15 anos! – Jamal brincou e todos riram – Bom, eu vou colocar algo muito valioso... – ele ergueu um caderno e Julian engasgou quando tentou não rir – Meu caderno de anotações sobre as garotas de Hogwarts... – ele colocou o caderno sobre meu livro e as meninas fizeram caretas de reprovação – E também uma foto da Armada do Dragão.
- Calma, meninas! – Penny se aproximou com um caderno parecido nas mãos – Minha contribuição é o nosso caderno sobre eles – e as meninas começaram a aplaudir e assobiar empolgadas.
- Minha contribuição é um livro também, mas menos polêmico – Julian se adiantou e reconheci o livro que usamos para a poção de animagia – É um livro de poções que foi muito útil esse ano e minha medalha de serviços prestados à Comunidade Bruxa dada pelo tio Quim.
- Também estou deixando minha medalha na cápsula, junto de algumas escamas e um vidro com um pouco de sangue de dragão romeno – Lena depositou suas coisas com cuidado no canto do cilindro.
- Eu deixo meu cubo mágico que levei três anos para montar, porque se daqui a 15 anos eu achar que não posso fazer alguma coisa, ele vai me lembrar de que se eu consegui montá-lo, posso fazer qualquer coisa – JJ colocou o cubo na cápsula enquanto todos riam.
- Eu vou colocar o pergaminho com meu nome que o Cálice de Fogo sorteou e cartões com informações básicas feito por vocês para ajudar minha memória falha, porque sem eles eu teria passado muito tempo perdida – Arte tirou-os do bolso e colocou perto do cubo de JJ.
- Minha contribuição são três coisas – Clara se adiantou e abriu a mão – Meu distintivo de Monitora, porque até hoje não entendi o que deu no professor Yoshi para me dar ele – todo mundo começou a rir – Esse origami de cubo, porque ele tem um significado importante que não interessa a todo mundo – alguns começaram a protestar querendo saber o que era, mas ela ignorou – E por ultimo, mas não menos importante, os botões da roupa de James que arranquei ainda no 1º ano, quando resgatamos Julian das mãos dele, Graham e Dean. Dessa forma, em 15 anos, você ainda vai saber que eu já podia acabar com você quando tinha só 11 anos – agora todo mundo encarnava James, que levou a brincadeira numa boa.

As contribuições continuaram por quase uma hora. Hiro colocou um Tsuru de papel e seu distintivo de Monitor, Haley deixou sua medalha de serviços prestados à Comunidade Bruxa e um apanhador de sonhos que ganhou de Justin e ele também deixou a sua medalha, junto de manual para matar um vampiro com dicas de feitiços de fogo. Tuor deixou uma cópia dos papéis que preencheu ao se inscrever para aluno de intercâmbio em Hogwarts e uma carta escrita para o Tuor do futuro. Keiko também deixou uma carta para ela mesma, MJ guardou sua braçadeira de capitão de quadribol e uma cópia da partitura da 1ª música que compôs com Lenneth, Amber colocou um exemplar do Profeta Diário daquele dia e seu distintivo de Monitora, Zach seu troféu de Artilheiro do Ano de 2016 e Kaley o 1º pomo que capturou. James também deixou sua braçadeira de capitão do time de quadribol e seu distintivo de Monitor, Devon deixou um desenho feito por ele mesmo da AD, Lenneth um pingente em forma de bumerangue que havia ganhado de Arte e também o pergaminho com seu nome selecionado pelo Cálice, e Gabriela fez o mesmo.

Eram tantos alunos deixando suas melhores lembranças dos sete anos de estudo que quando encerramos, o cilindro estava entupido de coisas. Fechei a tampa com a ajuda de Jamal e a lacramos com um feitiço resistente, enterrando no buraco profundo que Hagrid já havia cavado. Aquela cápsula era a certeza que tínhamos que, não importa o caminho que cada um siga daqui pra frente, em 15 anos estaríamos todos juntos outra vez diante do lugar que nos uniu.

As carruagens de Beauxbatons já estavam prontas para partir quando voltamos ao pátio e o navio de Durmstrang começava a se aproximar. Os alunos começaram a se despedir dos amigos que fizeram durante o ano e foi um festival de choro. Vi Arte abraçada a Lenneth e Gabriela pendurada no pescoço de Clara e as quatro estavam com os olhos vermelhos de tanto que choravam, parecia que nunca mais voltariam a se encontrar. Devon veio se despedir de Amber e eu e apertamos as mãos com entusiasmo.

- Espero você na França, Rup! Você também, Amber. Temos um verão inteiro pela frente antes de virarmos oficialmente adultos.
- Prometo que vamos antes de setembro.
- Dev, vamos logo! As carruagens já vão sair! – Gabriela acenou de longe e ele deu um abraço em Amber.
- Vou cobrar! – e correu para junto dela.

O navio de Durmstrang aportou o mais próximo que pôde da beira do lago e os alunos usaram os barquinhos encantados de Hagrid para subir a bordo. Os alunos de Beauxbatons ainda entravam nas carruagens quando um apito estrondoso ecoou pelos jardins e o navio afundou, desaparecendo nas águas escuras do lago. Em seguida foi a vez dos cavalos alados de Maxime relincharem e levantarem voo, carregando as carruagens com os alunos, e logo sumiram das nossas vistas.

- É, acho que agora é hora de ir embora... – ouvi Clara dizer enquanto Hiro a abraçava tentando animá-la.
- Vamos pra casa, pessoal – Julian disse tentando animar um pouco e o seguimos para dentro do castelo.

Meu malão já estava arrumado e dei uma última olhada no dormitório que tanto gostava antes de descer para o salão comunal e encontrar Amber, Julian e Justin. Foi muito duro deixar aquela torre e quando a águia de bronze se fechou em nossas costas, senti que uma fase da minha vida se fechava junto com ela. Possivelmente a melhor fase, mas que agora era passado.

A caminhada até a estação foi longa. Ninguém quis usar as carruagens como os demais alunos, preferimos atravessar a estrada a pé. Já estavam todos a bordo do trem quando chegamos à estação de Hogsmeade. Os monitores do 7º ano já tinham aposentado os distintivos e deixamos a monitoria dos vagões para os mais novos enquanto nos acomodávamos em um deles. Estávamos espalhados pela cabine tentando acomodar as mochilas quando senti o trem começar a andar. Olhei pela janela e vi o castelo ficar cada vez menor, até desaparecer por trás das colinas. Minha última visão de Hogwarts foi da luz do sol batendo na torre da Corvinal.

A nostalgia tomou conta de todo o trajeto até Londres. Entre partidas de snap explosivo e desfalque no carrinho de guloseimas, lembramos histórias engraçadas dos sete anos juntos e não vimos o tempo passar. O trem parou de repente e vi a plataforma 9 ¾ do lado de fora da janela. Estávamos em King’s Cross.

- Meus amores! – Kaley se atirou pra cima de Amber e eu quando desembarcamos na plataforma – Prontos pra ir pra casa?
- Já estava em casa – Amber respondeu desanimada.
- Não, não estava. Hogwarts foi nossa casa por sete anos, mas não é mais – disse segurando a mão das duas – Casa é onde estão as pessoas que você ama.
- Exatamente. Nossa nova casa é aqui, em Londres, e nós vamos ser tão felizes quanto fomos em Hogwarts.
- Desde que estejamos juntos, certo? – Amber se animou um pouco.
- Sempre - respondemos ao mesmo tempo e, juntos, saímos da estação sem olhar para trás.

Hold on, to me as we go
As we roll down this unfamiliar road
And although this wave is stringing us along
Just know you’re not alone
Cause I’m going to make this place your home

Settle down, it'll all be clear
Don't pay no mind to the demons
They fill you with fear
The trouble it might drag you down
If you get lost, you can always be found

Just know you’re not alone
Cause I’m going to make this place your home

Home – Phillip Phillips

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E encerro assim a participação do Rupert nesse blog. Ele começou como um personagem que deveria ser secundário, mas com o tempo foi ganhando espaço no meu coração. De alguém com a certeza de que seria um Curandeiro, se transformou em um escritor com futuro promissor de uma hora para outra, conquistou a garota dos seus sonhos e sofreu os baques de uma guerra, mas prometo que ele vai ficar bem.

O Hogwarts Reloaded encerra suas atividades hoje. Com o tempo, cada personagem vai continuar a contar suas histórias, mas em outro espaço ainda em construção. E por enquanto, nenhuma outra turma está prevista para aparecer por aqui. Sendo assim...

Malfeito Feito.



O que mais estava me deixando animada pelo nosso baile de formatura, seria a reunião de nossas famílias, e quando eles chegaram, não me decepcionei: Ty e Rory traziam Selene, Ethan e Brianna traziam seu filho Lance, afinal haviam conseguido a guarda definitiva dele, meu pai e minha mãe, minhas avós e junto deles estava a família da Lena, seu pai Yuri, sua nova mãe e minha prima Mary, seus avós  e seus tios da Bulgária : Yago e Ludmilla Karkaroff junto com seus filhos Gregory, Ivan e Erin e todos sorriam encantados com a decoração do castelo. Erin que era uma menina tímida arregalou os olhos quando viu as roupas que usávamos, sua mãozinha tocava as roupas de Lena com cuidado e admiração. Já minha sobrinha Selene, que tinha o temperamento extrovertido do pai, olhava fascinada para todo lado e seus olhos brilharam quando nos viu e gritou animada:
- A Branca de Neve.... A minha tia é a Branca de Neve e o Justin é o príncipe. Eu sabia! - e saiu correndo em minha direção e foi recebida com um abraço apertado e seus olhos só faltaram saltar das órbitas à medida que ia vendo as outras princesas e personagens dos contos de fadas circulando pelo salão. Como havíamos deixado uma mesa repleta de tiaras, coroas, espadas e muitos outros acessórios perto do palco para quem quisesse entrar no clima da festa, eles não se intimidaram e logo já estavam enfeitados para aproveitar a festa.

Quando a avó e a irmã de Justin chegaram, notei quando ele olhou triste para a porta do salão esperando ver seu pai chegando, mas como isso seria impossível, resirou fundo e espantou a tristeza quando fomos recebê-las. Após os abraços calorosos, as acomodamos junto com minha família, e Olivia e Daniel  depois de serem paparicada pelos pais, resolveram aproveitar a noite e logo levaram Lana para apresentar aos seus amigos da Lufa-Lufa e Grifinória.

Ficamos conversando com nossas famílias por algum tempo, mas quando os Orcs começaram o show, fomos para a beirada do palco, afinal era nosso último show na escola e queríamos aproveitar ao máximo. Cantamos, pulamos, dançávamos as músicas agitadas e mesmo quando não era alguma música mais calma, Justin me puxava para os seus braços, e ficávamos de rosto colado e aproveitávamos para conversar:

- Como se sente a mais nova artilheira do Pride? Feliz?- ele perguntou e eu abri um sorriso que ia de um lado a outro respondendo:
- Demais! Ty sempre adorou ter platéia para seus anúncios, e hoje não seria diferente. – disse olhando para os lados da mesa da família e nesta hora vi a minha mãe  ostentando duas cartas como se fossem troféus para os pais dos meus amigos: uma era para mim, da diretoria do Pride of Portree, me contratando como artilheira para a próxima temporada, e outra era a carta da Academia de Aurores de Londres, com o nome de Julian. Minha prima Mary, não se fazia de rogada e também exibia a carta que certamente era a da Lena. Sorri lembrando do momento em que tio Seth disse ao Corvo e a Lena que estava ansioso para ser o professor deles, e eles engoliram em seco, a família toda riu das implicações disso. – continuei:
- Mamãe está toda prosa, ela poderia ter sido profissional no Pride, mas recusou, e o seu neto vai estudar na mesma Academia que ela e tantos outros McGregors se formaram, olha a responsabilidade. Ainda bem que Clara, é outra do bando que vai seguir os passos de tia Louise, ou dona Alex ficaria insuportável. – rimos, e o olhei nos olhos:
- Estou preocupada...- e ele me calou com um beijo e quando terminou me olhou nos olhos dizendo:
- Não fique! Já conversamos sobre isso, amor, vamos nos ver sempre que possível e nossas férias serão juntos , não posso ir para o St. Mungus, preciso ficar perto da minha avó e minha irmã, trocaremos cartas, telefones, sonhos picantes... (rimos) - Você não vai se ver livre de mim tão cedo.- assenti e continuamos a dançar. Comecei a olhar em volta do salão, este era meu último baile como aluna e estava começando a perceber o quanto sentiria saudades de tudo o que vivi aqui nos últimos sete anos. 
Acabei me lembrando das palavras do discurso da Clara, e só então a ficha começou a cair. Estávamos indo embora para sempre... Não haveria mais as corujas com as listas de material, os encontros no Beco Diagonal, as crises na Madame Malkin quando pedíamos barras de saias mais curtas, os encontros na plataforma 9 e ¾ em Kings Cross em todo dia primeiro de Setembro... Sem mais escapadas noturnas para a cozinha e sondar o território na primeira noite em Hogwarts, as saídas escondidas para a floresta proibida, para a sala dos fundadores ou o nosso QG... (suspirei).

Ah nosso QG.Um lugar mágico onde nos divertimos tanto, aprendemos muito e também planejamos e vivemos coisas importantes: a nossa transformação em animagos, a AD, a defesa da escola do ataque dos vampiros, nossas noites das garotas, onde falávamos de garotos e ríamos dos placares mais malucos que Keiko inventava, ou onde íamos apenas para pensar ou namorar. E algumas vezes, um lugar seguro para ficar sozinho.

Que saudades sentirei dos túneis que nos conduziram a tantas aventuras e tantas descobertas, que nos fizeram amadurecer e ser capazes de enfrentar  situações difíceis. Olhei ao redor e vi todos os amigos se divertindo, tanto aqueles que eu conhecia desde a barriga da minha mãe, e isso não é exagero, quanto os que fiz nestes anos de escola. Olhei também para aqueles alunos que no passado foram nossos adversários, e lembrei-me das tantas brigas pelos corredores ou no campo de quadribol e também das detenções, que na maioria das vezes foram justas, porém ineficazes, pois éramos todos teimosos. Porém quando o perigo real surgiu isso foi deixado de lado, e nos tornamos aliados e na maioria dos casos amigos improváveis e inseparáveis (vi Lena e Amber sentadas uma ao lado da outra e rindo de uma foto delas), vi Graham e Zach rindo um do outro e suas acompanhantes, olhando-os com carinho. Amava a cada uma destas pessoas profundamente e sabia que embora estivéssemos nos separando e começando uma nova etapa de nossas vidas, se algum dia, eu estiver em apuros, poderei chamá-los que eles irão, afinal este último ano, como diz Julian nos tornou ‘irmãos de armas’, porém eu prefiro dizer que somos amigos até o fim.

Distraio-me quando vejo um casal de fantasmas usando roupas muito antigas dançando, felizes. Eles param por alguns momentos, se viram em minha direção e os reconheço como sendo Trevor e Aisleen. Trocamos sorrisos, eles acenam para mim em despedida e desaparecem de mãos dadas num circulo de luz. Sinto meus olhos úmidos, e reformulo meu pensamento: Seremos amigos até o fim e também depois dele, porque não?

May your tears
Come from laughing
You find friends
Worth having
As every year passes
They mean more than gold
May you win and stay humble
Smile more than grumble
And know when you stumble
You're never alone
Well I have to be honest
As much as I wanted
I'm not gonna promise
That cold winds won't blow
So when hard times
Have found you
And your fears surround you
Wrap my love around you
You're never alone
Wherever you fly            
This isn't goodbye
My love will follow you
Stay with you
Baby you’re never alone             

Never Alone – Lady Antebellum

*************

Nota da autora: E aqui chega ao fim o último texto sobre as aventuras de Haley, Julian e seus amados Justin e Lena. Adorei dar voz a eles e fazer parte desta Nova Geração por estes quatro anos. Até breve, em um novo espaço.
Haley McGregor Warrick às 1:37 PM

Wednesday, July 11, 2012


“Caro futuro Eu.
Estou escrevendo essa carta no final do meu/seu 7º Ano em Hogwarts e como todos decidiram enterrar uma cápsula do tempo com nossas lembranças, achei interessante escrever uma carta para você/eu (é confuso escrever assim...). Chega a ser engraçado, pois a Keiko teve a mesma idéia! Não sei como é no futuro, mas sempre tive uma grande ligação com ela.
Já se passaram 4 anos desde que decidi vir estudar em Hogwarts. De início iam ser apenas 2 anos de intercâmbio, mas tanta coisa aconteceu nesses 2 anos que eu não consegui ir embora.
É por essa razão que o item mais importante para mim atualmente, e que coloquei na cápsula, é uma cópia dos documentos do intercâmbio.
Em apenas 2 anos eu conheci os melhores amigos que poderia pedir. Tivemos detenções juntos, queimamos uma árvore juntos, fizemos mais cabelos brancos nasceram na Mimi... Mas rimos juntos, nos divertimos juntos, crescemos juntos. Espero sinceramente que dentro de 15 anos ainda estejamos todos unidos! Acredito fielmente em nossa amizade e me recordo das palavras de Clara na Formatura (onde eu ia imaginar que a Clara ia ser oradora?!): são pessoas que estarão sempre juntas, para sempre.
E é claro, a principal razão de eu ter decidido me formar em Hogwarts: Artemis! Lembro até hoje, e acho que você também vai lembrar, do primeiro dia que a viu. Lembro do sorriso dela quando Minerva nos apresentou e o seu olhar travesso. Lembro das horas de conversas, de sorrisos e de amizade. Éramos inseparáveis. Então descobri que a amava. Sei que você ainda sente isso que vou dizer, pois sei que vou amá-la para sempre. Dizem que nada é eterno, mas por mais que no futuro possa não estar com ela, sei que vou amá-la por toda minha vida.
Artemis é uma garota única. Não a magoe ou a perca, eu já fiz muito isso. Se você magoá-la, eu vou dar um jeito de ir até ai e te encher de porrada. Se você ainda estiver vivo depois que todo mundo te der bronca e principalmente ela... Ás vezes ela consegue ser amedrontadora! Mas de um jeito bonito.
Eu preciso rir! Ela está aqui perto de mim querendo saber o que estou fazendo. Prometi a ela que dentro de 15 anos vou deixá-la ler essa carta, então lembre-se e deixo aqui registrado: Artemis eu te amo!
O último ano em Hogwarts foi intenso. Torneio Tribruxo, um ano de namoro, N.I.E.M.’s, ataques de vampiros, namorada sendo dada como morta, namorada voltando a vida, namorada perdendo todas as memórias sobre você! Nossa, não sei como segurei isso tudo! Foi difícil e pensei em desistir tantas vezes... Mas aí ela sorria para mim, mesmo que não se lembrasse de tudo, e minhas dúvidas desapareciam... Claro, você sabe que outra vez a magoou e ela quase te matou por isso, mas foi o suficiente para trazê-la de volta. E ela voltou melhor do que nunca! Anote o que eu digo: essa garota vai ser grande. Não duvido nada que dentro de 15 anos ela esteja em cargos importantes! Já pensou nela como Ministra da Magia? Você seria o “primeiro cavaleiro”!
Por falar no futuro... Eu finalmente decidi o que fazer da vida. Quando era criança queria seguir os passos dos meus pais e trabalhar com a Execução das Leis da Magia. Mas isso era ainda na Noruega. Aqui em Hogwarts, ao ver toda a família de Arte em ação, pensei em ser Auror, mas não teria a coragem e o sangue frio que eles têm. Então, durante uma aula do Professor O’Shea, Tio Ben, finalmente descobri o que queria fazer: ensinar. Decidi então me especializar em Transfiguração e Feitiços e já me matriculei na Escola de Didática Bruxa. Fico curioso de como estarei no futuro...
Na verdade, fico um pouco nervoso e ansioso: como estarei dentro de 15 anos? Como será o futuro? O que estaremos fazendo? Ninguém tem essas respostas, bom talvez a Arte tenha, mas ela não vai nos contar de forma alguma. Mas eu tenho uma certeza: estaremos juntos. Eu e Arte, nossos amigos e familiares. Passamos por tanto nesses anos finais de Hogwarts que arrisco dizer que passamos por quase tudo. E mesmo se ainda tiverem novidades, dificuldades, no nosso caminho, vamos superá-los juntos, como sempre fizemos.
Essa carta já está grande demais e você já deve estar de saco cheio de ler sobre um eu seu de 15 anos atrás falando sem parar.

 PS: Uma surpresa para Artemis e quem mais ler essa carta no futuro: já estou armando tudo para pedi-la em casamento. Vou fazê-lo no nosso próximo aniversário de namoro e vou dar a ela uma flor para cada mês que namoramos. Pretendo que elas sejam entregues separadamente, mas eu vou entregar a última flor e pedi-la em casamento. Vou tentar armar algo em público, só para provocar ela!
 Até breve!
Tuor Huorson Earendil Mithrandir”

 - Você é um bobo! – Artemis falou, batendo no meu ombro e se sentando no meu colo. Eu ri e terminei de selar o envelope. – Me deixa ler!
- Já falei que só daqui a 15 anos! – Eu falei rindo e ela bufou. Tentou pegar a carta da minha mão, mas eu comecei a fazer cócegas nela e ela se derreteu de tanto rir. Aproveitei a chance para guardar a carta e a puxei para um beijo longo. Chegamos a ficar sem ar e encostamos nossas testas, sorrindo.
- Eu te amo. – Ela falou e vi que tinha lágrimas nos olhos.
- Eu te amo também. – Falei secando suas lágrimas e sorrimos juntos.
Eu não precisava perguntar porque ela tinha lágrimas nos olhos. Não precisávamos de palavras para saber o que o outro pensava e sentia. Eu também tinha lágrimas no rosto e era devido a todas as lembranças que tínhamos. Eram lágrimas de felicidade.
Beijei-a uma vez mais e saímos juntos para a última festa na Lufa-lufa.
Sempre de mãos dadas, sempre juntos.

Every memory of looking out the back door 
I had the photo album spread out on my bedroom floor 
It's hard to say it, time to say it 
Goodbye, goodbye 


Every memory of walking out the front door 
I found the photo of the friend that I was looking for 
It's hard to say it, time to say it 
Goodbye, goodbye 


I miss that town
I miss their faces 
You can't erase 
You can't replace it 


I miss it now 
I can't believe it 
So hard to stay 
Too hard to leave it

 If I could I relive those days 
I know the one thing that would never change


Música: Photograph, Nickelback. *********************************************************
 N.A.: Esse é o último texto de Tuor e Artemis aqui. Tuor representa muito de mim e adorei escrever com ele, sempre tão prestativo e atencioso, carismático e feliz. Agora Artemis é totalmente diferente... Acho que nunca gostei tanto de escrever com um personagem. Artemis foi como uma filha para mim, a filha que eu quero ter um dia! Carinhosa, gentil, forte, destemida e corajosa, uma verdadeira Valquíria, uma Grande Rainha! Eles vão continuar existindo, principalmente minha querida Artemis. O título que dei a ela, “Espada da Verdade”, não foi por acaso...Ela se tornou importante demais para ser esquecida...

Sunday, July 01, 2012


A noite do baile de formatura havia finalmente chegado. Depois da nossa colação de grau, McGonagall ofereceu um jantar para as famílias dos formandos no salão principal. Nisso a comissão de formatura não se meteu, era um presente da diretora e professores. Foi uma noite divertida e muito agradável com nossos pais, mas depois que o jantar terminou e eles foram embora, a comemoração de verdade começou. Os alunos da Lufa-Lufa haviam organizado uma última festa no salão comunal deles e durou a madrugada inteira. Lá foi a festa só dos alunos, mas agora era a hora da festa com todos os convidados. E Hogwarts estava irreconhecível.

O tema da nossa festa era “Era uma vez...” e todo o castelo havia sido decorado como se fosse um imenso livro de contos de fadas. Quando entravam pelos portões de ferro, os convidados eram recebidos por homens vestidos como uma Guarda Real que indicavam o caminho até as réplicas da carruagem da Cinderela que iam leva-los até o castelo. E o caminho por onde as carruagens passavam era todo decorado de tijolos amarelos, representando a estrada de O Mágico de Oz.

Também tinha uma réplica da carruagem da Cinderela estacionada no meio do gramado, com uma abóbora gigante parada ao seu lado. A fonte dos desejos que construímos com pedaços dos escombros do castelo estava bem no meio do pátio, com um sapo de borracha com coroa de príncipe na beirada dela. Tinham flores gigantes e cogumelos coloridos representando Alice in Wonderland, uma arca do tesouro desenterrada perto do lago com uma bandeira preta de pirata cravada ao seu lado, uma macieira com maças de verdade e todo o tipo de criaturas de contos de fadas escondidas por toda a extensão do jardim, entre muitas outras coisas. Tinha um pouco de cada conto de fadas.

Quando as pessoas passavam pelo arco do hall de entrada eram recebidas por dois cavaleiros montados em um cavalo alado de Beauxbatons, um de cada lado, também vestidos como a Guarda Real, e os formandos estavam esperando por suas famílias ali, para acompanha-las até as mesas. Estávamos todos fantasiados como personagens de contos de fada e minha fantasia era de Chapeuzinho Vermelho, o que era bem irônico, e Hiro estava vestido de Caçador. Haley e Justin estavam de Banca de Neve e Prince Charming, Arte e Tuor de Bela e Príncipe Adam, Keiko era Malévola, JJ o Gato de Botas, Rupert foi de Grilo Falante, Julian e Lena optaram por Jasmin e Aladin, Zach e Kaley estavam de Hansel e Gretel e Jamal e Penny foram de Chapeleiro e Alice, mas juraram que não haviam combinado nada. Gabriela e Devon estavam muito engraçados fantasiados de Fiona e Shrek, embora ele tenha se recusado a pintar o rosto de verde e optado por uma máscara, e Lenneth foi vestida de Ariel, mas sem a calda, estava com o vestido verde. James, Graham e Dean formaram um grupo e foram vestidos de Capitão Gancho, o Crocodilo e Peter Pan. E Amber, MJ e Sheldon também formavam um grupo, vestidos respectivamente de Dorothy, Espantalho e Homem de Lata. Quando perguntei a ela como convenceu Sheldon a se juntar ao grupo, ela disse que bastou dizer a ele que o Homem de Lata era o C3PO dos contos de fada.

Papai deu muita risada da minha escolha de fantasia e me estendeu o braço para guia-los para dentro do Salão Principal. Na entrada dele, cobrindo a porta, estava a capa do imenso livro de contos de fada feita por MJ. Tinha um “Era uma vez...” desenhado em letras medievais bem no centro dele e quando a porta era aberta, dava a impressão que estávamos abrindo o livro e entrando em um conto de fadas. E era exatamente essa a sensação que se tinha quando entrava no Salão Principal. Ele estava todo decorado como o interior do castelo da história da Bela e a Fera. Um candelabro gigantesco, exatamente igual ao que tinha no livro, estava pendurado no centro do salão e era cercado por cópias dele em tamanho menor. As mesas das casas deram lugar a mesas redondas decoradas com um espelho igual ao da Rainha Má, que funcionava como espelhos de várias vias, bastava dizer o numero da mesa e os rostos de seus ocupantes apareciam. Todos os talheres, taças e xicaras também eram como as de A Bela e a Fera e esculturas de gelo reproduzindo os personagens escolhidos pelos alunos para se fantasiarem estavam enfileiradas nas laterais do salão.

O palco aonde os Orcs iam se apresentar havia sido montado onde ficava a mesa dos professores e estava todo decorado como se fosse uma floresta. Afinal, ogros preferem florestas. E em um canto perto do palco estava uma mesa com tiaras e coroas de reis e rainhas, asas de fada, varinhas de condão, plumas, acessórios de piratas e muitos outros enfeites de contos de fadas para os convidados que quisessem entrar no clima da festa. Meus pais, Gabriel, Madeline e meus sobrinhos foram direto até ela quando entraram no salão. As gêmeas logo penduraram asas de fada nas costas e Evan se vestiu de pirata. Miyako apareceu logo depois para enfeitar Eicca com os mesmos acessórios de Evan e em questão de minutos os dois estavam correram pelo salão batendo suas espadas de plástico simulando um duelo.

As turmas foram chamadas para frente do palco para as tradicionais fotos e primeiro fomos separados por turmas e casas, mas depois de uma sequencia interminável de fotos nesse formato, fomos autorizados a nos misturar. Foi uma bagunça, todo mundo se atropelando para se juntar a amigos de outras casas ou das outras escolas e enquanto fazíamos essa zona toda, o fotógrafo ia registrando. Em uma das fotos sai dando um abraço apertado em Gabriela, em outra James me dava um beijo na bochecha e sai em uma toda descabelada porque Devon resolveu me despentear, mas na maioria estava pendurada nas costas de Hiro.

Os Orcs subiram ao palco logo depois do jantar. Por serem uma banda inteiramente formada por ex-alunos de Hogwarts que deixaram a escola quando estávamos no 1º ano, todos os formandos já estavam mais do que acostumados a eles, mas isso não diminuiu a gritaria dos alunos do 6º pra baixo que ainda não os conheciam. Todo mundo se amontoou na frente do palco e pulou e cantou até o pé doer e a voz falhar. Quando voltei pra mesa minha sandália já estava na mão e a capa da fantasia pendurada no ombro de Hiro, que já tinha desistido de carregar o arco do Caçador.

- Filha, já estamos indo – mamãe falou quando paramos para respirar um pouco. Tia Yulli, tia Alex, tia Sam e tia Miriam estavam sentadas na nossa mesa e gargalhavam alto.
- Mas ainda é cedo! – olhei no relógio e me espantei de ver que já passava das 23h – Ok, não é tão cedo.
- Não estamos voltando pra casa, vamos ficar mais uma noite em Hogsmeade e conhecer o The Old Haunt que Ben tanto fala.
- Ah, agora sim entendi porque já estão indo embora... – ela me puxou para um abraço.
- Mas somos só nós, Gabriel, Miyako, Ty, Seth e Griff não estão com cara de que vão embora tão cedo... – ela apontou para o outro lado do salão, onde os cinco estavam acomodados em uma mesa com suas esposas e o marido da tia Miyako conversando animados enquanto as crianças dormiam na mesa ao lado.
- E vocês não vão levar seus netos embora? – fingi indignação e ela riu.
- Nem pensar, já criei os meus!

Despedi-me dela e de papai, Hiro se despediu da tia Yulli e do tio Sergei e enquanto os outros saíram em busca dos filhos para avisar que estavam indo embora nos acomodamos na mesa. Estava exausta da festa na Lufa-Lufa que durou a madrugada inteira e de ter trabalhado na montagem do jardim e deitei a cabeça no ombro dele, bocejando. Ficamos escorados um no outro em silêncio só observando as pessoas espalhadas pelo salão e de repente minha atenção se voltou para Leslie, que estava em uma mesa do outro lado conversando com os pais e um rapaz que pela aparência só poderia ser seu irmão. Ela não parecia muito animada e olhou para nossa mesa, mas desviou o olhar depressa quando viu que estava olhando para ela.

- Hiro... Eu roubei você? – perguntei de repente, desencostando a cabeça de seu ombro.
- Bem... Sim. Roubou. – ele respondeu rindo um pouco – Mas só porque você nunca pensaria em roubar alguém, me roubou.
- Então eu sou a vilã. Ótimo.
- Terminar um namoro é chato, ainda mais quando a pessoa não fez nada errado, mas às vezes as coisas precisam acabar para abrir caminho para algo melhor.
- É só que... Ainda me sinto mal. Não me arrependo de nada, mas não me sinto bem quando vejo que ela está me olhando.
- Bom, se serve de consolo, não precisará mais se preocupar com isso depois de amanhã – ele segurou meu rosto e me beijou.
- Ei, tem espaço ai? – JJ se atirou no espaço vazio da mesa, seguido por Keiko.

Um a um nossos amigos foram se acomodando ao redor da mesa até estarmos todos espremidos no banco. Estava todo mundo cansado e ninguém levantou mais até que McGonagall desse a festa por encerrada. Ficamos para trás vendo o salão esvaziar, já quase 1h da manhã, e enquanto esperávamos que a diretora viesse nos expulsar da mesa percebi que aquela era a última vez que estaria sentada no Salão Principal com meus melhores amigos. Amigos que conheço desde que nasci e cresceram comigo, outros que conheci há sete anos, mas todos igualmente queridos. Foi inevitável ficar triste. Foi naquele momento que percebi o quanto eu sentiria saudade de Hogwarts. Pela primeira vez, entendi que aquele sempre seria meu verdadeiro lar. E eu não queria deixa-lo para trás.

So take the photographs
and still frames in your mind
Hang it on a shelf
of good health and good time
Tattoos of memories
and dead skin on trial
For what it's worth
it was worth all the while

It's something unpredictable
but in the end it's right
I hope you had the time of your life

Time of Your Life – Green Day

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N.A.: E esse foi o último texto da Clara nesse blog. Acho que de todos os meus personagens ela é com quem mais me identifico, então foi muito divertido escrever em seu nome nesses últimos quatro anos. Ela se despede aqui, mas continua em breve em outro espaço.