Saturday, December 31, 2005

Show da Virada!

Do diário de Louise Storm

BS: Estica aquele fio ali Lou, quero saber o tamanho dele.
LS: Isso ta curto Brendan, não vai prestar...
JS: Não ta curto não, se ficar muito longo o balão apagada e o troço não estoura.

Estávamos no quintal da casa dos meninos terminando de montar um imenso balão que iríamos soltar à meia noite. Brendan estava amarrando os explosivos na ponta dele e Julian media o pavio que eu insistia em dizer que estava curto demais, enquanto Susan, George e Chelsea pintavam o papel com desenhos malucos e dizeres de Feliz Ano Novo.

Já era tarde quando terminamos e entramos para nos arrumarmos. Meus avós maternos vieram passar a virada do ano comigo e o clima na casa era o melhor possível, com todos se dando bem e conversando animados. Só me restava uma semana de férias, logo retornaria a Hogwarts e não os veria até Julho, então aproveitei cada momento.

Perto da meia noite deixamos a casa e fomos para o Kensington Park, onde haveria uma queima de fogos. Os meninos dobraram o imenso balão e seguimos para lá, prontos para solta-lo. Fomos direto para uma clareira no parque e começamos a abri-lo. Era realmente grande, gastamos o dia todo fazendo ele. Julian esticou os fogos de artifício na grama junto com o pavio e Brendan acendeu o balão.

Demorou certo tempo ate ele pegar força, mas quando finalmente parecia inflado e pronto para voar, George acendeu o pavio. O fogo já corria nele quando o balão começou a murchar e perder força. Os meninos tentaram empurrar para o alto com a ajuda do meu tio, mas não funcionou. Olhei alarmada para o pavio quase alcançando as bombas e comecei a pisoteá-lo na tentativa dele apagar. Chelsea e Brendan correram para me ajudar, mas o bicho não apagava de jeito nenhum.

SS: Rápido, pega uma tesoura Louise!
LS: Ah desculpa, mas deixei meu cinto de utilidades em casa!! – falei irritada.
JS: De onde você acha que ela vai tirar uma tesoura sua anta? Da cartola?
BS: Corre, corre, corre, esquece o balão!

Brendan correu pra dentro do mato e disparamos atrás dele desesperados, largando o balão e os fogos no chão. Joguei-me atrás de uma estatua e Chelsea pulou logo atrás, voando por cima de mim. Vi os vultos de Julian e Susan correndo pra dentro de um arbusto e George atropelando Brendan e meu tio na tentativa de chegar do outro lado do parque em 5 segundos. Foi só o tempo deles saltarem por dentro do lago que o pavio finalmente chegou ao fim e todos as bombas que tínhamos amarrado começaram a estourar, lançando explosões para todos os lados. As pessoas no parque começaram a celebrar a chegada do ano novo 15 minutos antes da meia noite, pois pensaram que nosso balão fazia parte do espetáculo. Um morteiro atingiu a estatua que nos protegia e a harpa na mão do anjo caiu no chão destruída. Flechas disparavam no chão e mergulhavam no lago, outros batiam nas pedras e eram projetados para o ar, explodindo no alto e o balão jazia em chamas na grama. Brendan e George desviavam das flechas que caiam no lago e saíram dele correndo para o meio da multidão, alarmando os que pensavam que aquilo era uma exibição planejada.

As explosões duraram aproximadamente 20 minutos, tempo que calculamos para os fogos estourarem no céu e não no gramado do Kensington Park. Ainda esperamos uns 5 minutos ate ter certeza de que nada mais explodiria e saímos dos buracos para recolher a bagunça. Quando os fogos do parque começaram a explodir, já estávamos fartos de estouros. Apenas nos certificamos de que não sobrara bomba pra contar historia e voltamos pra casa arrastando a carcaça dele, rindo do episodio agora que o susto havia passado.

Por sorte ninguém se machucou, mas se tivéssemos, era culpa nossa por dar apoio às insanidades de Brendan. Ele sempre inventa coisas desse tipo, que termina sendo algo catastrófico. Mas ninguém nunca corta as asas dele, muito pelo contrario, concordamos e ainda ajudamos a piorar as coisas. Acho que agora vou obedecer à campanha de não soltar balão e andar sempre com uma tesoura no bolso. Ate que um cinto de utilidades viria a calhar em horas como essa...




FELIZ ANO NOVO!!

Ano Novo
Em todo mundo
Um beijinho
Um carinho

Alguém diz 'Eu te Amoo'
Alguém pede um desejo

Faltavam poucos minutos para a meia noite. Estávamos nos Jardins de Tivoli, um dos parques mais antigos do mundo, no centro de Copenhague. Meus pais estavam conosco, e este fato me deixava tão contente que eu não conseguia esconder o brilho dos meus olhos. Não conseguia lembrar da última vez que havíamos passado o reveillon assim, todos reunidos. Estava frio, mas a neve havia parado de cair. A superfície do lago estava congelada. Vários passaros brancos foram soltos por uma senhora. Eles revoavam sobre a superfície do lago, gracioosamente, como se dançassem para nós. Lembrou-me o ballet dos cisnes. A contagem regressiva começou. Algumas famílias ao nosso redor também observavam, admiradas, o espetáculo. Melchior e eu começamos o coro:

- Dez... nove... oito... sete....

E pouco a pouco, as pessoas foram aderindo.

- Três... dois... um...

Dame un bacio
Yo te amo
Um beijinho, um carinho
I love you, baby
I need you, baby
De beijo a beijo grito
Feliz Ano Novo desejamos

Toneladas de fogos explodiram no céu. Então, papai segurou meu braço e apontou as chams coloridas que se misturavam às estrelas. Uma espécie menos desenvolvida dos Fogos Filibusteiro explodia no céu. Os trouxas até que conseguiram desenvolver umas figuras bem bonitas... pingos coloridos, de todas as formas e tamanhos, enxiam nossos olhos de uma magia diferente.

Ao mesmo tempo
O mundo todo
Se descobre
Esse abraço
Abrem-se portas, expresse
O ano novo que chega!

Papai me abraçou e beijou meu rosto. Ele tinha um sorriso ímpar estampado no rosto. Estava realmente feliz, bejei-lhe a face também e desejei "Feliz Ano Novo". Abracei a mamãe também, que não escondia a emoção do momento. Ela sussurrou em meu ouvido votos de um bom ano e manifestou a alegria de "ver a herdeira da dinastia Batland tão bela e esplendorosa". Ok, as mães sempre exageram nesses elogios, mas não era hora de discutir. Melchior me abraçou carinhosamente, e sorriu. Me convidou para aptinar no gelo. O lago congelado se tornava um divertido atrativo aos nossos olhos. A criança que vive dentro de mim foi mais rápida e, em poucos segundos, colocamos os patins e fui arrastada pelo meu amigo para a pista.

Dame un bacio
Yo te amo
Um beijinho, meu carinho
I love you, baby
I need you, baby
De beijo a beijo grito
Feliz Ano Novo desejamos


Há tempos eu não me divertia tanto! Melchior tinha razão, e eu ainda sabia me manter de pé sobre as lâminas dos patins. É como andar de bicicleta, ele disse. Uma vez que você aprende, nunca mais esquece. Papai e mamãe estavam abraçados à beira do lago, nos observando entusiasmados. Passamos muito tempo ali, e pela primeira vez, me senti realmente em casa, cercada pelas pessoas que amo.

Feliiiz.. Ano Novo.. desejamos!



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N.A.: A música citada chama-se Ano Novo, e era parte da trilha sonora de Chiquititas.


Ano Novo, vida nova!

Do diário de Alex McGregor

Olá diário, senti sua falta sabia? Mas antes eu não tinha muita condição de escrever, estava me sentindo péssima.
Scott e Megan faziam de tudo para que eu me sentisse melhor, mas como se sentir melhor numa situação destas? A mãe de Scott após uma conversa disse antes de ir embora:
-Chore tudo que você quiser, meu bem. Após chorar bastante chega um momento em que você simplesmente não tem mais lágrimas a derramar e ai estará pronta a retomar sua vida.
Ela é tão... Tão... Não tem outra palavra: LEGAL. O pai do Scott é mais reservado, extremamente educado e o jeito que ele olha pros filhos, faz a gente ter certeza, que ele os adora. Agora sei de onde vem aquele jeito doido de Scott e Megan ou sua firmeza de caráter. Os genes não negam. Quando Kyle veio até aqui na véspera de Ano Novo, para me buscar, o pai de Scott fechou-se com ele na biblioteca e conversaram durante um longo tempo. Após terminaram, Kyle pediu para falar comigo.
KM-Você está bem?
AM-Tanto quanto você... - disse olhando para aquele rosto com barba por fazer e olheiras.
KM-O ministro garantiu que vai cuidar de você. Fiquei... Ficamos preocupados com o seu sumiço. Ainda bem que seu amigo Scott nos mandou a coruja, avisando que você estava aqui. Eu já estava organizando um grupo de busca. - sorri meio sem jeito e ele continuou:
KM-Eu vou para Londres esta noite, começo a trabalhar na segunda no Ministério como Auror.... Eu e Sergei.
AM-Oh, parabéns a vocês. Estou tão orgulhosa. – levantei os braços para abraçá-lo e ele automaticamente fez o mesmo.
Paramos a tempo.
KM-Tenha um bom ano novo e se cuida ok? Se precisar de mim, para qualquer coisa, não hesite em me escrever.
AM-Ok, se cuida e... (respirei fundo)- Até qualquer dia. - ele foi embora e eu achei que fosse começar a chorar de novo, mas não deu tempo. Megan logo veio da cozinha com uma bandeja cheia de sanduíches e Scott trazia alguns refrigerantes e um enorme pote de sorvete.
AM-Pra que tudo isso? Não vamos jantar no iate?
MF-Ah, no iate vai ser aquela festa super chique, cheia de comida estranha. Mamãe convidou um monte de gente trouxa metida. As festas de reveillon de mamãe são famosas.
SF-Sim, e pelo que conheço das festas dela, vai atrasar bastante, então é melhor forrarmos o estômago antes de ir.
Subimos para o quarto e passamos o resto do dia nos divertindo, e ao cair da noite nos dirigimos ao Iate. E meu queixo caiu.
Era o maior iate que eu já tinha visto. Devia ser um mini transatlântico. Havia lanternas chinesas iluminando o convés, os garçons indo de cá para lá, enchendo as taças dos convidados, alguns eram representantes do governo trouxa e outros do governo bruxo.
O normal na Suécia em pleno inverno, seria estarmos num lago congelado, passando frio, mas o senhor Foutley, mandou descongelar o lago, para que todos pudessem ver a queima de fogos, enquanto o iate deslizava pelas águas. Megan estava disposta a me distrair e ia me apresentando todos que ela achava interessantes. Leia-se aqui: rapazes, bonitos e desimpedidos.
Após algum tempo, vi que Scott estava distraído com um grupo animado, e fui me encaminhado para a proa do iate com Megan.
MF-Alex, se não me engano, o Lorenzo não tira o olho de você.
AM-Que Lorenzo? O filho do diplomata italiano? Não delira Megan.
MF-Que delírio qual nada. O Lorenzo é um dos poucos nesta festa, que quando quer uma coisa vai atrás, eu o conheço bem. Não se faça de boba, eu vi que você ficou meio encantada pelo jeito decidido dele. Não olha agora, ele está vindo pra cá.
Não houve tempo de responder, pois nesta hora, o tal Lorenzo se aproximava, trazendo duas taças de champanhe:
LC-Oi, posso fazer companhia a vocês? - e antes que estendesse as taças Megan foi dizendo:
MF-Claro, que pode. Aliás, vou buscar um pouco de Eggnogg, não gosto muito de champanhe, cuide de minha amiga sim?- e saiu me dando uma piscada.
Ele me deu a taça de champanhe e ficamos ali olhando a baia toda iluminada e ele resolveu ser franco:
LC-Eu tinha esperanças de que Megan não gostasse de champanhe, por isso trouxe somente as duas taças. - disse enquanto eu bebericava a minha.
AM-Eu poderia não gostar também.
LC-Eu resolvi arriscar. Desde que a vi, queria uma desculpa para conversar a sós com você. Conhecê-la melhor.
AM-Bem, estamos a sós... O que quer conversar? – acho que champanhe é o tipo de bebida que sobe rápido, pois eu estava me sentindo solta, desinibida... E comecei a reparar que Lorenzo tinha olhos azuis, emoldurados por cílios bem negros, assim como seus cabelos. Ele contava suas peripécias em Eton e eu me segurava para não falar muito de Hogwarts.
LC-Você tem namorado?
AM-Eu ten... Quer dizer... Tinha.
LC-Então você não se importaria de dançar comigo não é? - e foi se aproximando e pegando em minha cintura.
AM-Como assim dançar? Aqui? - disse, pois a pista de dança ficava do outro lado. Só havia nós dois ali, ouvindo uma musica suave.
LC-Sim. Nosso momento é aqui! Até eu que sou um "trouxa" como vocês dizem, sinto a magia no ar.
Olhei espantada para ele, que completou:
LC-Sei que vocês são bruxas, mas para mim você é uma fada. - Olha que coisa fofa de se dizer diário...
Começamos a dançar a partir daí não nos desgrudamos mais, pois Lorenzo tinha uma coisa indispensável numa companhia: bom humor e eu não me senti surpresa quando ele me beijou ao soar a meia-noite do novo ano.
LC-Feliz Ano Novo, caríssima.
AM-Feliz Ano Novo para você também.
E enquanto os fogos explodiam nos céus, nas mais variadas formas, Lorenzo e eu éramos abraçados por Scott, Megan e mais alguns convidados.
Meu amigo me cochichou:
SF-Uma boa virada de ano hein?
AM-Sim, apesar de tudo que houve, eu vou ser feliz. - e abracei mais forte o amigo de todas as horas.
Depois disso, os músicos começaram a tocar todos os sucessos da disco music e logo estávamos todos dançando I will survive.
Lorenzo e eu combinamos de sair. Ele quer me levar para fazer um programa estritamente trouxa, cinema e jantar. Espero não passar vergonha, sou meio desligada em estudo dos trouxas.
Não... Eu não esqueci o Kyle, diário, nunca vou esquecê-lo. Mas se eu quiser manter a minha sanidade, vou viver e ser feliz um dia de cada vez. Pois gostando ou não, ele é... Ele é... Meu irmão.
Droga ainda dói dizer, isto, mas com o tempo, espero me acostumar.
Feliz Ano Novo pra você e até outro dia...


Julgando meu próprio lugar

Do diário de Igor Kanne

Estava espantado, diante daquele imenso castelo. Então isso é Hogwarts? Pensei comigo mesmo. Como nunca nenhum humano pode ter encontrado algo tão grande e belo como esse lugar? A sensação que tive era de que aquele lugar me acalmaria. Todos meus medos estavam passando, pouco a pouco.

Corri em direção à porta, e logo fui empurrando-a para que abrisse. William Stroke me impediu no meio do caminho, dizendo que não entraríamos por ali. Não entendi muito bem o porque, mas concordei com o que ele me dissera. Fui acompanhando o caminho que ele fazia, agora dando a volta em torno do castelo, como se procurasse alguma outra entrada.

Ao mesmo tempo que ia seguindo aquela direção, também observava cada detalhe de Hogwarts, mas o que me chamara mais atenção foi uma luz que vi piscando da janela de uma das masmorras ali existentes. Logo após o último dos piscares, vi uma garota, que me encarava de longe. Ela parecia ter os cabelos longos e ruivos, e me parecia espantada, não entendi bem o porque. Mas observava-a com muita cautela, até que Sr. Stroke me chamou, e disse para apressar meus passos, porque havíamos chegado aonde ele queria me levar.

- Igor Kanne, te levei até essa outra entrada, porque Sr. Dumbledore gostaria de falar contigo. E por aqui você pode chegar mais rápido até a sala onde ele se encontra. Vamos, continue me acompanhando, que já estamos bem perto.

Sr. Stroke apontou a sua varinha para uma porta que parecia bem antiga e de madeira, dizendo Alorromora, e como em um passe de mágica a porta se destrancou. Continuei à segui-lo, agora por um corredor bem escuro, e comprido. Havia um tapete vermelho no chão, que seguia até o fim do corredor, ele era bem limpo e reto, como se tivesse passado um caminhão bem pesado por cima, alisando-o. Nas paredes haviam quadros, vários deles. O mais engraçado é que eles tinham vida, conversavam-se entre si, cantavam, pulavam e até se mexiam.

Enfim chegamos ao fim do corredor, Sr. Stroke, novamente em frente, abriu a porta e me falou para que entrasse, dizendo que Dumbledore, o diretor de Hogwarts estava ali me esperando. E que depois de minha conversa, ele me acompanharia até meu dormitório.

Entrei pela porta, e me encontrava em uma sala grande, redonda, cheio de luminárias vermelhas e verdes. Vi então um homem velho, de costas para mim, até que perguntei:

- Dumbledore? É o senhor?
- Ah, Igor Kanne. Nem te vi entrar. Venha, sente-se aqui nessa cadeira.
- Ah, obrigado.
- Você deve estar bem confuso com toda essa história, não é mesmo? Pois bem, quem não estaria?
- Na verdade eu senti um certo conforto, logo que pisei nos terrenos de Hogwarts. Mas queria que o Sr. me respondesse à algumas dúvidas. Posso?
- Você vai ter de me desculpar Igor, mas infelizmente agora preciso terminar algumas coisas. Pedi para que o Sr. Stroke lhe trouxesse aqui, apenas para olhar seu rosto e definir em que casa você irá seguir com os estudos daqui à adiante. Você deve estar cansado, não está?
- Sim, estou. Mas, casa? Como assim? Cada um tem uma casa?
- Hogwarts é uma escola de Magia e Bruxaria. Cada aluno que entra para o colégio no primeiro ano, é selecionado para uma das quarto casas aqui existentes. Na verdade essas casas são dormitórios onde os alunos ficam, se acomodam e vivem enquanto estudam aqui no colégio. Elas são definidas pelas características dos alunos. Portanto, agora iremos ver em qual das quatro você mais se encaixa, mas creio que até posso já imaginar...
- Pode imaginar?!
- Espere, não vamos dizer nada antes do resultado.

Dumbledore se virou, tirou sua varinha de seus vestes e disse em um tom de voz forte a palavra Accio. Logo pude ver um velho chapéu voando em direção de suas mãos.

- Igor, esse é o Chapéu Seletor. É ele quem defini em que casa você e sua personalidade mais se encaixam. Colocarei ele em sua cabeça, e veremos.

Nem perguntei mais nada, só esperei que Dumbledore fizesse o que fora dito. Colocando o chapéu em mim, comecei a ouvir uma voz, como se rondasse por dentro de minha cabeça. Essa voz começou a dizer:

“Alguns nem precisam perguntar
Outros demoram para se decidir
Mas uma cabeça como essa tua
Não há muito do que se duvidar”

O Chapéu Seletor falava de uma maneira como se estivesse cantando...

“Você tem um grande poder em mãos
Talvez esse valor que julga sua perseguição
Mas o que mais lhe conta aí dentro
São suas dúvidas que voltam sem parar
Qual caminho é o que você melhor se dará?
Sonserina poderia te dar o poder que você tanto esconde
Grifinória seria o seu próprio equilíbrio e paz.
Mas não consigo entender muito bem o que vejo em você
Tenho medo de errar, e nem você sabe por onde se guiar
Mas como em uma das quatro casas você deve estar
Sonserina, ah sim, esse é seu lugar!”

- Bem como eu previa! (cochichou Dumbledore) – Igor, creio que não temos mais o que descutir. O Chapéu Seletor é bem esperto, e se é a Sonserina que ele diz ser teu lugar, vá em frente. Espero que você se dê bem. Acho melhor você ir agora com o Sr. Stroke, ele irá te acompanhar até o seu alojamento. Descanse, porque amanhã será um dia bem puxado para você.

Terminei de ouvir Dumbledore falar, e acenei um sinal de “sim” com a cabeça. Eu ainda estava meio sem entender essa “disputa” que acabara de acontecer em minha cabeça pelo Chapéu Seletor. Sonserina, será que é lá mesmo que eu deveria estar?

Saí da sala e o Prof. Stroke me levou por outro corredor, outra porta, e várias assim, até chegar em uma sala bem grande, parecia a central, e com uma escadaria bem alta. Prof. Stroke disse que precisaria cuidar de mais algumas coisas, mas me falou como chegar em meu alojamento. Era só subir as escadas, seguir pelo primeiro corredor à direita, logo, apenas ir subindo e subindo até o sexto andar. E eu viria um quadro bem grande, que me perguntaria a senha. Dizendo-me a senha, o Prof. Se afastou de mim, e disse para não explorar o castelo por hoje, que eu deveria era ir descansar.

Segui o caminho em frente explicado pelo Prof. Subi as escadas, segui para direita, e fui carregando minha mochila e os matérias que estavam guardados dentro dela. Quando eu estava passando pelo corredor do quinto andar, achei ter ouvido algo sussurrar em meus ouvidos, e me virei para olhar para trás. Pude sentir um frio em minha barriga, e então no mesmo instante minha corrente de prata começou a vibrar e o anel se ergueu no ar, assim como da outra vez em minha casa. Eu sentia uma força me puxando para uma direção do corredor, oposto de onde eu deveria ir. Quando cheguei de frente para uma porta, o anel parou de vibrar. Fiquei encarando a porta, não sabia se deveria abri-la e nem como, pois parecia estar trancada. Até que ouço um ruído vindo de dentro da sala, e a porta se abre de uma vez revelando bem no feixe da mesma um rosto. O mesmo rosto da garota que eu vi mais cedo na masmorra.

Me assustei quando à vi, foi de surpresa. E parece que não fui o único, pois sua cara também foi de espanto. A porta bateu-se de uma vez, provocando um barulho estridente pelo corredor do quinto andar. Eu pensei em sair de lá, mas é como se eu sentisse que eu precisava ver quem era aquela garota. O jeito que ela me encarara na janela, e agora na porta, me deixava muito curioso. Resolvi então entrar. Empurrei a porta, e ela foi se arrastando pelo chão. Quando me dei conta, já estava lá dentro. A sala era bem escura, suja e pequena. Mas não havia mais ninguém lá. Fiquei sem entender, olhei para todos os lados como se procurasse a garota. Como que ela podia ter sumido assim? Não tinha outra saída. Quando vejo do outro lado da sala, uma janela. Corri até lá, e percebi que o ar estava mais frio naquele local da sala. E no vidro, com um susto, pude ver o formato de uma mão, como se marcasse na janela com o frio que aquela sala estava provocando. Tão pequena a mão, tão feminina. Me passou pela cabeça que aquela poderia ser a mão da garota que estava lá dentro. Toquei minha mão sobre a dela que estava marcada no vidro. Quando fiz isso, olhei lá fora, e percebi que estava na janela da mesma masmorra que a garota se encontrava quando me viu pela primeira vez. Era como se eu pudesse senti-la por perto, mas não conseguia vê-la. Por quê?

Thursday, December 29, 2005

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos!

Do diário de Louise Storm


O dia do show chegou. Fui arrancada da cama cedo por Brendan, que saltava por cima de mim, pisando nas minhas pernas e dizendo que tínhamos que chegar antes lá ou pegaríamos a ultima fileira do show. Apesar de achar que ele estava exagerando um pouco, me levantei e fui tomar meu banho.

Já estavam todos na cozinha quando desci pra tomar café. O único que não estava lá era George, que não iria ao show. Ele não gostava do grupo e tinha programado sair com os amigos trouxas da cidade. Susan dormia sobre os braços na mesa e Julian terminava de abastecer uma enorme mochila com dezenas de sanduíches que vovó ia embalando, enquanto Brendan enchia garrafas com água e usava uma camisa da banda pra lá de chamativa. Quando deu 9hs da manha, saímos de casa.

Ao chegarmos ao Hyde Park, local onde seria o show, uma fila imensa podia ser vista do lado de fora dele. Barracas de camping, cadeiras de praia e juro que até churrasqueiras portáteis estavam espalhadas por toda a extensão da calçada que circulava o parque. Procuramos o final da fila, já quase saindo do bairro e sentamos no chão. Encontrei Monn no caminho, sentada dentro de uma barraca cor de rosa com Agatha. Elas carregavam um monte de tralhas e pareciam empolgadas. Chelsea nos encontrou uma hora depois, trazendo vários binóculos nos braços.

Por volta das 15hs os portões do Hyde Park foram abertos e foi ai que a confusão começou. As pessoas, na ânsia de entrar depressa e grudar as caras na grade em frente ao palco, começaram a correr e empurrar uns aos outros, querendo passar a frente. Levei uns 15 empurrões, fora as inúmeras cotoveladas enquanto tentava entrar. Brendan agarrou meu braço e o de Susan e foi nos rebocando portão adentro, enquanto nos guiávamos pela cabeça de Julian e Chelsea, ambos altos, para não nos perdermos na multidão. Quando as pessoas atingiram o gramado do parque, começaram a correr desesperadamente em direção ao palco. De longe avistei Monn e Agatha passarem como cometas, berrando enlouquecidamente e indo na direção à área vip enquanto tentavam arrastar um enorme baú de aparência pesada. Elas pareciam duas loucas, trajadas a caráter, com cabelos coloridos e roupas e faixas do The Wonders. Naquele momento me senti normal ao lado de Brendan e sua camisa extravagante da banda.

Susan até sugeriu corrermos também, mas de que adiantava? Mais da metade do gramado do parque já estava tomado pela multidão que acampou na fila. Sem esperanças de ficar a menos de 1 km de distancia da banda, nos acomodamos pela parte de trás, junto com os demais que haviam chegado essa manha. As 20hs as luzes do parque foram apagadas, indicando que o show estava prestes a começar, e o povo começou a gritar. Meninas chorando e berrando até ficarem sem voz e garotos tentando controla-las em vão. Hora ou outra passava um segurança carregando uma desmaiada no colo e largava no ambulatório.

Quando era exatamente 21hs, as luzes do palco acenderam e as cortinas abriram, permitindo que os The Wonders entrassem. Ou pelo menos eram o que os gritos e assobios deveriam estar indicando. De onde estávamos não dava pra ver absolutamente nada, a não ser o topo da cabeça deles. O som ao menos era nítido, o que já valia a ida e o transtorno ate ali.

JS: Paguei mais de 50 libras pra ver o cabelo do Guy Patterson??
CH: Ah não reclama, foi pra isso que trouxe os binóculos, toma!
LS: Não é tão ruim aqui, ao menos não estamos sendo amassados.
BS: Fácil pra você falar, já que esta montada no meu ombro! Quanto você ta pesando??
LS: Prefiro não responder, ainda estou carregando os quilos do natal...

Brendan me pôs no chão e levantou Susan, que estava sentada na grama cansada de não ver nada alem da iluminação do palco. O show já estava na metade quando o vocalista, James, simplesmente desapareceu. Só ouvíamos a voz dele, mas nada de ver o cara. Foi quando eu percebi que a área vip ficava um pouco próximo de onde estávamos e nela continha um palco extra. Foi tudo muito rápido: James surgiu naquele minúsculo palco para tocar para a platéia mais afortunada, uma massa veio correndo na nossa direção, Julian se desequilibrou e derrubou Susan, alguém me deu uma cotovelada no rosto e ao cair, agarrei o braço de Brendan. Saímos rolando na pequena inclinação que tinha no parque entre os milhares de pés que corriam e pisavam ameaçadores na grama, quase esmagando nossas cabeças. Chelsea ficou parada agarrada na arvore, sem saber pra onde ir. Julian conseguiu levantar do meio da multidão trazendo Susan pela gola da camisa e agarrou-a pelo braço, arrastando até a parte mais afastada, onde eu jazia ao lado de Brendan.

Brendan levantou do chão todo amassado, limpando a terra da roupa e me ajudando a levantar. Meu cabelo estava cheio de grama e meu nariz sangrava. O infeliz que me acertou em cheio no mínimo tinha deslocado ele, pois doía demais! Chelsea tirou um lenço de dentro da bolsa e me deu para ajudar a estancar o sangue. Maldito James Mattingly II, porque tinha que vir pra cá??? Mais uma vez não víamos nada, a não ser por uma cabeleira loira descontrolada no palco, agarrando o infeliz do vocalista, mas não dava pra ver quem era e pouco me importava àquela altura do campeonato.

Passamos o resto do show lá atrás, o mais longe possível dos palcos, cantando já sem empolgação. Dos cinco binóculos de Chelsea, apenas um estava inteiro. Os outros quatro estavam estraçalhados no chão depois de serem pisoteados pelas fãs histéricas. Já passava das 23hs quando o show acabou e esperamos aquela massa de gente deixar o parque para sairmos. Meu nariz ainda sangrava e a camisa de Brendan além de terra, tinha manchas de sangue também. Susan resmungava que odeia tumulto e que nunca mais sai conosco pra esses eventos e Julian e Chelsea vinham fechando o cortejo dizendo que apesar do sufoco, até que foi divertido. Ta que eu to com o nariz do tamanho de uma batata e nem posso usar magia pra consertar ele porque não sei o feitiço certo, mas tenho que admitir que foi mesmo engraçado. Valeu a pena vir, melhor do que ficar em casa engordando de tanto comer. Afinal, programas de índio também fazem parte da vida...


Aguenta firme, companheiro!

Uma lembrança nada agradável de Sergei Menken

-Vocês são irmãos! Poft.
Alexandra caiu ao chão desmaiada pelo choque. Uma correria se instalou na casa, Kyle a pegou no colo e a levou para o quarto com a avó atrás e a mãe esbravejando com ele. Ian que estava ao meu lado, tinha os olhos arregalados como se estivesse num sonho ruim. Pus a mão no seu ombro para acalmá-lo.
Tive pena do velho McGregor, avô deles, enquanto dizia que Virna havia dito aquilo com crueldade, e a neta deles não merecia. A mulher deu de ombros.... Ela não liga para Alexandra mesmo...
Após algum tempo veio descendo contrariado, com a tia dele, Millie, atrás dele.
KM-Ela está bem vovô, já acordou. - disse Kyle ao avô, para tranqüilizá-lo.
VM-Isso não é fim do mundo. Aposto que ela fingiu o tempo todo. Kyle, querido, você deveria ir dar mais atenção para sua prima Juliette, que é muito bonita e...
KM-CALA A BOCA. - e ante o espanto de Virna e de quem estava na sala ele disse aos borbotões:
-Você acabou de arrebentar com a minha vida e ainda quer que eu aja como se estivesse em um salão de chá?
VM-Mas, eu não tenho culpa. A culpa é daquela menina e da mãe dela...
KM-Não ouse falar mal dela. Selene não tem culpa de nada. Nunca fez mal a ninguém aqui.
VM-E eu? Por acaso fiz mal a alguém? Não, sempre amei vocês, me dediquei a criá-los da melhor maneira possível, sacrifiquei meu orgulho...
KM-Porque vocês esconderam isto tanto tempo? Nunca percebeu o meu interesse na Selene?
JM-Eu e sua avó achávamos que se vocês crescessem como irmãos, nunca teríamos que falar nada. Sua mãe não poderia criá-los sozinha... Por isso, fizemos questão que morássemos juntos aqui. Nunca quis o sofrimento de vocês, meu filho. - o avô tentou explicar, e enxugou os olhos, discretamente.
Pude ver o olhar de Kyle abrandar um pouco ao olhar para o velho Josiah, mas aquela mãe dele...
VM-Era amor de irmãos, embora isso me desagradasse demais.
KM-Sim, por muito tempo, eu gostei dela como um irmão, mas quando fiquei adulto, eu me apaixonei. E ela por mim.
VM-Eu sempre disse: Ela é realmente uma bruxa maligna, mas ninguém me escuta. Todos a adoram, todos a protegem e o que ela vale? Nada. Ela não vale nada. Eu sim, é que te amo, meu filho. - disse irritada e aproximou-se dele.
Acho que o que fazia meu amigo tentar se controlar era a presença do avô. Eu o conheço a tempo demais, para não saber quando ele chegava ao seu limite.
KM- Já disse: cala a boca! Ela é melhor que você de muitas maneiras. Você nunca amou ninguém além de si mesma, não é? Nem mesmo ao meu pai...
PAFT – Virna deu-lhe um tapa no rosto, tão forte, que o fez virar a cabeça.
Todos ficamos chocados com aquilo, Kyle virou a cabeça calmamente e disse entredentes:
KM- Hoje você perdeu um filho, Virna.
E saiu porta afora, peguei rápido nossos agasalhos e uma garrafa de wisky e fui atrás dele. A única coisa que eu poderia fazer, era estar ao lado dele e ajudá-lo a juntar os pedaços. Caminhamos até o Pub do povoado, o Unicórnio Feliz, e Kyle, logo subiu para um quarto e se pôs a beber. Quanto mais ele bebia, mais quieto ele ficava, até que numa hora, me olhou e mais afirmou do que perguntou:
KM-Eu a perdi para sempre não é? - e aos poucos as lágrimas começaram a cair e ele escondeu o rosto nas mãos.
Eu nunca havia visto o Kyle chorar, nem mesmo quando éramos garotos em Durmstrang e ele quebrava alguma coisa no quadribol. Isso acabou comigo, pois parecia que eu havia enterrado alguém que eu gostava muito.
SM-Aguenta firme, companheiro! - era só o que eu podia dizer.
Droga de mania que as famílias têm de guardar segredos.
Droga de sentimento chamado amor. Eu juro, pelo grande Odin: Nunca vou sentir isso!Nunca!
Prefiro morrer a ter que amar alguém desesperadamente e não poder ser feliz ao lado desta pessoa.
Finalmente o álcool começou a fazer efeito e Kyle dormiu de roupa e tudo. Comecei a me preparar para dormir também, quando uma coruja, bateu no vidro fechado. Abri a janela e peguei o pergaminho que ela trazia. Era do Ministério.
Retirei o lacre a ela dizia que eu e Kyle estávamos aprovados e que na primeira segunda feira do ano, seríamos oficialmente empregados como Aurores do Ministério da Magia em Londres.
Nada como trabalho duro, para mostrar que ainda estamos na briga, né companheiro?- disse alto, para um amigo adormecido.

Wednesday, December 28, 2005

Só na espectativa...

Do diário de uma fã!
Não conseguíamos acreditar aonde estávamos, mesmo já tendo passado 1 hora de quando tínhamos sido jogadas para dentro da barraca... Era, sem sombra de dúvida, a maior barraca que iríamos ver em todas nossas vidas... Ela possuía 1 cozinha americana (não sei porque a chamam assim, já que temos desse estilo aqui em Londres, mas enfim...), 1 big suíte com hidromassagem, 1 banheiro à parte, sala de jantar, sala de estar... Um o furo no jardim, uma sala de ginástica, bem trouxa, devo dizer, e um chafariz na entrada da sala... Com fadinhas brilhantes fugindo dos jatos d’água.

Pregado no armário da dispensa, existiam algumas notas da moeda trouxa, uma lista de compras, o endereço de algo conhecido por supermercado e outro pergaminho de dady... O pergaminho dizia que devíamos descansar, pois nosso dia seria looongo... Sim, dizia com todos esses O’s... Nos encostamos nos sofás do salão principal e caímos no sono... Agatha me disse que às vezes acordava no susto com um de meus ataques de sonambulismo... O pior deles, segundo Tha, foi quando eu sentei no sofá, estiquei os braços, os balancei de um lado ao outro berrando ‘Wonders’ ‘Wonders’... Mas ela ficou com medo mesmo quando comecei a procurar isqueiro... Ela realmente não queria que puséssemos nossa ‘casa’ a baixo só porque eu sonhava com uma balada deles...

Acordamos ao som de uma corneta, que nem Merlin sabia de onde tinha vindo... Eram 8 horas da manhã e algo nos dizia que devíamos encarar o bendito mercado...Esse algo que dizia na verdade é mais conhecido por ‘ronco no estomago’... Estávamos morrendo de fome, e em nossa barraca duple-luxo não existia nem uma fatia de torta de rins, ou uma gota de suco de abóbora sequer... E lá fomos nós! Abrimos no horário indicado à segunda parte do baú e nele achamos 2 bicicletas, com 3 cadeados e suas respectivas chaves... Um cadeado era para trancar a porta de nossa humilde moradia, que por fora mais parecia um barraco podre e velho... Sorte a nossa q as bicicletas possuíam quatro rodas... Sim, as 2 principais e 2, er... Digamos que, coadjuvantes... Afinal, nem eu nem Tinha sabíamos conduzir estas coisas...

Chegando ao mercado, nos deparamos com um total caos... E a pergunta não se cessava em minha mente... QUE DIABOS OS TROUXAS ESTÃO FAZENDO NO MERCADO A ESTA HORA DA MANHÃ? E quase que imediatamente recebo a resposta, vindo de uma caixinha preta, presa no alto da entrada da loja:

‘Aproveitem senhores clientes, últimos momentos de nossa promoção de Cidra... Sim minha senhora, temos a Cidra de Qualidade, a Cidra do Ano Novo ‘Serezer’... E levando 3 caixas de cidra a senhora ganha automaticamente de graça, após uma pequena taxa de $3,00, um panetone! Últimas unidades minha amiga freguesa, aproximem-se!’

Saímos descabeladas do meio de senhoras ensandecidas atrás da tal cidra, mas conseguimos localizar o setor de mantimentos... Pegamos 6 dos pacotinhos que papy sugeriu, eram um tal de ‘miojo’... Não sabíamos do que se tratava, mas a fome era negra... Compramos também uns enlatados, pois não conseguiríamos preparar nenhuma daquelas refeições trouxas congeladas... Como não achamos suco de abóbora, compramos umas caixinhas que se diziam ser leite, mesmo sem saber como faríamos para tirar o liquido de lá e fomos em direção ao caixa efetuar o pagamento... Nos enrolamos um pouco, mas conseguimos sair de lá antes de sermos atropeladas pela segunda leva de senhoras gordas e maquiadas, cheirando a desodorante barato, que corria atrás da nova promoção, sabonetes: leve 3 pague 2 e ½... aiai esses trouxas...

Antes de voltarmos ao nosso ‘lar, doce lar’, passamos por um quiosque trouxa e compramos um jornal... Idéia também de papy, ele disse que lá haveria toda a programação para o show e seria bom nos mantermos informadas...

AC: Monny, você não vai acreditar, aqui neste jornal, o repórter diz que as fãs mais fanáticas deveriam estar indo para o local do show por volta de 24hs antes do mesmo, mas que mentira deslavada, só temos nós duas lá e...

MS: Aaah, Agatha, dá só uma olhadinha aqui, amiga...

Mais uma vez não conseguíamos acreditar no que nossos olhos nos mostravam... Uma fila de umas 17 barracas, e muitas meninas sentadas em lençóis, cadeiras baixas e esteiras, tinha se formado atrás de nossa barraca... E a calçada de uma das ruas mais movimentadas de Londres tinha se tornado agora ponto de encontro de fãs do The Wonders... Todas com bandanas e blusas da banda, cantando alto suas canções, sentadas em volta de mini fogueiras que tinham sido improvisadas para disfarçar o vento cortante que passava por dentre elas... Era inacreditável!

Tentamos ser discretas, mas como ninguém ali era discreta, menos ainda as pioneiras no acampamento, não conseguimos seguir direto para nosso desjejum... Várias garotas loucas de pedra nos perguntavam de onde tínhamos tirado a idéia de acampar, e o que sentíamos agora que éramos famosas, já que todas as emissoras de televisão estavam, desde a madrugada, mostrando imagens de nosso acampamento... Nem imaginávamos isso tudo, alias, pouco sabíamos o significado de ‘emissoras’ e ‘televisão’ mas disfarçamos e corremos das loucas, para que conseguíssemos tomar café, antes que já desse a hora do almoço...

Umas vozes apareceram durante o percurso de preparação do tal miojo, que requeria muito esforço físico e mental de nós duas... No fim, apelamos por um dos elfos de minha casa, que chegou nos trazendo alguns quitutes, mas prometemos para papy devolvê-lo na manha seguinte, antes de entrarmos para o espetáculo, e o principal, sem deixar que algum trouxa o visse.

Por volta das 17 horas, recebemos um comunicado oficial de meu querido pai, nos passando algumas questões sobre as diversas matérias estudadas em Hogwarts, e os respectivos livros... Levamos 3 horas e 27 minutos para conseguir responder todas as questões certas e só no fim de tudo que recebemos a chave para o terceiro compartimento... E este era o melhor bem recheado, digamos de passagem...

Dentro do compartimento haviam blusas customizadas da banda, lanternas, faixas de cabelo, pulseiras que brilha no escuro, colares de gel fluorescente, garrafas térmicas contendo bebidas energéticas, sapatos amaciados para corrida, apliques para cabelo, pulseiras tendo como pingentes as replicas dos componentes da banda e o principal, as entradas para o show... As entradas eram para a área V.I.P., ou seja, gargarejo... Junto ao envelope das entradas, tínhamos um mapa do local, o qual estendemos na mesa e passamos 1 hora estudando a forma mais rápida e eficaz de conseguir os melhores lugares na primeira fileira... Uma vantagem já tínhamos, éramos as primeiras da fila... A idéia era entrar sem olhar para trás e só parar quando sentisse o cheirinho de tinta do palco a nossa frente...

Acordamos cedo no dia 28/12, mas não era por causa de nenhuma corneta não... Eram as fãs que, aparentemente não haviam conseguido dormir e já estavam cantando em alta e péssima qualidade, as musicas do grupo... Desistimos de tentar fazê-las calarem a boca e nos levantamos para tomar café... Não encontramos o elfo, mas achamos um bilhete dele (e eu que nem sabia que elfos escreviam...). Dizia que o café estava pronto, e que, ao terminar de comer, receberíamos nossas varinhas, para que pudéssemos ‘desarmar acampamento’ sozinhas, ressaltando que discretamente, pois não queríamos aparvalhar 1.500 adolescentes trouxas...

Guardamos toda a roupa de cama, colocamos em nossas mochilas todos os apetrechos que ganhamos na 3º abertura do baú e nos encaminhamos para fora da barraca... As desmontamos manualmente e ficamos na fila, conversando com as demais garotas...

Os portões iriam abrir às 17 horas, mas ao meio dia já começaram os rumores de que a abertura seria antecipada... Muito nervosas, começamos a mexer com todos, e até com os vendedores ambulantes fazíamos brincadeiras...

13 horas da tarde e começou um empurra-empurra fenomenal... A fila para a área ‘não vip’ cresce a cada segundo... Cada pessoa estranha... Êê, coitada da Lou, acho que ela deve estar sendo espremida ai nesse meio...

Por volta das 14 horas, as garotas na fila V.I.P. começaram a ficar tensas, ainda mais depois que Agatha disse ter visto um segurança apontando para nosso portão, dando a indicar que ele seria aberto...

Eram exatamente 15:43 quando coloquei meus pés para dentro do estádio... Não pude acreditar... Só consegui berrar para as meninas (sim, porque já havíamos feito novas amizades durante a tensão da fila): - Corram como se não houvesse amanhã... Vão, não se preocupem comigo, VÃO!

Minhas pernas tremiam e eu não conseguia sair do lugar... Agatha voltou e saiu me rebocando rampa acima... Mesmo retardatárias, conseguimos ser as primeiras a chegar na área V.I.P., até porque, acho que éramos as únicas a decorar um mapa de entradas e atalhos do local!

Deixa eu ir lá, diário, ainda tenho que descobrir a charada que papy mandou, pois ela é a resposta para abrir o 4º compartimento do baú e acho que precisarei dele aberto para durante o show...

Tuesday, December 27, 2005

Enfim, FÉRIAS!

Do diário de Monn M. Speaker.


Nossa... As férias correram... Nem tive tempo de escrever aqui pra você, né diariozinho fofo? Ta né, juro não te chamar mais assim... Seu fresco! Hunf! Ok, onde parei? Huuum... No trem, voltando pra casa... Desembarcamos em Londres e me despedi de Agatha... A songa monga de minha, argh, irmã, veio comigo até o encontro com mamy e voltamos para casa à moda mais trouxa possível... De ônibus... Pois papy estava ocupado trabalhando e não pôde vir nos buscar de carro.

Chegando a entrada de nosso condomínio, comecei a procurar o que estava acontecendo de estranho, porque tinha algo diferente, e não conseguia definir o que era... Chegando mais próximos de casa, com elfos aos nossos pés carregando a bagagem, pude ouvir, bem baixinho, o que estava acontecendo...

Luzes verdes, rosas, laranjas e roxas saltavam da janela do segundo andar de minha casa, e se eu não estivesse enganada, aquela era a minha janela... E acompanhando as luzes, confetes eram jogados para fora da casa, ao som de The Wonders... Corri o mais rápido que pude, sem ter a mínima noção de o que me aguardava...

Sim, papy não havia mentido para mim, ele tinha montado um kit show, mas que kit... Havia ao pé da minha cama, um baú pesadíssimo de um 1,40 m. por 2,00 m. Acima do baú, uma caixinha de musica enfeitiçada e era dela que saiam as luzes, a musica e os confetes... Nela também haviam, ao invés de uma bailarina ou algo singelo assim, os 4 componentes da banda, tocando seus instrumentos e cantando para a platéia de madeira dentro da caixa... Não sei o que papai estava aprontando, mas que prometia ser bom, há prometia...

O baú não abria... Estava trancado, em todas suas 5 fechaduras... Dentro da caixa de musica, havia um pergaminho de papy dizendo que receberia as chaves quando e, se as merecesse e só utilizaria o material dia 27... Após horas tentando arrombar o baú, inutilmente, devo assumir, desisti e resolvi por em viagem os presentes de Natal de meus amigos!

Fiquei por uns 2 dias ainda tentando descobrir o conteúdo do baú, mas logo esqueci, afinal, tinha outras ocupações muito importantes... Como por exemplo, comprar meu traje para o show, fazer o cabelo à la wonders, pintar as unhas escrevendo ‘the wonders’ nelas... Preparar cartazes e faixas... E é claro, ver meu namorado...

Perseu veio trazer Agatha logo após o Natal e passou a tarde comigo, matamos bem as saudades, mas ele preferiu nem dormir aqui em casa, disse que sentia náuseas só de ver como eu e Agatha ficávamos ao imaginar o show... Disse que parecíamos ‘cândidas crianças aguardando a primeira neve do inverno após um longo outono’... Vê se eu posso com isso, aiai... Que rapaz ciumento!

Papai Noel chegou mais tarde pra mim este ano, afinal, ontem, dia 26/12, às 23:59 surge em minha porta um ser todo de vermelho, dizendo ‘ho ho’ e deixando uma caixinha em minhas mãos... Claro, a aparência enganava um pouquinho, ainda mais com toda aquela fumaça conjurada, mas em segundos pude perceber que não era Papai Noel algum, e sim meu paizinho com um pijama vermelho, ridículo por sinal, e uma enorme barba branca de algodão... Se o que ele queria era arrancar boas gargalhadas, bem ele conseguiu... Mas o importante nem é isso, e sim que, dentro da caixinha, continha uma chave... Siiiim, A chave do kit! E instruções... Ai, papai adora disso!

Ele nos explicou que só poderíamos abrir o kit nos determinados horários, citados nas instruções, para que a mágica desse certo, até porque, dentro de cada compartimento, estava a chave para abrir o próximo... E algo me diz que é no ultimo que encontrarei os passes para o camarim, então, regras, as seguiremos sem cessar!

Papai soltou uma risada maléfica e disse que se não andarmos logo, nos atrasaremos para o primeiro passo... Foi quando resolvemos ler as instruções...

1º - Chegar à entrada do setor 5 do Hyde Park às 2 horas do dia 27/12/76 e procurar o guardião trouxa do portão para conseguir a próxima instrução!’

Tínhamos exatamente 1 hora e 59 minutos para arrumar nossa bagagem, e sair, para chegarmos a tempo no local... Papy disse que só trocássemos de roupa e nos encaminhássemos ao local, pois o baú nos forneceria tudo que precisássemos...

Conseguimos chegar lá em tempo recorde, faltavam 2 minutos para as 2 horas da matina... Encontramos um senhor baixo e careca, que trajava vestes de inverno velhas e o mesmo nos entregou um pergaminho enquanto resmungava alguma coisa como: ‘esses adolescentes de hoje em dia’ e outras coisas...

Nos posicionamos tecnicamente como indicava o pergaminho... no centro do portão 5, com ângulo de 90º voltado para a esquerda... abrimos o baú exatamente as 2:05 como indicava o pergaminho e não conseguimos acreditar nos que estávamos vendo a nossa frente... todo esse estardalhaço de meu pai para abrirmos um baú que só continha velharias? Não me contive e comecei a xingar de todos os nomes meu velho pai... quando já estava por volta do 29º nome feio dirigido a pessoa dele, uma voz surge do nada...

Será que sou isso tudo mesmo? Claro que não iria fazer mal a você, filhotinha, mas também não te daria tudo de mão beijada... siga as instruções e monte essa barraca, que com certeza tudo vai melhorar, pelo menos a sua noite vai...

E seu rosto sumiu tão misteriosamente como apareceu... demoramos uma meia hora para montar a barraca, mas conseguimos... ao prender a ultima estaca de madeira no asfalto trouxa, uma luz surgiu de dentro da barraca, e nos puxou para dentro junto com baú....

Continua...







Numa crise, procure um ombro amigo.

do diário de Alex McGregor

-Alexandra querida, acorde, é a vovó...
-ela está acordando...
-Querida, acorde...


Aos poucos fui recobrando a consciência e senti um toque familiar em minhas mãos. Abri os olhos olhei ao redor e estava em meu quarto, com vovó, tia Millie e Kyle, com um ar extremamente preocupado ajoelhado ao meu lado. Lembrei-me das palavras de Virna, e me levantei rápido:
AM-Kyle, é verdade? - por dentro eu implorava aos deuses que fosse uma brincadeira de mau gosto da mãe dele.
Vi tanta dor e sofrimento nos olhos dele, que me arrependi da pergunta.
KM-Parece que sim, am... Selene. - disse por fim.
Soltei minha mão da dele, desviei os olhos e disse:
AM-Vovó podemos conversar? Em particular? - frisei
Tia Millie levantou-se para sair e parou ao lado de Kyle:
MD-Vamos Kyle. - e pôs a mão no braço dele.
KM-Ela.... Ela precisa de mim.- disse incerto.
Madeleine M- É melhor você ir, meu filho. Eu cuidarei de Alexandra. - Ele me olhou mais uma vez, e eu me forcei a me manter firme.
O momento de saber muitas coisas havia chegado. Bastou ouvir o clique da fechadura, e com energia saltei da cama, assustando minha avó:
AM-Quero saber tudo o que está acontecendo, e principalmente porque você me deixou na ignorância por tanto tempo. - disse tentando manter a calma.
Vovó começou me contando sobre a enorme amizade de seus filhos Kyle e Connor, com uma prima de terceiro grau Elizabeth, minha mãe. Embora houvesse uma grande diferença de idade entre eles, sempre estavam juntos, para desgosto de Virna que nunca, se adaptou aquela amizade, e após Connor e Elizabeth, formarem-se aurores, foram trabalhar no mesmo departamento no Ministério, sob supervisão de Kyle, que já era chefe de divisão.
AM-Porque você nunca disse, que minha mãe e meu... Pai eram Aurores?
MM-Você nunca perguntou sobre a profissão deles querida. E eu achava que isso era doloroso para você, então nunca puxei este assunto, pois eu teria que revelar sobre Kyle e sua mãe. - continuou:
MM-Então Kyle, Elizabeth e Connor, pararam de falar sobre o trabalho do Ministério, pois agora trabalhavam em algo confidencial. Kyle e Virna já eram casados e já tinham os meninos. Virna sempre fora muito ciumenta, embora Kyle sempre demonstrasse seu amor por ela, porém nas festas familiares Kyle, Connor e Elizabeth sempre ficavam reservados, em conversas secretas. (suspirou e continuou).
MM-Após o nascimento de Ian, Elizabeth e Connor sumiram por quase dois anos, o único que sabia deles era Kyle, mas ele só dizia que eles estavam vivos e bem. Só voltamos a vê-los no dia em que foram atacados por um grupo de assassinos. Kyle, chegou ao local e ainda lutou com eles, mas voltou para casa muito ferido, trazendo você. E suas últimas palavras antes de morrer foram: proteja-a... Minha.... - e morreu nos braços de Virna.
AM-E só por isso ela acha que sou filha dele? - perguntei desafiante.
MM-No bolso de Connor havia a certidão de casamento dele com Elizabeth, era o mesmo dia em que morreram. Virna acha que Connor, assumiu a sua paternidade para proteger o irmão.
AM-Mas isso não prova nada. Talvez eu nem seja uma McGregor. - e lembrei-me das palavras de Patrícia, chamando-me de bastarda.
MM-Você é uma McGregor, nunca duvide disso. Nosso sangue corre em suas veias. - disse vovó séria.
AM-Eu não posso ser irmã dele vovó... Eu o amo tanto. É como se eu estivesse perdida na escuridão e ele fosse minha luz, entende? - disse soluçando.
MM-Minha menina, me perdoe. Com a morte de Kyle, seu avô e eu achamos que se Virna morasse aqui com os meninos, vocês cresceriam como irmãos. Você teria algo próximo a uma família normal. Nunca imaginamos que vocês dois fossem se apaixonar.
Choramos juntas por bastante tempo. Dentro de mim, eu estava revoltada com esta peça do destino. Porque eu tinha que me apaixonar por ele? E se tudo era verdade... Eu deveria fazer alguma coisa para esquecê-lo... E ajudá-lo a me esquecer....
Deixar de amá-lo...
O difícil seria saber como se enxerga na escuridão... Ou se aprende a sofrer sem sentir dor...
AM-Vovó... Talvez eu deva dormir um pouco. -enquanto secava as lágrimas.
MM-Claro, meu bem. Descanse, amanhã será um novo dia. Quer dizer daqui a algumas horas, já está amanhecendo...
AM-Não deixe ninguém subir ao meu quarto ok? Eu preciso ficar sozinha um pouco.
Assim que ela saiu, tranquei a porta, e comece a jogar algumas roupas em uma mochila. Enchi meus bolsos com todo dinheiro que pude encontrar, e fui até o enorme espelho que tenho em meu quarto e o afastei da parede, revelando uma passagem secreta para fora da casa. Duvidava que alguém se lembrasse dela. Eu mesma só fui descobri-la, no último verão. Ela me levava até a cabana do caseiro, logo observei que a lareira estava com as chamas bem vivas, o velho zelador devia estar cuidando das vacas, pois o aposento estava vazio.
Não perdi tempo, fui até a lareira e joguei o pó de Flu, que trazia comigo, entrei e disse em alto e bom som: MANSÃO FOUTLEY, e fui envolta pelas chamas verde esmeralda. A viagem foi rápida e mal caí ao chão, pares de mãos me levantavam rápido, enquanto faziam perguntas:
-Quem é você?
-tentou burlar a segurança...
- Protejam o ministro e a família...Estamos sendo atacados...

-SOLTEM ELA AGORA, OU PONHO VOCÊS NO OLHO DA RUA. - para meu alívio era a voz de Scott, soltei-me daquelas mãos, corri ao seu encontro e fui dizendo rápido:
AM-Desculpe... Eu não tinha para onde ir... - desabei num choro convulsivo, molhando seu pijama.
SF-Sshiiiiii, calma, você está segura agora. - enquanto dava palmadinhas em minhas costas.
SF-Vocês aí... A moça está gelada aqui, precisa cair morta para sair um chocolate quente nesta casa? – disse bravo para os elfos e eles começaram a se movimentar.
Levou-me até a mesa e logo uma caneca de chocolate quente fumegante, e um prato cheio de biscoitos amanteigados estavam em nossa frente. Os seguranças nos olhavam com cara de poucos amigos e Scott logo os irritou mais:
SF-Não perceberam que a conversa é particular? Ou tenho que fazer a linguagem dos sinais?
Os seguranças nos deixaram e contei a ele, tudo que havia acontecido. Após um tempo, ele me levou ao seu quarto dizendo:
SF-Alex vai dormir um pouco, e pára de chorar pelo amor de Merlin, se este tapete persa com mais de 700 anos molhar, minha mãe me deserda, além de você ficar desidratada.
Consegui rir da observação de meu amigo.
AM-Mas e os seus pais? Não vão ficar bravos, comigo aqui?
SF-Imagina, vão achar uma gracinha, afinal eu tava largado às moscas nesta casa enorme. Pelo menos agora vou ter companhia. Vou avisar sua família que você está aqui ok?- e ante meu olhar de protesto ele continuou:
SF-Vou sim, eles vão ficar preocupados se não te encontrarem, e tenho certeza que você não quer o Kyle enfrentando os trogloditas né? É tudo que eles querem: um auror invocadinho irrompendo na nossa cozinha pra salvar a donzela chorona, eles estão doidos pra justificar o salário deles. - enquanto alisava meus cabelos.
Eu estava cansada demais para responder, senti meus olhos pesados, e me ajeitei um pouco mais embaixo dos edredons macios e acabei adormecendo.


A morte pede carona

Do diário de Louise Storm

Estávamos às vésperas do ano novo e já estávamos todos acampados na casa dos meninos. Susan tinha saído com George para encontrar uns amigos em Oxford e eu fiquei em casa jogando cartas com Brendan e Remo, que tinha ido me visitar hoje de novo, dessa vez entrando pela porta da casa da minha tia. Julian, que havia saído com Chelsea, chegou um tempo depois do almoço com ela e balançava as chaves do carro animado.

JS: Esta pronta pra treinar hoje de novo?
LS: Eu? Tem certeza?
BS: Ahn Julian, a Louise? Dirigindo seu carro?
JS: Qual o problema? Ela teve umas aulas comigo no verão passado, mas precisa praticar mais, já esta na idade de tirar a carteira de motorista. Não é só porque ela é bruxa e pode voar numa vassoura que não vai aprender a pilotar um carro comum!

Saltei do chão empolgada e fui logo tomando as chaves da mão dele. Corri ate o carro estacionado na entrada da casa e Julian sentou-se na frente comigo. Brendan, Remo e Chelsea entraram meio receosos no banco de trás e se amarraram aos cintos quando eu dei a partida no carro.

Fui dirigindo devagar pelas ruas de South Kensington e muito bem por sinal, não havia dado nenhum deslize ate ali, estava seguindo tudo que Julian tinha me ensinado há cinco meses atrás. Já estávamos na altura da Harrod’s quando percebi que estava sem gasolina. Parei calmamente no posto e o moço abasteceu, mas enquanto o taque enchia, um outro carro parou na minha frente. Paguei o frentista e continuei parada no mesmo lugar.

JS: O que foi? O tanque já esta cheio, pode ir.
LS: Eu não sei dar ré...
BS: O que?? Eu quero sair, abre a porta Julian!
LS: Cala a boca Brendan! Finge que está procurando alguma coisa, o moço ta olhando pra cá!
- Alguém problema ai moça?
LS: Não, nenhum, obrigada.
BS: Tem sim, ela não sabe dar ré!
- Ahn tudo bem, sem pressa.
LS: Seu idiota! Tinha que abrir o bocão?

Depois de aproximadamente 3 minutos o senhor parado na minha frente saiu e eu retornei a estrada. Estava dirigindo bem devagar na pista da esquerda quando ouço varias buzinas atrás de mim.

LS: O que esse boçal quer? Que saco...
JS: Lou, melhor você ir pra pista da direita, essa pista é de alta velocidade;
LS: Mas eu estou indo rápido!
RL: Você esta há 40 km...
LS: Seu carro não tem retrovisor não?
CH: Ah ele quebrou ontem, um menino de bicicleta bateu no carro.
LS: Bota a cara ai fora Julian, me diz quando posso ir então!

Julian esticou o pescoço pra fora do carro e ficou lá uns 15 minutos, mas eu não conseguia mudar de faixa. Quando ele implorou pra eu ir depressa, pois alem de estar congelando estava ficando com torcicolo, consegui passar. Mais buzinas podiam ser ouvidas.

BS: Sua louca, você cortou uns três carros!
LS: Eles que entraram na minha frente!
JS: Tudo bem, ninguém se machucou, agora já foi.
RL: Lou olha pra frente!!!

Remo gritou no banco de trás e eu virei a tempo de frear, antes de acertar um cervo que pastava no canteiro. Sim, eu já estava quase subindo nele quando fui beliscar Brendan por ficar me criticando. Continuei meu caminho até o Royal Albert Hall, que era pra onde estávamos indo, e estacionei numa rua perto.

Fomos até lá buscar os ingressos para o show do The Wonders. Eles fariam um único show aqui em Londres, 11 anos depois de se separarem e Julian havia conseguido 5 ingressos. Ele disse que havia subornado 3 e estava devendo favor para mais uns 7, mas que as entradas eram nossas. Saímos de lá horas depois e voltamos ao carro. E foi que eu me dei conta da roubada em que estava: a rua onde estacionei o carro era uma ladeira e ele estava parado no final dela, o velhinho perto da cabine recolhendo os papeis no alto dela. Como que eu ia parar e entregar aquilo? Sentei em frente ao volante e fiquei ali pensando um tempo, ate que resolveram me perguntar se não iríamos sair.

CH: O que houve Louise? Perdeu o papel do estacionamento?
RL: Não, ele esta aqui comigo.
JS: Então vamos, não esquece de parar pra entregar o papel.
RL: Você não vai parar não é Lou? – Remo perguntou preocupado
BS: Você não sabe parar em ladeira não é mesmo?? – Brendan já estava desesperado
LS: Não vou parar não, não posso!
RL: Mas como que você não sabe parar em ladeira??
BS: Lou deixa o Julian dirigir!
LS: Não! Vocês querem ir a pé? Porque ainda dá tempo de descer...
RL: Não, sou namorado ate o fim, vamos lá e seja o que Merlin quiser...
BS: Que bom que você pensa assim, porque eu acho que esse é mesmo o fim...
LS: Quietos vocês dois! Chelsea segura o papel do lado de fora da janela, quando eu passar você atira ele pro velho! Mas presta atenção, porque eu não posso parar!

Chelsea assentiu com a cabeça apavorada e eu liguei o carro. A arrancada foi tão rápida e violenta no desespero de não parar no meio da ladeira que passei feito um foguete pela cabine, fazendo o velhinho desequilibrar com a força do vento que se formou. Sai pelo meio dos carros em alta velocidade, cortando os que passavam no caminho ainda sem parar. Quando já estava no acostamento, pisei no freio. Os três passageiros do banco de trás estavam encolhidos e tinha as cabeças nos joelhos. Julian estava agarrado ao cinto e tinha os olhos fechados.

LS: Cadê o papel do velhinho?
CH: Ta aqui ainda... – Chelsea falou com a voz tremula, ao constatar que ainda estava viva.
RL: Você passou tão rápido que derrubou o velho!
CH: Não deu tempo de largar o papel, foi tudo tão depressa... Meu braço ficou imóvel por causa da pressão do vento!
BS: LOU COMO VOCE SAI ASSIM NO MEIO DE UMA PISTA DE ALTA VELOCIDADE???
LS: EU NÃO PODIA PARAR ORA! O CARRO IA DESCER E BATER NOS QUE ESTAVAM ESTACIONADOS!
JS: Ok, ok, calma pessoal, foi só um susto... – Julian falava tentando se recuperar dele. – Lou, por favor, traça uma reta pra casa e não entra em rua errada, porque já que você não sabe dar ré, seria um problema. Acho que já vivemos emoções demais pra um dia só!

Refiz o caminho para a casa dos meninos ainda nervosa por quase morrermos no meio daquele monte de carro. Ninguém reclamou durante o trajeto, ainda estavam em estado de choque. Brendan ia murmurando agradecimentos nas suas preces e Remo e Chelsea estavam mudos, ainda sem palavras. Julian ia me guiando para que eu não entrasse em ruas erradas ou que fosse contramão e logo chegamos. Brendan desceu do carro trocando pernas e beijou o chão assim que saiu. Chelsea estava triste após uma experiência quase morte e entrou com Julian. Remo estava tremulo e se despediu de mim dizendo que precisava voltar pra casa logo, pois queria passar mais um tempinho com a mãe. Segundo ele, depois do que aconteceu hoje nunca se sabe quando você vai morrer.

Assim que entrei em casa Julian foi dizendo que quando eu voltasse para as férias de verão retomaríamos nossas aulas de direção, mas dessa vez dirigindo em campos desertos e longe dos pedestres e demais carros. É, sou obrigada a concordar com Remo: sou uma melhor pilota em cima de uma vassoura...


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N.A.: Baseado em fatos reais

Sunday, December 25, 2005

Natal:Uma noite sem estrelas e sem luar

Do diário de Alex McGregor

Desci na estação de trem de Aberdeen e logo fui envolvida pelos braços de Kyle, que me esperava junto com Sergei e Ian. Como havíamos combinado fingir que éramos apenas primos, começamos o teatrinho, com a ajuda de Sergei.
IM-Como você demorou.... Durmstrang me liberou tem uma semana. - dando-me um beijo estalado e pondo seu braço no meu ombro. - Mas valeu a pena, priminha.
AM-Que é isso Ian? Bancando o conquistador? Tá treinando pra quem hein??? - perguntei e ele ficou vermelho e me soltou.
IM-Pra ninguém oras. - Ian era tímido com garotas e se queria ficar descolado, alguém importante estava na área.
Logo chegamos em casa e todos os cheiros de minha infância estavam presentes: os biscoitos caseiros, as velas perfumadas decoradas espalhadas pela enorme casa de pedra de dois andares, vovó de avental na cozinha, enlouquecendo os elfos, dizendo que não há comida suficiente.E... tia Virna, olhando-me com seu olhar mais reprovador, acompanhada de Patrícia.
AM-Olá. - cumprimentei.
PS- Olá, Alexandra. A ultima a chegar é você para variar. Vamos provar o vestido.
AM-Que vestido?
PS-De madrinha oras, mandei fazer um para você que acho que vai ficar de acordo.
AM-Eu já tenho o vestido, Patrícia. - respondi contando até dez, para não brigar e fazendo careta ao pano amarrotado e sem graça que ela exibia.
VM-Ora, Paty. Alexandra pensa que entende de moda o suficiente para ouvir uma sugestão sua... - disse maldosamente.
KM-Mãe! - ele disse num tom baixo, como se fosse um aviso.
Respirei fundo.
AM-Tia Virna, providenciei o vestido de acordo com os desejos da vovó. - e nesta hora minha avó se aproximou e me deu um grande abraço;
DM-Isto mesmo. Quero que ela use, um modelo que eu escolhi. Tem as cores do clã, e ficará perfeito. - e isto desmontou Patrícia, que jogou "o vestido" de lado, enquanto a mãe de Kyle, me lançava olhares de puro veneno.
Quando, encontrei Dylan, pude ver o quanto ele estava feliz, os homens ficavam fazendo piadinhas, e ele as devolvia com igual alegria. Os parentes de Patrícia estavam hospedados em nossa casa, e era muito engraçada, especialmente sua irmã mais nova Melanie, de 14 anos, que era o alvo de Ian.
Em meio aquela agitação toda consegui enviar meus presentes e cartas aos meus amigos, a tempo para o Natal. Kyle e eu nos encontrávamos às escondidas, com a ajuda de Sergei, pois tia Virna resolveu fazer marcação cerrada em cima de mim. Parecia que ela adivinhava alguma coisa.
Finalmente o dia do casamento chegou, e o salão onde seria a cerimônia e a festa havia sido enfeitiçado para acomodar a todos. Os homens usavam seus kilts com as cores de suas famílias, e não daria para por em uma só folha o nome de todos, mas lembro-me dos McKellen, dos McDonald, McFust, McStruan, McGonnagal... Nem dei muita importância ao nome até ver que Minerva McGonnagal, chegava de braços dados com o velho pai, usando as cores de sua família, e um enfeite de cardos horroroso na cabeça e o que mais me chocou: ela sorria
Finalmente após a cerimônia muito bonita oficiada pelo homem mais velho do clã, o baile começou e eu dancei com todos os primos, amigos, e Kyle dançava com várias moças, mas não tirávamos os olhos um do outro. Durante uma troca de pares, conseguimos ficar juntos, e dançamos muito. Ian estava todo animado junto com Melanie, que corava a cada olhar que lançava ao meu primo. Logo os noivos se retiraram para viajarem em lua de mel e a família continuou com a festa, afinal era Natal.
Eu e Kyle, saímos para os jardins, que estavam decorados e todo iluminados com fadinhas, e ficamos namorando.
KM-Pensei que nunca mais ia ficar sozinho com você... - ele me dizia enquanto me beijava.
AM-Ora, você estava muito ocupado com suas fãs... - zombei, pois a fãs eram nossas priminhas de 8 anos.
Nos beijávamos, e nos abraçávamos, tão presos a nós mesmos, que não ouvimos passos se aproximando.
-O QUE ESTÁ CONTECENDO AQUI??? - gritou Virna e as pessoas começaram a vir para fora e ver o que estava acontecendo.
-Mãe, que escândalo é este? - perguntou Kyle estranhando a mãe.
-Tire as mãos desta bruxa maldita e vamos embora Kyle.
-Controle-se mãe. Não admito que você ofenda a minha namorada. - e segurava forte a minha mão.
-Namorada? Namorada? Você enlouqueceu. - disse com asco.
Eu olhava chocada pela reação dela, e podia ver a mesma reação no rosto de Kyle, meus avós nos olhavam tristes, e alguns membros mais afastados da família foram entrando na casa para que tivéssemos alguma privacidade.
KM-Eu amo a Selene, e vamos ficar juntos sim. É tão normal em nossa família os primos namorarem, e até mesmo se casarem, não entendo o porquê desta reação exagerada. - e buscou apoio em meu avô, e para nossa tristeza ele não veio. Sergei e Ian olhavam tudo e também não entendiam o porquê daquilo.
VM-Vocês nunca poderão ficar juntos, entendeu? Nunca.
AM- Eu amo o Kyle de verdade, tia Virna. Vou fazê-lo feliz, por favor não briguem. - e ele me abraçou.
Naquela hora se um olhar pudesse matar alguém, sei que eu teria caído morta. Havia tanto ódio, tanto rancor nos olhos de Virna, que senti um frio gelado percorrer minha espinha.
VM-Vocês nunca ficarão juntos, porque vocês são irmãos.
Senti uma pontada forte na cabeça ao ouvir isto, e depois tudo escureceu.

Continua....


We wish you a Merry Christmas…

Do diário de Louise Storm

…We wish you a Merry Christmas;
We wish you a Merry Christmas;
We wish you a Merry Christmas and a Happy New Yeaaaaar…


JS: Dá pra trocar o disco? Essa já irritou...
BS: Não, calem a boca logo vocês dois, não consigo pensar!

… Jingle bells, jingle bells, jingle all the way!
O what fun it is to ride in a one-horse open sleigh.
Jingle bells, jingle bells, jingle all the way!
O what fun it is to ride in a one-horse open sleigh…

George e Susan estavam sentados ao lado da arvore de natal cantando todo o repertorio de musicas natalinas que eles conheciam há cerca de uma hora. Vovó e vovô estavam sentados na poltrona rindo, meus tios cantavam junto, mas mais baixo e Brendan e Julian tinham as mãos nos ouvidos e suplicavam para eles pararem. Eu estava sentada na janela rindo da bagunça, mas começando a me irritar com ela. Como Brendan falou, não estava conseguindo pensar com aquelas duas matracas cantarolando desafinados na sala. Tentava em vão escrever uma carta para as meninas, mas depois de estragar o 5º pergaminho, riscando ele de uma ponta a outra quando Susan soltava uma nota aguda, desisti.

…Rudolph, the red-nosed reindeer
had a very shiny nose.
And if you ever saw him,
You would even say it glows…


LS: Parem com isso, pelo amor de Deus! Vocês já cantaram umas 30 musicas, chega!
JS: Temo pelo futuro dos meus tímpanos se vocês prosseguirem...
BS: Eu temo pela vida deles, pois vou enterrar ambos na neve daqui a pouco!

Diante de ameaça, eles pararam com o coral. Era noite do dia 25 de Dezembro e já havíamos devorado a ceia que vovó tinha preparado e todas as sobremesas que tia Maggie trouxe. Os presentes também já estavam todos abertos, seus embrulhos tão bem feitos destruídos e espalhados pelo chão da sala.

Fazíamos planos para a virada do ano, onde pretendíamos passar na casa de Julian e Bredan que fica em South Kensington, já que teria uma queima de fogos no lado do Kensington Gardens. Brendan havia dito mais cedo, longe dos ouvidos de sua mãe, que estava preparando sua própria exibição pirotécnica para celebrar o ano novo. Como já o conheço muito bem, tenho certeza que algo vai dar errado. Geralmente Brendan é que tem aquelas idéias que ele julga brilhante, mas que no fim das contas sempre nos metem em confusão. Mas como se não soubéssemos disso, sempre acabamos topando com o que ele inventa e aderimos à idéia como se ela realmente fosse genial.

Já estava tarde e os bocejos tomavam conta de mim quando resolvi ir deitar. Susan me acompanhou, apesar de não estar com sono, e deixamos o resto do pessoal ainda conversando na sala. Já estava pronta pra dormir, prestes a apagar as luzes, quando a janela do quarto abriu sozinha. Susan saltou da cama apavorada e correu ate a porta. Eu já estava quase indo atrás dela quando a cabeça de Remo brotou do nada nela e ele entrou no quarto.

LS: O que você ta fazendo aqui???
SS: Lou, você conhece a assombração??
LS: Não é assombração...
RL: Você tinha me dito que seus avós talvez não gostassem da idéia de você ter um namorado e como queria te ver, achei que fosse o único jeito...

Ajudei-o a terminar de entrar e fechei a janela, impedindo que o vento gelado que estava lá fora tomasse conta do quarto. Susan parou de tremer e se aproximou, permitindo que eu os apresentasse direito. Em seguida ela disse que ia descer porque alem de não ter cara de castiçal, iria ficar de olho no vovô para que ele não subisse por nada, talvez cantasse mais um pouco com ele.

SS: Nunca mais faça isso viu? Eu tenho o coração fraco... – Susan disse ao bater a porta e Remo riu.
RL: Assustei-a mesmo?
LS: Assustou nós duas na verdade, mas Suzie é meio medrosa, não liga.
RL: Desculpa, mas não vi outra solução... Feliz Natal!
LS: Ah sim, Feliz Natal...

Envolvi meus braços em volta dele e o beijei. Já estava com saudades, não nos víamos desde que desembarcamos e fui praticamente raptada pelos meninos na plataforma. Ficamos um bom tempo namorando no quarto, ele me contando o que fez nessa semana e eu tentando resumir a minha, que foi deveras agitada, esquecendo propositalmente de contar que a mala do Fenton simplesmente apareceu em todos os programas que fizemos.

LS: Queria poder mostrar o resto da casa pra você, mas como você entrou nela pela janela e não pela porta, vai ficar difícil explicar pro povo lá embaixo...
RL: Fica pra uma próxima, quem sabe quando seu avô não estiver em casa.
SS: Sai, sai, corre! – Susan entrou no quarto correndo, esbaforida e suando.
LS: O que houve? Você ta branca...
SS: O vovô ta subindo, ele quer te mostrar alguma coisa, não deu pra impedir! Já ia começar a cantar o hino nacional, mas Julian atirou uma noz em mim...

Levantei de um salto e fui logo abrindo a janela para Remo sair. Ele desceu depressa, ignorando as plantas com espinho que tinham em alguns pontos da parede. Quando ele já estava pulando o murinho na frente da casa a porta do quarto tornou a abrir e meu avô entrou sorridente, carregando um álbum velho, de capa já gasta.

HS: Ah, que bom que ainda está acordada! Susan, porque saiu correndo da sala daquele jeito?
SS: Ahn, er... Banheiro... Estava apertada! – e saiu se contorcendo do quarto como se realmente precisasse ir ao banheiro.
LS: O que é isso vovô?
HS: Ah, você vai adorar! Sente-se aqui ao meu lado!

Harold Storm, meu avô, sentou-se na beira da minha cama e abriu o tal álbum. Era o antigo álbum de fotos da família Storm, que ele começou a montar quando meu pai nasceu e passou para ele quando ele completou 15 anos. Tinham fotos de todos os estilos, incluindo algumas da minha mãe com o uniforme de Hogwarts. Talvez ele tivesse ido buscá-la na estação para as férias... Olhei bem para a foto, tentando decifrar o emblema estampado no peito dela. Foi preciso olhar umas três vezes para ter certeza, mas não restava duvida. O emblema no peito de minha mãe era claramente o da Sonserina.

Minha mãe foi uma Sonserina? Mas como então eu fui parar na Lufa-lufa e meu irmão na Grifinória? Não, algo devia estar errado naquela foto, não dava para ver direito, era uma foto muito antiga e desgastada. Amanha iria até a casa dos meus avós maternos e perguntaria a eles sobre isso. Afinal, ninguém nunca me disse de que casa ela era e como foram seus anos na escola...



Saturday, December 24, 2005

E ainda tem gente que diz que ele não existe...



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Era véspera de Natal. Meu pai, o Ministro da Magia da Dinamarca, deveria comparecer a três jantares naquela mesma noite. Mamãe até tentou me persuadir a acompanhá-los, com a desculpa de que "Natal é festa de família". Perguntei a ela se tenho cara de arroz de festa ou de enfeite de natal, para estar em todas as festas da alta sociedade bruxa em um único dia. Mamãe não pôde esconder um sorriso, como se pensasse "você tem razão, mas o que podemos fazer?", e então um dos seguranças a acompanhou até a garagem. Papai acenou com a cabeça e seguiu atrás deles, apressado. Quando ele chegou à porta, eu gritei:

SB: Feliz Natal, pai!

So this is Christmas
And what have you done
Another year over
And new one just begun

Ele se virou, surpreso, e sorriu.

HB: Feliz Natal, weinig koningin!

Papai beijou meu rosto, prometendo que dia 25 estaria à minha inteira disposição. Custei um pouco a acreditar, mas ele parecia tão determinado a passar o dia comigo, que concordei com a cabeça. Tive a impressão que ele queria conversar. Então, faríamos qualquer coisa juntos.

Quando os seguranças fecharam os portões, Melchior apontou no alto da escada.

ML: Eles te deixaram aqui... hoje?
SB: Não faz mal, eu não me importo... esses jantares são terrivelmente chatos! É tempo perdido... Vamos festejar nós dois!!
ML: Sozinhos?
SB: É, ué! Ta com medo de ficar sozinho comigo? Eu não mordo...
ML: Sei disso, boba. É que... é a primeira vez que passamos o Natal sozinhos.
SB: Então vamos aproveitar e transformar este dia em um dia mágico.
ML: O que você pretende?
SB: Nada demais... vamos decorar a casa como os trouxas fazem, e pendurar meias na lareira para o Papai Noel.
ML: Sarah... a gente já passou da idade do Papai Noel, né? Ele não existe!
SB: Tem certeza??
ML: Claro! Ele é uma lenda que os trouxas inventar...
SB: Melchior, nada é impossível! Lembra quando éramos crianças e ficávamos na janela procurando uma luz que se movia no céu?
ML: Claro, sua mãe dizia que era o trenó do Papai Noel... mas ele nunca apareceu, Sarah! E além disso, não temos mais seis anos de idade!
SB: Pois então hoje vamos voltar a ser crianças! Deixe a magia do Natal tomar conta de você, Melchior! Talvez um milagre aconteça...
ML: Sarah... você bebeu? Ta certo, preparar a decoração é plausível, mas esperar o Papai Noel??
SB: Hoje a noite, tudo é possível, meu amigo! Vamos, me ajuda a montar a árvore!

And so this is Christmas
I hope you have fun
The near and the dear ones
The older and the young


Varinhas em punho, logo o pinheiro estava de pé no meio da sala, repleto de bolas coloridas e fadinhas que piscavam. Penduramos as meias na lareira, conjuramos o presépio, mas alguns enfeites e luzes, velas, guirlandas (ok, não podemos usar magia fora da escola, eu sei!! Mas hoje é NATAL, poxa!! Ninguém vai pra Azkaban no Natal...) A neve caia incansavelmente do lado de fora, transformando o jardim em um imenso tapete branco e felpudo.

A very merry Christmas
And a happy new year
Let’s hope it's a good one
Without any fear


Eram dez horas da noite quando fomos para a sala de jantar. Os elfos haviam caprichado no banquete: peru, nozes, arroz à grega, castanhas, manjares, e sobremesas. Havia comida pra uma semana inteira. Melchior me convidou para sentar, mas então eu lembrei de uma pessoa. Chamei um dos elfos.

SB: Kenth, onde está Amiel?
Elfo: Kenth viu o senhor segurança na cozinha, jovem mestra. Kenth pensa que ele recebeu ordens de vigiar a pequena mestra esta noite...
SB: Certo. Kenth, por favor, coloque mais um lugar à mesa e diga a Amiel que eu faço questão de sua companhia.
Elfo: Está bem, jovem mestra! Kenth é um bom elfo doméstico, vai cumprir a tarefa dele imediatamente.

E, num piscar de olhos, a pequena criatura desapareceu. Instantes depois, Amiel surgiu à porta, um tanto encabulado.

And so this is Christmas (war is over...)
For weak and for strong (...if you want it)
The rich and the poor ones
The road is so long


SB: Amiel, sente-se conosco. É nosso convidado esta noite.
AN: Senhorita, agradeço a preocupação, mas...
ML: Não vai negar um pedido dela, vai? Amiel, olha o tamanho dessa mesa1 Não tem graça nenhuma ficarmos sozinhos aqui e você sozinho na cozinha..
SB: Sem cerimônias, né Amiel? Você sabe o quanto gosto de você, minha sombra número 1. Senta, hoje você está aqui como o amigo e confidente que tem sido nos últimos oito anos...
ML: Anda, não aceitamos não como resposta.

Kenth e mais três elfos empurraram Amiel até a cadeira e o puseram sentado, colocando-lhe uma enorme taça de vinho nas mãos. Ele tomou a taça e ergueu um brinde.

AN: A vocês!
SB: A nós, Amiel!
ML: É, na seríamos os mesmos sem você.
SB: Você esteve mais presente que os nossos pais. É mais que justo que comemore conosco.

Amiel sorriu, satisfeito. Não tinha família, e nutria uma imensa afeição por nós dois. Se não tivéssemos apenas 12 anos de diferença, diria que Amiel nos considerava como filhos.

And so happy Christmas
For black and for white
For the yellow and red ones
Let’s stop all the fight


O jantar estendeu-se por duas horas. Relembramos fatos e traquinagens da infância enquanto degustávamos os magníficos pratos tão carinhosamente preparados pelos elfos. Então, o relógio da sala anunciou a meia noite. Mas o cuco havia parado de cantar e gritar "Feliz Natal!", ouvimos um barulho estranho na sala. Amiel, alarmado, correu até lá, Melchior e eu em seus calcanhares.

Plact!! Sploom! Buft!! Splaft! CABRUUM!!

A very merry Christmas
And a happy new year
Lets hope it's a good one
Without any fear


Sem sombra de dúvidas alguma coisa estava entalada na chaminé. Com um último CAPLOFT!, a figura barriguda de roupas vermelhas caiu sentada na lareira.

PN: Ho – ho – ho!!
ML: Papai… NOEL?? Sarah, o que você misturou ao vinho?
SB: Nada! Não falei que ele vinha? Papai Noel, levante-se, deixe-me ajudá-lo.
PN: Ho, ho, obrigado, minha filha! Feliz Natal pra vocês!

Amiel me ajudou a colocar o bom velhinho de pé, já que Melchior parecia em estado de choque e esfregava os olhos continuamente, na tentativa de fazer a "miragem" desaparecer da sua frente.

And so this is Christmas
And what have we done
Another year over
And new one just begun...


Papai Noel carregava um saco enorme repleto de caixas e embrulhos. O velhinho espalhou vários deles pelo chão e nos entregou. Haviam presentes dos pais de Melchior, dos meus pais, dos meus avós, de algumas pessoas influentes no Ministério da Magia... Melchior, ainda aparvalhado, também recebeu os presentes dele. Quando o Papai Noel chamou Amiel e entregou-lhe uma grande caixa vermelha com um laço dourado, um ponto de interrogação surgiu em sua testa. Não havia ninguém para lhe mandar presentes. Melchior e eu sorrimos. O presente era nosso. Emocionado nosso amigo abriu a caixa e encontrou um álbum de fotografias. Fotografias que contavam toda a nossa história desde o jardim de infância, quando Amiel havia começado a trabalhar para papai e assumira o papel de minha sombra. Havia também um livro de runas e uma pena de ouro. Ele nos abraçou e seus olhos expressavam sua gratidão.

And so happy Christmas
We hope you have fun
The near and the dear ones
The older and the young


Os elfos trouxeram uma cesta repleta de biscoitos de avelã e chocolate para o Papai Noel. Satisfeito, ele se despediu.

PN: A magia do Natal está nas coisas mais simples! Em todos os lugares, em todos os corações. Basta que vocês a percebam! Nada é impossível quando acreditamos. O Natal, meus queridos, acontece todos os dias!
Ho – ho – ho!!! FELIZ NATAL!!

A very merry Christmas
And a happy new year
Let’s hope it's a good one
Without any fear

O bom velhinho entrou na lareira e escalou a chaminé. Eu não cabia em mim de felicidade. Olhei os cartões presos aos pacotes que o Papai Noel havia entregue a mim. Remo, Lou, Alex, Sam, Scott, Yulli, Mark, Monn... Porém, não encontrei nada com a letra de Sirius. Achei estranho, mas estava feliz demais para me preocupar.

War is over - if you want it
War is over - if you want it
War is over - if you want it
War is over - if you want it


O Papai Noel existe sim!! E como ele mesmo disse, basta acreditar!



╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦╩♥ ╦

N.A.: A Música é Happy X-Mas, de John Lennon.


Friday, December 23, 2005

Os dois lados da moeda

Do diário de Igor Kanne

Kargo Montte, era esse o nome do homem que havia se apresentado pra mim. Ele é do tipo de pessoa que se vestia de uma maneira toda engraçada. Botas longas e escuras, um cachecol todo colorido pendurado em seu pescoço, dentes amarelados e tinha a aparência de ter em volta de uns 28 anos. Baixinho, magro, e usando um chapéu preto, como o daqueles burgueses que vão a festas em castelos. Fiquei intrigado com a maneira que ele me encarava, fitando meus olhos, como se esperasse uma reação minha, do tipo, estrondosa.

- Achei que teria de esperar mais um ano pela sua vinda. Mas isso não seria problema, esperei tantos, não é mesmo?! (Disse ele, dando algumas risadas e com o tom de voz irônico).
- Olha Kargo, é isso mesmo teu nome, certo? Pois bem, eu não sei bem do que você está falando, sobre sua espera, e o que estou fazendo aqui. Na verdade agi por impulso, era como se eu tivesse mesmo que vir parar aqui. Mas nem sei onde estou, não sei como uma carta de baralho pôde fazer tudo isso. E agora tô aqui, vendo você me encarando, como se esperasse respostas minhas, e olho pra trás de você, e vejo um monte de gente, com corujas voando pra todos os lados, varinhas, caldeirões. Afinal, o que é isso?!
- Calma Sr. Kanne, deixe que eu te explique tudo. Você está no Beco Diagonal. Bruxos de todas as partes do Mundo vem aqui para fazer compras de materiais, vestes, varinhas, etc. Para começar mais um ano letivo em sua escola. Você está aqui para o mesmo...
- Desculpa te intrometer no meio de sua fala, Sr. Montte. Mas você disse Bruxos?
- Façamos o seguinte, me acompanhe até aquela sorveteria, sentaremos em uma mesa e te explicarei tudo. (Falou Kargo dando mais algumas risadas e depois cochichou baixinho): - Bem que Dumbledore disse que eu teria que entrar em muitos detalhes para esse garoto!
- O que você disse?
- Ah, nada! Venha comigo até a Sorveteria Florean, sentaremos em uma mesa e discutiremos tudo!

Sentamos em uma das mesas que tinha na sorveteria. Pude ver muitas crianças, jovens e até adultos. Alguns a família estava toda empolgada, em conjunto. Outros pareciam desanimados com a idéia de já irem comprar seus materiais escolares.
Kargo começou a me explicar tudo. Disse-me que meus pais foram Bruxos também. Estudaram em Hogwarts à muito tempo, e sempre seguiram as regras perfeitamente. Mas que algo saiu diferente, eu nasci e eles voltaram ao dia a dia deles, no mundo dos humanos. Que no caso, Kargo me explicara que são chamados de trouxas. Kargo voltou a me dizer que não sabe bem o motivo, pois Dumbledore não havia explicado-o. Mas meus pais sempre evitaram meu contato com o Mundo dos Bruxos. Impedindo que eu soubesse sobre o passado deles, e que eu freqüentasse Hogwarts. Só que todos os anos, desde os meus 11 anos de idade, chegavam cartas, vindo de corujas, onde se endereçavam para mim. Me chamando para entrar no colégio. Mas meus pais sempre recusavam e escondiam os convites de mim. E isso foi ficando mais sério. Dumbledore dizia nas cartas, que eu devia ir para Hogwarts. Eu não podia fugir do destino que havia sido imposto para mim. Ele dizia entender o medo dos meus pais, que até agora, na verdade eu mesmo não entendo. Mas Dumbledore dizia, que mais cedo ou mais tarde, um dos lados iriam vir me buscar, seja o mal, ou o bem. E ele queria que a escolha fosse minha, simples e pura, para que eu seguisse os padrões e regras de Hogwarts e decidisse qual rumo tomaria para minha vida.

As coisas voltaram a rodar dentro da minha cabeça. Kargo Montte ia falando, e eu ficava cada vez mais confuso. Mas pelo que pude compreender, era como se eu tivesse nascido, com algo, que fosse me direcionar para o lado mal. Era como se esse fosse meu destino, mas que eu poderia mudá-lo. E acredito que foi isso que minha mãe tentou me dizer, antes de partir. Que eu posso ter a vida direcionada à um caminho, mas que se eu quiser, posso seguir qual for o melhor deles. Só tenho medo de não saber o melhor...

Kargo Montte também me explicou que os alunos costumam se ingressar em Hogwarts e fazer desde o primeiro ano, até o sétimo, que é o último deles. Mas que os professores do colégio discutiram algumas vezes entre eles, e chegaram na conclusão de que eu deveria entrar direto no quinto ano. Já que minha idade já era de 16 anos, e que eu podia, se estudasse bastante, alcançar as metas de um aluno desse ano. Kargo falou que eu não podia começar desde o primeiro ano, que eu já precisava me preparar com feitiços e aprendizados mais fortes, para que na hora certa, eu estivesse pronto. Mas estivesse pronto pra o que?!! Eu não conseguia entender...

- Creio que você possa não ter entendido muitas das coisas que te falei. Mas estamos aqui, para que possamos comprar seus materiais escolares. Tudo que você irá precisar para seu ano letivo. Daqui iremos partir para Hogwarts. O colégio está meio vazio nesse período do ano, mas você poderá encontrar alguns dos poucos alunos que ficaram no colégio mesmo. Como você não tem para onde ir, decidimos que você deverá ficar lá até o início das aulas, e nesse período os professores arranjaram algo para você fazer. Creio que deverá ter algum teste extra perto do início das aulas, e assim, se você estudar bastante nas férias, pode se sair bem, e entrar facilmente no quinto ano.
- Deixa eu ver se entendi. Irei para Hogwarts hoje ainda, estudarei as férias todas, e um pouco antes das aulas eu farei um teste, para saber se entrarei ou não para o quinto ano?
- Isso mesmo!
- Tá maluco? Vou passar as férias estudando?
- Ué, e o que você queria Sr. Kanne? Entrar já no quinto ano, sem experiência alguma? Assim, de bandeja?
- Não! Não é isso! Eu queria poder entender o que está acontecendo! Parece que nada faz sentido pra mim!!
- Calma, calma! Você está estressado agora. Faz assim, fique aqui sentado na sorveteria, que irei comprar todos seus materiais escolares. Quando eu voltar, iremos partir para Hogwarts, ok?

Passado algum tempo, Kargo voltou, carregando consigo uma grande sacola, cheio de objetos dentro. O primeiro deles que ele me entregou foi uma varinha. Ele disse que aquela já estava guardada pra mim. Novamente não consegui entender nada, mas fiquei observando-a. Ela era bem rígida e de cor avermelhada. Achei bastante bonita. Logo depois, Kargo foi me colocando um grande paletó, que parecia mais um vestido, em mim. Guardei minha varinha no bolso da frente e fui acompanhando-o pela rua, como ele me pediu.

- Pronto, aqui estamos! Engraçado é que só tínhamos como meio de transporte agora, essa invenção dos trouxas, o carro. Mas acho que dá pro gasto. Entre, fique à vontade. Eu ficarei por aqui mesmo.
- Eu irei sozinho?
- Não, lógico que não Sr. Kanne. Um de seus professores, o William Stroke está dentro do carro. Ele irá te acompanhar até Hogwarts e te proteger caso precise.
- Me proteger?
- Ande logo Sr. Kanne, eles estão à sua espera. Eu preciso fazer mais algumas coisas aqui no Beco Diagonal. Foi um prazer te conhecer! Espero que você se saia bem nos testes.

O carro era todo preto, com os vidros também bem escuros. Abri a porta, sentei-me no banco de trás e de meu lado estava meu professor que já foi logo se apresentando:

- Creio que seja Igor Kanne, estou certo? Deixe que me apresente. Sou William Stroke, seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
- Prazer Sr. Stroke. Mas posso te perguntar uma coisa? Por quê você veio me buscar?
- Bom, eu sou o único professor dessa finalidade. Ou melhor, acho que seria o que melhor poderia te proteger caso você tenha outro ataque dos Comensais da Morte.
- Outro ataque?
- Eles estão atrás de você Igor. Mas agora vamos parar de perguntas, descanse que logo logo você já estará em Hogwarts.

Tive a sensação de um frio estranho na barriga. Tudo rodando e rodando de novo dentro de minha cabeça. Toda vez que eu achava que minhas dúvidas poderiam ser respondidas, mais e mais eu ia ficando sem entender. Por quê esses Comensais estavam atrás de mim? Por quê toda essa proteção?

Devagar fui ficando sonolento, até cair em sono. As horas passaram voando, e só me dei conta disso quando senti o Sr. Stroke me cutucando e dizendo que chegamos em Hogwarts.
Saí do carro, ergui a cabeça, e vi, de perto, um castelo que não consigo nem descrever ainda aqui nesse diário. Era incrível, perfeito, imenso. Seria o início de uma nova vida para mim? Ou os dois lados de uma moeda, entre o bem e o mal?